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Qualidade de vida e estresse no ambiente de trabalho: Uma avaliação dos médicos ginecologistas – obstetras em Macapá e Santana no Estado do Amapá

RC: 33644
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

RÊGO, Aljerry Dias do [1], SARAIVA, Lorena do Socorro Leite [2], BUCAR, Ruy Arudá Ferreira [3], SARAIVA, Thiago Leite [4], SERAFIM, Jeydson Paungarten de Almeida [5], JÚNIOR, Luiz Fabiano Laranjeira [6], BENEVIDES, Pedro Henrique Silva [7]

RÊGO, Aljerry Dias do. Et al. Qualidade de vida e estresse no ambiente de trabalho: Uma avaliação dos médicos ginecologistas – obstetras em Macapá e Santana no Estado do Amapá. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 07, Vol. 03, pp. 90-124. Julho de 2019. ISSN: 2448-0959

RESUMO

Esta pesquisa descreve o perfil sócio ocupacional e estima os níveis de estresse no trabalho e qualidade de vida em médicos ginecologistas e obstetras na cidade de Macapá no estado do Amapá. Objetivos: Avaliar os níveis de estresse ocupacional e qualidade de vida de médicos que atuam na área de Ginecologia-obstetrícia na cidade de Macapá, descrever o perfil sociodemográfico, comparar a qualidade de vida do grupo que realiza plantão com a do grupo que não realiza plantão. Metodologia: Este é um estudo de caráter transversal e descritivo, cuja amostra compreende profissionais médicos que atuam em Ginecologia-obstetrícia. Foram utilizados três instrumentos de pesquisa: Questionário sociodemográfico, questionário do conteúdo do trabalho e questionário de qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde. Resultados: 58,8% (20) são do gênero masculino e 41,2% (14) são do sexo feminino. Houve predomínio da faixa etária entre 41 e 60 anos, a maioria dos entrevistados declarou-se casado 73,5% (25). A maioria 44,1% (15) tem tempo de atuação acima de 20 anos,41,8% afirmou trabalhar de 40 – 80 horas semanais em média. A maior parte tem até três empregos (67,6%), apenas 11,8% (4) já se afastou do trabalho por doença psíquica ou emocional e 19 (55, 9%) afirmou que já faltou ao trabalho, apenas por não estar com vontade de comparecer. De forma Geral a QV desses profissionais é classificada como regular (66,9 ± 10,2). Os indivíduos do sexo feminino apresentaram melhores resultados de qualidade de vida. Comparando-se a qualidade vida entre os grupos de médicos plantonistas e não-plantonistas, o grupo de não-plantonistas apresentou melhores avaliações. A maioria dos trabalhadores se enquadram no modelo de trabalho ativo. Conclusão: Nos domínios Físico, Psicológico e Social apresentam boa QV. No domínio Meio Ambiente apresentam QV Regular. De forma Geral a QV desses profissionais é classificada como Regular. A maioria foi enquadrada no modelo de trabalho ativo que demanda alto controle com alta demanda no trabalho.

Palavras-chave: Estresse no trabalho, qualidade de vida, médicos, ginecologista-obstetra.

INTRODUÇÃO

Durante a formação do médico ginecologista-obstetra, este é exposto a uma carga horária exaustiva com grandes responsabilidades e cobranças. Após três anos de formação o médico deve adentrar o mercado de trabalho. No Brasil, esses profissionais sofrem influência das condições de trabalho, como a falta de infraestrutura, falta de recursos para o atendimento da demanda do serviço, alta jornada de trabalho, baixa remuneração, instabilidade e insegurança. (ASSAIAG, 2010).

Ainda em desenvolvimento e tomando contornos mais sólidos, os programas de pós-graduação stricto sensu em Ginecologia e Obstetrícia (GO) vêm, progressivamente, se aperfeiçoando na formação de recursos humanos na área da Saúde da Mulher (RUDGE, 2008).

Dentre as competências do médico ginecologista-obstetra estão: Acompanhar gestação e puerpério, realizar pré-natal e partos via vaginal ou cesárea, diagnosticar e tratar patologias ginecológicas. Assim esses profissionais lidam com a disparidade no que se refere ao amparo que deveria ser oferecido à população, e o subsequente flagelo de pessoas sob seu encargo, tudo agravado pelas condições de trabalho débeis, provindas de serviços de Saúde sucateados onde a hierarquização do cuidado não é uma garantia. O sofrimento, o adoecimento, e a insatisfação profissional são frequentes consequências da exposição e consequente sobrecarga dos trabalhadores por esses fatores de risco psicossociais, biológicos e químicos (DIAS, 2005).

Dentre as profissões, a carreira médica se encontra em um seleto grupo de exigência física, mental e psicológica, visto que, pela natureza de seu cargo, deve ficar à disposição da sociedade, de seus colegas, e da própria necessidade de atualização da ciência médica. Assim, o profissional médico é vulnerável a uma sobrecarga crescente e gradual, que permeia as ideias de que a situação cansativa e degradante é apenas uma realidade a se resignar, e que as prioridades e expectativas do médico para o presente e futuro são divergentes (ARENSON PANDIKOW, 2012).

Dado esse contexto, perde-se sono, psicoestrutura, desempenho profissional e autoestima. Tudo dá vazão ao paradoxo desconfortável de exercer a profissão escolhida, o que deveria ser prazeroso, em um sistema que saúde que o coloca em posição de se sentir descartável e substituível, uma consequência da viabilização de atendimentos em massa (ARENSON PANDIKOW,2012).

Segundo Boller (2003), os trabalhadores da saúde estressados têm diminuído a capacidade de produção, executam atividades com menor precisão, faltam ao trabalho, adoecem frequentemente, trabalham tensos e cansados, são ansiosos e depressivos, com atenção dispersa, desmotivados e se sentem com baixa realização pessoal. O mesclado das interações entre os profissionais, valores pessoais, expectativas com o ambiente e organização do trabalho compõe uma situação estressante de insatisfação laboral (OLIVARES, 2015).

De acordo com Marinho (1988), a satisfação no trabalho tem sido atribuída a causas que variam desde aspectos da personalidade individual até os contextuais, situados no ambiente onde o indivíduo desempenha sua atividade de trabalho. Dentro dessa ampla variedade de explicações, há perspectivas específicas, cujas diferenças entre si devem ser conhecidas e avaliadas, se deseja redirecionar o conhecimento teórico e a pesquisa sobre a satisfação no trabalho.

A composição de um ambiente de trabalho saudável vem de boas condições materiais, psicológicas e sociais, nisso inclusos relacionamentos interpessoais e produtividade, ambos podendo inclusive se beneficiar e aumentar com um ambiente de trabalho agradável. Indivíduos que não estejam motivados ou satisfeitos precisam de estímulo, visto que a satisfação laboral é o maior gerador de impacto nas organizações (RENNER et al ,2014).

Tais melhorias são ideais quando se considera que a relação do sujeito com o ambiente de trabalho ocupa uma grande percentagem da vida, envolvendo empresas, instituições, colegas e superiores em quantidades enormes de tempo. No caso do médico, o ambiente hospitalar deve ser o mais estável e saudável possível (RENNER et al ,2014).

Estudos mostram que quanto maior a satisfação do trabalhador com o local de trabalho, este apresenta maiores níveis de comprometimento, eficiência, produtividade e rendimento. As pesquisas iniciais sobre as repercussões do estresse ocupacional na vida e saúde dos trabalhadores, na década de 1970, baseavam-se no modelo de estresse de Selye (1936), o qual definiu estresse como uma resposta endócrina não-específica do organismo na tentativa de se adaptar a uma nova condição, e enfatizavam as doenças cardiovasculares (ALVES et al, 2004).

Mais recentemente, pesquisas esclarecem que o estresse pode decorrer de fatores físicos, ambientais ou agentes estressores psicossociais, que agem na modulação do sistema nervoso autônomo, em que tanto o sistema nervoso simpático quanto o parassimpático regulam funções orgânicas, como o ritmo cardíaco, função respiratória e pressão arterial, determinando uma variedade de manifestações do organismo frente ao estresse (BILLMAN, 2011).

Entende-se por estresse ocupacional uma confluência de acontecimentos oriundos do ambiente de trabalho que determinam, ou contribuem para o surgimento de diversos riscos e agravos à saúde do trabalhador. O estresse ocupacional é um processo bastante complexo e nocivo, posto que atinge tanto a saúde do trabalhador quanto a economia mundial, sendo possível verificar a ocorrência em países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento (SCHMIDT, 2013).

Alves, Hökerberg e Faerstein (2013), retomando o modelo teórico de Robert Karasek, explicam que o desgaste psicológico resultante da experimentação continuada e simultânea de altas demandas psicológicas e baixo poder de decisão sobre o processo de trabalho, além do pouco ou nenhum suporte social, podem culminar com a ocorrência de estresse ocupacional, o qual parece ter grande influência nos desfechos deletérios para a saúde do trabalhador (AZEVEDO; NERY; CARDOSO, 2017).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Mundial do Trabalho (OIT), diversas são as repercussões na saúde do trabalhador, decorrentes da exposição continuada aos estressores psicossociais presentes em alguns processos e ambientes de trabalho, de maneira que é possível estabelecer plausível relação entre tal exposição e a ocorrência de doenças psicossomáticas, sintomas de sofrimento psíquico e percepção diminuída de bem-estar (SILVA-JÚNIOR; FISCHER, 2015).

Nas profissões voltadas para o cuidado com as pessoas, como no caso dos trabalhadores em ambiente hospitalar, a organização inadequada do trabalho pode ser um fator de risco para a saúde do trabalhador, posto que estão repetidamente expostos a agentes causadores de estresse e ansiedade e, sem as devidas medidas mitigadoras, a tendência é haver progressiva deterioração de sua saúde e qualidade de vida (ANDRADE; DANTAS, 2013).

Além disso, segundo Azevedo (2017), as longas jornadas de trabalho e a necessidade de trabalhar em esquema de plantão distanciam os médicos de suas famílias, do conforto e de atividades que lhes proporcionam prazer. Trata-se de uma situação com potencial de interferir negativamente na saúde física e mental, a ponto de também comprometer o convívio social, o que contribui significativamente para diminuição da qualidade de vida.

A qualidade de vida no ambiente laboral é diretamente proporcional à satisfação de seus trabalhadores, que depende não só de fatores laborais, como de fatores pessoais: motivação, higiene, educação formal, vida familiar e oportunidades de lazer, todos obviamente fora do ambiente de trabalho, mas essenciais na composição do quadro psíquico e saudável do trabalhador, assim como em sua produtividade (OLIVARES, 2015).

Qualidade de Vida (QV), apesar da grande dificuldade conceitual, é definida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” pela World Health Organization Quality of Life (WHOQOL), em um consenso de diversos especialistas convocados para a tarefa de definir o termo (FLECK, 2000).

Apesar de frequentemente usada de forma descerimoniosa, qualidade de vida tem implicações complexas e subjetivas de acordo com o grupo social ou a pessoa a quem se aplica, onde se fatora conceitos de segurança, liberdade de expressão, conciliação de lazer e trabalho, família, ganho digno, saúde e amor. Não só isso, como QV pode ser definido por todos esses fatores e mais (QUEIROZ,2004).

Saúde e a satisfação no trabalho são componentes significativos para a qualidade de vida de uma população, dessa forma, a presença de estresse ocupacional pode contribuir para piora da qualidade de vida em médicos Ginecologistas-Obstetras.

Os resultados obtidos neste estudo podem servir para criação de políticas públicas para melhoria condições de trabalho e flexibilidade da carga horária dos profissionais e melhor compreensão da rotina de trabalho dos médicos ginecologistas e obstetras na cidade de Macapá.

O presente estudo propõe a avaliação da qualidade de vida e estresse no trabalho de ginecologistas-obstetras de Macapá, para verificação comparativa da real situação deste especialista no nosso meio.

METODOLOGIA

Este é um estudo de corte transversal incluindo médicos ginecologistas-obstetras que atuam na cidade de Macapá no estado do Amapá.

Segundo dados oficiais do Conselho Regional de Medicina do Amapá do ano de 2018, 52 médicos ginecologistas-obstetras atuam no estado do Amapá. Destes, 01 médico está registrado em Monte Dourado, 03 em Laranjal do Jari, 01 em Oiapoque, 01 em Santana e em 41 em Macapá, 05 médicos não possuíam localização registrada no conselho.

São comparados dois grupos:

A – Grupo de ginecologistas-obstetras que fazem plantão;

B – Grupo de ginecologistas-obstetras que não fazem plantão.

Foram incluídos no trabalho em Bachareis em Medicina, com atuação em Ginecologia e obstetrícia, sendo de qualquer faixa etária, de ambos os sexos e que manifestem claramente a vontade de participar da pesquisa e, para tanto, após leitura e concordância, assinem o termo de consentimento livre e esclarecido.

Foi excluído do estudo o entrevistado que não assinou o termo de consentimento livre e esclarecido; Não respondeu todo o questionário; Estava ausente do trabalho (licença, férias, etc.) nas duas semanas prévias à aplicação do questionário;

Foram selecionados para participar do estudo, médicos obstetras com registro no Conselho regional de medicina do Amapá. Os entrevistados foram informados sobre a pesquisa e seus aspectos éticos pelo entrevistador, mediante a apresentação do termo de consentimento livre e esclarecido.

A abordagem dos médicos foi realizada pela pesquisadora responsável, durante o horário de trabalho e no ambiente de atuação destes, no período de junho a julho de 2018. Foi ofertada aos participantes a possibilidade de responder aos questionários em local mais reservado – uma sala do tipo consultório – de modo a garantir sua privacidade e tranquilidade durante a participação na pesquisa, posto que, esta participação demanda cerca de dez minutos, entre apresentação do pesquisador, esclarecimentos da pesquisa, leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO A) e preenchimento de questionários.

O programa utilizado para armazenamento dos dados foi o Microsoft Excel e, na análise estatística, o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences, SPSS Inc,Chicago) versão 17.1 para Windows.

Utilizando o Questionário Sociodemográfico foram coletados dados sobre idade, estado civil, remuneração individual, jornada de trabalho semanal, número de empregos/ocupações, tempo de serviço, entre outros, com vistas a delinear o perfil sócio ocupacional e demográfico dos profissionais. Foi adaptado a partir do questionário multidimensional proposto por Alves et al (2004).

Os instrumentos para avaliação da qualidade de vida variam de acordo com a abordagem e objetivos do estudo. No início dos anos 90 a Organização Mundial da Saúde constatou a ausência de um instrumento que avaliasse Qualidade de Vida dentro de uma perspectiva genuinamente transcultural. Para isto foi criado um Grupo de Qualidade de Vida (Grupo WHOQOL) para desenvolver o Projeto WHOQOL, que tem por objetivo fazer essa análise geral da qualidade de vida na forma transcultural supracitada. Já foi traduzido e validado para o Brasil por um conjunto de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com duas versões do instrumento validadas, o WHOQOL-100 e uma versão abreviada para praticidade, o WHOQOL-bref (WHOQOL GROUP, 1998).

O WHOQOL-bref consta de 26 questões, sendo duas questões gerais de e as demais 24 representam cada uma das 24 facetas que compõe o instrumento original. Assim, diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas é avaliada a partir de 4 questões, no WHOQOL-bref é avaliada por apenas uma questão.

Para avaliação da qualidade de vida, foi utilizado o questionário ―The World Health Organization Quality of Life‖, versão abreviada (WHOQOL-Bref) — traduzido para o português por Fleck e colaboradores —, o qual foi respondido pelos sujeitos de pesquisa.

Trata-se de questionário constituído de 26 questões em escala likert de cinco pontos e que considera os últimos 15 dias vividos pelo respondente. Duas questões referem-se à percepção individual da qualidade de vida, e as demais estão subdivididas em quatro domínios e representam cada uma das 24 facetas, as quais compõem o instrumento original (WHOQOL-100).

São elas: (a) Domínio I – Físico: dor e desconforto, energia e fadiga, sono e repouso, mobilidade, atividades da vida cotidiana, dependência de medicação ou de tratamentos e capacidade de trabalho;

(b) Domínio II – Psicológico: sentimentos positivos, pensamento, aprendizagem, memória e concentração, autoestima, imagem corporal e aparência, sentimentos negativos, espiritualidade, religião e crenças pessoais;

(c) Domínio III – Relações sociais: relações pessoais, suporte (apoio) social, atividade sexual;

(d) Domínio IV – Meio ambiente: segurança física e proteção, ambiente no lar, recursos financeiros e cuidados de saúde; Sociais: disponibilidade e qualidade, oportunidade de adquirir informações e habilidades, participação e oportunidades de recreação/lazer e ambiente físico (poluição, ruído, trânsito, clima e transporte) (THE WHOOQOL GROUP,1998).

Um modelo teórico, já testado em diversos países com diferentes conformações sociais e econômicas, é o Questionário do Conteúdo do Trabalho proposto por Karasek nos anos de 1970, e desenvolvido nas décadas seguintes, se baseia no modelo demanda-controle no trabalho, o qual se fundamenta na organização do trabalho, nas relações entre as demandas e o controle experimentado pelo trabalhador. Além destas duas dimensões, integra o modelo o componente do apoio social, entendido como a interação do trabalhador com os colegas de trabalho, inclusive o chefe (URBANETTO, 2013).

Os cruzamentos de níveis altos e baixos dessas duas dimensões convertem-se em quatro quadrantes, denominados quadrantes do MDC. O de alto desgaste é constituído por baixo controle sobre o trabalho, alta demanda psicológica e é considerado o quadrante de maiores malefícios para a saúde, pois pode ter efeitos nocivos como ansiedade, depressão e fadiga. O quadrante trabalho passivo, de baixo controle sobre o trabalho e baixa demanda psicológica, tem risco de produzir desinteresse e perda de habilidade no trabalho e é considerado o segundo quadrante mais proporcional aos agravos à saúde. O quadrante trabalho ativo, com alto controle sobre o trabalho e alta demanda psicológica, é relativamente menos danoso, pois tem o trabalho visto como um desafio. E, finalmente, o quadrante baixo desgaste, com alto controle no trabalho e baixa demanda psicológica, é considerado o ideal, no qual o trabalhador encontra-se em uma zona de conforto para realizar seu trabalho com eficiência, avidez, e mínima perda pessoal. (URBANETTO, 2013).

De maneira que, em um ambiente em que ocorrem intensas demandas psicológicas e pouco controle sobre o processo de trabalho, com pouco ou nenhum apoio social, há possibilidade de ser desencadeado o alto desgaste, com proporcional risco de agravo à saúde e qualidade de vida do trabalhador (ALVES et al, 2004).

Para o presente estudo, será utilizada a versão resumida do QCT, proposto por Karasek e Theorell em 1988, composta por 17 itens – cinco para avaliar as demandas psicológicas, seis para o controle sobre o trabalho e seis para avaliar o apoio social, cujos scores variam de 5 a 20 pontos, de 6 a 24 pontos, e de 6 a 24 pontos, respectivamente (URBANETTO et al, 2011).

Embora existam outros inventários consistentes com o modelo teórico selecionado (Alves; Hökerberg; Faerstein, 2013), inclusive a versão completa do QCT, optou-se pela versão breve por se tratar de um estudo com múltiplos questionários, cujo tempo dilatado de resposta pode ocasionar desconforto ou cansaço nos participantes. Ademais, a versão breve pode ser considerada funcionalmente equivalente à versão original, não havendo, portanto, prejuízo nos aspectos abordados (ALVES et al, 2004).

Após a contagem das pontuações por dimensão, são estabelecidos quadrantes em que se localizam as atividades de trabalho: alto desgaste no trabalho (alta demanda psicológica e baixo controle); trabalho ativo (alta demanda psicológica e alto controle); trabalho passivo (baixa demanda psicológica e baixo controle) e baixo desgaste (baixa demanda psicológica e alto controle) (ALVES et al, 2004; KARASEK,1979).

Essas quatro combinações, expressando situações específicas de trabalho, podem ser constituídas por quadrantes atravessados por duas diagonais: Diagonal A e Diagonal B (FIGURA 1). A diagonal A determina o risco de distorções de ordem psicológica e física. A principal predição estabelecida aqui é que a maioria das reações adversas das exigências psicológicas, tais como doença física, depressão, ansiedade e fadiga ocorrem quando a demanda do trabalho é elevada e o grau de controle do trabalhador sobre o trabalho é reduzido (Quadrante 1). Na diagonal B, registra-se motivação para desenvolver novos padrões de comportamento. Entretanto, o modelo prediz que trabalho na condição do quarto quadrante, o trabalho passivo, pode conduzir ao declínio na atividade global do indivíduo e à diminuição da capacidade de produzir resoluções para problemas encontrados e atividades diárias (ARAÚJO, T. M. et al., 2003).

FIGURA 1 – Esquema do modelo de demanda-controle de Karasek

(Fonte: ALVES et al, 2004)

O estudo foi submetido à análise e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), com CAAE número: 95598918.8.0000.0003, sendo respeitadas as exigências da Resolução 466/2012, sobre ética em pesquisa envolvendo seres humanos, e os preceitos da Declaração de Helsinque e do Código de Nuremberg.

RESULTADOS

Participaram da pesquisa 34 Ginecologistas-obstetras, os quais estão registrados no Conselho Regional de Medicina do Amapá. Quanto ao gênero, 58,8% (20) são do gênero masculino e 41,2% (14) são do sexo feminino. (TABELA 1)

Houve predomínio da faixa etária entre 41 e 60 anos, o que representou 55,9% da amostra, seguida da faixa entre 20 a 40 anos (29,4%), apenas 5% dos entrevistados tem mais de 61 anos, correspondendo a 14,7% da amostra. A maioria dos entrevistados declarou-se casado 73,5% (25) e 55,9% da raça parda. Com relação à realização de atividade física, 50% dos entrevistados respondeu que pratica alguma atividade e 50% disseram não realizar. (TABELA 1)

Em relação as características ocupacionais destes profissionais, a maioria dos médicos (44,1%) tem tempo de atuação acima de 20 anos. Quanto às horas de trabalho por semana, a maioria (41,8%) afirmou trabalhar de 40 – 80 horas semanais em média e apenas oito (23,5%) trabalham mais de 80 horas por semana. (TABELA 2)

A maior parte (67,6%) tem até três empregos, apenas 11,8% (4) já se afastou do trabalho por doença psíquica ou emocional e 55, 9% (19) afirmou que já faltou ao trabalho, apenas por não estar com vontade de comparecer (absenteísmo voluntário). A maioria 76,5% (26) trabalham em escala de plantão. (TABELA 2)

Quando questionados sobre afastamento por acidentes no local de trabalho a maior parte (67,6%) nunca precisou se afastar e 32,4% (11) já se afastou por acidente. A maioria 88,2% (30) nunca precisou se afastar de suas atividades por doença psíquica ou emocional. (TABELA 2)

Tabela 1 – Distribuição Descritiva das características sociodemográficas de médicos ginecologistas-obstetras que atuam na cidade de Macapá-Ap (2018). (N=34)

N % Média
Faixa Etária 47,5
20-|40 anos 10 29,4%
41-|60 anos 19 55,9%
>60 anos 5 14,7%
Sexo
Masculino 20 58,8%
Feminino 14 41,2%
Estado conjugal
Casado 25 73,5%
Solteiro 2 5,9%
União Estável 3 8,8%
Divorciado 3 8,8%
Viúvo 1 2,9%
Raça
Branco 13 38,2%
Pardo 19 55,9%
Negro 2 5,9%
Atividade Física
Não 17 50,0%
Sim 17 50,0%

(Fonte: Autor)

Tabela 2 – Distribuição Descritiva das características ocupacionais de médicos ginecologistas-obstetras que atuam na cidade de Macapá-Ap (2018) (N=34).

Características Ocupacionais
N % Média Mínimo Máximo Desvio padrão
Nº de empregos
≤3 empregos 23 67,6%
> 3 empregos 11 32,4%
Horas semanais trabalhadas 55,71 30,00 90,00 16,99
≤40 horas 12 35,3%
40-80 horas 14 41,2%
≥80 horas 8 23,5%
Já se afastou do trabalho por doença ou acidente relacionado ao trabalho?
Sim 11 32,4%
Não 23 67,6%
Já se afastou do trabalho por doença psíquica ou emocional?
Sim 4 11,8%
Não 30 2%
Absenteísmo voluntário
Sim 19 55,9%
Não 15 44,1%
Plantão
Não 26 76,5%
Sim 8 23,5%
Tempo de serviço
≤10 anos 11 32,4%
11-|20 anos 8 23,5%
> 20 anos 15 44,1%

(Fonte: Autor)

Quando avaliados subjetivamente sobre a qualidade de vida através do questionário WHOOQL (domínio geral), nenhum entrevistado respondeu que considera sua qualidade de vida muito boa, 29,4% consideram boa, a maioria que corresponde a 47,1% da amostra, nem boa nem ruim e 11,8% considera sua qualidade de vida ruim. (TABELA 3)

Em relação ao questionamento: “Em que medida você acha que a sua vida tem sentido?”, a maior parte (47,1%) dos entrevistados respondeu bastante e extremamente (47,1%). Em relação ao grau de satisfação consigo mesmo, 52,9%, responderam que se encontram muito satisfeitos. (TABELAS 3)

Quando questionados sobre o quanto “aproveita a vida” (domínio psicológico), uma pessoa (2,9%) respondeu nada, seis (17,6%), responderam muito pouco, onze (32,4%), mais ou menos, treze (38,2%) responderam que aproveitam bastante sua vida e três (8,8 %) aproveitam a vida extremamente. Com relação à presença de sentimentos negativos tais como mau humor, desespero, ansiedade, depressão, a maioria (35,3%) respondeu que apresenta “muito pouco” esses sentimentos. (TABELAS 3 e 4)

Quando questionados se possuem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades a maior parte (61,8%) respondeu ‘’muito’’. Com relação ao quanto se sentem seguro(a) em sua vida diária, a maioria (52,9%) respondeu “bastante”. (TABELA 4)

Quando perguntados sobre a aceitação da sua aparência física a maioria (73,5%) respondeu ‘’muito’’. Quando questionados sobre sua satisfação com sua capacidade para o trabalho e para desempenho as atividades do seu dia-a-dia, 23 pessoas (67,6%) e 19 pessoas (55,9%) responderam ‘’muito’’, respectivamente. (TABELA 4)

Avaliados sobre o grau de satisfação com as relações pessoais com amigos, parentes, conhecidos ou colegas (domínio social), seis (17,6%) estão muito satisfeitos, quinze (44,1%) afirmam que estão satisfeitos, onze (32,4%) nem satisfeitos nem insatisfeitos e dois (5,9%) estão muito insatisfeitos. (TABELA 5)

Com relação as condições de moradia e serviços de saúde o maior número (64,7%) dos entrevistados respondeu que está muito satisfeito. (TABELA 5)

Em relação à satisfação com seu sono (domínio físico), uma pessoa (2,9%) respondeu que está extremamente satisfeito, nove (26,5%) encontram-se satisfeitos, onze (32,4%) mais ou menos, sete (20,6%) pouco e seis (17,6%) nada. Na percepção do grau de satisfação com sua vida sexual (domínio psicológico), 52,9 % estavam satisfeitos, 29,4 % nem satisfeitos nem insatisfeitos e 5,9% encontram-se extremamente insatisfeitos. (TABELA 5)

Tabela 3 – Analise descritiva os resultados das respostas do Questionário de Qualidade de Vida de médicos ginecologistas-obstetras que atuam na cidade de Macapá-Ap (2018). (N=34)

N ( %)
Ruim Muito ruim Nem ruim nem boa Boa Muito

Boa

Como você avaliaria sua qualidade de vida? 11(11,8) 4(11,8) 16(47,1) 10(29,4) 0(0)
  Nada Muito Pouco Mais ou Menos Bastante Extremamente
Em que medida você acha que sua dor (física) impede você de fazer o que você precisa? 13(38,2) 15(44,1) 4(11,8) 2(5,9) 0(0)
O quanto você precisa de algum tratamento médico para levar sua vida diária? 14(41,2) 13(38,2) 6(17,6) 0(0) 1(2,9)
O quanto você aproveita a vida? 1(2,9) 6(17,6) 11(32,4) 13(38,2) 3(8,8)
Em que medida você acha que a sua vida tem sentido? 0(0) 1(2,9) 1(2,9) 16(47,1) 16(47,1)
O quanto você consegue se concentrar? 0(0) 0(0) 7(20,6) 21(61,8) 6(17,6)
Quão seguro(a) você se sente em sua vida diária? 1(2,9) 3(8,8) 9(26,5) 18(52,9) 3(8,8)
Quão saudável é o seu ambiente físico (clima, barulho, poluição, atrativos)? 4(11,8) 8(23,5) 10(29,4) 11(32,4) 1(2,9)

(Fonte: Autor)

Tabela 4- Analise descritiva os resultados das respostas do Questionário de Qualidade de Vida de médicos ginecologistas-obstetras que atuam na cidade de Macapá-Ap (2018). (N=34)

N (%)
  Nada Muito Pouco Médio Muito Extremamente
Você tem energia suficiente para seu dia -a- dia? 0(0) 0(0) 12(35,3) 18(52,9) 4(11,8)
Você é capaz de aceitar sua aparência física? 0(0) 0(0) 5(14,7) 25(73,5) 4(11,8)
Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades? 0(0) 2(5,9) 8(23,5) 31(61,8) 3(8,8)
Quão disponíveis para você estão as informações que precisa no seu dia-a-dia? 0(0) 4(11,8) 9(26,5) 20(58,8) 1(2,9)
Quão satisfeito(a) você está consigo mesmo? 0(0) 1(2,9) 8(23,5) 18(52,9) 7(20,6)
Com que frequência você tem sentimentos negativos tais como mau humor, desespero, ansiedade, depressão? 7(20,6) 12(35,3) 10(29,4) 5(14,7) 0(0)

(Fonte: Autor)

Tabela 5- Analise descritiva os resultados das respostas do Questionário de Qualidade de Vida de médicos ginecologistas-obstetras que atuam na cidade de Macapá-Ap (2018). (N=34)

Nada Pouco Mais ou menos Muito Extremamente
N (%)
Quão satisfeito(a) você está com o seu sono? 6 (17,6) 7(20,6) 11(32,4) 9(26,5) 1(2,9)
Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade de desempenhar as atividades do seu dia-a-dia? 1(2,9) 1(2,9) 9(26,5) 19(55,9) 4(11,8)
Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade para o trabalho? 0(0) 1(2,9) 7(20,6) 23(67,6) 3(8,8)
Quão satisfeito(a) você está com suas relações pessoais (amigos, parentes, conhecidos, colegas)? 0(0) 2(5,9) 11(32,4) 15(44,1) 6(17,6)
Quão satisfeito(a) você está com sua vida sexual? 2(5,9) 2(5,9) 10(29,4) 18(52,9) 2(5,9)
Quão satisfeito(a) você está com o apoio que você recebe de seus amigos? 0(0) 2(5,9) 14(41,2) 17(50) 1(2,9)
Quão satisfeito(a) você está com as condições do local onde mora? 0(0) 2(5,9) 3(8,8) 22(64,7) 7(20,6)
Quão satisfeito(a) você está com o seu acesso aos serviços de saúde? 2(5,9) 5(14,7) 11(14,7) 14(41,2) 2(5,9)
Quão satisfeito(a) você está com o seu meio de transporte? 0(0) 1(2,9) 4(11,8) 21(61,8) 8(23,5)

(Fonte: Autor)

A Qualidade de vida dos ginecologistas-obstetras apresentou tendência central centralizada na média, visto que todos os domínios apresentaram distribuição normal (p>0.05) pelo teste de Shapiro-Wilk. Apenas no domínio Psicológico (71,6) apresentam Boa QV. No domínio Meio Ambiente (62,4), físico (69,5), e Social (64,2) apresentam QV Regular. De forma Geral a QV desses profissionais é classificada como regular (66,9 ± 10,2). (TABELA 6)

Tabela 6 – Análise descritiva dos escores com base na subdivisão da escala de Qualidade de Vida entre os médicos ginecologistas-obstetras que atuam na cidade de Macapá-Ap (2018). (N=34)

Média Mínimo Mediana Máximo Desvio padrão
Físico 69,5 39,3 75,0 92,9 13,1
Psíquico 71,6 37,5 75,0 95,8 12,3
Social 64,2 25,0 66,7 91,7 16,5
Ambiente 62,4 34,4 60,9 81,3 11,0
Qv total 66,9 41,0 68,6 88,8 10,2

(Fonte: Autor)

Com Base no Teste de Normalidade Shapiro-Wilk, ao nível de significância de 5%, observamos que os escores do Domínio Físico, Psíquico, Ambiental, QV Total apresentam distribuição Normal. (TABELA 7)

Tabela 7- Teste de Normalidade Shapiro-Wilk para os Escores da Qualidade de Vida e Estresse no Trabalho entre os médicos ginecologistas-obstetras que atuam na cidade de Macapá-Ap (2018). (N=34)

Shapiro-Wilk
Estatística df Sig.
Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida- WHOQOL-bref
FÍSICO ,953 34 ,156
PSÍQUICO ,954 34 ,166
SOCIAL ,913 34 ,011
AMBIENTE ,957 34 ,194
QV TOTAL ,986 34 ,929
Questionário de Estresse no Trabalho
TOTAL DP ,851 34 ,000

(Fonte: Autor)

Comparando a qualidade de vida dos profissionais em relação ao sexo, nos domínios Físico e Psíquico, as mulheres apresentaram melhores resultados. Em relação ao domínio social e ambiental os homens apresentaram melhores avaliações. De uma forma geral, a qualidade de vida dos indivíduos do sexo feminino apresentou melhores resultados, porém sem diferença significativa entre os grupos. (TABELA 8)

N Média Desvio Padrão Erro padrão da média P-valor
INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA- WHOQOL – BREF
FÍSICO 0,490*
Masculino 20 68,214 10,1612 2,2721
Feminino 14 71,429 16,6928 4,4613
PSÍQUICO 0,322*
Masculino 20 69,792 13,0280 2,9131
Feminino 14 74,107 11,2255 3,0001
SOCIAL 0,691*
Masculino 20 65,000 15,1985 3,3985
Feminino 14 63,095 18,6952 4,9965
AMBIENTE 0,462*
Masculino 20 63,594 12,0082 2,6851
Feminino 14 60,714 9,6291 2,5735
QV TOTAL 0,850*
Masculino 20 66,650 10,0030 2,2367
Feminino 14 67,336 10,8869 2,9096

Tabela 8- Avaliação da qualidade de Vida e Nível de Estresse no Trabalho em relação Sexo de médicos ginecologistas-obstetras que atuam na cidade de Macapá-Ap (2018). (N=34) (Fonte: Autor)

Comparando-se a qualidade vida entre dois grupos plantonistas e não-plantonistas, em todos os domínios (Físico, psíquico, social, ambiental) o grupo de não plantonistas apresentou melhores avaliações, resultados que refletem na qualidade de vida total desses profissionais que apresentou melhores resultados. (TABELA 9)

Tabela 9- Avaliação da qualidade de Vida comparando grupo de médicos ginecologistas-obstetras plantonistas e não-plantonistas que atuam na cidade de Macapá-Ap (2018). (N=34)

N Média Desvio Padrão P-valor
NSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA- WHOQOL-BREF
FÍSICO 0,056*
Plantonistas 26 67,170 127,383
Não- Plantonistas 8 77,232 119,122
PSÍQUICO 0,341*
Plantonistas 26 70,353 120,949
Não- Plantonistas 8 75,521 130,698
SOCIAL ,031**
Plantonistas 26 61,859 153,067
Não-Plantonistas 8 71,875 188,654
AMBIENTE 0,353*
Plantonistas 26 61,418 119,877
Não-Plantonistas 8 65,625 66,815
QV TOTAL 0,074*
Plantonistas 26 65,200 93,766
Não-Plantonistas 8 72,563 114,401

*P-valor: Foi calculado com base no Teste T para amostra independentes ao nível de significância de 5%.

** P-valor: Foi calculado com base no Teste de U-Mann- Whitney, para o nível de significância de 5%.

(Fonte: Autor)

A maioria (73,50%) dos trabalhadores se enquadra de acordo com o modelo de Karasek (1970) em trabalho ativo, cinco pessoas (14,70%) como alto desgaste, quatro pessoas (11,70%) como baixo desgaste e nenhum (0) trabalhador foi classificado como trabalho passivo. (TABELA 10)

TABELA 10 – Classificação do tipo de trabalho de acordo com o modelo de Karasek. (N=34).

TIPO DE TRABALHO N %
Trabalho ativo 25 73,50%
Trabalho passivo 0 0
Baixo desgaste 4 11,70%
Alto desgaste 5 14,70%

(Fonte: Autor)

A maioria dos entrevistados (73,5%) respondeu que frequentemente seu trabalho é exigente, sete (20,6%) responderam às vezes, três (8,8%) raramente e apenas uma pessoa (2,9%) respondeu que seu trabalho nunca exige demais. (TABELA 12)

Quando questionados se os trabalhadores têm tempo suficiente para cumprir todas as tarefas de seu trabalho, a maioria (52,9%) respondeu ‘’ás vezes’’. A maioria (44,1%) também afirmou que seu trabalho frequentemente costuma apresentar exigências contraditórias ou discordantes. (TABELA 12)

Em relação a pergunta ‘’Com que frequência você tem que trabalhar intensamente (produzir muito em pouco tempo)?’’, a maior parte (64,7%) dos médicos responderam ‘’frequentemente’’ e que apenas ‘’ás vezes’’ 52,9% conseguem realizar todas as suas tarefas. (TABELA 12)

A maior parte (64,7 %) respondeu que frequentemente tem que realizar suas tarefas de trabalho com muita rapidez, oito (23,5%) responderam às vezes, quatro (11,8%) raramente e nenhum entrevistado respondeu que nunca precisa fazer suas atividades rapidamente. (TABELA 12)

Todos os 34 (100%) entrevistados, responderam que seu trabalho exige que eles tomem iniciativa e que necessita de conhecimento especializado e muita habilidade. (TABELA 11)

A maioria (47,1%) dos profissionais dizem que tem a oportunidade de aprender algo novo em seu trabalho, dez (29,4%) dizem que às vezes, cinco (14,7%) relataram que raramente aprendem algo novo em seu trabalho. (TABELA 11)

Quando perguntados se precisam repetir as mesmas tarefas em suas ocupações, 94,1% (32) responderam que frequentemente repetem a mesma tarefa e o restante (25,9%), respondeu às vezes. (TABELA 11)

Quando questionados se podem escolher como e o que fazer o seu trabalho, a maior parte respondeu ‘’ás vezes’’ com porcentagem de 52,9% e 35,3% respectivamente. (TABELA 11)

A maioria (32,4%) discorda totalmente que exerce suas funções em um lugar calmo e agradável, nove (26,5%) apenas discordam e doze (35,3%) concordam. A grande maioria (61,8%), discorda que se relaciona bem uns com os outros. 55,9% (19) concordam que se não estiverem num bom dia, seus colegas compreendem e 64,7% (22) referem gostar de trabalhar com seus colegas. (TABELA 12)

A maior parte (67,6%), respondeu que pode contar com o apoio de seus colegas de trabalho, sete (20,6%) discordam e um (2,9%) discorda totalmente. 61,8% concordam que tem uma boa relação com seus chefes. (TABELA 12)

Tabela 11 – Analise descritiva os resultados das respostas do Questionário de Estresse no Trabalho de médicos ginecologistas-obstetras que atuam na cidade de Macapá-Ap (2018). (N=34)

DEMANDA NO TRABALHO
N (%)
Nunca Raramente Às vezes Frequentemente
Com que frequência você tem que fazer suas tarefas de trabalho com muita rapidez? 0(0) 4(11,8) 8(23,5) 22(64,7)
Com que frequência você tem que trabalhar intensamente (isto é, produzir muito em pouco tempo)? 2(5,9) 3(8,8) 10(29,4) 19(55,9)
Seu trabalho exige demais de você? 1(2,9) 1(2,9) 7(20,6) 25(73,5)
Você tem tempo suficiente para cumprir todas as tarefas de seu trabalho? 2(5,9) 2(5,9) 18(52,9) 12(35,3)
O seu trabalho costuma apresentar exigências contraditórias ou discordantes? 3(8,8) 2(5,9) 14(41,2) 15(44,1)
CONTROLE NO TRABALHO
Você tem possibilidade de aprender coisas novas em seu trabalho? 3(8,8) 5(14,7) 10(29,4) 16(47,1)
Seu trabalho exige muita habilidade ou conhecimentos especializados? 0(0) 0(0) 0(0) 34(100)
Seu trabalho exige que você tome iniciativas? 0(0) 0(0) 0(0) 34(100)
No seu trabalho, você tem que repetir muitas vezes as mesmas tarefas? 0(0) 0(0) 2(5,9) 32(94,1)
Você pode escolher COMO fazer o seu trabalho? 5(14,7) 1(2,9) 18(52,9) 10(29,4)
Você pode escolher O QUE fazer no se trabalho? 9(26,5) 2(5,9) 12(35,3) 11(32,4)

(Fonte: Autor)

Tabela 12 – Analise descritiva os resultados das respostas do Questionário de Estresse no Trabalho de médicos ginecologistas-obstetras que atuam na cidade de Macapá-Ap (2018). (N=34)

APOIO SOCIAL
N (%)
Discordo totalmente Discordo Concordo Concordo totalmente
Existe um ambiente calmo e agradável onde trabalho? 11(32,4) 9(26,5) 12(35,3) 2(5,9)
No trabalho, nos relacionamos bem uns com os outros? 2(5,9) 21(61,8) 2(5,9) 1(2,9)
Eu posso contar com o apoio dos meus colegas de trabalho? 1(2,9) 7(20,6) 23(67,6) 3(8,8)
Se eu não estiver num bom dia, meus colegas compreendem? 5(14,7) 8(23,5) 19(55,9) 2(5,9)
No trabalho, eu me relaciono bem com meus chefes? 0(0) 2(5,9) 21(61,8) 11(32,4)
Eu gosto de trabalhar com meus colegas? 3(8,8) 1(2,9) 22(64,7) 8(23,5)

(Fonte: Autor)

Comparando-se o grupo de plantonistas e não plantonistas, do total de médicos da amostra (n=34), 25 foram classificados no modelo de trabalho ativo dentre eles, 19 são plantonistas e 6 não-plantonistas. Entre os classificados embaixo desgaste (4), a divisão entre os grupos foi igualitária, cinco entrevistados foram classificados como alto desgaste e todos fazem parte do grupo de plantonistas. (TABELA 13)

Tabela 13 – Classificação do escore da escala de estresse de médicos ginecologistas-obstetras plantonistas e não-plantonistas que atuam na cidade de Macapá-Ap (2018). (N=34).

TRABALHO

ATIVO

BAIXO

DESGASTE

ALTO

DESGASTE

P VALOR
Grupo N = 25 % N=4 % N=5 % N TOTAL=34 p 0,212
Plantonistas 19 76% 2 50% 5 100%
Não- plantonistas 6 24% 2 50% 0 0,00%

(Fonte: Autor)

Observação: nenhum profissional se enquadrou no modelo de Trabalho passivo.

DISCUSSÃO

Este estudo é pioneiro em avaliar a qualidade de vida e estresse no trabalho desta especialidade médica no estado. Estudo semelhante foi realizado no Amapá com anestesiologistas em 2017.

Ainda de acordo com Martins (1995) a insalubridade psicológica inerente ao trabalho médico pode gerar distúrbios psicológicos e psiquiátricos em pessoas mais vulneráveis.

Responderam aos questionários da pesquisa 34 Ginecologistas-obstetras, o que corresponde a 65,3% dos médicos registrados no conselho regional de Medicina do Amapá em 2018. Em um trabalho semelhante realizado com Anestesiologistas a adesão foi de 77,2% (17) profissionais do estado (JUNIOR, 2017).

Quanto ao gênero, 58,8% (20) são do gênero masculino e 41,2% (14) são do sexo feminino o que corrobora com outros estudos realizados com população médica. Nos estudos de Torres (2011) 64,6% eram de sexo masculino e 33,6% sexo do feminino.

Em relação ao absenteísmo voluntário, mais da metade (55,9%) dos participantes referiu já ter faltado ao trabalho apenas porque não estava com vontade de comparecer. Segundo Aguiar (2000), as ausências no trabalho acarretam diversos problemas para a organização e, na maioria das vezes, indica existência de problemas relacionados às condições de higiene e segurança no trabalho e, ainda a insatisfação dos trabalhadores.

Indagados quanto à frequência com que praticavam atividade física, 50% (17) dos participantes disseram que praticam alguma atividade física e a outra metade da amostra disse não realizar, resultados semelhantes aos encontrados no estudo de Santos (2011) em médicos anestesiologistas indagados quanto à frequência com que praticavam atividade física, 17,9% dos participantes disseram que nunca praticaram, 51,3% disseram praticar atividades às vezes e 30,8% afirmaram sempre praticar atividade física.

Assim como foi observado no trabalho Miranzzi et al. (2010), os relacionamentos sociais (domínio social) dos médicos deste trabalho também foram considerados satisfatórios, conferindo aspecto positivo para a qualidade das atividades prestadas, uma vez que o equilíbrio e o suporte na vida pessoal podem interferir diretamente no desempenho dos atendimentos e processo de trabalho em saúde, uma vez que os médicos que participaram desta pesquisa relatam de uma forma geral, ter bom relacionamento com amigos e familiares e poder contar com o apoio destes.

Os médicos desta pesquisa manifestaram-se satisfeitos com as condições de moradia (domínio meio-ambiente), julgando saudável este ambiente, corroborando com um trabalho realizado com Médicos que atuam na Estratégia Saúde da Família em Minas Gerais (MIRRANZI et al.,2010)

Neste estudo os profissionais médicos se julgam com boa capacidade para realizarem as atividades diárias, energia suficiente, boa mobilidade, boa capacidade de trabalho, possuem pouca dor e menor dependência de substâncias medicamentosas (domínio físico), o que também foi observado no estudo de Mathias em 2017.

Em um estudo sobre qualidade de vida com médicos residentes (DIAS,2016), a faceta que avalia o quão satisfeita a pessoa está com o seu sono apresentou-se como regular, o que indica que o tempo de sono dos participantes não é suficiente para obter o descanso, o mesmo foi observado neste estudo, uma vez que a maioria dos participantes afirma que se encontra mais ou menos satisfeita com seu sono.

Quando comparada a qualidade de vida dos médicos em relação ao sexo, as mulheres apresentaram melhores resultados nos domínios Físico e Psíquico. Em relação ao domínio social e ambiental os homens apresentaram melhores avaliações. De uma forma geral, a qualidade de vida dos indivíduos do sexo feminino apresentou melhores resultados. Já em um estudo realizado sobre qualidade de vida de médicos em João Pessoa-PB (AZEVEDO,2017), houve evidências de que o fato do médico ser do sexo feminino contribuiu negativamente para a qualidade de vida já que estas apresentaram resultados inferiores.

Os médicos ginecologistas-obstetras apresentaram qualidade de vida considerada como Boa no domínio psicológico e nos demais domínios (Meio ambiente, Físico e Social) de forma geral, a QV é classificada como regular. 29,4% dos profissionais avaliam sua qualidade de vida como boa e nenhuma avalia como muito boa e a maioria (47,1%) nem boa nem ruim. Diferente do que foi encontrado em um estudo realizado com médicos intensivistas no ano de 2017 em Aracaju – SE, em que QV geral foi considerada ruim.

Os dados aqui produzidos demonstraram que a qualidade de vida se correlacionou negativamente com a realização de plantões noturnos já que comparando-se os dois grupos, o grupo que trabalha em escala de plantão apresentou menor qualidade de vida, o que indica que esta prática influencia na menor qualidade de vida dos profissionais de saúde o que também foi observado nos trabalhos com médicos de Santos (2011) e Azevedo (2017). A jornada de trabalho prolongada e imprevisível que é inerente à carreira médica aparta o indivíduo do conforto mental, familiar e do ócio, de forma a interferir de forma prejudicial na saúde biológica e psicológica, comprometendo o convívio social, e consequentemente diminuindo a QV. (AZEVEDO,2017)

De acordo com os resultados obtidos, os profissionais precisam realizar suas tarefas com muita rapidez, de forma intensa (produzir muito em pouco tempo) e que somente “ás vezes”’ tem tempo pra cumprir todas suas atividades e sentem que frequentemente são muito exigidos.

Os participantes desta pesquisa referem que seu trabalho exige que eles tomem iniciativa e que necessita de conhecimento especializado e muita habilidade e a maioria dos profissionais dizem que tem a oportunidade de aprender algo novo em seu trabalho. Relatam que frequentemente precisam repetir as mesmas tarefas.

A maioria refere que não exercem suas funções em um lugar calmo e agradável. Entretanto, referem bom relacionamento e compreensão de seus colegas no local de trabalho e que gostam de trabalhar com estes, referem também bom relacionamento com seus chefes.

A maioria dos Ginecologistas-obstetras se enquadram de acordo com o modelo de Karasek (1970) em um modelo de trabalho ativo, o que demonstra apesar da alta demanda psicológica os trabalhadores possuem alto controle sobre seu trabalho.

Todos os trabalhadores que se enquadraram no modelo de trabalho de alto desgaste (alta demanda e baixo controle) são do grupo de plantonistas. Este grupo possui maior risco de adoecimento psíquico ou físico em função do trabalho.

Apesar do número limitado de participantes, o estudo tem importantes implicações para futuras pesquisas com os instrumentos WHOOQL e Questionário de conteúdo do trabalho, com profissionais da saúde.

Vale ressaltar a necessidade de estudos adicionais que possam acrescentar informações sobre a área aqui trabalhada. Para estudos futuros, podem-se levar em conta outros aspectos que envolvem a saúde de profissionais utilizando -se outros questionários, tais como: Escala de Afetos Positivos e Negativo, Escala de Vitalidade Subjetiva, Questionário de Saúde Geral (QSG-12), Escala de Avaliação da Fadiga, Inventário de Burnout de Maslach e Escala de Satisfação com a Vida.

Como limitações do presente estudo, podemos citar a amostra pequena e limitada a uma realidade específica, e a ausência de algumas variáveis categorizadas por sexo, que poderiam esclarecer melhor os motivos das diferenças encontradas, o que não invalida a importância dos resultados identificados.

Destaca-se que a relevância do estudo está no fato de usar uma metodologia inédita na literatura e que sua maior importância está na potencialidade de motivar discussões nas práticas de trabalho a que se submetem os estes profissionais e gerar uma autoavaliação que pode servir para reflexão do médico sobre sua rotina e da forma como ele se sente em relação à seu trabalho como Ginecologista-obstetra.

CONCLUSÃO

Dos médicos entrevistados, 58,8% são homens, 55,9% se encontram na faixa etária entre 41 e 60 anos, a maioria (73,5%) são casados e mais da metade (55,9%) se declaram da raça parda, 44,1% dos entrevistados tem mais de 20 anos de atuação na profissão, 41,8% trabalha de 40 – 80 horas semanais. A maior parte (67,6%) tem até três empregos, apenas 11,8% já se afastou do trabalho por doença psíquica ou emocional e 55,9% afirmaram que já faltaram ao trabalho, apenas por não estar com vontade de comparecer (absenteísmo voluntário). A maioria 76,5% trabalha em escala de plantão.

De forma geral a qualidade de vida dos médicos ginecologistas-obstetras foi considerada regular (66,9 ± 10,2). Os indivíduos do sexo feminino apresentaram melhores resultados, porém sem diferença significativa entre os grupos.

Comparando o grupo de médicos plantonistas e não plantonistas, o grupo que realiza plantão apresentou piores resultados em relação á qualidade de vida.

Em relação ao questionário de conteúdo do trabalho, a maioria (73,50%) dos se enquadrou em trabalho ativo, o que confere menor risco de desenvolvimento de estresse no trabalho.

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[1] Possui graduação em Faculdade de Medicina pela Universidade Federal do Pará (1995). Atualmente é médico do Hospital da Mulher Mãe Luiza, Secretaria da Saúde (SESA), professor auxiliar a nível 1 da Universidade Federal do Amapá e filiado da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Amapá., atuando principalmente nos seguintes temas: residência médica, esquistossomose mansônica, experimental, incontinência urinária e ginecologia-obstetrícia.

[2] Possui graduação em Bacharel de Medicina pela Universidade Federal do Amapá (2015) e Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade Federal do Amapá (2019).

[3] Acadêmico do 11° período do curso de medicina da Universidade Federal do Amapá.

[4] Acadêmico do 11° período do curso de medicina da Universidade Federal do Amapá.

[5] Acadêmico do 11° período do curso de medicina da Universidade Federal do Amapá.

[6] Acadêmico do 11° período do curso de medicina da Universidade Federal do Amapá.

[7]Acadêmico do 11° período do curso de medicina da Universidade Federal do Amapá.

Enviado: Maio, 2019.

Aprovado: Julho, 2019.

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Thiago Leite Saraiva

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