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Teto verde: construção sustentável e reaproximação do homem a ambientes verdes em Manaus

RC: 23274
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

NETO, Geraldo Silvio Leite [1]

NETO, Geraldo Silvio Leite. Teto verde: construção sustentável e reaproximação do homem a ambientes verdes em Manaus. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 11, Vol. 08, pp. 114-127 Novembro de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

O presente artigo consiste na apresentação de uma proposta de construção de teto verde em um condomínio residencial da área urbana da cidade de Manaus, no Estado do Amazonas. A proposta visa potencializar as vantagens e os benefícios que as coberturas verdes trazem, em especial no que diz respeito ao aumento da vida útil do telhado, aumento da biodiversidade, valor estético dentre outras conveniências que não somente agregam valor, como servem para dar mais qualidade de vida a quem vive no meio urbano da cidade Manaus. O sistema proposto é o extensivo tendo em vista sua cobertura leve, econômica e que requer interferência humana mínima para sua manutenção.

Palavras-chave: teto verde, meio ambiente, sistema extensivo.

APRESENTAÇÃO

O aumento desordenado de conglomerados populacionais obriga que engenheiros e arquitetos criem técnicas inovadoras para que o crescimento não danifique o meio ambiente. Diante disso, existe a necessidade de procurar alternativas inovadoras, sustentáveis e que cumpram o papel político-ecológico para amenizar transtornos.

O aumento populacional, o crescimento das construções e a mudança radical da paisagem têm caracterizado o processo de urbanização nas últimas décadas. Em 1950, um terço da população mundial residia em cidades (UNITED NATIONS, 2005) e, de acordo com as informações do IBGE (2010), já verifica-se no Brasil um contingente maior que 85% da população residindo nas áreas urbanas.

Nesse sentido, em meio a tanta desordem enfrentada nas grandes cidades, como a poluição industrial, a emissão de gases poluentes procedentes de automóveis e a verticalização dos edifícios, a criação de uma técnica conhecida como telhado ou teto verde, demonstra que é possível reduzir significativamente a emissão de gases poluentes, diminuir as ondas de calor causadas pelo aglomerado de edifícios, melhorar a qualidade de vida para seus adeptos e para o entorno da edificação, diminui o impacto ambiental.

Pelas diversas contribuições que vêm apresentando, os tetos verdes vêm sendo estudados sob o enfoque dos detalhes construtivos, da mudança comportamental, da inserção nos meios urbanos e rurais, e do desempenho como estrutura de controle do escoamento pluvial, entre outros. Getter e Rowe (2006) apresentaram uma revisão relacionada aos benefícios do emprego dos telhados verdes, em que destacaram redução no volume e retardo do escoamento superficial, aumento da vida útil do telhado, conservação de energia, aumento da biodiversidade, mitigação da poluição do ar, valor estético, entre outros.

Em algumas cidades do Brasil, como São Paulo, existe um incentivo por parte da prefeitura para quem opta por soluções sustentáveis através do chamado “IPTU VERDE” onde os proprietários que aderem a essa ideia conseguem descontos em seu IPTU, variando de acordo com o tipo de construção sustentável aderida, podem ser acumulativos quando a vários meios de minimizar os impactos ambientais causados por suas edificações.

Outros tipos de incentivo são as certificações, como por exemplo a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) que possui 7 dimensões a serem avaliadas nas edificações, cada uma possui pré requisitos e critérios que quando atendidas garantem pontos as edificações. Através da quantidade de pontos adquiridos se obtém o nível da certificação. Tanto a cobertura verde quanto o reaproveitamento de águas pluviais contam pontos para essa certificação.

Uma das grandes vantagens do sistema de cobertura é a redução dos gastos mensais de energia e de água. A cobertura verde reduz em até 40% na conta de energia, diminuindo o uso de refrigeradores, e o no reaproveitamento de água da chuva a redução chega a ser mais de 50% no gasto da conta de água.

LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

Endereço: Avenida Dom Jackson Damasceno Rodrigues, Bairro Flores – Zona Centro-Sul – Manaus – AM entre as coordenadas 3º03ʹ34.5ʺ S e 60º01ʹ07.4ʺ W.

Figura 1 – Localização da área de Estudo

Fonte: Google Mapas (2018)

DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE ESTUDO

O projeto de pesquisa tem como objetivo apresentar uma proposta de construção sustentável para reaproximar o homem de ambientes verdes por meio da realocação da vegetação do solo.

A presença de áreas verdes além de contribuir para a captação de carbono e outros GEE’s (gases de efeitos estufa) decorrentes da poluição, atuam na diminuição dos estresses causados pelo excesso de concreto e o calor constante inerente ao clima predominante em Manaus. Além disso, contribuem para uma queda de temperatura nas ilhas de calor muito comuns nas áreas urbanas, devido ao calor armazenado nas edificações.

O Protocolo de Kyoto é um tratado internacional que tem como objetivo fazer com que os países desenvolvidos assumam o compromisso de reduzir a emissão de gases que agravam o efeito estufa, para aliviar os impactos causados pelo aquecimento global, este por sua vez é real e, juntamente com outras crises ambientais, constitui uma grande ameaça para o planeta e todos os seres vivos, incluindo a raça humana.

Dessa forma, a finalidade desta pesquisa reside em oferecer a opção sustentável de telhado verde em uma escola inclusiva localizada em Manaus, com o intuito de agregar benefícios à obras, como por exemplo: maior isolamento térmico e acústico, diferencial estético e ambiental na edificação.

OBJETIVOS

Geral:

  • Construir teto verde em condomínios habitacionais em Manaus, com o intuito de utilizar ambientes verdes para uma melhor qualidade de vida e de forma sustentável.

Específicos:

  • Analisar o espaço que está sendo proposto, verificar as vantagens e desvantagens ambientais, econômicas e sociais para a efetivação da construção de teto verde extensivo, o qual possui característica mais fina e mais leve;
  • Mostrar por meio de estudo de caso as vantagens e desvantagens na edificação do teto verde, por meio da facilitação da drenagem do terreno que irá reduzir a velocidade do escoamento da água da chuva e do fornecimento de isolamento acústico e térmico, diminuindo a temperatura nos dias quentes e mantendo o calor em dias de frio intenso;
  • Preparar a cobertura e a instalação das camadas do sistema, aplicando terra e plantando as espécies vegetais adequadas, levando em consideração que a cobertura deve ser impermeabilizada através de lona ou manta asfáltica e a escolha das plantas deve priorizar espécies vegetais locais, resistentes e sem grande necessidade de irrigação.

OS TELHADOS VERDES

O telhado verde é um sistema construtivo caracterizado por uma cobertura vegetal feita com grama ou plantas, instalado em lajes ou sobre telhados convencionais e consiste em camadas de impermeabilização e de drenagem, as quais recebem o solo e a vegetação indicada para o projeto.

A aplicação de técnicas que minimizem o escoamento superficial, como os telhados verdes, sobre a tradicional malha de drenagem urbana é bem-vinda. Ao pesquisar possíveis variações dessa tecnologia nos últimos 10 anos, Dunnet e Kingsbury (2004) encontraram duas abordagens: os telhados verdes extensivos e os telhados verdes intensivos. Segundo Santos et al. (2009), os telhados verdes extensivos têm a concepção inerente de ser quase “autossustentáveis”, ou seja, de necessitar de apenas um mínimo de manutenção, como, por exemplo, irrigações esporádicas e pouco uso de fertilizantes; por outro lado, os telhados que requerem uma razoável profundidade de solo, devido ao grande crescimento das plantas, são chamados de intensivos, devido ao “intensivo” trabalho de manutenção que demandam, como irrigação e fertilizantes, envolvendo, portanto, maior custo de implantação e manutenção DUNNETT e KINGSBURY (2004); PECK (1999).

Os tetos verdes extensivos possuem o menor conjunto de plantas que podem ser empregadas, isso deve-se ao seu substrato mais fino e de eles dependerem mais de eventos chuvosos, necessitando de espécies que sejam totalmente tolerantes a seca, ou então, ao frio extremo e geada. Nesse tipo de trabalho a planta também deve ter fácil propagação e alta densidade de cobertura do solo, reduzindo a erosão do substrato e o crescimento de ervas daninhas. Os telhados verdes também apresentam inúmeras vantagens. Eles tem sido utilizados mundialmente para mitigar os impactos ambientais negativos e econômicos das coberturas impermeáveis das cidades GETEER e ROWE (2006).

As cidades têm crescido desde seu centro antigo com peculiaridades próprias, mas com os mesmos conflitos, tais como: deterioração de sua periferia, estabelecimento de indústrias de forma dispersa ou concentrada, mas sem estar “encaixada” no ambiente, congestão, segregação, falta de participação. A paisagem sofreu profundamente essa deterioração e precisa ser tratada com especial sensibilidade. Ela necessita ser a protagonista novamente, sendo fundamental o papel que a vegetação desempenha nessa recuperação. (MASCARÓ, 2010)

No Brasil, os benefícios ambientais das coberturas vegetadas vieram à tona somente nos últimos anos, com a introdução da certificação LEED (Leadership in Energy and Environmetal Design) e a exigência de um controle de escoamento pluvial em várias cidades através dos planos diretores de drenagem urbana. Essa exigência é resultados das coberturas impermeáveis representarem grande parte da superfície horizontal das áreas edificadas das cidades. Frazer (2005) afirma que esse valor pode chegar até 32%, sendo os telhados importantes no fluxo de energia e de gás nas edificações.

O telhado verde, também chamado de cobertura vegetal ou jardim suspenso, é um sistema construtivo caracterizado por uma cobertura vegetal feita com grama ou plantas. É instalado em lajes ou até mesmo sobre telhados convencionais e consiste em camadas de impermeabilização e de drenagem, as quais recebem o solo e a vegetação indicada para o projeto. Além do benefício estético, os telhados verdes funcionam como isolantes térmicos nas coberturas das edificações. Para as cidades, são uma forma de área vegetada que, em larga escala, contribui para melhorar a qualidade do ar e minimizar o efeito das ilhas de calor. No Brasil, o sistema ainda é pouco utilizado e não tem normatização. Algumas cidades e Estados, como Porto Alegre, Santa Catarina e Guarulhos (SP), têm leis e/ou instruções que incentivam a implementação das coberturas verdes em edificações públicas e privadas. (CORSINI, 2011).

O sistema de coberturas verdes consiste na sobreposição de diversas camadas sobre uma superfície estrutural que, de modo geral, incluem: camada a prova de água (impermeabilização), sistema de drenagem, substrato (meio de crescimento das vegetações) e plantas. Esse sistema construtivo pode ser parte de uma produção pré-fabricada ou cada camada pode ser instalada separadamente na obra, o que é definido com base nos objetivos e restrições de cada projeto. As coberturas verdes com pequena espessura de substrato, ou seja, leves, são denominadas pela literatura como coberturas verdes extensivas. Já as coberturas com grande espessura de substrato são denominadas coberturas verdes intensivas (ROSENZWEIG; GAFFI; PARSHALL, 2006 apud LOPES, 2007).

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O percurso metodológico se dará por meio da análise de projetos e artigos sobre a construção de tetos verdes. Após a pesquisa bibliográfica, faremos o levantamento de estudos de caso que demonstrem experiências de tetos verdes em lugares diversificados. Utilizamos na metodologia normas da ABNT – NBR 10844/1989 e NBR 15527/2007, considerando que a implantação do projeto precisa seguir normas técnicas especificas.

4.1 ESTUDO DE CASO

Vale do Silício em Moscou

No início de 2010, o presidente russo Dmitri Medvedev anunciou a criação de um “Vale do Silício para a Rússia”, localizado em um subúrbio do sul de Moscou, que contaria com instalações de pesquisa, laboratórios universitários, startups, centros de reuniões e habitação. Depois de um concurso internacional em 2011, cada um dos distritos dentro deste projeto maior foi concedido a seu próprio arquiteto. Após um cuidadoso planejamento, a Agence d’Architecture A. Bechu & Associés divulgou seu projeto para o Distrito 11 do projeto.

Concentrando-se em habitações ecológicas, este distrito conterá casas individuais dedicadas aos pesquisadores e suas famílias, sob o objetivo principal de promover interações sociais positivas.

Imagem: Teto verde em Mocow. Figura 2: A. Bechu.

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/802500/divulgado-projeto-habitacional-para-novo-vale-do-silicio-em-moscou.Acesso> 10/2018

Cada uma das moradias será única, dando aos ocupantes a sua própria identidade dentro do conjunto urbano, mas todos terão uma estrutura de concreto modular, telhado verde, e uso de energia renovável e reciclagem de água. As funções públicas e os serviços comuns compartilhados estarão localizados em uma área central, de modo a criar uma ligação social entre os residentes

4.2 HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL SUSTENTÁVEL EM SÃO PAULO

A habitação de interesse social está localizada na Cidade de São Paulo, projetados pelos Arquitetos e Engenheiros Giuliano Pelaio, Gustavo Tenca e Inácio Cardona. O objetivo consiste na idealização de uma casa compacta que possa dar mais liberdade aos moradores, com espaços livres dentro de suas dependências sem deixar de lado, é claro, a qualidade visual e volumétrica das mesmas. A preocupação com a fachada, com a identidade, a heterogeneidade e a descompactação do tradicional modelo da casa retangular, são pontos chaves na elaboração da nossa proposta
O maior desafio foi a busca por uma solução lógica e racional capaz de demonstrar que a qualidade de uma habitação não deve corresponder ao padrão econômico de uma determinada classe social, mas sim aos conhecimentos técnicos do atual momento histórico, rompendo um paradigma antigo e dominante de que as casas populares devem ser marcadas pela simplicidade de suas construções.

A residência consiste em um programa reduzido, resolvido a partir de dois blocos lineares interligados por um terceiro bloco com funções distintas, sendo um módulo para os dormitórios e banheiro, outro para a área de serviços (cozinha e lavanderia) e um terceiro – de ligação – abriga a sala de refeições e a sala de estar.

O formato alongado e estreito visa garantir a iluminação e radiação direta total dos ambientes da casa, já que, de acordo com a inclinação do sol para a latitude das cidades do Estado de São Paulo, o formato quadrado ou retangular de certas dimensões impossibilitaria o alcance da luz em toda a sua extensão. O mesmo terreno, com as mesmas dimensões, foi pensado para abrigar a casa de dois e três dormitórios, prevendo assim, a expansão de mais um quarto da menor habitação em caso de crescimento do número de integrantes da família.

Imagem: Implantação e cobertura do Habitacional. Figura 3: A. Bechu.

Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/802500/divulgado-projeto-habitacional-para-novo-vale-do-silicio-em-moscou.Acesso> 10/2018

Na cobertura a utilização de telhas termo acústicas, mescladas com cobertura ajardinada representa um ganho no conforto térmico da residência e uma redução do consumo de energia mensal.

4.3 IMPLANTAÇÃO DA COBERTURA VERDE

Os tipos de cobertura verde segundo a International Green Roof Association (Igra), os telhados verdes podem ser de três tipos:

  • Extensivo: tem configuração de um jardim, com plantas rasteiras de pequeno porte. A altura da estrutura, descontada a vegetação, vai de 6 cm a 20 cm. O peso do conjunto fica entre 60 kg/m² e 150 kg/m²;
  • Intensivo: comporta plantas de nível médio a grande em uma estrutura de 15 cm a 40 cm. A carga prevista varia entre 180 kg/m² e 500 kg/m²;
  • Semi-intensivo: Esse tipo intermediário tem vegetação de porte médio plantadas num sistema de 12 cm a 25 cm. Pode exercer uma carga de 120 kg/m² a 200 kg/m².

Figura 4 – Tipos de cobertura verde

Resultado de imagem para telhado verde sistema extensivo
Fonte: Infraestrutura Urbana

Corsini, (2011), instrui como implantar a cobertura verde, a ação deve adotar os seguintes passos:

  • Componentes: independentemente do tipo, os sistemas empregados em coberturas verdes podem variar bastante. Em uma aplicação típica, a montagem de um telhado verde pode ser feita diretamente sobre uma laje, aplicando-se todas as camadas nessa sequência:
  • camada impermeabilizante: normalmente feita com mantas sintéticas, ela protege a laje contra infiltrações;
  • camada drenante: serve para drenar a água e também como filtro. Pode ser feita de brita, seixos, argila expandida ou com mantas drenantes de poliestireno;
  • Camada filtrante: serve para reter partículas e pode ser feita com um geotêxtil;
  • Membrana de proteção contra raízes: serve para controlar o crescimento de raízes da vegetação;
  • Solo e vegetação.

Existem sistemas modulares em que os módulos já vêm prontos com a vegetação e, ainda, sistemas que empregam pisos elevados que armazenam a água das chuvas para posterior irrigação da vegetação.

  • Execução: os telhados verdes exigem a instalação do sistema em uma cobertura impermeabilizada, e a estrutura da edificação deve suportar o sistema dimensionado para ela. Normalmente, o ângulo de inclinação da cobertura é baixo ou nulo – esse fator determina a forma de drenagem ou a necessidade de barreiras para conter o fluxo de água. Após o preparo da cobertura e a instalação das camadas do sistema, deve-se aplicar a terra e plantar as espécies vegetais adequadas.
  • Vegetação e manutenção: plantas locais, mais resistentes e que exijam pouca rega e poda, podem facilitar a manutenção. No geral, coberturas verdes extensivas usam grama por conta da durabilidade. Normalmente a manutenção do telhado verde pode ser feita uma ou duas vezes por ano, dependendo do sistema aplicado. Os telhados verdes intensivos requerem maior manutenção.

Adotaremos o sistema extensivo, no qual as coberturas verdes se caracterizam por serem estruturas mais simples em que praticamente não se faz necessária a manutenção e intervenção humana. Trata-se de um sistema com placas reservatórias, que evitam a manutenção excessiva. Contém placas de drenagem que permitem controlar o direcionamento do fluxo de água, aumentando a eficiência de drenagem e reduzindo drasticamente a probabilidade de gerar infiltrações ou sobrecarga estrutural por acúmulo de água. A Figura 5 apresenta um exemplo desse sistema aplicado em um centro urbano.

Figura 5 – Telhado verde feito – sistema extensivo

Telhado verde - Anthera
Fonte: Anthera Engenharia

O sistema extensivo normalmente não permite a sua utilização como área de lazer. Trata-se de um sistema mais leve por necessitar de menor quantidade de substrato e assim armazenar menos água, o que a torna mais viável economicamente. Geralmente são mais baratas que as coberturas intensivas tanto na construção quanto na manutenção (DUNNETT; KINGSBURY, 2008). Segue abaixo a imagem do Residencial Arezzo, no qual propomos a cobertura verde ou telhado verde, que consistirá na utilização de uma cobertura vegetal sobre as edificações podendo ser implantada sobre as lajes.

C:\Users\Elizangela\OneDrive\Imagens\Capturas de tela\2018-10-09 (2).png
Fonte: Google Maps

CRONOGRAMA DA OBRA

Tabela 1 – Cronograma de Atividades da Obra

Fonte: autor

REFERÊNCIAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10844: Instalações prediais de águas pluviais, Rio de Janeiro, 1989.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15527: Água de chuva – Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis – Requisitos, Rio de Janeiro, 2007.

BERNARDES, J. “Telhado verde” ameniza efeitos de calor e poluição, texto divulgado em 19.03.2007, disponível em: <www.usp.br/agen/UOLnoticia.php> da Agência USP de Notícias. Acesso em: 17/março/2018.

CORSINI, R. Telhado verde: Cobertura de edificações com vegetação requer sistema preparado para receber as plantas, texto divulgado em dezembro de 2011, disponível em: <http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/16/1-telhado-verde-cobertura-de-edificacoes-com-vegetacao-requer-260593-1.aspx>. Acesso em 05/outubro/2018

ECOCASA. Biblioteca Virtual. Disponível em: <http://www.ecocasa.com.br/>. Acesso em: 14/abril/2018.

ECOTELHADO. Biblioteca Virtual. Disponível em: <https://ecotelhado.com>. Acesso em: 07/março/2018.

FERREIRA, M. DE F. Teto Verde: o uso de Coberturas Vegetais em Edificações. 11 f. Artigo (Departamento de Ates e Design). Disponível em: <www.puc-rio.br/Pibic/relatorio>. Acesso em: 14/abril/2018.

GOUVEA, L. V. Teto Verde: Uma proposta ecológica e de melhoria do conforto ambiental a partir do uso de cobertura vegetais nas edificações. 12 f. Artigo (Departamento de Ates e Design). Disponível em: <www.puc-rio.br/Pibic/relatorio>. Acesso em: 28/abril/2018.

HENEINE, M. C. A. D. S. Cobertura Verde. 2008, 49 f. Monografia (Especialização em Construção Civil/Tecnologia e Produtividade das Construções) – Escola de Engenharia da UFMG, Belo Horizonte, 2008.

LOPES, D.A.R. Análise do comportamento térmico de uma cobertura verde leve (CVL) e diferentes sistemas de cobertura. 2007. 145f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Engenharia Ambiental) – Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, São Carlos.

MASCARÓ , Vegetação Urbana, , 2010

NUNES, C. Aproveitamento de água da chuva: para uso não potável, texto divulgado em 05/02/2015, disponível em: <http://sustentarqui.com.br/dicas/aproveitamento-de-agua-de-chuva-para-uso-nao-potavel/>. Acesso em: 02/agosto/2018.

PEDRONI, G. P. Aproveitamento de água da chuva em uma escola pública de Caxias do Sul. 2013, 85 f. Monografia (Bacharelado de Engenharia Civil) – Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.

SILVA, N. D. C. Telhado Verde: Sistema Construtivo de Maior Eficiência e Menor Impacto Ambiental. 2011, 60 f. Monografia (Especialização em Construção Civil/Tecnologia e Produtividade das Construções) – Escola de Engenharia da UFMG, Belo Horizonte, 2011.

TOMAZ, P. Aproveitamento de água da chuva em áreas urbanas para fins não potáveis, cap. 3 – Previsão de consumo de água não potável. São Paulo, 2009.

TOMAZ, P. Aproveitamento de água da chuva em áreas urbanas para fins não potáveis, cap. 4 – Dimensionamento de calhas e condutores. São Paulo, 2010.

[1] Técnico de Equipamentos ATM. Laureate Internacional Universities – Centro Universitário Uninorte.

Enviado: Novembro, 2018

Aprovado: Novembro, 2018

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Geraldo Silvio Leite Neto

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