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Protocolos Necessários A Assistência De Enfermagem Em Sala De Recuperação Pós-Anestésica: Revisão Integrativa [1]

RC: 19970
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CONTEÚDO

SANTOS, Carmen Frankeline Amazonas Raposo [2], BRASILEIRO, Marislei Espíndula [3]

SANTOS, Carmen Frankeline Amazonas Raposo. BRASILEIRO, Marislei Espíndula. Protocolos Necessários A Assistência De Enfermagem Em Sala De Recuperação Pós-Anestésica: Revisão Integrativa. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 09, Vol. 03, pp. 98-120, Setembro de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

Objetivo: Realizar a busca de artigos relacionados aos protocolos necessários à assistência de enfermagem em sala de recuperação pós-anestésicos (SRPA). Método: optou-se por realizar uma revisão integrativa, a qual abrangente os resultados encontrados por outros autores de forma sistemática. Para isso é necessário elaborar a questão norteadora, estabelecer os critérios de inclusão e exclusão, determinar em quais as bibliotecas online serão realizadas as buscas dos artigos, analisar os artigos incluídos e apresentar os principais dados coletados. Resultados: Após uma análise detalhada levando em consideração todos os critérios, foram selecionados 8 artigos e apresentados os dados principais em uma tabela. Após, com base nos dados coletados foram propostos nove Procedimentos Operacional Padrão (POP) com o intuito de facilitar os procedimentos realizados pela equipe de enfermagem. Conclusão: Notou-se durante a análise dos artigos selecionados a dificuldade da equipe de enfermagem em elaborar as rotinas de procedimentos devido à pouca informação oferecida sobre os mesmos. Desta forma, a elaboração de POPs facilita os cuidados prestados na SRPA.

Palavras-chave: Período de recuperação da anestesia, Enfermagem em pós-anestésico, Protocolos, Cuidados de enfermagem.

INTRODUÇÃO

O interesse em construir protocolos necessários à assistência de enfermagem na Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) surgiu ao se observar a necessidade do conhecimento sobre a detecção, cuidado e prevenção das possíveis complicações que podem surgir devido ao procedimento anestésico cirúrgico. O paciente pode apresentar distúrbios pulmonares, cardiovasculares, renais, entre outros, que precisam ser diagnosticados de forma rápida para evitar tais complicações.

A SRPA, também denominada como centro de recuperação pós-anestésico, é o ambiente destinado aos primeiros cuidados do paciente submetido a cirurgias, ou período pós-operatório imediato (POI). Trata-se de um atendimento intensivo que abrange as primeiras 24 horas, ou seja, desde a saída da sala de operação até que o paciente recupere a consciência, elimine o efeito dos anestésicos e estabilize os sinais vitais (POPOV e PENICHE, 2009; NASCIMENTO e JARDIM, 2015).

Por se tratar de um atendimento de grande importância, é necessário que o enfermeiro possua conhecimentos e habilidades para atender de forma eficiente, rápida e com qualidade os pacientes submetidos a diferentes cirurgias, as quais podem apresentar vários níveis de complexidade, ou seja, cada paciente precisa cuidados específicos e individualizados (PRADO, SILVA, et al., 1998).

O paciente é avaliado de forma continua na SRPA. Para receber alta o mesmo deve ser avaliado nos seguintes aspectos: nível de consciência, respiração, pressão arterial, saturação de oxigênio e atividade motora sob comando. Apenas quando todos esses aspectos estiverem normais, e não for constatado nenhuma outra complicação, o paciente poderá receber alta.

Existe uma gama de estudos sobre a Sala de Recuperação Pós-Anestésica, porém alguns apresentam apenas a finalidade da SRPA, deixando a desejar sobre a grande importância de uma equipe multidisciplinar com profissionais capacitados para prestar atendimento a esses pacientes. Além do mais, são poucos os estudos que apresentam as normas, rotinas e protocolos que os enfermeiros que atuam nessa área devem seguir para alcançar bons resultados.

Nesse contexto o enfermeiro possui um papel importante quando se trata de cuidados em SRPA, pois é neste momento que o paciente poderá desenvolver complicações que podem causar graves danos, levando até mesmo a óbito. Diante disso surge o questionamento: “quais os protocolos necessários à assistência de enfermagem em sala de recuperação pós-anestésicas (SRPA)?”.

Responder a esse questionamento é importante pois apresentará os procedimentos e técnicas que devem ser utilizados para avaliar o paciente em observação na SRPA, os quais tem como objetivo evitar complicações neste momento delicado.

Além de que, é de suma importância que a equipe de enfermagem conheça as normas, rotinas e como devem proceder para manter a segurança do paciente durante sua permanência na SRPA. Para isso, é necessário que a equipe esteja habilitada para reconhecer todos os possíveis sintomas, bem como procederem perante os mesmos.

Desta forma, este estudo se justifica pelos riscos que a falta de informação e treinamento da equipe que atua prestando assistência no SRPA pode causar nos pacientes durante sua permanência pós-operatória.

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Realizar a busca, nas bibliotecas online nacionais e internacionais, de artigos relacionados aos protocolos necessários à assistência de enfermagem em sala de recuperação pós-anestésica.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Propor protocolos necessários à assistência de enfermagem em sala de recuperação pós-anestésica, bem como sobre o papel do enfermeiro no pós-anestésico e no período de recuperação da anestesia, e os motivos da demora da recuperação da anestesia.

MATERIAIS E MÉTODO

O presente artigo tem como objetivo descrever sobre os resultados encontrados por diferentes autores, ou seja, trata-se de uma pesquisa descritiva que busca analisar os protocolos necessários à assistência de enfermagem em sala de recuperação pós-anestésica. Para Gil (2008, p.28) “as pesquisas descritivas são as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática”.

Para a elaboração deste artigo foi utilizada a revisão integrativa. É considerada como modalidade de pesquisa mais utilizada em produções científicas na área de enfermagem (CROSSETTI, 2012).

O principal intuito deste modelo de revisão é realizar uma pesquisa abrangente sobre os resultados encontrados por outros autores em pesquisas desenvolvidas sobre um determinado assunto e apresenta-las de forma sistemática e abrangente. Os estudos utilizados podem ser baseados em dados teóricos, empíricos, e também em dados experimentais (WHITTEMORE e KNAFL, 2005).

Para a seleção dos artigos foram determinados alguns critérios de inclusão e exclusão. Os critérios de inclusão foram: artigos científicos publicados nas bibliotecas nacionais e internacionais selecionadas, em português, espanhol ou inglês, no período entre 2012 e 2017. Já os critérios de exclusão foram os seguintes: artigos não disponibilizados na integra, aqueles que apresentaram fuga a questão norteadora e foram publicados fora do período determinado.

Foram utilizadas as seguintes bibliotecas virtuais para a pesquisa dos artigos: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS); National Library of Medicine (PubMEd); Scientific Electronic Library Online (SciELO); Science Direct Elsevier, Web of Science e na Comunidade Virtual de Comunicação Científica em Saúde (SCOPUS).

A pesquisa por artigos relacionados ao tema “protocolos necessários a assistência de enfermagem SRPA” foi realizada por meio on-line levando em consideração os seguintes Descritos em Ciência da Saúde (DEcS): Período de Recuperação da Anestesia, Recuperação Demorada da Anestesia, Enfermagem em Pós-Anestésico, Protocolos e Cuidados de Enfermagem.

Para os artigos que se enquadraram nos critérios de inclusão e exclusão criou-se uma tabela síntese. Tal tabela foi preenchida pelos principais parâmetros utilizados para aceitação do mesmo, sendo esses parâmetros os seguintes: a identificação dos autores, título do artigo, tipo de estudo e os resultados apresentados pelos autores.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No total foram encontrados 533 artigos. Para uma primeira seleção foi realizada a leitura dos seus resumos, levando em consideração os critérios de inclusão e exclusão. Neste momento foram selecionados 70 artigos, dos quais 47 não estavam disponíveis na integra ou foram publicados fora do período estabelecido.

Após a leitura de 23 artigos que estavam disponibilizados na integra, realizou-se uma seleção mais detalhada dos quais 8 foram selecionados para serem analisando e utilizados como base para elaborar os protocolos propostos à assistência de enfermagem em sala de recuperação pós-anestésica (Figura 1).

Fonte: autor

Figura 1. Diagrama da seleção de artigos encontrados nas bases de dados que atendem aos critérios de inclusão.

O Quadro 1 apresenta os dados principais dos artigos selecionados, bem como os objetivos, resultados e conclusões encontrados pelos autores, e qual a importância que do mesmo para a enfermagem na SRPA.

Quadro 1 – Síntese dos artigos selecionados para a análise.

Dados Objetivo Resultados Conclusão O que é importante para enfermagem na SRPA?
Autores1:

SILVA, Heverton Valentim Colaço da; SOUZA, Valesca Patriota de; SILVA, Paula Carolina Valença.

Descrever os diagnósticos de enfermagem ocorridos em uma sala de recuperação pós- anestésica (SRPA), e propor os resultados e intervenções para os cincos diagnósticos mais frequentes. Os autores identificaram 623 diagnósticos de enfermagem, dentro das 67 categorias diagnosticas. Os cinco diagnósticos mais frequentes foram: Dor aguda (100%); Risco de desequilíbrio do volume de líquidos (73,4%); Mobilidade no leito prejudicada (60,7%) e Ansiedade (34,3%). Conhecendo os diagnósticos de enfermagem mais frequentes melhora a aplicabilidade do processo de enfermagem de forma individual e holística para que possam ser implementados intervenções com resultados mais específicos e direcionados as necessidades prioritárias dos pacientes. Realizar diagnósticos de enfermagem, propondo intervenções como: promover a mecânica corporal e melhora do enfrentamento.
Ano:

2016

Método:

Descritivo e retrospectivo

Amostra:

63 prontuários

Nível de Evidência:

5

Autores2:

DE MATTIA, Ana Lúcia; BARBOSA, Maria; ROCHA, Adelaide; FARIAS, Hisa; SANTOS, Cíntia; SANTOS, Danielle

Identificar os fatores que desencadeiam a hipotermia em pacientes em sala de recuperação anestésica. Os autores analisaram os seguintes métodos preventivos de hipotermia: manta térmica, infusão venosa (soro aquecido), colchão térmico, cobertor comum e enfaixamento dos membros. A manifestação de hipotermia foi demonstrada pela hipoxemia e por tremores, e os métodos mais utilizados foram a infusão venosa e a manta térmica. Os pacientes que utilizaram métodos preventivos de hipotermia na sala de operação (SO) saíram com temperatura entre 35,1oC e 35,9oC. Já os pacientes que apresentaram hipotermia na SO, permaneceram assim na sala de recuperação. Para o alcançar a normotermia, deve-se manter o paciente aquecido por, no mínimo, uma hora na sala de recuperação. Planejar assistência de enfermagem, que reduzam os desconfortos momentâneos, proporcionando sua recuperação anestésica adequada.
Ano:

2012

Método:

Exploratório, descritivo com abordagem quantitativa

Amostra:

30 pacientes adultos

Nível de Evidência:

2

Autores3:

NASCIMENTO, Priscilla; JARDIM, Dulcilene Pereira.

Identificar o tempo de permanência e as principais dificuldades na assistência de enfermagem a pacientes graves em leito de retaguarda na Recuperação Pós-Anestésica. Durante 12 meses 129 pacientes graves, permaneceram em leitos de retaguarda (na sala de RPA) por 41,4 horas (média) aguardando liberação de leitos na UTI. Este tempo é bem superior ao tempo médio de pacientes não graves, que gira em torno de 2 horas. A permanência fora do previsto na SRPA aumenta o tempo de giro, além de sobrecarregar os profissionais com procedimentos de maior complexidade. Observaram a necessidade da utilização adequada do setor para a recuperação pós-operatória. A presença de pacientes graves em leito de retaguarda faz que os profissionais fiquem estressados devido à grande demanda. Conclui-se que é de suma importância a readequação do quadro de profissionais. Apresentar a quantidade de profissionais qualificados adequada, bem como definir as rotinas de cuidados específicos da SRPA e para cuidados a pacientes críticos.
Ano:

2015

Método:

Descritiva do tipo relato de experiência.

Amostra:

8.395 pacientes.

Nível de Evidência:

2

Autores4:

NASCIMENTO, Prince Daiane; BREDES, Ana Caroline, DE MATTIAS, Ana Lúcia

Analisar complicações em idosos na SRPA. A hipotermia foi a complicação com maior frequência, seguida de hipoxemia, delirium, alteração do nível de consciência, bradicardia, hipotensão, bradipneia e dor. Os demais indicadores não apresentaram valores expressivos. Todos foram avaliados no período de 60 minutos de permanência na SRPA Os idosos entre 60 e 69 anos foram os que apresentaram mais alterações na SRPA. O controle e o monitoramento das complicações apresentadas são atividades fundamentais da equipe de enfermagem na prevenção do agravamento do estado de saúde do paciente idoso no período de recuperação anestésica (RA). Prevenir as complicações do pós-operatório de pacientes idosos através de controle, monitoramento e cuidados contínuos.
Ano:

2015

Método:

Prospectivo, exploratório, com método quantitativo.

Amostra:

50 idosos

Nível de Evidência:

2

Autores5:

CECILIO, Aline; PENICHE, Aparecida; POPOV, Débora

Analisar os registros da pressão arterial e sua acurácia na pontuação do item circulação na sala de

recuperação pós-anestésica.

Na admissão dos pacientes, 48% dos registros do item circulação não mostraram acurácia. Na

avaliação da alta do paciente, 39% deles foram avaliados de forma imprecisa. Além de que, 4% dos prontuários não apresentaram registro no item “circulação”.

Em alguns casos, não foram observadas a qualidade do registro e a acurácia da pontuação do

item circulação do índice de Aldrete e Kroulik, comprometendo a segurança do paciente.

Registrar de forma correta e exata a pressão arterial dos pacientes antes a cirurgia e ao chegar a SRPA, sendo de suma importância avaliar a variação da mesma.
Ano:

2014

Método:

Estudo transversal

Amostra:

23 prontuários

Nível de Evidência:

5

Autores6:

PANAZZOLO, Priscila Scheffler; SIQUEIRA, Fernanda Duarte; PORTELLA Monique; STUMM, Eniva; COLET, Christiane.

Avaliar o uso de analgésicos no pós-operatório imediato de pacientes assistidos em uma SRPA. A escolha do analgésico está diretamente relacionada com o tipo de cirurgia realizada. Os fármacos mais utilizados são analgésicos opioides, destacando-se o uso de fertanil e remifentanil, quando se trata de cirurgias com anestesia geral, e morfina para anestesia subaracnóidea. Ambos podem causar sonolência, náusea e vômito. O estudo apresentou a necessidade de fármacos adequados à técnica anestésica para que o paciente apresente melhor condições fisiológicas, com mais tempo sem dor e menos efeitos adversos, e melhor qualidade de vida neste período crítico. Conhecer os fármacos mais indicados para cada pós-operatório levando em consideração o tipo de cirurgia e anestesia. Além de, qual a melhor hora para aplicação e qual a quantidade adequada para cada paciente.
Ano:

2017

Método:

Estudo transversal com abordagem quantitativa

Amostra:

336 pacientes

Nível de Evidência:

2

Autores7:

BARRETTA, Jeana; AUDA, Jéssica; BARANCELLI, Marcia; ANTONIOLLI, Daiane

Conhecer os cuidados de enfermagem ao paciente pós-operatório

de cirúrgica cardíaca, com ou sem circulação extracorpórea.

No total, 7 (60%) dos artigos foram elaborados por

profissionais de enfermagem, e o restante por

médicos. A maioria dos artigos foi publicado em 2012, utilizando métodos quantitativo e qualitativo. Notou-se que os principais problemas dos pacientes foram dor, ansiedade e medo, afetando o sono e o conforto.

A sistematização de assistência de enfermagem é de grande importância

desde o período pré-operatório até o pós-operatório de cirurgia cardíaca. Pois, é o enfermeiro quem planeja e organiza a assistência em tempo integral ao paciente, e realiza os cuidados e procedimentos necessários.

Planejar os cuidados e procedimentos que devem ser realizados em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca. Além de conhecer os riscos em que os mesmos estão expostos e como podem ser evitados.
Ano:

2017

Método:

Revisão integrativa

Amostra:

11 artigos

Nível de Evidência:

4

Autores8:

XARÁ, Daniela; MENDONÇA, Júlia; PEREIRA, Helder; SANTOS, Alice; ABELHA, Fernando José

Avaliar as complicações respiratórias nos pós-operatório imediato em adultos com alto e baixo risco de apneia obstrutiva do sono após a anestesia geral. Os indivíduos de ambos os grupos de pacientes

foram submetidos à cirurgia intra-abdominal. Os pacientes com alto risco de apneia obstrutiva do sono apresentavam uma

mediana maior do índice de massa corporal e comorbidades mais

frequentes, além de

apresentaram mais eventos respiratórios adversos

A ocorrência de eventos respiratórios adversos na SRPA foi mais

comum e mais frequentemente observada em pacientes com alto risco de desenvolver apneia obstrutiva do sono.

Reconhecer e avaliar as possíveis complicações respiratórias no pós-operatório.
Ano:

2015

Método:

Estudo prospectivo

Amostra:

59 pares de pacientes

Nível de Evidência:

2

Os autores do presente estudo destacam o que é importante para prestar uma assistência de enfermagem de qualidade na SRPA. Inferem que é necessário, antes de tudo, apresentar a quantidade de profissionais qualificados adequada, bem como definir as rotinas de cuidados específicos da SRPA e para cuidados a pacientes críticos. Os POPs são a materialização das normas e rotinas. Para isso, deve-se aplicar a SAE, isto é, coletar os dados, realizar diagnósticos de enfermagem, propondo intervenções como promover a mecânica corporal e melhora do enfrentamento. Para cada diagnóstico de enfermagem, deve-se planejar assistência de enfermagem, que reduzam os desconfortos momentâneos, proporcionando sua recuperação anestésica adequada. Desta forma, é importante conhecer os riscos em que os mesmos estão expostos e como podem ser evitados. Isso significa prevenir as complicações do pós-operatório através de controle, monitoramento e cuidados contínuos. Todos esses cuidados devem ser registrados de forma correta e exata, principalmente os sinais vitais dos pacientes antes da cirurgia e ao chegar a SRPA, sendo de suma importância avaliar a variação da mesma. Mais que isso, é preciso que a enfermagem conheça os fármacos mais indicados para cada tipo de cirurgia e anestesia. Além de, qual a melhor hora para aplicação e qual a quantidade adequada para cada paciente.

No cotidiano da SRPA, a assistência de enfermagem de qualidade é possível caso esta apresente a quantidade de profissionais qualificados adequada, bem como definir as rotinas de cuidados específicos da SRPA e para cuidados a pacientes críticos. Desta forma, serão propostos os seguintes POPs:

  • Implantação e implementação da SAE;
  • Prevenção de complicações do pós-operatório (controle, monitoramento e cuidados contínuos);
  • Aferição dos sinais vitais durante a consulta de enfermagem na SRPA (Temperatura, Pulso, Respiração, Pressão Arterial, Dor) e monitoramento da taxa de oxigênio circulante (oximetria);
  • Promover mecânica corporal;
  • Administração de fármacos mais indicados cada pós-operatório levando em consideração os 10 certos.

A SAE é considerada como uma etapa de suma importância, pois busca realizar a coleta rápida de dados. Sua aplicação tem como objetivo principal auxiliar os enfermeiros no processo de acompanhamento de pacientes, e que esses possam prevenir, controlar ou resolver os problemas de saúde do paciente. O Quadro 2 apresenta o POP para a Assistência de Enfermagem.

Quadro 2 – POP para Assistência de Enfermagem.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Responsável Enfermeiro
Tempo de Execução 10 minutos a 1 horas
Objetivo Padronizar as ações da assistência de enfermagem na monitorização na sala de recuperação por meio de visita e verificação rápida do estado geral dos pacientes internados (SILVA, SOUZA e SILVA, 2016).
Materiais Caneta e prontuário
AGENTES PROCESSOS OBSERVAÇÕES
Enfermeiros
  1. Realizar a higienização das mãos.
Incida-se realizar a visita no início e no final do turno de trabalho.

Buscar a aproximação entre enfermeiro/paciente

  1. Realizar a identificação como enfermeiro.
  1. Confirmar o paciente perante a pulseira de identificação.
  1. Orientar o paciente sobre o procedimento.
  1. Avaliar as condições clinicas do paciente.
  1. Questionar o paciente sobre suas necessidades.
  1. Observar condições gerais do paciente e do quarto.
  1. Resolver questões imediatas.
  1. Supervisionar a equipe de enfermagem quanto aos cuidados prestados.
  1. Realize o registro das alterações e intercorrências no prontuário.
REFERÊNCIAS:

  1. HORTA, W. Processo de Enfermagem. São Paulo, E.P.U., 1976.
  2. SILVA, H. V. C. D.; SOUZA, V. P. D.; SILVA, P. C. V. Systematization of perioperative nursing care in a postanesthetic recovery unit. Journal of Nursing UFPE on line, v. 10, n. 10, p. 3760-3767. 2016.
  3. SIMONI, R. C. M.; SILVA, M. J. P. O impacto da visita de enfermagem sobre as necessidades dos familiares de pacientes de UTI. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 2012,46 (Esp): 65-70.

Os principais dados que devem ser coletados pela equipe de enfermagem são em relação aos sinais vitais, que abrange: temperatura, pulso, respiração, pressão arterial, dor e taxa de oxigênio circulante (oximetria).

Um dos principais cuidados com o paciente que se encontra na SRPA é com relação a temperatura corporal. A temperatura normal corporal deve estar entre 36oC e 38oC, faixa está denominada como normotermia.

O paciente quando submetido processos cirúrgicos pode apresentar hipotermia, ou seja, temperatura corporal menor que 36oC. Seguindo a seguinte classificação: leve (entre 34 oC e 35,9 oC), moderada (entre 30 oC e 33,9 oC) e grave (menor 29,9 oC). O Quadro 3 apresenta o POP proposto para a manutenção da normotermia.

Quadro 3 – POP para Manutenção da Normotermia.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP

MANUTENÇÃO DA NORMOTERMIA

Responsável Enfermeiro
Tempo de Execução 20 minutos a 2 horas
Objetivo Manter o paciente com temperatura corporal entre 36oC e 38oC (MATTIA, et al, 2012).
Materiais Bandeja, termômetro digital previamente higienizado, algodão, álcool etílico a 70%, manta térmica, caneta e prontuário.
AGENTES PROCESSOS OBSERVAÇÕES
Enfermeiros, Técnicos de enfermagem, Auxiliares de Enfermagem e Médicos
  1. Confirmar o paciente e o procedimento a ser realizado.
Esses procedimentos devem ser realizados ante do paciente entrar na sala de operação e após sair.

Durante a primeira hora pós-cirurgia é necessário que sejam realizados esses procedimentos de 15 em 15 minutos e questionar sobre o bem-estar do paciente.

  1. Reunir o material na bandeja.
  1. Confirmar o paciente perante a pulseira de identificação.
  1. Orientar o paciente sobre o procedimento de verificação de temperatura.
  1. Realizar a assepsia do termômetro.
  1. Colocar o termômetro na região axiliar com o sensor em contato direto na pele do paciente.
  1. Aguardar o termômetro digital apitar para realizar sua leitura.
  1. Realize o registro do valor no prontuário.
  1. Caso a temperatura corporal esteja abaixo dos 36oC, é necessário utilizar uma manta térmica descartável até a mesma se estabelecer na faixa aceitável.
REFERÊNCIAS:

  1. BARRETTA, Jeana; AUDA, Jéssica; BARANCELLI, Marcia; ANTONIOLLI, Daiane Postoperative in cardiac surgery: reflecting about nursing care. Research Journal: Care is Fundamental [Online], Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p. 259-264, ja./mar. 2017.
  2. DE MATTIA, A. L. et al. Hypothermia in patients during the perioperative period. Journal of School of Nursing – University of São Paulo, São Paulo, v. 46, n. 1, p. 60-66, 2012.
  3. NASCIMENTO, P. D. F. S.; BREDES, A. C.; DE MATTIAS, A. L. Complicações em idosos em Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA). Revista SOBECC, São Paulo, v. 20, n. 2, p. 63-72, abri./jun. 64-72.
  4. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Segundo desafio global para a segurança do paciente: Cirurgias seguras salvam vidas (orientações para cirurgia segura da OMS). Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Rio de Janeiro, p. 211. 2009.

A dor pós-operatória imediata é considera como uma das principais manifestações nos pacientes submetidos a cirurgias (PANAZZOLO, SIQUEIRA, et al., 2017). Desta forma o Quadro 4 apresenta o POP proposto para a avaliar a dor aguda dos pacientes na SRPA.

Quadro 4 – POP para Avaliação e Controle da Dor Aguda na SRPA.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP

AVALIAÇÃO E CONTROLE DA DOR AGUDA NA SRPA

Responsável Enfermeiro
Tempo de Execução 20 minutos a 2 horas
Objetivo Manter o paciente sem a presença de dor aguda (PANAZZOLO, et al., 2017).
Materiais Caneta e prontuário.
AGENTES PROCESSOS OBSERVAÇÕES
Enfermeiros, Técnicos de enfermagem, Auxiliares de Enfermagem e Médicos
  1. Confirmar o paciente e o procedimento a ser realizado.
Esses procedimentos devem ser realizados durante a primeira hora após de 15 em 15 minutos. Após a primeira hora os procedimentos devem ser realizados a cada 30 minutos, até constatar a ausência de dor aguda.
  1. Confirmar o paciente perante a pulseira de identificação.
  1. Orientar o paciente sobre a escala numérica da dor, a qual varia de 0 a 10 (zero – ausência de dor e 10 – máxima dor).
  1. Identificar a intensidade da dor.

– Dor com intensidade ≤ 4 é considerada como aceitável.

– Dor de intensidade > 4 é considerada como dor aguda.

  1. – Dor fraca pode ser controlada com anti-inflamatórios (AINH), dipirona, paracetamol e adjuvantes.

– Dor moderada pode ser controlada com opioides fracos (tramadol, codeína).

– Dor aguda é necessário opioides potentes (morfina, a metadona ou o fentanil)

  1. Após identificar o nível da dor é necessário estipular o opioide mais indicado, bem como a dosagem correta.
REFERÊNCIAS:

  1. BARRETTA, Jeana; AUDA, Jéssica; BARANCELLI, Marcia; ANTONIOLLI, Daiane Postoperative in cardiac surgery: reflecting about nursing care. Research Journal: Care is Fundamental [Online], Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p. 259-264, ja./mar. 2017.
  2. MORO, E. T.; BRILHA, G. T.; MARIANO, K. R. Implantação de protocolo para avaliação e manuseio da dor aguda na sala de recuperação pós-anestésica de hospital terciário de Sorocaba. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, Sorocaba, v. 14, n. 3, p. 95-99, set. 2012. Disponivel em:

<https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/8658/pdf>. Acesso em: 28 março 2018.

  1. PANAZZOLO, Priscila Scheffler; SIQUEIRA, Fernanda Duarte; PORTELLA Monique; STUMM, Eniva; COLET, Christiane. Pain evaluation at the post-anesthetic care unit of a tertiary hospital. Journal Pain [online], São Paulo, v. 18, n. 2, p. 38-42, jan./mar. 2017.

O Quadro 5 apresenta o POP para aferir a pressão arterial dos pacientes da SRPA.

Quadro 5 – POP para Aferição da Pressão Arterial

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP

AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL

Responsável Enfermeiro
Tempo de Execução 20 minutos a 1 hora
Objetivo Verificar a pressão arterial do paciente (CECILIO, PENICHE e POPOV, 2014).
Materiais Bandeja, esfigmomanômetro, estetoscópio, algodão, álcool etílico a 70%, caneta e prontuário.
AGENTES PROCESSOS OBSERVAÇÕES
Enfermeiros, Técnicos de enfermagem, Auxiliares de Enfermagem
  1. Confirmar o paciente e o procedimento a ser realizado.
Esses procedimentos devem ser realizados ante do paciente entrar na sala de operação e após sair.

Durante a primeira hora pós-cirurgia é necessário que sejam realizados esses procedimentos de 15 em 15 minutos e questionar sobre o bem-estar do paciente.

Valores de Referência:

Normotenso (Adultos): Sistólica: 90 a 130 mmHg

Diastólica: 60 a 85 mmHg

Normotenso (Crianças): Sistólica: 60 a 90 mmHg

Diastólica: 30 a 60mmHg

  1. Reunir o material na bandeja.
  1. Confirmar o paciente perante a pulseira de identificação.
  1. Realizar a desinfecção do estetoscópio e esfigmomanômetro
  1. Orientar o paciente sobre o procedimento de verificação de pressão arterial.
  1. Posicionar, se possível, o paciente sentado.
  1. Posicionar o braço na altura do coração com a palma da mão voltada para cima.
  1. Colocar o manguito, de tamanho adequado ao braço, a 4 cm acima da prega do cotovelo, ajustando-o ao braço sem apertar.
  1. Localizar a artéria branquial por palpação, segurar o diafragma do estetoscópio sobre ela (evitar pressão muito forte).
  1. Fechar a válvula da pêra do manguito e insuflar o manguito até sentir cessar os batimentos da artéria (± 200 mm/hg).
  1. Soltar lentamente a válvula da pêra até auscultar o primeiro batimento, (pressão sistólica), e observar a equivalência no manômetro.
  1. Continuar a descompressão considerando a pressão diastólica quando houver um abafamento do som, e observar sua equivalência no manômetro.
  1. Abrir a válvula a após a saída de todo o ar retirar o manguito.
  1. Registrar o procedimento no prontuário do paciente.
REFERÊNCIAS:

  1. CECILIO, A. A. S.; PENICHE, A. D. C. G.; POPOV, D. C. S. Analysis of blood pressure records at post-anesthesia recovery room. Journal Acta Paulista Nursing , São Paulo, v. 27, n. 3, p. 249-254, jun 2014.
  2. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 95, n. 1, p. supl. 1, p. I-III, 2010.

Sabe-se que os sinais vitais são indicadores do estado de saúde e da garantia das funções circulatórias, respiratória, neural e endócrina do corpo. O Quadro 6 tem como intuito propor o POP para aferição de pulso.

Quadro 6 – POP para Aferição de Pulso.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP

AFERIÇÃO DE PULSO PERIFÉRICO

Responsável Enfermeiro
Tempo de Execução 20 minutos a 1 hora
Objetivo Detectar e monitorar arritmias cardíacas, bem como avaliar efeitos de medicamentos que alterem a frequência cardíaca e verificar a frequência, ritmo e amplitude do pulso (NASCIMENTO, BREDES e DE MATTIAS, 2015)
Materiais Relógio com demonstrador de segundos, caneta e prontuário.
AGENTES PROCESSOS OBSERVAÇÕES
Enfermeiros, Técnicos de enfermagem, Auxiliares de Enfermagem
  1. Confirmar o paciente e o procedimento a ser realizado.
Não verificar o pulso no braço onde se fez cateterismo cardíaco.

Valores de Referência:

(batimentos por minuto – bpm)

Bradicárdico:

<60 bpm Normocárdico:

60 a 100 bpm

Taquicárdico:

>100 bpm

  1. Confirmar o paciente perante a pulseira de identificação.
  1. Orientar o paciente sobre o procedimento de verificação de pulso.
  1. Posicionar o paciente de forma confortável.
  1. Localizar a artéria por palpação.
  1. Colocar as polpas digitais dos dedos médio e indicador sobre a artéria comprimindo-a levemente.
  1. Contar os batimentos arteriais durante um minuto.
  1. Registrar o procedimento e valor encontrado no prontuário do paciente.
REFERÊNCIAS:

  1. NASCIMENTO, P. D. F. S.; BREDES, A. C.; DE MATTIAS, A. L. Complicações em idosos em Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA). Revista SOBECC, São Paulo, v. 20, n. 2, p. 63-72, abri. 2015.
  2. TEIXEIRA, C. C.; BOAVENTURA, R. P.; SOUZA, A. C. S.; PARANAGUÁ, T. T. de B.; BEZERRA, A. L. Q.; BACHION, M. M.; BRASIL, V. V. Vital sings measurement: an indicator of safe care delivered to elderly patients. Revista Texto & Contexto – Enfermagem, Florianópolis, v. 24, n. 4, p. 1071-1078, out./dez. 2015.

Quadro 7 apresenta o POP proposto para aferição de respiração, a qual deve ser realizada de forma discreta.

Quadro 7 – POP para Aferição de Respiração.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP

AFERIÇÃO DE RESPIRAÇÃO

Responsável Enfermeiro
Tempo de Execução 20 minutos a 1 hora
Objetivo Verificar alteração na frequência respiratória e monitorar a frequência das vias aéreas superiores e inferiores (XARÁ, MENDONÇA, et al., 2015).
Materiais Relógio com demonstrador de segundos, caneta e prontuário.
AGENTES PROCESSOS OBSERVAÇÕES
Enfermeiros, Técnicos de enfermagem, Auxiliares de Enfermagem
  1. Confirmar o paciente e o procedimento a ser realizado.
Valores de Referência:

(batimentos por minuto)

Adultos:

Bradipneico: <12 rpm

Eupneico: 12 a 22 rpm

Taquipneico: >22 rpmCrianças:

Bradipneico: <20 rpm

Eupneico: 20 a 25 rpm

Taquipneico: >25 rpm

  1. Confirmar o paciente perante a pulseira de identificação.
  1. Orientar o paciente sobre o procedimento de verificação de respiração.
  1. Posicionar o paciente de forma confortável.
  1. Colocar a mão no pulso radial do paciente como se fosse controlar o pulso e disfarçar, observando os movimentos respiratórios durante um minuto.
  1. Registrar o procedimento e valor encontrado no prontuário do paciente.
REFERÊNCIAS:

  1. NASCIMENTO, P. D. F. S.; BREDES, A. C.; DE MATTIAS, A. L. Complicações em idosos em Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA). Revista SOBECC, São Paulo, v. 20, n. 2, p. 63-72, abri. 2015.
  2. TEIXEIRA, C. C.; BOAVENTURA, R. P.; SOUZA, A. C. S.; PARANAGUÁ, T. T. de B.; BEZERRA, A. L. Q.; BACHION, M. M.; BRASIL, V. V. Vital sings measurement: an indicator of safe care delivered to elderly patients. Revista Texto & Contexto – Enfermagem, Florianópolis, v. 24, n. 4, p. 1071-1078, out./dez. 2015.
  3. XARÁ, D.; MENDONÇA, J.; PEREIRA, H.; SANTOS, A.; ABELHA, F. J. Adverse respiratory events after general anesthesia in patients at high risk of obstructive sleep apnea syndrome. Brazilian Journal of Anesthesiology, v. 65, n. 5, p. 359-366, sep./oct. 2015.

Já o Quadro 8 apresenta o POP para avaliar a oximetria, ou seja, avaliar a oxigenação do paciente.

Quadro 8 – POP para Avaliação da Oximetria.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP

AVALIAÇÃO DA OXIMETRIA

Responsável Enfermeiro
Tempo de Execução 1 hora
Objetivo Verificar a saturação parcial de oxigênio nos tecidos através de uma monitorização não invasiva (NASCIMENTO, BREDES e DE MATTIAS, 2015).
Materiais Bandeja, aparelho de oximetria de pulso, algodão e álcool etílico a 70%, removedor de esmalte de unha, caneta e prontuário.
AGENTES PROCESSOS OBSERVAÇÕES
Enfermeiros, Técnicos de enfermagem, Auxiliares de Enfermagem e Médicos
  1. Confirmar o paciente e o procedimento a ser realizado.
Esses procedimentos devem ser realizados mediante sinais e sintomas de alteração de oxigenação do paciente, questionando sobre o bem-estar do paciente.
  1. Reunir o material na bandeja.
  1. Confirmar o paciente perante a pulseira de identificação.
  1. Orientar o paciente sobre o procedimento de verificação da oximetria.
  1. Realizar a assepsia do aparelho de oximetria.
  1. Verificar se as unhas estão sem esmalte e dedos limpos e secos.
  1. Colocar o sensor adequado na polpa digital dos dedos do membro superior, e não exercer pressão sobre o dedo.
  1. Aguardar a apresentação do valor no painel do oxímetro.
  1. Registrar o procedimento no prontuário do paciente.
REFERÊNCIAS:

  1. NASCIMENTO, P. D. F. S.; BREDES, A. C.; DE MATTIAS, A. L. Complicações em idosos em Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA). Revista SOBECC, São Paulo, v. 20, n. 2, p. 63-72, abri./jun. 64-72.
  2. EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES. POP: Oxigenoterapia Hospitalar em Adultos e Idosos – Unidade de Reabilitação o do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Uberaba. 2015.

Sabe-se que é de suma importância que o paciente realize pequenos movimentos enquanto o mesmo se encontra internado. Tais exercícios tem como objetivo evitar complicações. Desta forma, o Quadro 9 apresenta o POP para a promoção da mecânica corporal.

Quadro 9 – POP para Promoção da Mecânica Corporal.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP

PROMOÇÃO MECÂNICA CORPORAL

Responsável Enfermeiro
Tempo de Execução 20 minutos a 1 hora
Objetivo Facilitar o movimento corporal, além de prevenir doenças e restaurar o funcionamento (SILVA, SOUZA e SILVA, 2016).
Materiais Caneta e prontuário.
AGENTES PROCESSOS OBSERVAÇÕES
Enfermeiros, Técnicos de enfermagem, Auxiliares de Enfermagem
  1. Determinar os fatores que indicam a necessidade da promoção da mecânica corporal, bem como qual forma mais adequada.
Existem basicamente dois tipos de exercício prioritários:

1 – Os que aumentam a massa e a força muscular denominados como Isotónicos, Isométricos e Isocinéticos.

2 – Os que promovem o aumento da mobilidade articular: Passivos, Ativo-assistidos, Ativos, Ativos-resistidos.

  1. Reunir o material na bandeja
  1. Confirmar o paciente perante a pulseira de identificação.
  1. Orientar o paciente/ família sobre as técnicas de movimentação.
  1. Ajustar a cama em altura confortável e adequada.
  1. Fixar sondas, cateteres, drenos e equipamentos.
  1. Os exercícios podem ser realizados com o paciente deitado, sentado ou em pé.
  1. Quando sentado, orientar o paciente a sentar na beira do leito por alguns minutos, com as pernas para fora do colchão.
  1. Quando em pé, manter o paciente em pé, ao lado da cama, antes de iniciar.
  1. Ouvir as percepções e atentar às sensações do paciente (tonturas, medo, outras);
  1. Registrar o procedimento no prontuário do paciente.
REFERÊNCIAS:

  1. CECILIO, A. A. S.; PENICHE, A. D. C. G.; POPOV, D. C. S. Analysis of blood pressure records at post-anesthesia recovery room. Journal Acta Paulista Nursing , São Paulo, v. 27, n. 3, p. 249-254, jun 2014.
  2. SILVA, H. V. C. D.; SOUZA, V. P. D.; SILVA, P. C. V. Systematization of perioperative nursing care in a postanesthetic recovery unit. Journal of Nursing UFPE on line, v. 10, n. 10, p. 3760-3767. 2016.
  3. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 95, n. 1, p. supl. 1, p. I-III, 2010.

Por fim, tem-se o POP referente a administração de fármacos, Quadro 10. A SRPA trata-se de um ambiente onde o paciente pode sofrer dores fortes, então é necessário que o enfermeiro saiba como agir perante a administração de medicamentos.

Quadro 10 – POP Administração de Fármacos.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP

ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS

Responsável Enfermeiro
Tempo de Execução 20 minutos a 1 hora
Objetivo Prevenir eventos adversos decorrentes da administração de medicamentos de forma incorreta.
Materiais Bandeja, algodão, álcool etílico a 70%, prescrições médicas caneta e prontuário.
AGENTES PROCESSOS OBSERVAÇÕES
Enfermeiros, Técnicos de enfermagem, Auxiliares de Enfermagem e Médicos
  1. Confirmar o paciente e o procedimento a ser realizado.
Cuidar para que não haja a administração de medicamentos suspensos pelo médico.

Solicitar revisão por um colega sempre que calcular doses para medicamentos potencialmente

perigosos.

O paciente tem o direito de recusar o uso da medicação.

  1. Reunir o material na bandeja.
  1. Conferir se o paciente é alérgico ao medicamento.
  1. Conferir o nome do medicamento, a data de validade, a diluição e o tempo de infusão de acordo com a prescrição médica.
  1. Observar o aspecto da medicação, coloração, precipitação e violação da embalagem.
  1. Conferir a dose prescrita para cada medicamento. Doses escritas com “zero”, “vírgula” e “ponto” devem receber atenção redobrada.
  1. Identificar e confirmar se a via de administração prescrita é tecnicamente recomendada para administrar determinado medicamento.
  1. Preparar a medicação visando garantir que sua administração seja feita sempre no horário correto para garantir adequada resposta terapêutica. Atenta-se para os termos: “ACM”, “se necessário” e “agora” e quando prescritos deverão ser acompanhados da dose, posologia e condições de uso.
  1. Confirmar o paciente perante a pulseira de identificação.
  1. Orientar o paciente sobre o procedimento e também sobre qual medicamento está sendo administrado (nome), justificativa da indicação, efeitos esperando e aqueles que necessitam de acompanhamento e monitorização.
  1. Observar a possibilidade de ocorrer interação medicamentosa e/ou alimentar entre as drogas administradas.
  1. Registrar corretamente a administração do medicamento prescrito no prontuário do paciente, evitando a duplicação da administração do medicamento por outro profissional.
REFERÊNCIAS:

  1. BRASIL. Ministério da Saúde. ANVISA. Protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos. Disponível em:.Acesso em: 6 jul. 2015.
  2. PANAZZOLO, Priscila Scheffler; SIQUEIRA, Fernanda Duarte; PORTELLA Monique; STUMM, Eniva; COLET, Christiane. Pain evaluation at the post-anesthetic care unit of a tertiary hospital. Journal Pain [online], São Paulo, v. 18, n. 2, p. 38-42, jan./mar. 2017.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste estudo foi analisar os procedimentos realizados na SRPA e propor nove procedimentos operacionais padrão com o intuito de auxiliar a equipe de enfermagem a oferecer atendimento eficiente e qualificado para os pacientes durante a passagem pelo local.

Após a análise dos estudos foi possível concluir que alguns procedimentos não ficam claros para a equipe de enfermagem, isso pode ocorrer devido ao deslocamento de profissionais de outras áreas, e também devido a falta de conhecimento sobre determinados aspectos.

Percebe-se, portanto, a necessidade de elaboração de POP para facilitar os procedimentos realizados pela equipe de enfermagem na SRPA, evitando erros e possíveis complicações.

REFERÊNCIAS

BARRETTA, J. C.; AUDA, J. M.; BARANCELLI, M. D. C.; ANTONIOLLI, D. Postoperative in cardiac surgery: reflecting about nursing care. Research Journal: Care is Fundamental [Online], Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p. 259-264, jan./mar. 2017.

CECILIO, A. S.; PENICHE, A. G.; POPOV, D. S. Analysis of blood pressure records at post-anesthesia recovery room. Journal Acta Paulista Nursing , São Paulo, v. 27, n. 3, p. 249-254, jun 2014.

CROSSETTI, M. D. G. O. Revisão integrativa de pesquisa na enfermagem o rigor cientifico que lhe é exigido. Revista Gaúcha Enfermagem [online], Porto Alegre, v. 33, n. 2, p. 8-9, jun. 2012.

DE MATTIA, A. L.; BARBOSA, M. H.; ROCHA, A. M.; FARIAS, H. L.; SANTOS, C. A.; SANTOS, D. M. Hypothermia in patients during the perioperative period. Journal of School of Nursing – University of São Paulo, São Paulo, v. 46, n. 1, p. 60-66, 2012.

EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES. POP: Oxigenoterapia Hospitalar em Adultos e Idosos – Unidade de Reabilitação o do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Uberaba. 2015.

MORO, E. T.; BRILHA, G. T.; MARIANO, K. R. Implantação de protocolo para avaliação e manuseio da dor aguda na sala de recuperação pós-anestésica de hospital terciário de Sorocaba. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, Sorocaba, v. 14, n. 3, p. 95-99, set. 2012.

NASCIMENTO, P. D. F. S.; BREDES, A. C.; DE MATTIAS, A. L. Complicações em idosos em Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA). Revista SOBECC, São Paulo, v. 20, n. 2, p. 63-72, abri. 2015.

NASCIMENTO, P.; JARDIM, D. P. Pacientes de cuidados intensivos em leito de retaguarda na recuperaçao pós-anestésica. Revista SOBECC, São Paulo, v. 20, n. 1, p. 38-44, jan./mar. 2015.

OMS. Segundo desafio global para a segurança do paciente: Cirurgias seguras salvam vidas (orientações para cirurgia segura da. Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Rio de Janeiro, p. 211. 2009.

PANAZZOLO, P. S.; SIQUEIRA, F. D.; Pereira, PORTELLA, M.; STUMM, E. M. F.; COLET, C. F. Pain evaluation at the post-anesthetic care unit of a tertiary hospital. Journal Pain [online], São Paulo, v. 18, n. 2, p. 38-42, jan./mar. 2017.

POPOV, D. C. S.; PENICHE, A. D. C. G. Nurse interventions and the complications in the post-anesthesia recovery room. Journal of School of Nursing – University of São Paulo, São Paulo, v. 43, n. 4, p. 946-954, 2009. ISSN ISSN 0080-6234.

PRADO, K. G.; SILVA, L. F.; GRACIANO, L. P.; DOMINGUES, L. G.; TELLES FILHO, P. C. P.; MICHIGAMI, R. C. M.; RANGEL, S. M.; DANELUZZI, S. R. Centro de recuperação pós-anestésico: observação, análise e comparação. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto , v. 6, n. 3, p. 123-125, jul. 1998. ISSN ISSN 1518-8345.

SILVA, H. V. C. D.; SOUZA, V. P. D.; SILVA, P. C. V. Systematization of perioperative nursing care in a postanesthetic recovery unit. Journal of Nursing UFPE on line, v. 10, n. 10, p. 3760-3767. 2016.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 95, n. 1, p. supl. 1, p. I-III, 2010.

WHITTEMORE, R.; KNAFL, K. The integrative review: updated methodology. Journal of advanced nursing, v. 52, n. 5, p. 546-553, 2005.

XARÁ, D.; MENDONÇA, J.; PEREIRA, H.; SANTOS, A.; ABELHA, F. J. Adverse respiratory events after general anesthesia in patients at high risk of obstructive sleep apnea syndrome. Brazilian Journal of Anesthesiology, v. 65, n. 5, p. 359-366, sep./oct. 2015.

[1] Artigo apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Bloco Cirúrgico, Recuperação Anestésica, Central de Material e Esterilização, turma nº 10 do Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição/Pontifícia Universidade Católica de Goiás.

[2] Enfermeira, especialista em Bloco Cirúrgico, Recuperação Anestésica, Central de Material e Esterilização.

[3] Doutora em Ciências da Saúde – FM-UFG, Doutora – PUC-Go, Mestre em Enfermagem – UFMG, Enfermeira, Docente do CEEN

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Carmen Frankeline Amazonas Raposo dos Santos

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