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Posso fazer uma pesquisa científica sem que esteja cursando um mestrado ou um doutorado?

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A pesquisa científica como carreira profissional: é possível que um pesquisador realize um estudo sem que esteja em um mestrado ou doutorado?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir um pouco mais sobre a carreira de pesquisador. Como temos enfatizado ao longo de nossos posts, a carreira acadêmica é direcionada para todos aqueles que se identificam com duas atividades essenciais que irão ser comuns durante todo o exercício da profissão: a docência e a pesquisa. Hoje iremos nos atentar à dimensão da pesquisa científica. Iremos esclarecer ao longo da reflexão se é possível que um pesquisador consiga realizar um estudo desse tipo sem que esteja em um curso de mestrado ou doutorado, isto é, sem que esteja filiado a uma instituição de ensino superior. Contudo, antes de voltarmos o nosso olhar para essa questão que é cara a todos aqueles interessados pela pesquisa é preciso que compreendamos as variáveis que perpassam pelo eixo da pesquisa científica. Além disso, todos nós já somos pesquisadores naturalmente.

Compreendendo as possibilidades para fazer uma pesquisa

Compreendendo as possibilidades para fazer uma pesquisaMuitos que se interessam pela pesquisa possuem dúvidas acerca das suas possibilidades, visto que nem todos estão em curso de mestrado ou de doutorado. São diversos os questionamentos acerca da necessidade ou não desse vínculo para que seja possível fazer uma pesquisa. A primeira coisa que gostaríamos de destacar é que a pesquisa é algo que realizamos de forma natural ao longo de nosso dia a dia. Independentemente da vocação ou inclinação para a pesquisa acadêmica, se desejamos adquirir um produto, comprar uma roupa, dentre outras necessidades, pesquisamos todas as informações sobre o produto, assim como sobre as suas funcionalidades e valores. Além disso, também queremos destacar que o “pesquisador de alma” é um pesquisador constante, visto que o tempo todo está observando o mundo a sua volta, como o meio em que vive e as situações diárias com as quais tem contato.

O que é um “pesquisador de alma”?

Um pesquisador desse tipo costuma ser um grande instigador, sempre interessado em investigar a fundo os fenômenos com os quais se depara ao longo de sua trajetória pessoal e profissional. Ele é um grande questionador, mas não no mau sentido, pois não deve ser confundido com aquelas pessoas que apenas reclamam. O questionamento é algo positivo, pois ele sempre está interessado em chegar às soluções e reflexões que podem fazer com que vivamos em um mundo melhor. Em sua prática, busca compreender o contexto no qual vive, busca entender os problemas com os quais se depara ao longo da vida tanto em sua vida pessoal quanto em sua vida profissional, bem como busca por resoluções. Para sanar essas inquietações, pesquisam incansavelmente. É uma forma de compreender o ambiente relacionado ao tema em pauta. Propõe-se soluções, assim como levanta-se questões que possam ser de interesse.

A prática da pesquisa

O pesquisador engajado está sempre preocupado em chegar aos assuntos que são essenciais ao contexto que estamos vivendo, explorando cada detalhe. Esse tema deve ser debatido da forma mais clara possível, a fim de que todas as variáveis sejam compreendidas de forma adequada. Duas lógicas são essenciais nesse processo: nenhuma verdade é tomada como absoluta pelo pesquisador e ele tem como dever apresentar pontos de vista diversos ao longo dos textos. Ao se deparar com uma informação, o pesquisador começa a se questionar acerca de como ela chegou, de onde veio, quem são os seus produtores e qual é a pertinência desses dados. Nada é aceito de forma passiva, uma vez que realiza-se um estudo detalhado acerca dessas informações antes que venham a ser apresentadas. Os pontos de vista são demonstrados, assim como as tendências que perpassam por esse assunto em investigação.

A mentalidade de um pesquisador

A mentalidade de um pesquisadorO pesquisador está o tempo todo se questionando e indo atrás dessas informações. Embora não haja uma fórmula para que um pesquisador passe a ser caracterizado dessa forma, há alguns elementos que ele pode adotar para si para que desempenha essa prática da melhor forma possível. Há técnicas de pesquisa que podemos aprender ao longo de nossa jornada, seja na graduação ou na pós-graduação. É com base nesse aprendizado que chegamos à maturidade acadêmica. Entretanto, esse é um aspecto técnico. O pesquisador de alma não pode ser criado, pois esse interesse deve surgir de forma natural. Apresentado esse panorama, devemos responder a nossa questão de hoje: é possível desenvolver uma pesquisa acadêmica sem que eu esteja em um curso de mestrado ou de doutorado? A resposta para essa questão é afirmativa, visto que uma pesquisa pode ser realizada das mais diversas formas. Iremos apresentá-las.

A pesquisa científica no ensino médio e na graduação

A pesquisa científica no ensino médio e na graduaçãoA pesquisa pode ser realizada nos mais diversos níveis acadêmicos. No ensino médio, essa prática também é possível. Há diversos grupos de pesquisa que promovem a iniciação científica, de modo que esses alunos podem começar a ter contato com essa prática desde muito cedo. Na graduação, os alunos também podem se filiar a esses grupos de pesquisa e podem receber bolsas para que essas pesquisas possam ser realizadas. A maior parte das nossas instituições possuem esses grupos de pesquisa. É lá que uma pesquisa científica nasce. Contudo, caso você já tenha terminado essa graduação e seja um profissional de mercado, também pode executar esse tipo de trabalho. Se você tem experiência em um dado campo e deseja utilizar o resultado dessa prática, você pode. A melhor forma de depreender esse tipo de atitude sem qualquer tipo de custo e que pode mudar o seu posicionamento é o ingresso nesses grupos.

A importância dos grupos de pesquisa

Se você deseja compreender um pouco mais sobre como funciona esse universo, sobretudo o processo de elaboração das pesquisas científicas, pode fazer parte de um grupo de pesquisa. Você pode iniciar essa procura pesquisando no próprio Google pelas instituições e os grupos de seu interesse. A fim de que você possa fazer parte de um grupo que atue de forma legal, verifique se ele se encontra credenciado ao CNPq e à CAPES.  A partir dessas plataformas você conseguirá saber quais são as suas opções de instituições de ensino e de grupos de pesquisa. No caso de dúvidas quanto à procura desses cursos a partir dessas bases, acesse o próprio site dessas instituições. Se elas oferecerem cursos de pós-graduação, é muito provável que possuam grupos de pesquisa. Os professores que estão mais ligados às atividades de coordenação não estão tão engajados com a coordenação de grupos de pesquisa.

As reuniões dos grupos de pesquisa

As reuniões dos grupos de pesquisaHá grupos de pesquisa que realizam as suas reuniões semanalmente. Esses encontros são muito interessantes porque uma série de atividades acadêmicas são realizadas, como, por exemplo, o debate de textos comuns à área em que essas pesquisas se localizam, produzem e publicam artigos de forma conjunta, bem como realizam eventos científicos também associados à área de pesquisa da qual fazem parte. Você pode perguntar para os professores que coordenam esse grupo com o qual se identificou se você pode fazer parte desse grupo de pesquisa e colaborar com as suas próprias reflexões, seja de forma oral ou escrita. O processo de encontrar um grupo de pesquisa com o qual se identifica de fato já seria uma primeira pesquisa. Contudo, é muito importante que você entenda o que é um grupo de pesquisa e como costumam funcionar para que o processo de adaptação seja mais rápido.

Exemplos de grupos de pesquisa

Iremos citar como exemplo um grupo de pesquisa da UNICAMP cujo enfoque é na relação da espiritualidade com a saúde. As pesquisas desenvolvidas nesse grupo de pesquisa em específico caminham a partir da integração desses dois vieses. A fim de que um aluno possa vir a fazer parte desse grupo (e de qualquer outro, na verdade), é preciso que envie um e-mail ao professor coordenador se identificando. Caso seja aceito, poderá frequentar as reuniões desse grupo, porém, como vimos, o interesse de pesquisa é em duas áreas bem específicas. Se você tem interesse por outras, pode vir a fazer parte de outros grupos de pesquisa que estão ligados a esses outros interesses, desde que a sua participação seja aprovada pelos professores coordenadores. Entretanto, é preciso que você se organize, porque cada grupo tem os seus próprios compromissos e textos a serem lidos para a reunião daquele semana.

Analisando os seus interesses

Você pode vir a fazer parte de um ou mais grupos de pesquisa. Tudo irá depender da sua disponibilidade. A fim de que você ingresse em um grupo que possa, de fato, contribuir para com os seus interesses atuais, é preciso que realize uma pesquisa prévia nas bases de dados que mencionamos, assim como nos próprios sites das instituições que sediam esses grupos de pesquisa. Também é possível chegar a esses grupos de pesquisa analisando o currículo Lattes dos professores que integram uma certa instituição de ensino. Após identificar quais são esses grupos, envie um e-mail para o professor para pedir autorização para participar das reuniões. É interessante que nesse e-mail você apresente todas as informações possíveis sobre a sua trajetória acadêmica. Mesmo que você faça parte de uma outra universidade, deixe claro que deseja fazer parte desse grupo em específico. Detalhe todas as informações sobre você.

Quem pode fazer parte de um grupo de pesquisa?

Os grupos de pesquisa que temos em todo o país costumam ser muito abertos, de modo que qualquer pessoa pode vir a fazer parte. O único cuidado que você deve tomar nesse processo é verificar se os assuntos debatidos nesse grupo de pesquisa são de seu interesse, pois por mais interessante que esse grupo possa parecer, os temas ali refletidos e explorados a partir de textos podem ser muito distantes daqueles que você tem em mente e que deseja realizar uma pesquisa. É importante que seja feito esse contato prévio com o coordenador para que você obtenha essa autorização, bem como para que saiba como as reuniões costumam ocorrer, com que frequência e quais os tipos de pesquisa ali realizados. É fundamental que você tenha muito claro em mente qual é a dinâmica desse grupo de pesquisa. Embora esses grupos tendem a ser democráticos, pode ser que você se depare com alguns que são mais restritos.

Não desanime e não desista de fazer parte de um grupo de pesquisa

Mesmo que as primeiras respostas sobre a participação em um desses grupos não sejam positivas, não desista, com certeza há um grupo com o qual se identifica que permitirá a sua participação nas reuniões e nas atividades acadêmicas desenvolvidas por esse grupo. Em todo o território nacional temos milhares de grupos de pesquisa que perpassam por todas as áreas do conhecimento e pelas suas múltiplas linhas de pesquisa. Há, ainda, as pessoas que têm o desejo de desenvolver uma pesquisa, mas, neste momento, não podem estar em um curso de mestrado ou doutorado por motivos diversos. Novamente, fazer parte de um grupo de pesquisa é a melhor solução. Aproveite que nesse momento tudo tem sido realizado de forma online, o que pode ampliar ainda mais o seu rol de opções. A frequência das reuniões pode ser semanal, quinzenal ou mensal. Análise qual se adapta melhor a sua rotina e envie um e-mail.

Vantagens em fazer parte de um grupo de pesquisa

Vantagens em fazer parte de um grupo de pesquisaHá inúmeros benefícios em fazer parte de um grupo de pesquisa. Dentre eles, podemos mencionar o contato frequente com as atividades desenvolvidas pelos pesquisadores, como é o caso da produção e publicação de artigos científicos. Algo muito interessante é a escrita colaborativa. A partir dessa escrita coletiva, diversos pesquisadores podem se reunir para escreverem juntos diversos artigos, tendo como objetivo a divulgação dos resultados dessas reuniões para a comunidade acadêmica, bem como para a sociedade como um todo. Esse processo é fundamental, inclusive, para que você saiba se há uma identificação com essa universidade.

É uma forma, também, de ficar por dentro dos congressos mais importantes da área e de participar desses eventos, seja de forma individual ou a partir da colaboração com outros pesquisadores que fazem parte desse grupo. Se você está pensando em adentrar em uma universidade estadual ou federal, fazer parte de um grupo de pesquisa é bastante vantajoso, pois o professor já te conhecerá, o que poderá ser algo decisivo para que seja aprovado no processo seletivo. Se você não é aluno da casa é uma boa forma de estabelecer contatos com os professores dessa nova instituição. Não é apenas você que escolhe esse grupo, mas ele também. Procurar por professores de certas áreas também é algo que recomendamos.

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