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A influência da ginástica laboral como fator colaborador no desempenho dos funcionários de uma empresa: novos olhares

RC: 88507
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SILVA, Antônio Kleber de Lima [1], FRANCO, Ayer Barsanulfo [2]

SILVA, Antônio Kleber de Lima. FRANCO, Ayer Barsanulfo. A influência da ginástica laboral como fator colaborador no desempenho dos funcionários de uma empresa: novos olhares. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 06, Vol. 08, pp. 100-112. Junho de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/colaborador-no-desempenho

RESUMO

O respectivo estudo possui por objetivo maior, refletir sobre o que é a Ginástica laboral e quais são seus principais benefícios aos trabalhadores, em seu campo laboral. Assim para auxiliar na metodologia desse trabalho, optou-se por uma pesquisa exploratório-bibliográfica, frente a utilização das obras de autores como: Bom (2011); Cañete (2001); Deustch (2012); Lima (2004); Vasconcelos (2010); dentre outros, que com a riqueza de suas obras literárias, muito contribuíram para a sustentação desse estudo. Contudo, a Ginástica Laboral foi criada com a intenção de propiciar um programa de atividades físicas, que ao serem realizadas no ambiente e durante o expediente laboral, melhoram de forma muito significativa a qualidade de vida dos trabalhadores, que de forma dirigida por um profissional de Educação Física, poderá propiciar a melhora da consciência corporal, o combate ao sedentarismo, bem como melhorar a capacidade funcional do colaborador, favorecendo também o relacionamento social e a disposição para as jornadas de trabalho. Acredita-se que esse trabalho poderá auxiliar a literatura que envolve a respectiva temática aqui supracitada, podendo servir assim, para outros frutos.

Palavras-Chave: Ginástica, Laboral, Benefícios, Colaborador, Qualidade.

INTRODUÇÃO

A qualidade de vida no trabalho é um fator de suma importância e vem cada vez mais sendo estudado por especialistas, para avaliar esta qualidade, é avaliado o chamado clima organizacional, que se conceitua como o medidor da qualidade do ambiente de trabalho em termos de relação psicológica entre os profissionais que ali atuam e como esta relação influencia o comportamento das pessoas dentro deste ambiente.

A qualidade de vida pode ser mensurada e pode indicar até mesmo a motivação do colaborador, quando o professor universitário gosta do local em que labora, este atua com base em um sentimento de bem-estar, tem vontade de permanecer no local, de interagir com os alunos e colegas e tem satisfação de ali estar.

Dentro deste contexto, pode-se perceber que um ambiente de trabalho que ofereça boas condições, onde haja qualidade de vida, há clima organizacional saudável e produtivo geram um ciclo de influências que acabará por expandir comportamentos construtivos que levarão qualidade de vida aos participantes deste ambiente (BEZERRA, 2011).

Segundo Chiavenato (2004) as pessoas passam a maior parte de seu tempo na organização, em um local de trabalho, que constitui seu habitat”.Deste modo, é possível afirmar que o ambiente de trabalho se caracteriza por condições físicas e materiais e por condições psicológicas e sociais.

Aspectos como Segurança; Higiene; Saúde no trabalho; um ambiente agradável; Boa iluminação; Espaço adequado; Materiais necessários; ginástica laboral facilita para que haja qualidade de vida no trabalho.

Assim, a Ginástica laboral é algo de suma importância e que atuando na prevenção de LER/DORT para os colaboradores em uma empresa.

Frente a essas considerações esse estudo buscou verificar quais os benefícios da Ginástica Laboral para o trabalhador, onde pode-se constatar que a GL minimiza e previne possíveis dores das Lesões por esforços repetitivos e pode promover o bem-estar no local de trabalho, bem como pode melhorar todos os sintomas de LER/DORT favorecendo a vascularização fazendo com que o funcionário não sinta dores aumentando a sua produtividade.

Assim, esse estudo possui por objetivo geral: Analisar os benefícios da GL para os colaboradores, frente suas atividades laborais contínuas e diárias. Já os objetivos Específicos são: culminaram em: -Identificar os exercícios que podem influenciar no tratamento de LER/DORT; -Compreender os benefícios adquiridos a partir da prática da GL; -Verificar fatores que levam funcionários a recusar a participação no programa de GL; -Identificar a influência da GL no desempenho do trabalho e – Avaliar se a prática da ginástica laboral influencia na aquisição de um estilo de vida saudável.

A Ginástica laboral tem sido grande aliada na prevenção de doenças ocupacionais, tem atuado para o alívio das dores causadas pela má postura, a mesma possui a função de orientar e prevenir esses problemas, como exemplo, pode-se analisar os trabalhadores que permanecem por longas horas em posição estática, realizando movimentos repetitivos em frente ao computador, havendo assim, uma grande preocupação com os movimentos repetitivos das mãos e a má postura da coluna vertebral.

A Ginástica Laboral é realizada no ambiente de trabalho com as mesmas vestimentas que o funcionário utiliza no seu cotidiano, tem duração de 10 a 15 minutos, é composta por uma série de exercícios físico simples e rápido, que favorece o equilíbrio entre o corpo e mente, relaxando e renovando o ânimo e a disposição dos funcionários, seus benefícios são muitos: redução da carga de estresse e das dores musculares, bem como melhoria da concentração, aumento da produtividade, disposição, flexibilidade, postura, e da circulação.

Em decorrência de várias experiências vividas com diversos trabalhadores em seu ambiente de rotinas laborais, constatou-se a relação do sofrimento e relatos de dores musculares resultante unicamente do excesso de esforço de uma mesma articulação durante o trabalho, diante disso, surgiu-se o interesse em buscar mais pesquisas e artigos que apresentassem trabalhos de prevenção e tratamento para com estes colaboradores.

Através disso, notou-se que o esforço repetitivo e má postura durante a execução das atividades realizadas podem trazer grandes prejuízos tanto de curto quanto em longo prazo para o trabalhador, assim, a ginástica laboral é um dos principais métodos que beneficiam os profissionais na prevenção de doenças ocupacionais como Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).

Dessa forma, este estudo se classifica como pesquisa bibliográfica, de natureza exploratória e qualitativa, frente à utilização de uma considerável e importante revisão literária, executada sobe algumas pesquisas em sítios especializados sobre o assunto na internet, artigos científicos, dissertações e teses, além de livros e revistas da área.

Com a utilização deste tipo de pesquisa, foi possível elaborar um estudo mais profundo sobre o tema abordado. O referencial teórico auxiliou de forma muito significativa, para a elaboração desse estudo, pois abrangeu fontes de teorias e colocações necessárias, para a construção desse trabalho.

DESENVOLVIMENTO

GINÁSTICA LABORAL: BREVE HISTÓRICO

A ginástica laboral teve seu primeiro registro na Polônia em 1925 e, depois, no Japão em 1928 ela também era conhecida na época por ginástica de pausa. Outros países como a Bélgica e França também apresentam um histórico no pioneirismo da adoção da Ginástica Laboral. Na Polônia os operários se exercitavam com uma pausa adaptada a cada ocupação particular. E a partir de alguns anos depois esta ginástica foi introduzida na Holanda e Rússia (REVISTA CONFEF, 2004).

No início da década de 60, ela começou a ser praticada na Alemanha, Suécia, Bélgica e Japão. Os Estados Unidos adotaram a Ginástica Laboral em 1968 (LIMA citado por FIGUEIREDO e MONT’ALVÃO, 2005).

Segundo Alvarez apud Figueiredo e Mont’Alvão (2005), no Japão a GL era aplicada diariamente aos funcionários dos correios, visando a descontração e o cultivo da saúde, contemplando que após a Segunda Guerra Mundial, o hábito foi difundido por todo o Japão.

Historicamente, o primeiro relato a associar queixas dolorosas nos membros superiores a tipos de atividade de trabalho foi feito, provavelmente, por Ramazzini, em 1713. Apesar de esta primeira associação datar do século XVIII, só recentemente o assunto despertou interesse mundial (MARTINS, 2001).

GINÁSTICA LABORAL NO BRASIL

No Brasil a Ginástica Laboral foi introduzida no ano de 1969 por executivos nipônicos na Ishkawajima Estaleiros S.A[3], uma indústria de construção naval cuja sede se localizada no Rio de Janeiro (DEUTSCH, 2012).

Já em 1973, no Rio Grande do Sul, a FEEVALE e sua escola de Educação Física construíram e edificaram o projeto Educação Física Compensatória e Recreação. Em 1978, ela e o SESI elaboraram e implantaram o projeto Ginástico Laboral Compensatório e Recreação (LIMA, 2004).

Segundo Sfredo (2007) a Ginástica laboral no Brasil, ganha seu maior ápice na década de 90 devido às inúmeras empresas introduzirem em seus expedientes de trabalho a prática de exercícios com a intenção maior de prevenir a LER (lesão por esforço repetitivo).

De acordo com o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) o Profissional habilitado, portador da Cédula de Identidade emitida pelo Sistema CONFEF/CREF é o único responsável e capaz de elaborar o programa de treinamento que será implantado na empresa. Sendo necessário conhecimento técnico e científico para avaliar corretamente os pontos importantes nas diversas áreas da empresa (CONFEF, 2004).

Assim, ainda para o CONFEF/2004 a Ginástica Laboral necessita tornar-se prática contínua, em todas as empresas que desenvolvam funções que produzam movimentos contínuos e repetitivos, devendo a GL ser ministrada por um profissional graduado em Educação Física, habilitado para aplicar, intervir e supervisionar os exercícios realizados no ambiente de trabalho (CONFEF, 2004).

Far-se-á importante ressalvar, assim como pontua Nascimento (2017) que as empresas que descumprirem a inserção da prática da ginástica laboral, quando exigida por suas atividades laborais, poderão arcar com o ônus trabalhista e previdenciário, caso haja a comprovação associada entre a atividade executada na empresa e as doenças identificadas como referente ao grupo das Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho ou DORT.

GL: CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Silva (2004) corrobora em afirmar que Ginástica Laboral pode ser definida como um tipo de atividade física, que é realizada por trabalhadores em seu ambiente laboral, em breves pausas durante o expediente, com o objetivo de minimizar as consequências negativas decorrentes das repetitivas e exaustivas jornadas de trabalho diárias a que são submetidos.

Para Oliveira et al., (2007) a GL é compreendida como a prática voluntária de atividades físicas realizadas por colaboradores coletivamente dentro do próprio local de trabalho, durante sua jornada diária, onde por meio de exercícios específicos, possui por objetivo maior, prevenir e/ou amenizar as doenças decorrentes da atividade que desempenham.

Segundo Mendes e Leite (2004, p.2):

Ginástica Laboral é uma ginástica total que trabalha o cérebro, a mente, o corpo e estimula o autoconhecimento, visto que amplia a consciência e a autoestima e proporciona um melhor relacionamento consistente consigo mesmo, com os outros e com o meio, levando a uma verdadeira mudança interna e externa das pessoas.

Assim, a GL pode ser vista como uma espécie de programa de exercícios físicos, orientados e ministrados por Profissionais de Educação Física, executados no próprio local de trabalho, durante o horário de expediente, de acordo com as necessidades das atividades realizadas por cada função (CREF9/PR, 2014).

Portanto, a Ginástica Laboral é uma maneira de reconhecer, compreender, bem como de estimular as práticas de atividades físicas, considerando-as como ferramenta de promoção da saúde e desempenho profissional (LIMA, 2004).

TIPOS DE GINÁSTICA LABORAL

Diversos autores classificam a Ginástica laboral, tendo-se por base os objetivos e os horários de sua execução, podem ser classificadas em quatro tipos: preparatória, compensatória, de relaxamento e a corretiva (BOM, 2011).

Dessa forma, para Oliveira (2006) compreendem-se por Ginástica laboral preparatória, os exercícios realizados antes da jornada de trabalho, com objetivo principal de preparar o colaborador para o início de sua jornada laboral, aquecendo os grupos musculares solicitados em suas tarefas, despertando-os para que se sintam mais dispostos.

Segundo Cañete (2001) a GL preparatória fornece um rico aperfeiçoamento da coordenação dos movimentos e da musculatura, melhorando de forma benéfica, a execução do trabalho.

Assim como pontua Vasconcelos (2010) ao término das atividades oriundas da GL de relaxamento, possuem por finalidade, preparar os colaboradores para um retorno tranquilo as atividades laborais.

Para Kolling (1980) a Ginástica Laboral compensatória possui por objetivo maior, trabalhar os músculos correspondentes e relaxar os músculos que estão em contração durante a maior parte da jornada de trabalho. Em um programa de GL compensatória é necessário fortalecer os músculos menos usados durante a jornada de trabalho, além de alongar os mais solicitados, proporcionando, dessa forma, compensação dos músculos agonistas para com os antagonistas, de forma mais equilibrada.

Cañete (2001) fomenta que a GL compensatória compreende atividades que devem recrutar a musculatura que é pouco utilizada durante a execução do trabalho e permitir o relaxamento dos músculos e articulações mais sobrecarregados durante o expediente, combatendo o excessivo estresse nos mesmos.

Oliveira (2006) corrobora em afirmar que a Ginástica laboral Compensatória abarca exercícios físicos que serão praticados durante o expediente de trabalho, em suma são aplicados frentet a uma pausa ativa de 3 a 4 horas após o início do expediente, tendo como objetivo aliviar a tensões e fortalecer os músculos do colaborador.

Oliveira (2006) pontua que a Ginástica Laboral de Relaxamento é praticada no final do expediente laboral, possuindo assim por objetivo, relaxar o corpo e especificamente, extravasar tensões das regiões que acumulam mais tensão, levando-se em consideração ser de suma importância que haja o desenvolvimento de exercícios específicos que culminem em relaxar o colaborador, principalmente em trabalhos com excesso de carga horária ou em serviços de cunho intelectual.

De acordo com Cañete (2001) a GL corretiva que sendo utilizada durante as pausas no expediente, possui por intencionalidade, restabelecer o antagonismo muscular, através de atividades que promovam o encurtamento da musculatura que está alongada e o alongamento daquela que se encontra encurtada.

A Ginástica Laboral Corretiva culmina em combater e minimizar os efeitos negativos advindos por estruturas ergonômicas inadequadas ocorridas no ambiente de trabalho, por parte do colaborador, onde esse tipo de atividade busca encontrar o equilíbrio muscular, fortalecendo os músculos fracos e, por conseguinte, alongar os músculos encurtados, diminuir o tensionamento da musculatura do colaborador, podendo ser realizada diariamente, pelo tempo de 10 minutos (CAÑETE, 2001).

Segundo Oliveira (2007, p.6):

A aplicabilidade dessa ginástica tem como objetivo trabalhar grupos específicos dentro da empresa, em conjunto com a área da medicina do trabalho, da enfermagem e da fisioterapia, com a finalidade de recuperar casos graves de lesões, de limitações e de condições ergonômicas.

Contudo, para Vasconcelos (2010) a GL Corretiva possui por objetivo geral, alongar os músculos responsáveis pelas alterações de postura e o desconforto decorrente destes desvios.

BENEFÍCIOS

Segundo Chiavenato (2004, p.145) “os indivíduos passam grande parte de seu tempo na organização, em um local de trabalho, que constitui seu habitat”. Deste modo, é possível afirmar que o ambiente de trabalho se caracteriza por condições físicas e materiais e por condições psicológicas e sociais.

Neste contexto, é sabido que é dever das empresas, proporcionar programas que protejam a integridade física e mental de seus colaboradores, preservando-os de riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas (CHIAVENATO, 2004).

Dessa forma, as empresas podem contar com o auxílio da Ginástica Laboral, que proporciona inúmeros benefícios, seja para o colaborador, seja para a própria empresa ao qual ele faz parte. Pode além de prevenir e amenizara as LER/DORT, também tem apresentado resultados positivos mais rápidos e diretos com a melhora do relacionamento interpessoal e o alívio das dores corporais (OLIVEIRA, 2006).

A Ginástica Laboral é responsável pela redução de despesas por afastamento médico, acidentes e lesões, melhorando a imagem da instituição perante os funcionários e a sociedade, além de aumentar a produtividade e qualidade (CONFEF, 2004).

Segundo Bom (2011, p. 28):

A GL proporciona aos trabalhadores ganhos em termos de saúde, ao permitir uma diminuição de queixas de dor e fadiga muscular, melhorando a circulação sanguínea; aumento da sensação de bem-estar e uma maior disposição para executar as funções no trabalho; desenvolve a consciência corporal; melhora na postura; diminuição do estresse, depressão e ansiedade e favorece um bom relacionamento interpessoal com a equipe.

Assim, a principal finalidade das atividades oriundas da GL consiste na promoção de condições laborais que garantam o mais elevado grau de qualidade de vida no trabalho, protegendo a saúde dos trabalhadores, promovendo o bem-estar físico, mental e social de cada um dos colaboradores de uma determinada empresa (CREF09/PR, 2014).

Os programas de atividades da GL promovem a saúde mental, física e social do colaborador, onde pode-se citar alguns de seus benefícios. Para Pagliari (2002, citado por VASCONCELOS, 2010, p. 22):

I) Fisiológicos – Provoca o aumento da circulação sangüínea em nível da estrutura muscular, melhorando a oxigenação dos músculos e tendões e diminuindo o acúmulo do ácido lático; – Melhora a mobilidade e flexibilidade músculo articular; – Diminui as inflamações e traumas; – Melhora a postura; – Diminui a tensão muscular desnecessária; – Diminui o esforço na execução das tarefas diárias; – Facilita a adaptação ao posto de trabalho; – Melhora a condição do estado de saúde geral.

II) Psicológicos – Favorece a mudança da rotina; – Reforça a autoestima; – Mostra a preocupação da empresa com seus funcionários; – Melhora a capacidade de concentração no trabalho.

III) Sociais – Desperta o surgimento de novas lideranças; – Favorece o contato pessoal; – Promove a integração social; – Favorece o sentido de grupo – se sentem parte de um todo; – Melhora o relacionamento.

Dessa forma, consegue-se assim refletir acerca dos possíveis benefícios da Ginástica laboral, considerada como ferramenta de suma importância, estando ela voltada a prevenir possíveis doenças, distúrbios e disfunções que venham a adquirir no ambiente laboral, onde sua finalidade exclusiva encontra-se estabelecida em oferecer uma maior qualidade de vida para o colaborador, relacionados assim com bem-estar tanto físico quanto emocional, sendo esta ferramenta mais efetiva contra as ameaças que os colaboradores da empresas deparam-se em sua rotina diária.

Por meio das atividades advindas da Ginástica Laboral, as empresas podem se privilegiar de alguns benefícios já comprovados. Assim, a influência benéfica da atividade física sobre a dimensão da qualidade de vida, se dá por meio de diversos aspectos, principalmente no que se refere a diminuição do estresse e melhor manutenção das tensões próprias das atividades laborais.

De acordo com Polito e Bergamaschi (2002) o colaborador quando participa do programa de atividades que a Ginástica laboral propõe, recebe inúmeros proventos, levando-se em consideração que grande parte dos exercícios dispostos durante o programam, objetivam minimizar o impacto e o estresse muscular, que o indivíduo vivencia durante sua jornada de trabalho.

Segundo Figueiredo e Alvão (2005) a Ginástica Laboral como tipo de atividade física realizada durante a jornada de trabalho, estruturada com exercícios de compensação aos movimentos repetitivos à ausência de movimentos, possui por benefício corrigir as posturas desconfortáveis, que em suma, ocorrem durante o período de trabalho do colaborador.

Para Martins (2001) as atividades físicas realizadas durante ou após a jornada de trabalho, agem de maneira terapêutica, possibilitando assim a diminuição do estresse, por meio do alongamento e do relaxamento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao término desse estudo, pode-se concluir o quão a Ginástica Laboral culmina em exercícios físicos de suma importância que realizados no ambiente de trabalho, propiciam diversos benefícios aos colaboradores, melhorando a saúde, evitando e prevenindo lesões por traumas cumulativos como lesões por esforços repetitivos (LER) e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, bem como algumas doenças ocupacionais.

Dessa forma, contanto com o apoio de importantes autores que estruturaram esse trabalho, e que, por conseguinte, abordam com riqueza de detalhes, os tipos de Ginástica Laboral e as inúmeras vantagens que o colaborador ao realizar exercícios físicos, mesmo que de baixa intensidade, em seu ambiente de trabalho, poderão se privilegiar, como o alívio do estresse e a diminuição de tensões adquiridas durante seu dia de atividades, contribuindo também para a consciência corporal, a reeducação postural, melhorando assim a qualidade de vida dos colaboradores de uma determinada empresa. Com base em pesquisas bibliográficas, foi possível abordar e discutir os resultados encontrados, no que tange refletir que é dever das empresas, proporcionar programas que protejam a integridade física e mental de seus colaboradores, preservando-os de riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas.

Partindo desses pressupostos, fica evidente, portanto, que a Ginástica Laboral é eficiente na prevenção das doenças ocupacionais, na melhoria da qualidade de vida do colaborador e na redução do absenteísmo.

Diante do exposto, pode-se assim compreender acerca da Ginástica laboral nas empresas são ferramentas de suma importância, culminando para aumentar e melhorar o bem-estar físico e mental, dos colaboradores, visto que estas ações estão relacionadas a diversos fatores, sendo eles ambientais, sociais, ergonômicos, dentre outros, constituindo assim um bem individual e coletivo, melhorando a qualidade de vida desses trabalhadores.

Frente às reflexões que esse estudo abarca, conclui-se que a Ginástica Laboral pode ser considerada como importante programa de atividades físicas destinadas aos colaboradores, durante seu expediente laboral, que se baseia em técnicas de alongamento, respiração, percepção corporal e compensação dos músculos, as quais a empresa ao adotar essa práticas contínuas e diárias, terá diversos benefícios, pois ao preservar a saúde de seus colaboradores, terá mais qualidade em todos os fatores como vital, social e cultural.

Espera-se que com esse estudo, possa-se também ajudar a preencher lacunas teóricas no entendimento acerca do assunto, através do fornecimento de conclusões fáticas que, além de seu interesse geral e específico no âmbito de fomentar acerca da importância de fomentar a Ginástica Laboral e seus benefícios, podendo servir de base para futuros trabalhos.

REFERÊNCIAS

BARROS; A. J. da S.; LEHFELD, N. A. de S. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

BRASIL. Conselho Federal de Educação Física – CONFEF. Eliane Polito (Ed.). Ginástica Laboral. Revista E. F., São Paulo, n. 13, p.4-11, ago. 2009. Mensal.

BEZERRA, Aline de Sousa. Clima Organizacional: Fatores Que Influenciam Na Empresa Xyz. Picos: UFPI, 2011.

CONFEF – Conselho Federal de Educação Física. Ginástica laboral. Brasília. 2004. Disponível em: <https://www.confef.org.br/extra/revistaef/arquivos/2004/N13_AGOSTO/02_GINASTICA_LABORA.PDF>. Acesso em: 15 de Nov. De 2020.

CREF – CONSELHO REGIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA . Guia oficial para o empresário: como contratar Programas de Ginástica Laboral com segurança, legalidade e resultados. Curitiba: CREF-R9, 201.

BOM, Marion Costa De. Ginástica Laboral: Uma Ferramenta Inteligente Para Os Recursos Humanos Das Empresas. Criciúma. 2011. Disponível em: <http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/1587/1/Marion%20Costa%20de%20Bom.pdf Acesso em: 15 de Nov. De 2020.

CAÑETE, I. Desafio da empresa moderna: a ginástica laboral como um caminho. 2ª ed. São Paulo: Ícone, 2001.

CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. São Paulo: Makron, 2004.

DEUTSCH, S. Ginástica Laboral: por que investir? Escritório, 2012.

DIAS, M. F. M. Ginástica laboral: Empresas gaúchas têm bons resultados com ginástica antes do trabalho. Proteção, V. 6, n. 29. p. 24 – 25, mai. 1994.

FIGUEIREDO F; ALVÃO M.A. Ginástica laboral e Ergonomia. Rio de Janeiro: Sprint, 2005.

HALF, Robert. Absenteísmo no trabalho: tudo que você precisa saber sobre o assunto. 2019. Disponível em: <https://www.roberthalf.com.br/blog/dicas/absenteismo-no-trabalho-tudo-que-voce-precisa-saber-sobre-o-assunto-rc>. Acesso em: 16 de Nov. de 2020.

KOLLING, A. Ginástica laboral compensatória. Revista Brasileira de Educação Física e Desporto. 1980; 44: 20-3.

LIEBSCHER, P. Quantitywithquality? Teachingquantitativeandqualitativemethods in a LIS Master’sprogram. Library Trends, v. 46, n. 4, 1998, p. 668-680.

LIMA, D. G. Ginástica Laboral: Metodologia de Implantação de Programas com abordagem Ergonômica, Jundiaí- SP, Ed. Fontoura, 2004.

MARTINS, C. O. Ginástica laboral no escritório. Jundiaí, SP: Fontoura, 2001.

MENDES, R. A.; LEITE, N. Ginástica laboral: princípios e aplicações práticas. São Paulo: Manole, 2004.

NACIMENTO, Gabriela Simone. Relações entre Ginástica Laboral, Estilo de Vida e o Profissional de Educação Física. 2005. 45 f. Monografia (Graduação) – Educação Física / Unicamp, Campinas, 2005.

OLIVEIRA, João Ricardo Gabriel de. A Importância Da Ginástica Laboral Na Prevenção De Doenças Ocupacionais. Prefeitura Municipal de Sorriso – MT – Brasil. Faculdade Centro Mato-Grossense Sorriso – MT – Brasil. Revista de Educação Física. 2006; 139:40-49.

OLIVEIRA, Chrysóstomo Rocha de et al.Manual prático de LER – Lesões por Esforços Repetitivos. Belo Horizonte: Health. 2007.

SCHARINGER, João F. ISHIKAWAJIMA. 2014. Disponível em: <https://www.lexicarbrasil.com.br/ishikawajima/>. Acesso em: 16 de Nov. de 2020.

POLITO E; BERGAMASCHI E.C. Ginástica laboral: teoria e prática. Rio de Janeiro: Sprint, 2002.

SFREDO, Diego Teixeira. A Prática Da Ginástica Laboral (Gl) Em Uma Indústria De Impressora Têxtil Da Cidade De Curitiba. Curitiba. 2007. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/49196/MONOGRAFIA%20DIEGO%20TEIXEIRA%20SFREDO.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 14 de Nov. De 2020.

SILVA, Daiane Cristina Rodrigues da. Projeto: Laboral Exercício Saúde. Ribeirão Preto, 2004. Disponível em: <http://exerciciosaude.vilabol.uol.com.br/projetolaboral1.htm>. Acesso em: 15 de Nov. De 2020.

VASCONCELOS, Lucimara Candida. Eficácia de um programa de ginástica laboral no hospital evangélico de londrina, na diminuição de absenteísmo dos colaboradores relacionados a distúrbio osteomusculares. LINS – SP 2010. Disponível emm: <http://www.unisalesiano.edu.br/biblioteca/monografias/49584.pdf>. 16 de Nov. de 2020.

APÊNDICE – REFERÊNCIA DE NOTA DE RODAPÉ

3. A Ishikawajima do Brasil Estaleiros S/A foi um estaleiro brasileiro, instalado na Ponta do Caju cidade do Rio de Janeiro. Essa empresa pertenceu a multinacional japonesa Ishikawajima-Harima Heavy Industries, e se instalou no Brasil no final da década de 1950, sendo ela vendida ao consórcio Emaq-Verolme em 1994(SCHARINGER, 2014).

[1] Educação Física – Bacharel (Cursando).

[2] Educação Física – Bacharel.

Enviado: Maio, 2021.

Aprovado: Junho, 2021.

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