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Como ler textos acadêmicos/científicos e como entender citações?

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Primeiro contato com a leitura de textos acadêmicos/científicos

Primeiro contato com a leitura de textos acadêmicos/científicos

Olá, tudo bem? Em nossa conversa de hoje iremos apresentar algumas dicas para que você possa ler e entender melhor os textos científicos/acadêmicos, bem como para que entenda as citações direta e indireta.

O grande segredo para que possamos ser grandes pesquisadores e, consequentemente, bons intelectuais, é o domínio das técnicas de escrita e leitura de textos científicos.

Nesse sentido, saber se o que você está lendo está sendo assimilado é o primeiro passo nessa jornada pelo aperfeiçoamento de seu intelecto.

Dominar essas técnicas é importante até mesmo para que consiga buscar, ler e selecionar fontes que são verdadeiramente seguras e capazes de contribuir para com a sua pesquisa.

Como os materiais científicos são compostos a partir das mais diversas normas, quanto mais você às compreender, mais fluida e dinâmica será a sua leitura e, consequentemente, a sua escrita também.

Peculiaridades das referências de um trabalho

Uma das primeiras coisas que você precisa entender ao entrar em contato com o texto acadêmico é que ele precisa ser escrito de forma científica e, para isso, recorremos à literatura correspondente ao tema que desejamos investigar, sendo necessário fazer uso de citações diretas e/ou indiretas para que o texto não seja taxado como plágio e, consequentemente, esses autores citados precisam aparecer no tópico final do nosso texto, o das referências.

Existem casos em que citamos, no corpo do texto, diversos trabalhos de um mesmo autor, inclusive do mesmo ano, e, desse modo, precisamos adotar certas estratégias para que esses textos não sejam confundidos.

A principal é, ao término dos dados básicos de uma referência, inserir letras do alfabeto para fazer essa diferenciação, como, por exemplo, SOUZA, 2018a e SOUZA, 2018b.

Compreendendo o esquema autor-data

Compreendendo o esquema autor-data

Uma das formas mais clássicas de se fazer citações no corpo do texto e no tópico das referências, sobretudo no caso de trabalhos brasileiros, é a estratégia de autor-data.

Ela é adotada pela maioria das instituições de ensino/revistas científicas.

Ao se deparar com textos que citam a partir do modelo autor-data é preciso manter em mente que a ideia do autor citado naquele parágrafo foi absorvida, interpretada e sistematizada de acordo com as próprias interpretações desse ou desses autores envolvidos com a produção.

Mas, afinal, como isso aparece no texto? Esses dados podem aparecer tanto antes da interpretação/citação direta ou depois (SIQUEIRA, 2019).

Se você referenciar o autor primeiro e apresentar a interpretação na sequência, no caso das citações indiretas, apenas a primeira letra do sobrenome do ou dos autores estará maiúscula e, caso seja após a interpretação, todas as letras ficam maiúsculas.

No caso das citações indiretas apenas o ano fica entre parênteses, o que não ocorre com as citações diretas, pois todos os dados ficam entre parênteses, inclusive a página exata da obra, que é obrigatória apenas no caso de citações diretas.

Assim, podemos afirmar que todas as citações que são feitas após a interpretação ou citação direta aparecem entre parênteses e em letras maiúsculas.

Você pode fazer uso das duas possibilidades (citar primeiro ou após a reflexão/cópia).

Características do modelo autor-data

Agora que você já sabe que tipo de informações aparecem no modelo de autor-data, analise os textos que tem aí com você: irá identificar que essas informações são recorrentes: sobrenome do autor e data, e, no caso das citações diretas, a página também é uma constante.

Sobretudo em parágrafos mais longos, é muito comum que identifiquemos diversas citações no formato autor-data, tanto as indiretas quanto as diretas (que, nesse caso, possuem até três linhas e são identificadas pelas aspas).

Isso significa que o autor, ao mesmo tempo, está interpretando essas ideias e reproduzindo, na íntegra, outros trechos que deseja resguardar a interpretação do autor em que está se baseando.

Entretanto, algo que deve ficar claro aqui é que é muito comum que uma mesma produção seja feita por vários autores, e, assim, há algumas peculiaridades que você precisa prestar atenção ao citar.

Como citar um material que possui mais de um autor?

Como ressaltamos, é muito mais comum que uma obra seja escrita por diversos autores e, dessa forma, há certas regras que precisamos obedecer.

No caso de obras que possuem apenas dois autores, irá usar a conjunção “e”, como, por exemplo, Santos e Souza (2015); porém, caso deseje citar um artigo que possui três ou mais autores, a regra é outra.

Se a produção em questão possuir até três autores e você deseja inserir essa citação depois da sua interpretação/cópia do trecho, eles precisarão aparecer entre parênteses, com letras em maiúsculas, entretanto, não irá usar a conjunção “e” ou a vírgula comum, mas sim o ponto e vírgula, ficando dessa forma: (SANTOS; SOUZA; PEREIRA, 2015).

Por fim, em casos em que essa obra possui de quatro autores em diante, caso a revista/instituição faça uso das normas da ABNT, irá mencionar apenas o sobrenome do primeiro autor e acrescentar a expressão “et al”, ficando dessa forma: (SANTOS et al, 2015). Use o itálico na expressão “et al”.

Por que devo fazer uso da expressão “et al”?

Para justificar esse uso, é preciso que compreendamos, primeiro, o que significa a expressão “et al” e de onde ela vem.

Ela é uma palavra latina e, assim, ao fazer uso dessa expressão você está afirmando, ao leitor, que a obra possui diversos autores e, desse modo, ela pode ser usada para referenciar todas as obras que possuem de quatro autores em diante, no caso das normas da ABNT.

Usa-se esse formato porque existem textos que possuem, por exemplo, seis ou mais autores, imagine citar o sobrenome de todos os autores em todas as vezes que desejar usar esse material.

A citação fica muito longa, concorda? É nesse sentido que a expressão contribui, pois ela enfatiza que a obra em questão foi escrita por diversos autores e, caso o leitor deseje conhecer esses autores, poderá procurar, mas, o seu dever é apresentar apenas o sobrenome do primeiro autor, seguido dessa expressão que estamos conversando.

Entendendo um pouco mais sobre as letras que identificam obras do mesmo autor

Entendendo um pouco mais sobre as letras que identificam obras do mesmo autor

Podemos fazer uso de obras diversas de um mesmo autor e elas podem, inclusive, coincidir de terem sido publicadas no mesmo ano.

Para que a compreensão fique mais possível, identificamos essas obras com as letras do alfabeto, começando em a, respeitando a ordem alfabética (b, c, d e assim por diante).

O que fazer ao se deparar com textos que apresentam os seguintes dados?: BRASIL, 2020a e BRASIL, 2020b.

Você sabe como interpretar? Significa que usou o mesmo autor, só que são obras diferentes e, desse modo, para que o autor não fique confuso, é necessário fazer uso das letras, atentando-se à ordem alfabética.

Essa dica é especialmente válida para referenciar pesquisadores que publicam bastante obras diferentes ao longo do ano, sejam elas livros, capítulos de livros ou artigos científicos.

O primeiro material citado desse autor receberá o indicativo de “a” e assim por diante.

O que acontece quando esse mesmo autor assinou o artigo com outros autores? Preciso inserir a letra b, por exemplo?

Você não precisa, pois como existem outros dados capazes de diferenciar as obras desse autor, a menção da letra se torna dispensável, porque, como vimos, no caso de dois autores há a conjunção “e”, no caso de três autores o uso do ponto e vírgula e, por fim, para materiais a partir de quatro autores, há a expressão “et al”.

Contudo, caso esse autor, ao longo do ano, tenha escrito sempre com mais de três autores, por exemplo, terá que acrescentar as letras para cada uma das obras que está usando, respeitando a ordem de citação desses textos no corpo do texto (SILVA et al 2019a e SILVA et al, 2019b).

A expressão “s.p” depois do ano: o que significa?

A expressão “s.p” depois do ano: o que significa?

Um outro mecanismo com o qual se pode deparar ao ler um texto científico é a expressão “sp”.

Essa expressão nada mais é do que uma forma de indicar, ao seu leitor, que o texto que está citando não possui página e é por isso que ela não se encontra mencionada.

Como sabemos, uma das regras básicas das citação direta (em que copiamos, de forma idêntica, o trecho da obra que estamos utilizando) é a menção da página para que o texto não seja acusado de plágio, mas nem sempre possuímos esse dado, sobretudo no caso de materiais que retiramos da internet.

Nesse sentido, depois de inserir os dados que possui, respeitando o modelo autor-data, ao invés de mencionar a página, já que não a possui, substitua essa página pela expressão “sp”.

Como existem muitas informações de sites nesse momento pandêmico que estamos vivendo, essa expressão é particularmente útil.

Quando usar a expressão “sp”

As citações diretas são as únicas que precisam desse mecanismo.

Atualmente, dados de órgãos governamentais, que se encontram em sites, têm sido particularmente úteis, sobretudo no caso de pesquisas que discutem sobre a COVID-19 e esses sites não possuem páginas.

No caso das citações indiretas, a menção da página é dispensável e, desse modo, não devemos usar essa expressão.

Vamos recuperar um pouco da ideia de citação indireta: ao ler uma obra, nós podemos tanto copiar o trecho (respeitando a quantidade máxima admitida de trechos copiados) ou interpretar esse trecho em questão.

Se esse for o seu caso, basta inserir o sobrenome do autor, ou, no caso de órgãos do governo, o nome do órgão em questão, seguido do ano da publicação do texto que deseja referenciar.

Como você tirou essa informação do contexto do material, a página é dispensada, logo, a expressão “sp” também.

Os vários autores no final do texto

Embora essa dica que iremos apresentar seja uma regra, nós já vimos diversos orientadores questionando o formato.

Pode ser que, ao compor o seu texto, faça uso de diversas produções que possuem mais de um autor e, pela regra, deve mencionar o sobrenome do primeiro autor, seguido da expressão “et al”, certo?

Contudo, há, ainda, uma outra possibilidade.

Existem textos/autores que partem da mesma linha de raciocínio e, desse modo, você pode inserir os mesmos autores no mesmo parênteses que irá criar a referência no modelo autor data, assim, nesse parênteses, poderá ter os seguintes dados: SANTOS et al, 2020; PEREIRA et al, 2015 e SOUZA et al, 2017.

Mesmo que alguns orientadores questionem esse modo de citar, ele existe e é, inclusive, proposto pela própria ABNT e não há motivos para que seja ignorado, já que a possibilidade existe.

Áreas que fazem uso de muitos autores

Outro fator que pode causar esse estranhamento é que certas tendências acabam tendo uma aceitação maior em determinadas áreas.

Áreas como as ciências da saúde e as ciências da administração costumam fazer bastante uso de materiais que possuem mais de três autores, inclusive para explicitar uma mesma ideia e, dessa forma, a estratégia é válida e tem sido bastante aplicada em campos do saber distintos.

Nesse sentido, ao citar vários autores em um mesmo parênteses de citação, significa que você está afirmando, ao leitor, que está retirando essa informação/afirmação de mais de uma obra, o que justifica a menção desses diversos autores para exprimir uma mesma ideia.

Sobretudo no caso de informações polêmicas, quanto mais embasadas elas estiverem, menor será o choque e, consequentemente, maior será a sua aceitabilidade por parte do leitor, o que implica fazer uso de autores diversos.

O que significam os números no meio de um texto ou no final da frase?

O que significam os números no meio de um texto ou no final da frase?

Há, por fim, um último elemento sobre o qual precisamos conversar.

Ao ler um texto científico podemos nos deparar com certos números, tanto no meio quanto no final do parágrafo.

Eles representam o que conhecemos como notas de rodapé.

Ao escrever um texto pode haver dados quantitativos ou qualitativos que você deseja demonstrar apenas com uma pequena observação, isto é, eles não serão explorados.

Para que a informação não fique jogada no texto, o mais interessante é que você crie notas de rodapé para os dados que são interessantes, mas que não serão explorados.

As notas de rodapé também podem conter dados que referenciam os autores utilizados.

Basta acionar o mecanismo das notas de rodapé no seu editor de texto.

As notas são automáticas e, assim, para cada informação que deseja colocar como rodapé, um número será criado de forma automática.

É isso que eles significam nos textos que lemos: que o dado é importante, mas não será aprofundado. Contudo, os números também significam uma outra coisa.

Há instituições/revistas que não seguem o esquema autor-data e, assim, insere-se o número elevado ou entre colchetes […].

Esse número/colchetes substitui os dados da referência, pois eles irão aparecer apenas ao final do seu texto, ou seja, o nome do autor, data e ano aparecerá apenas no tópico das referências.

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