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Dermatite atópica: a psicossomática na perspectiva da Gestalt-terapia

RC: 91267
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

VERMUDT, Ângela [1], MALLMANN, Loivo José [2]

VERMUDT, Ângela. MALLMANN, Loivo José. Dermatite atópica: a psicossomática na perspectiva da Gestalt-terapia. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 07, Vol. 06, pp. 32-52. Julho de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/gestalt-terapia

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo refletir a respeito da doença dermatológica, chamada Dermatite Atópica, que vem afetando cada vez mais pessoas no mundo. É uma doença considerada alérgica e que possui sintomas psicossomáticos. Estes, embora possam ser diferentes de uma pessoa para outra, apresentam-se como uma clara influência que a mente tem no corpo do sujeito atópico durante a aparição e o curso da doença. Esta enfermidade pode surgir como uma forma de expressar por meio da pele problemas emocionais e por isso pode ser relacionada com a Psicologia. Objetiva-se também neste trabalho fazer aproximações do tema da Dermatite Atópica com a linha teórica da Gestalt-terapia, utilizando os conceitos de Contato, Ajustamento Criativo; Doença Saúde e Cura. É um estudo bibliográfico exploratório de cunho qualitativo, que tem objetivo de auxiliar no conhecimento da doença e trazer um possível modo de tratamento por meio da psicoterapia com uso de técnicas da Gestalt-terapia.

Palavras-chave: Dermatite Atópica, Psicossomática, Gestalt-terapia, Contato.

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho aborda a doença alérgica que tem tendência à cronicidade, conhecida como Dermatite Atópica (DA)[3], que vem afetando diversas pessoas na atualidade, fazendo com que o aumento do número de casos seja considerado um problema de saúde pública. A doença tem como característica principal o surgimento de lesões na pele e uma sensação de coceira. Por meio de estudos bibliográficos sobre a doença foi possível descrever diversas características psicossomáticas que auxiliam a entender mais o caso clínico dos pacientes e demonstrar como é possível expressar na pele, sentimentos e emoções. A problemática que norteia este trabalho é a seguinte: Como um profissional da área da Psicologia, pode auxiliar no tratamento da pessoa que possui a DA, entendendo esta pelo viés da psicossomática e analisando tais aspectos pela perspectiva da Gestalt-terapia (GT)[4]?

Este tema foi escolhido não apenas pelo aumento do número de casos, mas também devido a várias dificuldades que foram encontradas nos atendimentos aos sujeitos atópicos durante a realização do estágio obrigatório no último ano do curso de Psicologia. Este foi realizado em um hospital Universitário de Curitiba durante o período de agosto de 2018 até o mês de junho de 2019, juntamente com o apoio de uma equipe multidisciplinar que trata pacientes com DA na instituição.

Tem-se como objetivos deste trabalho definir e caracterizar a dermatite atópica, descrever o que é a Psicossomática e relacionar a DA com a GT. Com isto busca-se, conhecer mais sobre esta doença e auxiliar as pessoas com enfermidades psicossomáticas, sob o viés da linha teórica da GT.

Este trabalho foi um estudo bibliográfico exploratório, de cunho qualitativo, elaborado a partir de diversos livros e portais eletrônicos como: Google Acadêmico, Scielo, Pepsic, BVS (Biblioteca Virtual de Saúde), BVS-Psi (Biblioteca Virtual de Saúde – Psicologia), Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Portal EBSCO, Sophia Biblioteca Online Unibrasil. Nas pesquisas para a seleção dos textos foram utilizadas as palavras-chave: Dermatite Atópica; Dermatite Atópica e Psicologia; Gestalt-terapia e Psicossomática; Gestalt-terapia e Dermatite Atópica; Psicodermatologia; Doenças Alérgicas; Gestalt-terapia e Contato; Gestalt-terapia e Doenças de Pele; Gestalt-terapia e Doenças. Os critérios de inclusão utilizados foram: artigos, dissertações e teses publicados a partir de 2000, no idioma português; estudos teóricos ou empíricos qualitativos. Os critérios de exclusão são: artigos no idioma inglês e espanhol; estudos quantitativos; produções anteriores a 2000 e livros em português relacionados com a temática.

2. DERMATITE ATÓPICA – CARACTERIZAÇÃO

O conceito dermatite atópica “reúne a palavra grega atopos (em lugar errado) e eczema ou dermatite, que é a inflamação da pele” (GREVERS; RÖCKEN, 2003, p. 138). O termo eczema atópico é aceito como sinônimo de DA (CASTOLDI, et al., 2010); Assim como o termo ‘Eczema Flexural’ (ANTUNES et al., 2017). A DA é uma dermatose inflamatória crônica, com prurido de moderado a intenso, e é caracterizada por evoluir em surtos e por ter um caráter hereditário (CAMPOS, et al., 2017).

“Entende-se por prurido uma sensação cutânea desagradável que leva o indivíduo a coçar-se muitas vezes, tem um grande impacto na qualidade de vida do paciente, especialmente quando há privação do sono” (CARVALHO; ALCHORNE, 2014, p. 94).

A DA manifesta-se em duas formas: a Extrínseca ou Alérgica, que está associada à sensibilização a alérgenos e elevado nível de imunoglobina E (IgE) sérica, e a forma Intrínseca, ou Não Alérgica, que não possui sensibilização a alérgenos e baixos níveis de IgE. Este trabalho citará apenas a dermatite Extrínseca que afeta de 70% a 80% dos pacientes com a doença (RULLO, 2006).

O indivíduo atópico é aquele que quando está em contato com estímulos ambientais variáveis, reage anormalmente, por meio de mecanismos imunológicos e fisiofarmacológicos anormais (AZULAY-ABULAFIA et al., 2007). De acordo com Brunet (2006), esta reação anormal é mais conhecida como alergia, que nada mais é do que uma reação excessiva do organismo a algo que lhe é estranho. Os agentes causadores de alergia podem ser algo de origem vegetal, animal ou química (antígenos), gerando diversas formas de manifestação, como por exemplo, irritação respiratória, espirros repetitivos, coceiras, entre outros.

Nosso sistema imunológico trabalha de um modo organizado, fazendo com que os anticorpos sejam produzidos de acordo com necessidades específicas. Como todos os sistemas, este pode desregular, tornando-se insuficiente ou sendo reativo demais (como alergias, onde o organismo produz anticorpos de modo exagerado como no caso da DA). O ideal é ter um sistema imunológico que trabalhe de forma equilibrada (BRUNET, 2006).

A manifestação da DA ocorre por meio de lesões cutâneas e chega até a descamação na fase crônica (AZULAY-ABULAFIA et al., 2007). Em todas as fases da dermatite o prurido é extremamente intenso. Este decorre da ativação de fibras nervosas não mielinizadas (fibras CMi) na dermepapilar e na epiderme. Entre os possíveis fatores desencadeadores e/ou agravadores da DA, além dos antígenos, tem-se os fatores ambientais, agentes infecciosos (como por exemplo, bactérias, fungos e vírus), alimentos, além do estresse físico e emocional (CASTOLDI et al., 2010).

Crianças de até 2 anos com DA tendem a apresentar lesões na face e couro cabeludo. Na fase pré-puberal, as crianças desenvolvem lesões nas dobras antecubitais e poplíteas, nas dobras do pescoço e, em casos raros, atinge também a face (BRUSCKY; MELO; SARINHO, 2017). Já no período da puberdade até a fase adulta as lesões podem atingir todas as áreas de flexura, dorso das mãos, pés e dedos além de aparecer no pescoço (RULLO, 2006).

De acordo com Rullo (2006), os critérios clínicos essenciais para o diagnóstico da DA são: 1. Prurido; 2. Morfologia e distribuição (locais onde as áreas foram afetadas, se estiverem de acordo com a idade); 3. Demonstração da cronicidade e reincidência; 4. Histórico familiar de atopia. Outros critérios que auxiliam nesse diagnóstico são: 1. Início precoce; 2. Xerose (desidratação da pele); 3. Atopia (reatividade IgE). Para que o diagnóstico da DA possa ser confirmado é necessário excluir outras possíveis doenças de pele, como escabiose, dermatite alérgica de contato, dermatite seborréica, psoríase e ictiose (RULLO, 2006).

Azulay-Abulafia, et al. (2007), trazem cuidados específicos indicados para indivíduos com a doença da atopia: banhos mornos com sabonetes suaves, ou mesmo sem sabonete nas fases crônicas; após o banho se faz ideal a hidratação da pele. Ainda que no tratamento da dermatite sejam utilizados corticoides, são indicados os menos potentes, com dosagem suficiente para o controle do quadro clínico, pois o uso prolongado desses fármacos pode gerar muitos problemas.

“Nas últimas três décadas o número de pacientes com DA dobrou ou mesmo triplicou na maior parte do mundo, constituindo um importante problema de saúde pública, principalmente nos países industrializados” (CAMPOS et al., 2017, p. 6).

Com o crescimento do número de pessoas afetadas pela doença, no Brasil, foram criados locais de apoio para os sujeitos atópicos. Para promover a saúde dos portadores de DA foi criada em 1997 a Associação de Apoio à Dermatite Atópica (AADA). A sede da entidade em Curitiba localiza-se junto à Sociedade Paranaense de Pediatria e no Hospital Evangélico Mackenzie de Curitiba funciona a Escola da Atopia, que dá apoio a crianças com DA.

Nas últimas décadas “o papel dos fatores psicológicos sobre a patogênese da dermatite atópica, como o estresse, bem como o de perfis de personalidade, tem sido foco da pesquisa psicodermatológica” (FERREIRA; MÜLLER; JORGE, 2006, p. 619). Fatores psicológicos possuem um papel muito importante na manifestação de doenças alérgicas e no sistema imunológico. Relacionar estes dois fatores é um modelo muito promissor para entender a DA, embora ainda não se saiba exatamente como e por quais mecanismos os estressores psicossociais ou traços de personalidade podem ser capazes de afetá-la (FERREIRA; MÜLLER; JORGE, 2006). Analisando estes mecanismos estressores que podem conduzir o curso de doenças, uma interface foi criada para estudar tais casos, conhecida como psicossomática. No campo da Psicologia vários estudos foram realizados nos últimos anos envolvendo a temática da DA. A Psicanálise e a Teoria Cognitivo Comportamental são as abordagens que mais realizaram pesquisas sobre o tema.

3. PSICOSSOMÁTICA

O conceito “Psicossomática ou Psicossomático é a junção de duas palavras, Psyche, que significa mente, e Soma, que significa corpo, este termo também pode ser encontrado como Psicofisiológico” (GREENBERG, 2002, p. 35). Segundo o dicionário Dicio (2019), o termo Psicossomática refere-se a um ramo da medicina que trata as inter-relações entre a mente, as emoções e o corpo, analisando especialmente a maneira pela qual os conflitos emocionais influenciam na sintomatologia somática.

De acordo com Cerchiari (2000), o termo Psicossomática surgiu no século XIX, com Heinroth, e refere-se a doenças orgânicas de origem psicológica. Outros autores defendem que “A psicossomática é uma área de estudos que visa relacionar os aspectos biológicos e psicológicos nos processos de saúde e doença” (FERREIRA; MÜLLER; JORGE, 2006, p. 618). Para Perls; Hefferline; Goodman (1997) “[…] a ‘Mente’ torna-se mais assustadora quando começamos a sofrer de enfermidades psicossomáticas” (p. 78). McDougall (2000) afirma que todos os seres humanos têm uma tendência em somatizar quando certas circunstâncias internas ou externas ultrapassam os nossos meios psicológicos de resistência habituais. Essas manifestações psicossomáticas podem ser consideradas como dificuldade de simbolização e verbalização dos sentimentos.

De acordo com Merlet (2003) “Qualquer pessoa, em qualquer ocasião, pode ser afetada por um fenômeno que se denominará psicossomático porque acarreta uma qualquer lesão orgânica, e sua etiologia escapa ao saber médico” (p. 19). Alexander (1989) apud Cerchiari (2000), afirma que, teoricamente, toda doença é psicossomática, uma vez que fatores emocionais influenciam todos os processos do corpo, por meio das vias nervosas humorais e que os fenômenos somáticos e psicológicos ocorrem no mesmo organismo e são apenas dois aspectos do mesmo processo.

Analisando os termos de psicossomática, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças – CID 10, a DA está localizada no código: F45.0 – Transtorno de Somatização – O curso deste transtorno é crônico e flutuante, possui sintomas físicos múltiplos, recorrentes e frequentemente mutáveis. Também podem ser referidos sintomas relacionados a qualquer parte ou sistema do corpo. As sensações gastrointestinais, sensações cutâneas anormais e erupções ou manchas são as mais frequentes (CID-10, 1998).

Um diagnóstico definitivo requer a presença de tudo o que segue:

a) Pelo menos 2 anos de sintomas físicos múltiplos e variáveis para os quais nenhuma explicação adequada foi encontrada;

b) Recusa persistente de aceitar a informação ou o reasseguramento de diversos médicos de que não há explicação física para os sintomas;

c) Certo grau de comprometimento do funcionamento social e familiar atribuível à natureza dos sintomas e ao comportamento resultante (CID-10, 1998, p.160).

O termo psicossomático não está sendo mais usado na Décima Edição da Classificação Internacionais de Doenças (CID-10), porque o uso deste termo poderia implicar que fatores psicológicos, não exerceriam um papel na ocorrência, curso ou evolução de outras doenças que não são chamadas de psicossomáticas. Doenças psicossomáticas, contudo, são descritas como Transtornos Somatoformes (CID-10, 1998).

Os sintomas da somatização podem ser interpretados de várias formas: como um meio de expressar as emoções do paciente, como uma manifestação simbólica de um sentimento ou crença ou como um modo de evitar obrigações (LUMENFIELD; TIAMSON-KASSAB, 2010, p. 189).

Com o desenvolvimento da teoria psicanalítica no início do século XX, Freud estudou o corpo para compreender a histeria e entendeu que um órgão é capaz de expressar simbolicamente um conflito inconsciente (CASTRO; ANDRADE; MULLER, 2006). Para a GT, contudo, fenômenos somáticos e psíquicos são diferentes e independentes, porém para sua real compreensão devem ser estudados juntos, pois tem uma realidade em comum, a totalidade do existir humano. Assim, para a total compreensão de tais fenômenos devemos abranger toda a existência humana em suas múltiplas afetações (RIBEIRO, 2007).

A pele foi denominada como órgão apenas em 1777, por Anne-Charles Lorry (BASEGGIO, 2012). Assim como ocorre a qualquer parte do corpo humano, a pele, nosso órgão mais externo, também é vulnerável ao estresse que o organismo sofre. Ela é o local onde as vivências emocionais podem ser apresentadas, onde os conflitos intrapsíquicos se manifestam, de maneira que fica clara a mediação psíquica no adoecimento da pele. Essa interdependência é tão evidente e tem tanta validação que foi criada uma interface entre a psicologia e a medicina, conhecida como Psicodermatologia (SANTOS-SILVA; RODRIGUES; ROITBERG, 2017).

A pele também exerce o papel simbólico de proteção, o que é um fator a mais a ressaltar a vinculação entre distúrbios emocionais e as doenças da pele. Tal vínculo não data de hoje. Antigamente, já se utilizava a expressão neurodermite para demonstrar alguns tipos de eczema, com referência à sua origem nervosa (MULLER; RAMOS, 2004, p. 77).

Entende-se a pele como limite do corpo e órgão que separa o eu do mundo externo e o possível local para expressão de conflitos emocionais. Pode-se analisar a DA como uma forma, que os pacientes atópicos encontraram, para expressar suas emoções. Abre-se um caminho para um possível entendimento desta doença dermatológica pelo viés da psicologia e, neste trabalho em específico, propor um diálogo com alguns princípios teóricos da GT. Na perspectiva da GT “O ser humano é um todo, no qual tanto a mente (consciência, intelecto) quanto as atitudes (sentimentos e ações), e também os processos somáticos do corpo físico, o compõem” (LIMA, 2005, p. 60).

4. A GESTALT-TERAPIA (GT) E AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS

Gestalt é uma palavra de origem alemã que significa forma, padrão, estrutura ou configuração (DAVIDOFF, 2001; FRAZÃO, 2010). “Configuração, estrutura, tema, relação estrutural (Korybski) ou todo organizado e significativo são os termos que se assemelham mais perto à palavra Gestalt” (PERLS; HEFFERLINE; GOODMAN, 1997, p. 33). GT pode ser entendida então como Psicologia da Forma. O termo Gestalt não foi traduzido quando as obras chegaram ao Brasil para que houvesse um melhor entendimento dos textos e o conceito não fosse confundido com outros da área da psicanálise (FRAZÃO, 2010).

A Gestalt deve seu surgimento às intuições geniais e as crises pessoais daquele que devemos considerar seu principal fundador: Fritz Perls. De fato, e ela foi amplamente articulada e formalizada por Laura Perls e Paul Goodman, e também por seus primeiros colaboradores e pelos continuadores de segunda e terceira “geração” (Isadore From, Jim Simkin, Joseph Zinker, Ervin e Miam Polster etc.) (GINGER; GINGER, 1995, p. 44).

A GT foi criada na metade do século XX nos Estados Unidos, tendo como principal fundador Friedrich Salomon Perls (mais conhecido como Fritz), nascido na Alemanha em 1983. Ele era um neuropsiquiatra com doutorado em medicina que começou um trabalho como psicanalista no ano de 1931. Na década de 1950 fixou residência nos Estados Unidos e fundou um grupo conhecido como grupo dos sete, de onde surgiu a linha da psicologia que ficou conhecida como Gestalt-terapia (FRAZÃO, 2010). O grupo dos sete era formado por: Isadore From, Paul Goodman, Paul Weisz, Sylvester Eastman, Elliot Shapiro, Ralph Hefferline, Laura e Fritz Perls (DACRI; LIMA (TICHA); ORGLER, 2012).

De acordo com Ginger; Ginger (1995), diferente das outras abordagens, a GT é uma verdadeira filosofia existencial, uma forma diferenciada de entender o ser humano no mundo. A GT surge como uma síntese coerente de diversas correntes filosóficas, metodológicas e terapêuticas de origem europeia, americana e oriental e se constitui como uma nova linha teórica da Psicologia. Entende que um “todo” é distinto da soma das partes, analisando o homem em todos os seus aspectos, como um ser biopsicossocial. Para Perls; Hefferline e Godman (1997) o “maior valor da abordagem gestáltica está, talvez, na compreensão de que o todo determina as partes, o que contrasta com a suposição anterior de que o todo é meramente a soma total de seus elementos” (p. 36).

A GT surgiu como uma terceira força da psicologia em uma época em que predominavam as linhas teóricas da Psicanálise e da Psicologia Comportamental. A GT é considerada uma representante da Psicologia Humanista e traz uma nova visão de homem, que enfatiza tanto os conflitos e dificuldades, assim como as possibilidades e potencialidades. Baseada na fenomenologia e no existencialismo, tem como seus principais conceitos: Awareness, Figura e Fundo, Contato, Ciclo de Contato, Aqui e Agora, Ajustamento Criativo, entre outros, os quais serão abordados neste trabalho (FRAZÃO, 2010).

4.1 AS BASES TEÓRICAS DA GESTALT-TERAPIA E ALGUNS CONCEITOS CENTRAIS

Para Ribeiro (2012) “A Gestalt-terapia se coloca do lado das Psicoterapias Humanísticas, o que significa que contém e promove a ideia do homem como centro, como valor positivo, como capaz de autogerir e regular-se” (p. 43). A Psicologia Humanista é baseada na fenomenologia, que sustenta que o sentido da experiência é construído pelo sujeito na sua relação com o mundo. Na perspectiva fenomenológica as pessoas veem o mundo de acordo com a sua própria e única perspectiva e entende-se que toda atividade humana possui uma interpretação subjetiva. O ser humano é visto numa perspectiva holística e entendido a partir das suas peculiaridades e formas únicas de ser no mundo (DAVIDOFF, 2001). A Fenomenologia permite ver aquilo que se manifesta desde si, tal como se manifesta desde si (DACRI; LIMA (TICHA); ORGLER, 2012).

Outro fundamento teórico da Gestalt-terapia é o Existencialismo ou Filosofia de Existência. As filosofias de existência se desenvolveram principalmente na Europa no século XX e entre seus principais representantes estão Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre e Martin Buber. No existencialismo o ser humano é concebido como alguém que é livre e responsável por construir o seu existir. Por não ser determinado, mas condicionado, “ele (o homem) é abertura para o mundo, e só se constitui como homem enquanto está em conexão com o mundo dando-lhe um sentido” (CARDOSO, 2013, p. 61).

Entre os principais conceitos da GT incluem-se: Aqui e Agora, Figura e Fundo e Awareness. De acordo com a GT o “Aqui e Agora” é uma estratégia usada no trabalho terapêutico e revela que o foco do trabalho está voltado para aquilo que o paciente traz em termos de sentimentos, pensamentos, percepções e sensações (RODRIGUES, 2011). Foca-se na atenção para aquilo que se mostra e se revela fenomenologicamente na sessão. Não existe outra realidade se não o presente e os sofrimentos, ainda que fundados no passado, revelam-se como atuais e aí podem ser tratados (D’ACRI; LIMA (TICHA); ORGLER, 2012). Na visão de Ginger e Ginger (1995) a GT:

[…] dá ênfase à tomada de consciência da experiência atual (“o aqui e agora”, que inclui o ressurgimento eventual de uma vivência antiga) e reabilita a percepção emocional e corporal […] da tristeza, da angústia…, mas também da ternura, do amor ou da alegria (GINGER; GINGER, 1995, p.17).

O conceito de Figura e Fundo pertence à Psicologia da Gestalt, e revela que a necessidade que seja mais importante torna-se figura. Ela tem pregnância, clareza, brilho e destaca-se do restante, um fundo, difuso e amorfo. A figura recua para o fundo dando lugar a uma próxima necessidade que seja mais importante no momento. A fluidez na formação de figura/fundo é uma expressão da vida saudável (DACRI; LIMA (TICHA); ORGLER, 2012). De acordo com Frazão (2010) nossa percepção é formada pelas Gestalten – a união da figura e o fundo que formam uma totalidade. Essa totalidade não é fixa e se altera de acordo com nossas necessidades. A cada mudança/alternância de figura e fundo, a totalidade se altera e se reconfigura. A “Relação entre figura e fundo na saúde é um processo de emergência e recuo permanentes, mas significativos” (PERLS; HEFFERLINE; GOODMAN, 1997, p. 34).

O conceito de Awareness é central na GT e pode ser entendido como a meta de trabalho terapêutico. Awareness é uma percepção imediata da unidade obvia de elementos dispares no campo, é uma tomada de consciência global no momento presente e ocorre somente através do contato (DACRI; LIMA (TICHA); ORGLER, 2012). Para Alvim (2014) awareness pode ser definida como “fluxo da experiência aqui – agora que, a partir do sentir e do excitamento presentes no campo, orienta a formação de Gestalten, produzindo um saber tácito que denominamos saber da experiência” (p. 23).

A awareness é caracterizada então pelo contato, pelo excitamento e pela formação de gestalten. Estes três elementos são interligados e necessários para que a awareness aconteça. Estar aware significa integrar um problema que gera sofrimento psíquico. Para Perls, Hefferline e Goodman (1997) “a formação de gestalten sempre acompanha a awareness. […] A formação de gestalten completas e abrangentes é a condição da saúde mental e do crescimento” (p. 33).

4.2 APROXIMAÇÕES DA GESTALT-TERAPIA COM O TEMA DA DERMATITE ATÓPICA

É escassa ou quase nula a produção científica que relaciona o tema da DA com a GT. Definida como uma terapia do contato, foca sua atenção no tipo de contato que a pessoa tem consigo e com a realidade exterior. O contato é uma das maiores necessidades do ser humano e por meio dele temos a possibilidade de construir algo novo. Estamos continuadamente nos conectando e desconectando com o meio procurando manter um equilíbrio entre essa separatividade e união em função de nossas necessidades (MARTÍN, 2013). Estamos sempre em contato com algo externo, como por exemplo, o ar que respiramos, as roupas que vestimos, as pessoas que encontramos, etc.

A experiência do ser humano é essencialmente contato e a fronteira entre o organismo e o ambiente é conhecida como fronteira de contato. O contato ocorre primordialmente na superfície da pele e em outros órgãos de respostas sensoriais e motoras. O contato é um processo contínuo de trocas recíprocas e gera a transformação do homem e do mundo (PERLS; HEFFERLINE; GOODMAN, 1997). A pele pode ser entendida como nossa primeira fronteira de contato com o mundo externo, em razão de ser ela a parte do nosso organismo mais exterior.

O contato é seletivo, pois ele escolhe o que pode ser assimilado e sempre ocorre em um limite chamado fronteira de contato (DACRI; LIMA (TICHA); ORGLER, 2012). Esta fronteira de contato limita o organismo e o protege ao mesmo tempo que contata o ambiente. É na fronteira de contato que os perigos são rejeitados, os obstáculos são superados e o que pode ser assimilado é selecionado e apropriado pela pessoa (PERLS; HEFFERLINE; GOODMAN, 1997).

De acordo com Dacri, Lima (Ticha) e Orgler (2012), o contato possui quatro fases: o Pré-contato (onde a sensação corporal torna-se figura); o Contato (a ação do organismo se destaca no ambiente); o Contato Final (momento em que ocorre troca entre o organismo e o ambiente); e o Pós-contato (uma fase de assimilação do novo, que favorece o crescimento e desenvolvimento). O contato pode ser funcional e disfuncional. O primeiro é o contato saudável e ocorre quando há uma abertura para vivenciar as trocas com o mundo. O contato disfuncional ocorre quando há um encolhimento do fluxo natural de trocas com o meio e a pessoa se fecha a novas experiências (DACRI; LIMA (TICHA); ORGLER, 2012).

Analisando a DA a partir do conceito de contato encontrado na Gestalt-terapia, há a possibilidade de entender esta doença como uma disfunção do contato com o mundo interior (sentimentos, percepções e emoções) e exterior. O aparecimento de lesões cutâneas muitas vezes está vinculado a vivências de estresse e ansiedade. Poder acessar este mundo interior e suas necessidades no contexto da terapia pode auxiliar a pessoa a lidar melhor com suas emoções e encontrar novas possibilidades de troca com o meio.

4.3 DOENÇA, SAÚDE E CURA NA PERSPECTIVA DA GESTALT-TERAPIA

Para Frazão (2010) a GT tem uma visão diferenciada dos conceitos de saúde e doença e entende que ter saúde é mais do que a ausência de doença. Na GT estes conceitos são compreendidos como processos que dificultam ou favorecem o crescimento do indivíduo. Eles são analisados de forma dialética, uma vez que determinado comportamento pode ser considerado saudável ou não, de acordo com a sua funcionalidade (a serviço do que ele está).

A doença, enquanto um funcionamento não saudável, pode ser vista como um distúrbio no processo vital do homem diante de uma situação que o coloca em risco. “A doença é uma situação inacabada por excelência, podendo ser acabada apenas pela morte ou pela cura” (PERLS; HEFFERLINE; GOODMAN, 1997, p. 79). As ameaças, sejam elas distúrbios objetivos ou experiências subjetivas, irão alterar o modo de funcionamento do homem (LIMA, 2005). Para Ciornai (1989) as doenças revelam um contato empobrecido consigo e com o mundo interior e exterior.

Funcionamento não saudável vai ser o funcionamento caracterizado por interrupções, inibições e obstruções destes processos, com a consequente formação de figuras fracas, confusas, que ao não se completarem vão dificultando progressivamente as possibilidades de contatos vitalizados e vitalizantes com o presente. Doenças e patologia seriam então a recorrência crônica deste tipo de funcionamento, com a consequente cristalização das dificuldades do indivíduo e empobrecimento de seus contatos com o mundo (CIORNAI, 1989, s/n).

Para Ribeiro (2007) “saúde diz respeito à satisfação adequada de necessidades, em um processo de autorregulação entre a pessoa e o meio” (p. 88). De acordo com Latner (1973) apud Frazão (2010), tem-se como aspectos indicadores de saúde/ funcionamento saudável: 1. Comportamento Holístico e integrado; 2. Possibilidade de criação e destruição satisfatória de Gestalten; 3. Autenticidade e espontaneidade; 4. Conhecimento de nossas necessidades; 5. Rendição ao processo; 6. Autossuporte;7. Integração e aceitação dos desejos, necessidades e habilidades; 8. Awareness; 9. Contato de boa qualidade.

“Saúde é a capacidade de lidar satisfatoriamente com qualquer situação com a qual deparemos, e satisfatória é a resolução que está de acordo com a dialética da formação e destruição de Gestalten” (LATNER, 1973, p. 43, apud DACRI; LIMA (TICHA); ORGLER, 2012, p. 78).

Desta forma, “saúde e doença podem estabelecer um diálogo interno em busca do reconhecimento do sentido que a pessoa faz de sua própria condição de apresentar-se através da doença” (FUKUMITSU; CAVALCANTE; BORGES, 2009, p. 174).

A mudança do modo de funcionamento do ser humano é uma habilidade de se restaurar o seu bem-estar. Apenas em situações patológicas tem-se uma tendência em preservar um estado inalterado de comportamento (LIMA, 2005).

Entende-se cura como “o processo de retorno ao saudável e ao reconhecimento das potencialidades e possibilidades humanas” (FUKUMITSU; CAVALCANTE; BORGES, 2009, p. 172). Para que ocorra a reabilitação da pessoa doente, é necessário que um novo modo harmônico de funcionamento surja, permitindo uma nova adequação, tendo em vista que o modo antigo não é mais considerado viável (LIMA, 2005).

Para realizar um tratamento eficaz com pacientes somatizadores, via pele, faz-se necessário o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar de psicólogos e médicos, buscando atingir a dimensão simbólica e biopsicossocial do paciente (BASEGGIO, 2012). “Sintomas deveriam ser pensados como tentativas de adaptação, em busca de um novo equilíbrio diante das possibilidades do organismo e do meio” (FRAZÃO, 2010, p. 55).

Para Stelmach (2017) o cérebro cria mecanismos e resistências para nos proteger do sofrimento. Quando “negamos o que nos incomoda e não damos vazão, mais cedo ou mais tarde esse conflito irá aflorar na forma de algum sintoma físico ou psíquico. É preciso encontrar, aprimorar e manter a Harmonia entre corpo e mente” (STELMACH, 2017, p. 6).

Procurando ressignificar as emoções represadas dos pacientes psicossomáticos, com o objetivo de proporcionar um novo e saudável fluxo emocional e físico para a pessoa, Stelmach (2017), criou uma ferramenta, que consiste em um conjunto de técnicas utilizadas na GT. Estas visam driblar as resistências dos pacientes buscando uma alteração do comportamento que foi cristalizado, a fim de ampliar a awareness e recuperar a fluidez física e emocional dos pacientes. As técnicas foram aplicadas em pacientes com psoríase e mostraram resultados positivos.

O processo inicia com a aplicação de um questionário e na sequência a aplicação de uma dinâmica com três passos. Passo 1. Aplicação de uma técnica de relaxamento com uma viagem no tempo para reviver os momentos quando a doença surgiu; Passo 2. Análise de cada cena recordada em ordem cronológica; Passo 3. Julgamento de valores vendo o ponto de vista de cada situação e das outras pessoas envolvidas. Encerrando estes três passos, é necessário concentrar-se nas causas e não nas lesões, entendendo as emoções, possibilidades e dificuldades vivenciadas pelos pacientes em cada situação. Assim, torna-se possível desenvolver junto ao paciente ferramentas para acessar e resolver conflitos pessoais internos ou externos, em vez de reprimir e somatizar diante a determinadas situações (STELMACH, 2017).

De acordo com os conceitos de doença, saúde e cura na perspectiva gestáltica, é possível fazer as seguintes aproximações com a DA: Pode ser considerada como uma doença devido à sua disfuncionalidade/ funcionamento não saudável na vida dos pacientes atópicos; Traz dor e/ou desconforto para os pacientes causados pelo conflitos internos não resolvidos e que se expressam por meio das feridas na pele; A busca pela saúde do indivíduo faz-se importante nesse processo psicossomático na procura por um novo modo de expressão/verbalização de conflitos; Pode-se ainda analisar o conceito de cura, buscando junto ao paciente um novo modo de comportamento para restaurar seu bem-estar.

No manejo clínico de pacientes com DA é importante acessar no “aqui e agora” a vivência da experiência relatada. Explorar elementos do fenômeno relatado permite que a pessoa entre em contato com seu universo de emoções e amplie sua awareness sobre o tema. O contato com a vivência da DA, o excitamento e a mobilização de energia podem levar o paciente a estar mais aware e encontrar novas formas de expressar suas emoções e interagir com o meio de forma mais saudável.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho refletiu sobre a DA, sobre o seu curso, sua evolução e seu diagnóstico. É uma doença que atinge desde crianças até adultos e que possui fatores psicológicos e sociais entre as suas causas. Por isso é possível analisá-la pelo viés da psicossomática, um ramo da medicina que estuda os transtornos corporais e sua relação com os processos sociais e psíquicos. Buscou-se também relacionar o manejo psicológico da DA com alguns conceitos da Gestalt-terapia.

Foi possível entender a DA como uma doença, devido à disfuncionalidade que provoca na vida dos pacientes. Ela se apresenta como uma disfunção do contato do organismo /sujeito com o mundo exterior e interior. A DA é uma forma de expressar com sintomas na pele problemas e emoções e sentimentos que não são verbalizadas nem manifestos. A partir disto buscou-se apresentar possíveis formas de manejo e tratamento psicoterápico do caso utilizando recursos da abordagem gestáltica. Acessar a experiência vivenciada e o universo de emoções do paciente é o caminho para ampliar a awareness e encontrar formas mais saudáveis de contato e interação consigo e com o meio.

A partir da pesquisa bibliográfica realizada observou-se a escassez de artigos e livros que relacionam a DA com a linha teórica de GT, mesmo sendo evidente a importância do trabalho psicológico com as doenças psicossomáticas. Percebe-se também a necessidade de conhecer e discutir mais a respeito do tema da psicossomática durante a graduação. Esta pesquisa buscou contribuir neste debate. Novos estudos, contudo, são importantes para ampliar a análise da temática e oferecer subsídios para os profissionais da Psicologia que atuam na clínica.

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APÊNDICE – REFERÊNCIA DE NOTA DE RODAPÉ

3. A partir de agora a Dermatite Atópica será referida como DA.

4. A sigla GT será usada para se referir à Gestalt-terapia.

[1] Graduação em Psicologia pelo Unibrasil Centro Universitário – Curitiba-PR.

[2] Orientador. Mestre em Teologia Moral pela UPCO (Espanha); graduado em Filosofia pela Faculdade dos Jesuítas (FAJE) – Belo Horizonte-MG; licenciado em Ciências Sociais pela UFRGS; graduado em Teologia pela FAJE; graduado em Psicologia pela UFPR.

Enviado: Janeiro, 2021

Aprovado: Maio, 2021

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Loivo José Mallmann

Uma resposta

  1. Agradecida pelo material sobre DA. Assunto da Gestalt que seria ótimo ser conhecido com mais abrangência aos pais que sofrem em demais com a questão nos grupos de DA. Muito grata.

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