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Ensino Matemático: Ferramentas Digitais na Aprendizagem

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CONTEÚDO

MOREIRA, Miriam Gerheim [1]

MOREIRA, Miriam Gerheim. Ensino Matemático: Ferramentas Digitais na Aprendizagem. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 07. Ano 02, Vol. 03. pp 154-165, Outubro de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

O presente trabalho apresenta uma reflexão que objetiva avaliar a utilização do uso de teorias, ferramentas digitais e práticas apresentadas no decorrer da disciplina. como recurso didático no ensino e na aprendizagem da matemática nas salas de aula do Ensino Fundamental e médio. Para o cumprimento de tal objetivo, serão realizados estudos bibliográficos, que relatam a aplicação das ferramentas, bem como a sondagem de relatos com professores e alunos para a avaliação desses processos em escolas da rede pública de ensino.

Palavras-chave: Fotografia, Recursos Digitais, Ensino de Matemática, Didática.

INTRODUÇÃO

Um dos principais desafios da educação matemática deve ser captar o interesse dos alunos e, assim, motivar a sua própria experiência com a matemática. Durante décadas, autores propõem a matemática recreativa por meio de jogos lúdicos, ferramentas digitais, smartphones, entre outros. O trabalho vem fornecendo material para tentar seduzir matematicamente. Desse modo, o que se pretende é facilitar o prazer de pensar e de ter um desafio pessoal para resolver uma situação problema. Além disso, espera-se auxiliar a busca da solução na melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem.

É importante descobrir a funcionalidade da matemática e é, portanto, extremamente relevante saber utilizar determinadas ferramentas, a fim de que possa ser desenvolvida, nos indivíduos, essa percepção e, até mesmo, o encantamento pela matemática. Nesse sentido, constrói-se o encantamento por aprender o raciocínio logico, obter noções de espaço, proporcionar elementos, para que os indivíduos possam tomar suas próprias decisões de forma objetiva e assertiva, utilizando o princípio da razoabilidade e probabilidade.

O impulso do uso de ferramentas digitais na educação, é o fato do aluno se deparar com várias tarefas, apresentando uma disposição emocional muito mais positiva. Isso resultará na realização de aprendizagens significativas.

O objetivo deste trabalho é apresentar uma série de atividades com ferramentas digitais que podem ser usados ​​para construir o ensino da matemática no Ensino Fundamental e médio. Com esta pesquisa, podemos nos concentrar em uma forma de compreender o processo ensino-aprendizagem, que é a construção matemática dos alunos.  Em particular pretendemos:

-Fornecer orientação e recursos que podem ser trazidos para a sala de aula.

-Aprimorar as habilidades sociais e promover uma comunicação adequada.

-Apoiar a participação de estudantes, de maneira natural e espontânea, escutando-os e proporcionando aos alunos atividades desafiadoras para assim, favorecer o desenvolvimento da criatividade e da invenção através da reconstrução de situações problemáticas.

-Identificar as vantagens do uso de ferramentas digitais, práticas e outros recursos na aula de Matemática.

CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA E PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.

O ensino da matemática por muitos anos foi reduzido a um conteúdo curricular obrigatório a ser aplicado dentro da sala de aula. A sociedade e a educação evoluíram muito até chegar ao ponto de acreditar que a matemática não é apenas um conteúdo a ser explorado nas salas de aula. A matemática também é um meio de explorar algumas habilidades do aluno, dando importância a ele e o levando a pensar, agir e racionalizar. Para Grado (2000), os professores devem se adaptar aos novos tempos e às novas gerações que estão a aprender, apreciar e questionar sobre todos os tipos de situações problemáticas que surgem na vida diária.

Seguindo a ideia de Nietzsche (1999/1873), um dos propósitos do conhecimento passa da esfera do reconhecimento – ou seja, achar algo de conhecido no estranho, no diferente, no que causa desconforto ao sair da zona de conforto, como modo de eliminar diferenças e, com isso, igualando desiguais – para a esfera da invenção, do raciocínio lógico. Conhecer é inventar, abrir possibilidades para novas descobertas, para um novo mundo, para ser crítico, para ver o mundo de formas diferentes a cada contexto. Saber que tudo muda o tempo todo. Aprender não é sair de algo que não se conhece para outro em que se aprende a conhecer/saber, isto é, aprender um conteúdo. A aprendizagem é a invenção de si e do mundo. Aprender é inventar sentidos novos e não repetir os sentidos já dados (KASTRUP, 2005). Aprender não é apenas reconhecer uma determinada condição de pertencimento ao mundo, de emaranhamento existencial e relacionado à vida, mas sim enfrentá-los.

Portanto, como intervenção pedagógica neste trabalho, eu proponho, o aguçar da curiosidade para os meios digitais com uso de ferramentas comuns entre os jovens, levando em consideração o aprendizado como forma não mecanicista. Com finalidade de estimular a aprendizagem de forma interessada, buscando atitudes positivas em relação à matemática e à aprendizagem, facilitando o desenvolvimento do currículo e encorajando o pensamento matemático, o poder ativo, criativo e aprendizagem colaborativa.

Por meio de ferramentais digitais o professor poderá construir com seu aluno um conhecimento matemático mais aprimorado, desenvolvendo seu raciocínio lógico, o pensamento independente, o espírito investigativo, critico e criativo, bem como facilitando a noção de quantidade, medidas, espessuras, sequências, tempo, etc.

Por exemplo, para tirar uma fotografia pelo smartphone, o indivíduo ter conhecimento de composição fotográfica, ou seja, precisa ter uma noção de frações (velocidade do obturador), área do círculo (abertura do diafragma da lente), sequência Fibonacci (para se ter uma composição harmoniosa), entre outros conceitos matemáticos.

Se queremos que o aluno aprenda trigonometria no 2º grau, talvez seja importante introduzir a ideia de ângulos, utilizando o exemplo do “selfie”. Despertando o interesse do aluno para a importância do conteúdo na qualidade da fotografia que depende, muitas vezes, do posicionamento angular do fotógrafo e do ângulo fornecido objetiva (jogo de lentes). Também ensinada na composição fotográfica.

De acordo com os PCNs, a matemática assume papel de fundamental importância, pois permite resolução de problemas da vida cotidiana, além de funcionar como instrumento essencial para o conhecimento de outras áreas, interferindo fortemente na formação de capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento e na agilização do raciocínio dedutivo. Não há verdadeira cidadania sem um domínio mínimo de matemática. É de fundamental importância, para o exercício da cidadania, o indivíduo saber calcular, raciocinar, argumentar, criar hipóteses e tratar informações. Podemos dizer que poucas ciências modernas podem ser ensinadas e aprendidas sem o auxílio da matemática.

Hoje, a matemática é vista por muitos pesquisadores como uma das disciplinas pedagógicas que mais estão presentes na vida do indivíduo, seja sob o aspecto numérico ou não. Além de ser peça fundamental no ajustamento do ser humano ao meio em que vive, a fim de suavizar suas lutas para resolver problemas e dar-lhe uma melhor condição de exercer plenamente sua cidadania, ela também auxilia nos hábitos, nas atitudes, no desenvolvimento das habilidades e, até mesmo, na alteração de um comportamento, beneficiando a formação do indivíduo.

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: RELAÇÕES ENTRE O NÃO GOSTAR E O NÃO APRENDER MATEMÁTICA

De acordo com diversos autores, o uso de ferramentas lúdicas (e digitais) nas aulas tem papel de grande importância. O uso de ferramentas digitais, como aplicativos, fotografias, experimentos, tutoriais em vídeo, entre outros, servem para reforçar o conteúdo aplicado e, até mesmo, influenciar o aluno a entender a importância da matéria dada e, consequentemente, minimizar a rejeição da matemática pelos alunos.

Segundo Campos (1996), Freud explica, através da Teoria da Evolução da Personalidade, que a energia psíquica de natureza libidinosa influencia diretamente o comportamento dos seres humanos, da mesma forma que existe a energia física que controla os fenômenos naturais. Ou seja, se o indivíduo não sente bem-estar físico ou mental executando uma atividade ele tende a repelir, recusar e, até mesmo, rejeitar.

Uma das hipóteses que pode ser levantada a partir da teoria de Freud é que o aluno com dificuldades de relacionar a matemática com suas atividades cotidianas tende a evitar o conteúdo, por não fazer sentido para ele. Chamie (1990) realizou uma pesquisa e, por meio do depoimento dos alunos, notou que muitos “odeiam” a matéria ou afirmam que não conseguem compreendê-la. Essa pesquisa observou que os alunos que achavam a matéria “difícil” e “chata” não se interessavam em aprendê-la e, com isso, tinham dificuldade. O estudo ainda revelou que essa dificuldade é tida como natural, o que acaba provocando insegurança e aversão aos conteúdos ministrados em sala de aula.

De acordo, com os Parâmetros Curriculares Nacionais, a matemática pode contribuir para a formação ética, se direcionar a aprendizagem para o desenvolvimento de atitudes e comportamentos, a fim de que se possam trabalhar os conteúdos matemáticos. Desse modo, direciona-os para o cotidiano, para a importância da matéria.

Se analisarmos a pesquisa de Chamie (1990), os Parâmetros Curriculares Nacionais de 1998 e a teoria freudiana, vamos perceber que, primeiro, devemos desmistificar o que foi cultuado por anos sobre a matemática para que, assim, o aluno possa se abrir e se propor a tentar aprender. Ele irá raciocinar em vez de memorizar para conseguir notas, e, através do raciocínio do aluno, o professor poderá ajudar o aluno a enfrentar as dificuldades reais do aprendizado, sanando dúvidas e propondo questões para alcançar os resultados esperados.

Segundo Papert (1988), algumas pessoas têm fobias da matemática e medo que essa resulte como limitador do desenvolvimento intelectual, podendo o aluno ter uma autoimagem negativa de si e, dessa forma, dificultando o aprendizado do conteúdo. A matemática tem papel fundamental na formação do indivíduo.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997).

[…] a Matemática é componente importante na construção da cidadania, na medida em que a sociedade utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar. A aprendizagem em Matemática está ligada à compreensão, isto é, à apreensão do significado; aprender o significado de um objeto ou acontecimento pressupõe vê-lo em suas relações com outros objetos e acontecimentos. Recursos didáticos como jogos, livros, vídeos, calculadora, computadores e outros materiais têm um papel importante no processo de ensino aprendizagem. Contudo, eles precisam estar integrados a situações que levem ao exercício da análise e da reflexão, em última instância, a base da atividade matemática. (PCNs, 1997, p.19)

De acordo com Bongiovanni, (1990), a matemática está presente na vida dos indivíduos e, conforme os anos se passam, ela se torna ainda mais presente, uma vez que precisamos realizar cálculos, lidar com figuras geométricas, lógica etc. Andrini (1989) ressalta a importância do estudo da matemática na vida dos indivíduos, já que essa permite conhecer melhor a realidade em que se vive, auxiliar na organização do raciocínio e proporcionar as grandes descobertas.

Ao se analisar o grande feito histórico, verifica-se que o que determinou e determina o equilíbrio das nações, possibilitando a conquista e colonização, tem base matemática, através do chamado progresso tecnológica (D’AMBRÓSIO, 1986):

Não podemos deixar de mencionar o potencial da matemática para ajudar na solução dos problemas de base do nosso desenvolvimento. Mas tal potencial, sentido por todos, se situa cada vez mais na área de mistério e, ate certo ponto, misticismo. (…) a matemática absorve considerável porção de investimento e fundo governamental para o desenvolvimento cientifica e tecnológico. (D’AMBRÓSIO, 1986, p. 16)

O uso de ferramentas digitais e praticas no conteúdo de Matemática como recurso didático.

Esta seção fornece um conjunto de princípios que irão permear nosso trabalho na educação, dentro de um quadro construtivista e de forma ampla. Também tentamos buscar características nas quais as ferramentas digitais e práticas podem se pautar, para tentar obter algum sucesso na sala de aula.

O ensino torna-se mais atrativo e desafiador. O intuito do uso dessa ferramenta é mostrar aos alunos que a matemática pode ser interessante e pode desenvolver habilidades que, por vezes, se encontram escondidas na personalidade do indivíduo. Também podemos usar essa ferramenta como facilitadora no entendimento dos conteúdos matemáticos.

A fotografia, vídeos, games, aplicativos entre outros… São mais um recurso educacional, como qualquer outro instrumento a ser incorporado em sala de aula – de uma forma consciente e planejada, com uma programação anterior, que leva em conta todos os fatores do processo ensino-aprendizagem.

O principal objetivo será o de despertar no aluno a vontade da descoberta de se tornar melhor em suas habilidades sociais, motoras, linguísticas e afetivas, entre outras. Utilizando a matemática como aliada. Por exemplo: Ao tirar uma “selfie” para postar em sua rede social, o aluno que tiver um melhor domínio de quadrantes, ângulo, e até mesmo um conhecimento básico de física quântica, para uma composição fotográfica e consequentemente, terá uma facilidade maior ao manipular a câmera fotográfica, tirar “selfies”, e “de quebra” ganhar muitos “likes”, “curtidas” e “seguidores”. Habilidades matemáticas, que requerem pensar, raciocinar as várias possibilidades de ação, desenvolvendo o raciocínio lógico, a fim de investigar a melhor forma de agir, bem como estabelecer conjunturas e justificá-las.

Existem várias condições que devem ser levadas em conta no planejamento da Educação. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática (1998), os materiais didáticos adequados são a chave para obter o potencial prático.

Portanto, observar todos esses aspectos e conhecer a proposta pedagógica da escola são itens que, com o planejamento adequado, poderão ajudar o professor, favorecendo, assim, o sucesso do uso desses recursos.

Com base no pensamento de Piaget (1975), podemos afirmar que qualquer aluno normal tem capacidade de aprender o conteúdo e, até mesmo, minimizar a rejeição da matemática.

Contudo, Piaget (1975) tece algumas críticas ao ensino-aprendizagem da matemática desencadeado nas escolas tradicionais. Dentre as diversas críticas, destacamos: a passividade dos alunos, a pouca experimentação, a dificuldade por parte dos alunos em estabelecer relações lógicas entre a vida cotidiana e o conteúdo abordado nas salas de aulas e o acúmulo de informações.

O ensino de Matemática não pode ser visto como “apenas mais uma” disciplina, já que diversas pesquisas demonstram o quanto ele é importante para o desenvolvimento tecnológico, empresarial, industrial, de saúde, político e, principalmente, no comportamento do indivíduo.

Infelizmente, a matemática tem sido um “pesadelo na vida escolar” de grande parte dos alunos, o que requer um maior empenho do professor. O currículo escolar tem obrigado os professores a trabalharem em cima de elementos obsoletos e, com isso, dificulta ainda mais a compreensão dos conteúdos por parte dos alunos. No ensino de geometria, os alunos aprendem a estudar a Terra como se fosse plana, com base em ideias desenvolvidas por Euclides de Alexandria, 300 anos a.C. Em vez disso, seria mais interessante, para educadores e alunos, se a geometria ensinada fosse a partir de fenômenos e descobertas pós-euclidianas, como a Teoria do Caos, formação de nuvens.

Esta é a nossa realidade: o mundo está em constante mudança, principalmente no nível da matemática.  Ao jogar um vídeo game, temos que calcular o espaço, verificar figuras geométricas, calcular pontos, criar estratégias. O mesmo acontece com o Facebook, teorias da matemática que podem ser aplicadas na vida e que não são ensinadas na escola, tais como dilema do prisioneiro, teoria das filas, estatística e manipulação de dados.

CONCLUSÃO

As causas do não gostar de matemática podem estar associadas aos alunos, considerando sua renda familiar, sua cultura, seus hábitos de estudos, suas vivências e às impressões que têm da matemática. Cada aluno tem habilidades e personalidades diferentes, e cabe ao professor saber reconhecer e trabalhar com cada aluno de um modo diferente, para que se possa realizar uma intervenção eficaz.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática almejam que crianças e jovens brasileiros tenham acesso a um conhecimento matemático que lhes possibilite, de fato, sua inserção, como cidadãos, no mundo do trabalho, das relações sociais e da cultura, diminuindo toda e qualquer desigualdade.

O uso de ferramentas digitais e práticas desempenham um papel importante na educação. A intenção da inserção de recursos tecnológicos nas salas de aula tem como base motivar/estimular a criatividade, desenvolver o raciocínio lógico e fundamentos matemáticos, a fim de favorecer e preparar os alunos para a construção e o estudo de modelos matemáticos, bem como levar o aluno a aplicar os conteúdos aprendidos em sala de aula a situações de uso na vida real.

Atuais e futuros professores devem trabalhar para motivar os alunos, de modo a diminuir os níveis de insucesso. É por isso que devemos deixar a tradição de apenas passar o conteúdo programático de maneira tradicional, com giz e quadro negro, e introduzir novas metodologias auxiliares, como a proposta deste trabalho, que defende a utilização de recursos, tais como smartphones, câmeras fotográficas, aplicativos matemáticos…

Anteriormente, acreditava-se que o ensino da matemática era uma arte e, como tal, dificilmente capaz de ser analisado, controlado e sujeito a regras. Supõe-se que a aprendizagem dependente do grau de dominação dessa arte pelo professor e, ao mesmo tempo, da disposição e da capacidade de estudantes para serem moldados pelo artista. Hoje em dia, temos diversos recursos didáticos, inclusive tecnológicos. Porém, nem todas as escolas estão preparadas para lidar com esses recursos.

No entanto, depende da capacidade de entendimento sobre a importância da matemática e, principalmente, do desmistificar conceitos que partem da premissa de que a matéria é “difícil” e “chata”. Devemos propor, aos alunos, desafios, demonstrar, através de fotografias, vídeos, redes sociais, “selfies”, jogos e da vida cotidiana, que a matemática tem forma e, por vezes, vida. Devemos compreender a matemática como uma facilitadora e não como algo que tem caráter punitivo e entediante.  Os professores devem planejar as metas com diversão e motivar os alunos.

Os materiais de ensino são os meios pelos quais se busca alcançar fins educacionais. Mas, apenas os livros, sem um facilitador que dê vida aos conteúdos, não faz com que a ineficiência na educação diminua ou que nossos alunos de hoje se tornem adultos comprometidos com a política e com as ações do mundo de amanhã. Se desejarmos mudar o mundo, temos que fazer com que o aluno consiga adquirir sua própria linha de raciocínio, temos que incentivá-lo a ser crítico. Não devemos memorizar as informações que assistimos na televisão e repassá-las como verdade porque o jornalista disse. Devemos formar cidadãos críticos, astutos, com poder de influenciar as demais gerações e de não se calar mediante a análise e interpretação de gráficos e notícias. Devemos mobilizar, revolucionar, criar cada vez mais conforto e sabedoria através das novas tecnologias, que estão surgindo a todo o momento. Devemos ter consciência de que os recursos são finitos, que os políticos governam mediante a democracia e o bem coletivo.

Portanto, se desejarmos mudar nossa educação, também devemos mudar a forma de se educar, abrir mão de preconceitos e da ortodoxia do quadro negro e do livro didático. Sair do cotidiano e mergulhar na “era da informação” ou “era digital”, sem perder o encanto da matemática é um desafio possível. Assim, ainda que com resistências e obstáculos, possamos, aos poucos, reconstruir uma nova interpretação, não apenas na aprendizagem dos alunos do Ensino Fundamental e médio, mas na própria formação dos professores em matemática.

REFERÊNCIAS

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-ANDRINI, A. Praticando matemática. São Paulo: Brasil, 1989.
Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/historia-da-Matemática-sala-de-aula/65416/#ixzz3oUnTyR1o

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– CHAMIE, L. M. S. A relação aluno-Matemática: alguns dos seus significados. Dissertação de Mestrado. UNESP- Rio Claro, 1990.

– CAMPOS, D. M. S. Psicologia da adolescência. Rio de Janeiro: Vozes, 1996. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Matemática.pdf

– CARVAJAL, G. MORIN, J. David P. Ausubel – biografia. 2007. Disponível em: http://gcarvajalmodelos.wordpress.com/2007/02/01/biografia/ Acesso em: julho de 2012.

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– ______. Educação Matemática? Da teoria à prática. 6ª ed. Campinas: Papirus, 2000.
Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/historia-da-Matemática-sala-de-aula/65416/#ixzz3oUnCaeHE

– DANTE, L. R. Didática da matemática na pré-escola. São Paulo: Ática, 1991.

– FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

– GRANDO, R. C. A. O conhecimento matemático e o uso dos jogos na sala de aula. Tese de Doutorado. Campinas: Faculdade de Educação, UNICAMP, 2000.

– MELO, G. N. de. Formação inicial de professores para a educação básica: uma revisão radical. vol.14, n. 1. São Paulo: Perspec, 2000.

– MOREIRA, M. A. A teoria da aprenidzagem significativa e sua implementação em sala de aula. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 2006.

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– NACARATO, A.; PAIVA, M. A. V. A. formação do professor que ensina matemática: perspectivas e pesquisas a partir das investigações realizadas pelos pesquisadores do GT7 da SBEM. In: NACARATO, A.; PAIVA, M. A. V. A (orgs.). A Formação do professor que ensina Matemática. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2006. p. 7- 26.

– PAPERT, S. L. Computadores e Educação. Trad. José Armando Valente e Colab. São Paulo: Brasiliense S.A, 1988.

– RAUPP, A. D. Educação matemática: processos interativos em situações de jogo no ensino fundamental. Dissertação de mestrado. Passo Fundo: Faculdade de Educação da Universidade de Passo Fundo, 2009.

– SANTOS, J. C. F. Aprendizagem Significativa: modalidades de aprendizagem e o papel do professor. 2. ed. Porto Alegre: Mediação, 2009.

 

Anexo - PLANILHA 5W2H
Anexo – PLANILHA 5W2H

[1] Universidade Federal De Juiz De Fora – Curso Pós em Mídias na Educação

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Miriam Gerheim Moreira

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