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A importância do projeto de combate ao incêndio e pânico: Estudo de caso na Estácio Niterói (Bloco A)

RC: 46882
1.080
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SIQUEIRA, Nathália Cordeiro [1], CORDEIRO, Edimando [2]

SIQUEIRA, Nathália Cordeiro. CORDEIRO, Edimando. A importância do projeto de combate ao incêndio e pânico: Estudo de caso na Estácio Niterói (Bloco A). Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 03, Vol. 03, pp. 91-126. Março de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico

RESUMO

O trabalho a seguir trata sobre a importância das normas relacionadas aos incêndios no Rio de Janeiro. Trata-se de um conhecimento específico aplicado aos projetos de prevenção e combate ao incêndio e pânico, enfatizando-se que, na comunicação de informações a respeito dele, deve-se incentivar o uso de Sprinklers, que, no momento, é o equipamento mais eficaz e seguro para o combate e prevenção de incêndios. O intuito deste artigo é demonstrar que a cultura prevencionista do Rio de Janeiro está paralisada e isso faz com que não alcancemos uma condição de segurança plena no combate ao incêndio e pânico. Por meio de um estudo de caso, será feita uma proposta de melhoria para a prevenção de incêndios no Bloco A da Estácio de Sá (Niterói), reiterando, para tanto, que é necessária a inclusão dessa proposta no projeto do sistema de Sprinklers, colocando, para isso, como prioridade, a segurança dos alunos, funcionários e a integridade do prédio em estudo. No Rio de Janeiro existem diversas orientações a respeito do assunto, mas poucas são conhecidas e divulgadas. Assim, verificamos a defasagem das informações, normas e, também, de projetos. Neste trabalho mostraremos aspectos a respeito do órgão responsável pela aprovação dos projetos de prevenção a incêndios e combate ao pânico no Rio de Janeiro.

Palavras-chave: Sistemas Sprinkler, incêndio, proteção, projeto, engenharia, segurança, prevenção.

1. INTRODUÇÃO

Desde a pré-história o homem teve que aprender a lidar com o fogo, que, inicialmente, era gerado a partir de descargas elétricas sobre materiais inflamáveis ou mesmo por meio de lavas vulcânicas. Dada a evolução, o homem começou a perceber que, com o devido controle, o fogo poderia se tornar um aliado básico para a sobrevivência e progresso de tribos, ajudando, sobretudo, no aquecimento, na aquisição de alimentos, na manufatura de armas de caça e, também, poderia ser usado como proteção à ataques de outras tribos e predadores eminentes. Com o aumento desenfreado da utilização do fogo bem como com a chegada da energia elétrica, o homem foi se expondo a uma maior quantidade de incêndios, sendo notáveis, no decorrer dos anos, as crescentes dificuldades, tanto em seu combate quanto em sua prevenção.

As primeiras ideias de prevenção contra o incêndio no Brasil iniciaram-se na década de 20, quando o Cel. João Lopes de Oliveira Lyrio viu a necessidade de um plano de prevenção (inicialmente para grandes edifícios) e tomou a iniciativa de enviar um relatório para o Ministério da Justiça, entre outras autoridades. A partir disso, uma atenção foi dada aos assuntos relativos à segurança contra incêndio. Devido a tais fatores, no dia 25 de maio de 1926 foi inaugurado, no Rio de Janeiro, o primeiro prédio com sistema de prevenção de incêndio. No decorrer dos anos, algumas datas marcaram a necessidade de expansão e obrigatoriedade dos sistemas preventivos contra incêndio e pânico. Em razão da sua expressividade dentro da temática, alguns desses marcos históricos serão mencionados.

Nessa trajetória podemos citar o evento ocorrido em 1961, conhecido como Gran Circo Norte Americano, que, no momento da tragédia, contava com mais de três mil espectadores, e, dessa forma, resultou na morte de 503 pessoas, sendo a maioria delas crianças. Assim, quinze anos depois, em 1976, aproveitando a onda prevencionista do estado de São Paulo, o Rio de janeiro sancionou o Decreto de nº 897, de 21 de setembro: o COSCIP – Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico, trazendo, então, para o Corpo de Bombeiro do Estado do Rio de Janeiro, a responsabilidade de estudar, planejar, fiscalizar e executar as normas que disciplinam a segurança das pessoas e dos seus bens contra incêndio e pânico no estado em questão.

Por falta de uma rigorosa fiscalização e disseminação de informações perante a sociedade civil, as normas previstas no COSCIP foram se tornando obsoletas e, por muitas vezes, negligenciadas, até que no dia 27 de janeiro de 2013 ocorreu no Rio Grande do Sul a tragédia da Boate Kiss, sendo este o segundo maior incêndio do país em número de vítimas, o que alertou a população sobre a importância deste assunto, mas, principalmente, as autoridades responsáveis pela defasagem nas normas vigentes, sobretudo em relação à aprovação de licenças bem como a execução de fiscalizações dos locais. Sendo assim, nos anos de 2013/2014, foi promovida uma repaginada na elaboração, análise e aprovação documental por parte do Corpo de Bombeiro.

Isso aumentou, significativamente, o número de fiscalizações e edificações legalizadas e seguras no Estado do Rio de Janeiro, porém, mesmo com tal aumento, uma estatística feita em 2015 cruzou os dados de uma pesquisa da Geneva Association com dados do Sistema Único de Saúde (SUS) e verificou que há muito a ser feito. O Brasil ficou em terceiro lugar no Ranking Mundial com o maior número de mortes por incêndio. O Rio de Janeiro ocupa o sexto lugar no Ranking Nacional com maior número de incêndios. O tema escolhido e proposto é motivo de estudo em Órgãos Normativos, em Associações Nacionais e em Normatizações Internacionais, mas ainda não é tratado com tamanha importância e muito menos abordado como deveria para prevenir todos os incidentes que ocorrem por falta de informação e estrutura.

No entanto, a cultura do Estado não tem como prioridade a prevenção dos problemas, mas sim ações corretivas diante do caos, passando por prejuízos materiais, danos físicos e desfalques financeiros de inúmeras empresas que poderiam ter sido evitados. Diante deste cenário, será exposto, por meio de pesquisas, estatísticas e entrevistas, dados que demonstram as falhas que ocorrem no ciclo necessário para a aprovação de uma edificação, passando por normas e projetos para uma posterior apreciação do órgão estadual responsável pelas aprovações e fiscalizações. Com um estudo de caso (comparando o atual projeto de incêndio) sobre o bloco A da Estácio de Sá, também ilustraremos o que poderia ser feito de melhoria com as informações e intenções corretas.

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Focar na disseminação de informações a respeito da cultura prevencionista de incêndio e pânico bem como se pretende elaborar um pré-projeto de prevenção ao incêndio do campus da Universidade Estácio de Sá em Niterói, ilustrando o que poderia ser feito de melhoria a fim de comparar com os atuais níveis de segurança.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Aferir o nível de conhecimento sobre incêndio e pânico dos alunos da Estácio de Sá (Niterói) por meio de pesquisas;

b) Entrevistar um bombeiro militar que trabalha na sessão técnica responsável pela análise e aprovação de projetos de combate ao incêndio e pânico bem como serão realizadas estatísticas sobre os bombeiros da sessão operacional responsáveis por esse serviço;

c) Demonstrar os riscos que estão sendo acometidos pela ausência de um sistema preventivo com maior eficácia no campus;

d) Comparar os dispositivos exigidos por normas brasileiras com o sistema de chuveiros automáticos;

e) Evidenciar a necessidade de engenheiros especializados na área de engenharia de segurança com ênfase em projetos de combate ao incêndio e pânico.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 CONHECIMENTO SOBRE INCÊNDIO

Conhecer o “grande vilão” a ser com combatido e os agentes extintores a nossa disposição é o primeiro passo para não temermos o resultado da batalha contra o incêndio. É importante ter o domínio sobre alguns conceitos e sobre as características do incêndio para que, então, aprofundemos o estudo sobre os agentes extintores, chegando, por fim, na utilização prática do Sistema de Chuveiros Automáticos.

3.1.1 CONCEITOS DE FOGO X INCÊNDIO

Para se abordar o tema proposto é de fundamental importância discorrer sobre o conhecimento relacionado ao agente a ser extinto pelo Sistema de Chuveiros Automáticos: o Incêndio. E, para tanto, precisamos esclarecer uma diferença básica entre o conceito de Fogo e o de Incêndio. De acordo com o Manual Básico do Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Rio de Janeiro (2016), o fogo é a parte visível de uma combustão, um processo de oxidação muito exotérmico. Apesar de ser um elemento considerado instável por Heráclito (540 – 470 a.C.), o fogo teve papel fundamental na evolução humana, ajudando o homem em todas as fases da história. Já o incêndio é a face obscura do fogo. O conceito de Incêndio se dá a partir do momento em que o fogo sai do controle do homem, quando se torna nocivo e leva consigo danos materiais, financeiro e até compromete a saúde e as vidas das pessoas que entram em contato.

3.1.2 TRIÂNGULO E TETRAEDRO DO FOGO

Os conceitos mais importantes para todo o estudo do incêndio são o do Triângulo e Tetraedro do Fogo, que são, basicamente, os elementos necessários para que haja a existência deles. Caso algum destes elementos seja retirado, a combustão não existirá ou deixará de existir.

Figura 1 – Triângulo do Fogo

Fonte: Comissão Tripartite Permanente de Negociação do Setor Elétrico no Estado de São Paulo (2013)

Figura 2 – Tetraedro do Fogo

Fonte: Comissão Tripartite Permanente de Negociação do Setor Elétrico no Estado de São Paulo (2013)

Existe a necessidade de três elementos para que o Triângulo do Fogo exista: calor, combustível e comburente, porém, com a chegada do Tetraedro do fogo, um novo componente entrou nesta mistura: a reação em cadeia. Sendo conceituados como:

a) Calor: quantidade de energia térmica do material inflamável;

b) Combustível: substância que reage com o oxigênio exotermicamente;

c) Comburente: oxigênio do meio em que o material inflamável está inserido;

d) Reação em cadeia: conjunto de radicais livres que ficam dispersos em meio ao fogo, agitando outras partículas e tem o poder para realimentar a combustão.

Vale ressaltar que para a existência do processo de queima, necessariamente, os quatro elementos deverão estar presentes. Caso qualquer um deles seja retirado ou esteja em total desproporção aos demais, a combustão não acontecerá ou se extinguirá.

3.1.3 PIRÓLISE E PONTOS NOTÁVEIS DA COMBUSTÃO

Todo material combustível passa por uma decomposição em sua estrutura molecular por meio do processo da pirólise, ou seja, quando se encontra sob ação de altas temperaturas este processo libera gases inflamáveis e estes são responsáveis pela combustão. Os materiais inflamáveis se comportam de três formas em relação a sua temperatura, tais pontos são chamados de pontos notáveis da combustão, são eles:

a) Ponto de Fulgor: é uma temperatura em que o combustível pega fogo ao entrar em contato com um agente externo (Exemplo: fósforo), porém, ao retirar este agente, pelo material não possuir energia suficiente para o ciclo de realimentação, o fogo se extingue;

b) Ponto de Combustão: é uma faixa de temperatura em que o material já possui energia o suficiente para se auto alimentar, portanto, ao entrar em contato com um agente externo, ele entra em combustão e se mantém no processo até não haver mais combustível a ser queimado;

c) Ponto de Ignição: é a temperatura necessária para fazer o combustível entrar em combustão sem a necessidade de um agente externo.

Figura 3 – Os três pontos de combustão

Fonte: Blog Bombeiros Guardiões da Vida (2016)

3.1.4 FORMAS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO

Assim como o estudo de propagação de calor na física, o fogo se propaga de quatro formas pelo ambiente. Elas são:

a) Condução: meio de propagação por meio do contato físico de um objeto em combustão com outros;

b) Convecção: utiliza-se os gases do meio para propagar o calor e ocorre quando o objeto alvo alcança o seu ponto de ignição: as chamas;

c) Irradiação: transfere calor a outro objeto a partir de ondas eletromagnéticas geradas pelo processo exotérmico do material que já está em queima, e, quando ele alcança seu ponto de ignição, começa a combustão espontânea;

d) Projeção: é quando, por ação do fogo, parte do material se desprende e se projeta em direção a um outro material inflamável, e, por contato direto, faz com que este material entre em combustão.

3.1.5 PRODUTOS DA COMBUSTÃO

Os diversos tipos de combustão podem ser considerados ricos ou pobres, dependendo da quantidade de oxigênio presente na reação. Atrelado a isto, podemos ter quantidades diferentes de produtos derivados da combustão da queima, como: chama, gases e fumaça. Na combustão, quanto mais rica for a mistura, maior será a quantidade de dióxido de carbono produzida e menores as quantidades de monóxido de carbono e fuligem (matéria preta, gordurosa, na forma de diminutas partículas, oriunda da queima de um combustível). Em uma pesquisa realizada pela NFPA, em 1981, detectou-se que a fumaça (fuligem, monóxido e dióxido de carbono) é o maior causador de mortes nos incêndios, devido a característica asfixiante da fuligem e do dióxido de carbono e devido, ainda, a toxidade do monóxido de carbono, além de que, quando inalados em altas temperaturas, acabam queimando o sistema respiratório, causando insuficiência respiratória.

Figura 4 – Pesquisa realizada pela NFPA em 1981

Fonte: NFPA (1961)

3.1.6 CLASSES DE INCÊNDIO

Para ser mais bem compreendido, o incêndio foi dividido em classes, provenientes do tipo do combustível, por se comportar de diferentes formas quando está sob efeito das chamas. São as Classes:

a) Classes A: Incêndio em materiais sólidos. Tem como característica sofrer a combustão em superfície e em profundidade;

b) Classe B: Líquidos e gases inflamáveis. Estes apenas reagem na superfície;

c) Classe C: Objetos energizados. São materiais sólidos que estão ligados à energia elétrica e tem como característica a rica condução elétrica por meio da água, devendo evitar a extinção do fogo com esses agentes;

d) Classe D: Metais pirofóricos. Reagem de forma diferente quando em contato com a água, podendo até fazer com que a água ajude no processo de queima;

e) Classe K: Óleos animais, vegetais e graxas. A ação da água, nesses combustíveis, pode ocasionar a expansão das chamas.

Figura 5 – Classes de Incêndio

Fonte: Blog SNC (2013)

3.1.7 FORMAS DE EXTINÇÃO

Tendo como base o Tetraedro do Fogo, podemos classificar o processo de extinção dele. As formas de extinção podem ser classificadas em quatro, que correspondem, basicamente, à retirada de uma das pontas do tetraedro:

a) Extinção por retirada do material (Isolamento);

b) Extinção por retirada do comburente (Abafamento);

c) Extinção por retirada do calor (Resfriamento);

d) Extinção por inibição da reação em cadeia (Inibição Química).

3.1.8 AGENTES EXTINTORES

Utilizando o conhecimento adquirido sobre as formas de combate e as classes de incêndio, podemos encontrar, na natureza ou laboratorialmente, três agentes mais utilizados para a extinção do fogo. Dentre eles, estão:

a) A água: Agente mais abundante na natureza. Trabalha a partir da retirada de calor do incêndio, pois possui um ótimo calor específico para promover o resfriamento, além de que, de forma secundária, provoca o abafamento quando utilizada de forma pulverizada;

b) O dióxido de carbono: Trabalha removendo o oxigênio da fonte de combustão, abafando o fogo, e, por geralmente ser armazenado em altas pressões, de forma secundária, trabalha com o resfriamento, pois, ao sair da alta pressão, a temperatura diminui drasticamente;

c) Os pós químicos (bicarbonato de sódio e monofosfato de amônia): Agem diretamente na inibição química, quebrando, portanto, a reação em cadeia, e, secundariamente, abafam o fogo, pois o pó é pulverizado quando lançado.

3.2 CONHECIMENTO BÁSICO SOBRE PREPARAÇÃO E PREVENÇÃO

Devido à grande expansão territorial e populacional, o estado do Rio de Janeiro se tornou um grande alvo para os incidentes relacionados a incêndios. Quanto maior sua população, maior a chance de crescimento desordenado, ocorrendo, assim, grandes chances de incêndio e pânico. Identificamos, na história do Estado do Rio de Janeiro, vários acidentes envolvendo incêndios em edificações de diversas finalidades, que trazem, consigo, elevadas perdas humanas, importantes prejuízos financeiros e significativa preocupação da sociedade como um todo. De acordo com o monitoramento realizado pelo Instituto Sprinkler Brasil (ISB, 2012), desde 2015, no Brasil, o estado do Rio de Janeiro mantém sua posição em sexto lugar. Grande parte desses incêndios poderia ter sido evitada com a adequada instalação de sistemas fixos e móveis contra incêndio bem como com a preparação de pessoal.

Figura 6 – Ocorrências por Estado

Fonte: Instituto Sprinkler Brasil (2018)

3.2.1 ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA FISCALIZAÇÃO, VISTORIAS E ANÁLISE DE PROJETOS

Conforme a Constituição Federal Brasileira propõe, cabe, a cada estado, a exigência de sistemas de proteção contra incêndio. Sendo assim, normalmente, o Corpo de Bombeiros de cada estado possui uma legislação específica para as medidas de Segurança Contra Incêndio e Pânico.  Nesse viés, o trabalho foi baseado de acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) e no Decreto-Lei nº 247, de 21 de julho de 1975, cujo estado do Rio de Janeiro remete a competência sobre o estudo, planejamento, fiscalização e execução das normas que disciplinam a segurança das pessoa são CBMERJ bem como realiza a expedição de licenças para funcionamento de quaisquer estabelecimentos do estado.

Além da instituição em destaque, existem outras normas que servem de embasamento para a criação e aprovação de projetos de incêndio, como, por exemplo, a NBR10897, que normatiza a projeção e instalação do Sistema de Chuveiros Automáticos. Conforme destacado, o COSCIP vai de encontro às normas estabelecidas pela ABNT e, assim, ambos trabalham num senso comum, cabendo, ao Corpo de Bombeiros, a avaliação e aprovação final.

3.2.2 INSTALAÇÃO DE DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO

No Decreto nº 42, de 17 de dezembro de 2018, conhecido como Novo COSCIP, o CBMERJ estabelece normas de segurança contra incêndio e pânico, destinadas à proteção da vida, do patrimônio e do meio ambiente, a serem aplicadas às edificações e áreas de risco, no âmbito do estado do Rio de Janeiro. Conforme o decreto citado, temos pontos relevantes no que diz respeito ao conhecimento da área a ser estudada. No Art. 6º do Decreto, são explanadas todas as medidas de segurança levadas em consideração pelo Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, conforme mostrado a seguir:

Art. 6º – As medidas de segurança contra incêndio e pânico para as edificações e áreas de risco serão as seguintes:

I – Acesso de viaturas;

II – Alarme de incêndio;

III – Aparelho extintor;

IV – Brigada de incêndio;

V – Chuveiro automático;

VI – Compartimentação horizontal;

VII – Compartimentação vertical;

VIII – Segurança estrutural contra incêndio (resistência ao fogo dos elementos da construção);

IX – Controle de fumaça;

X – Controle de materiais de acabamento e revestimento;

XI – Detecção de incêndio;

XII – Elevador de emergência;

XIII – Escada de emergência;

XIV – Hidrante urbano do tipo coluna;

XV – Hidrante e mangotinho;

XVI – Iluminação de emergência;

XVII – Plano de emergência contra incêndio e pânico;

XVIII – Saídas de emergência;

XIX – Separação entre edificações;

XX – Sinalização de segurança contra incêndio e pânico;

XXI – Sistema de espuma;

XXII – Sistema de proteção contra descargas atmosféricas;

XXIII – Sistema de resfriamento; e

XXIV – Sistema fixo de gases para combate a incêndio.

Ainda no Decreto, foi feita a divisão em grupos de exigências que, segundo a Tabela 1, pertencem à “Classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação”. Essas exigências precisam ser adotadas para a Universidade Estácio de Sá, conforme a divisão E-1.

Tabela 1 – Classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação

Fonte: COSCIP (2018)

Após determinar a classificação do campus, utilizamos os dados da Tabela 2, denominada de “Exigências para edificações do grupo E com área superior a 900 m² ou superior a 02 pavimentos” e, também, os dados do Novo COSCIP para observar quais dispositivos de Segurança Contra Incêndio e Pânico se fazem necessários na Unidade de Ensino.

Tabela 2 – Exigências para edificações do grupo E com área superior a 900m² ou superior a 02 pavimentos.

Fonte: COSCIP (2018)

3.2.3 PREPARAÇÃO DE PESSOAL

De acordo com Seito et al (2008), as rotas de fugas são de suma importância pois, havendo falhas no sistema, como erros de comunicação e alarmes, deixa-se a mercê a propagação de chamas, fumaças e gases agressivos a saúde das pessoas, expondo a penetração do fogo e provocando perdas de vidas. Ainda de acordo com Seito et al (2008), um projeto de segurança contra incêndio e prevenção de pânico deve levar em consideração todos os edifícios ao seu redor, e, assim, todos em suas imediações devem ser considerados como parte do projeto, sobretudo no que diz respeito a chance de propagação para os mesmos e evacuação da área.

Os riscos de início de incêndio, juntamente com o de seu crescimento e propagação, estão diretamente relacionados à evolução do fenômeno no interior do edifício e, na pior das hipóteses, podem causar danos ainda maiores ao atingir edifícios adjacentes. Os meios de escape devem ser inerentes aos meios externos, e, assim, devem ser projetados de modo que havendo algum sinistro, a pessoa possa ser completamente capaz de conseguir escapar sem depender de fatores externos, ou seja, são necessários para ampliar a segurança. Claro que isso não impede a ajuda externa em caso de complicações maiores, mas o intuito de segurança total é fazer com que o projeto possa ser consolidado independente de ajudas externas.

3.3 CONHECIMENTO BÁSICO SOBRE SPRINKLERS

O sistema de Sprinkler (Chuveiros Automáticos) merece atenção detalhada, pois é um sistema bastante complexo e de difícil entendimento, o que se resulta na elevação de seu custo. Neste trabalho, as configurações serão abordadas de maneira superficial, mas não constituirá toda simetria, cálculos e regras, pois não é foco do trabalho tal detalhamento. A metodologia deste artigo consistirá em uma ilustração para conhecimento do sistema. Pensando de forma sucinta, o sistema de Sprinkler é um dispositivo que possui um elemento sensível, chamado de bulbo. Nele há um líquido que reage a altas temperaturas estourando e fazendo com que uma tampa de acesso a tubulação pressurizada seja destravada, ativando, assim, o chuveiro.

Figura 7 – Sprinkler antes do incêndio, bulbo intacto

Fonte: Bucka (2013)

Figura 8 – Sprinkler após o incêndio, com o bulbo estourado

Fonte: Ezalpha MV (2018)

Algumas características do Sprinkler precisam ser mencionadas:

a) O sistema de chuveiros automáticos é definido como um sistema fixo integrado, compreendendo os seguintes elementos: rede hidráulica de distribuição (que alimenta os chuveiros automáticos), rede de abastecimento das válvulas de alarme ou chave detentora de fluxo de água e abastecimento de água;

b) Os chuveiros automáticos devem ser portadores da marca e/ou certificado em conformidade com a NBR 6135;

c) Somente chuveiros novos podem ser empregados em uma instalação, eles não são reutilizáveis, fazendo com que este seja um dos pontos que encarece o sistema. Uma vez utilizado, ele precisa ser trocado;

d) Os sistemas de chuveiros automáticos podem ser classificados por: sistema de tubo molhado, sistema de tubo seco, sistema de ação prévia, sistema dilúvio, sistema combinado de tubo seco e ação prévia;

e) Existem diversas classificações de riscos, sendo, cada uma delas, pertencente a uma configuração diferente de sprinkler, são elas: risco leve, risco ordinário, risco extraordinário e risco pesado.

Figura 9 – Ilustração do chuveiro automático

Fonte: Nakamura (2014)

3.4 QUALIFICAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Como destaca Ono (2007, p. 99):

Pouco tem sido a participação dos atores principais dentro desse cenário: os arquitetos e engenheiros civis, responsáveis pela concepção dos espaços dos edifícios, pela especificação de seus materiais e pela execução das obras, que garantam, efetivamente, a inserção das medidas de segurança contra incêndio.

Hoje em dia, não há um estudo sólido e de cunho nacional que engloba uma normativa comum a todos, visto que ainda estamos diante da problemática de que cada estado determina quais parâmetros seguir, baseado nas normas da ABNT, ou seja, ainda não é algo conciso e unânime a todos os estados. A partir disso, começou-se a discutir a importância e a necessidade de uma literatura nacional sobre segurança contra incêndio, ou seja, precisa-se de pesquisas que possam servir de base para estudos nessa área. Embora a SCI (Segurança Contra Incêndio) seja considerada como um dos requisitos básicos para a elaboração do projeto, construção, uso e manutenção das edificações, é pouco contemplada em disciplinas e currículos das escolas de Engenharia e Arquitetura no país. Portanto, são raros os profissionais que consideram esse fator ao projetar uma edificação. Assim, esse requisito passa a ser tratado somente como um item de atendimento compulsório/burocrático à regulamentação do Corpo de Bombeiros ou da Prefeitura local, uma vez que estes são detentores regionais da liberação operacional das edificações.

4. METODOLOGIA

Os métodos utilizados para embasar este trabalho, em razão da falta de cultura prevencionista e de opções de melhoria para o projeto de combate a incêndio e pânico da Estácio, deram-se por meio de uma entrevista feita na faculdade com alunos e funcionários, abordando, para isso, assuntos básicos relacionados ao incêndio. Foram realizadas, também, estatísticas concebidas a partir de dados apontados pelo Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro na entrevista. Na entrevista, os profissionais exemplificaram a importância desse assunto para a população, e, a partir desses dados, foi feito o desenho de um pré-projeto voltado ao combate de incêndios no Bloco A da Estácio, enfatizando-se as melhorias e explicando a importância do dispositivo usado.

4.1 ENTREVISTA ENTRE ALUNOS E FUNCIONÁRIOS DA ESTÁCIO

Foi realizada uma entrevista com 200 pessoas. Dentre elas, estão alunos e funcionários da Estácio de Sá (Niterói). O instrumento metodológico foi aplicado para o desenvolvimento de uma linha de pensamento a respeito da falta de informação bem como sobre o risco que isso traz ao dia a dia da instituição.

Figura 10 – Utilizamos o sistema de formulários do Google para auxiliar nesse processo

Fonte: Autora (2019)

No total, foram realizadas dez perguntas simples e diretas:

Gráfico 1: Porcentagem da faixa etária dos entrevistados

Fonte: Autora (2019)

O gráfico 1 demonstra que a maioria dos entrevistados, alunos e funcionários da instituição de ensino possuem idade entre 25 anos a 35 anos, o que se conclui, pelo tempo de vida, que, em algum momento, espera-se, nessa idade, que o público já tenha tido algum tipo de contato com o assunto abordado. Os demais estão divididos entre os 18 anos a 24 anos e restante possui 36 anos ou mais.  O gráfico 2, por sua vez, analisou a área de atuação desses entrevistados.

Gráfico 2: Porcentagem da área do curso de formação na instituição de ensino

Fonte: Autora (2019)

Conforme observado no gráfico 2, a maioria dos entrevistados se concentra na área de exatas/engenharias, o que é importante, pois apesar de a instituição não oferecer um programa de reconhecimento da área para alunos novos, dentro desses cursos, existem matérias que abordam o assunto, como, por exemplo, segurança do trabalho, visto que nela é abordada a importância do conhecimento sobre incêndio e combate ao mesmo. O gráfico 3, por conseguinte, analisou quantos são alunos e funcionários.

Gráfico 3: Porcentagem dos entrevistados entre alunos e funcionários da instituição

Fonte: Autora (2019)

O percentual de entrevistados nos demonstra que a maioria é formada por alunos e uma pequena parte de funcionários. Apesar do intuito da entrevista ser o de avaliar o nível de conhecimento de todos com relação aos conhecimentos e procedimentos em caso de sinistros, no decorrer da entrevista, é visto que tanto os alunos como os próprios funcionários desconhecem pontos de suma importância, como, por exemplo, o ponto de encontro em caso de sinistro. Prosseguindo, o gráfico 4 revelou o nível de conhecimento dos entrevistados sobre os tipos de extintores para uso no caso de sinistros.

Gráfico 4: Porcentagem do nível de conhecimento dos entrevistados em diferenciar os tipos de extintores, para o uso, em caso de sinistro

Fonte: Autora (2019)

Apesar da maioria dos entrevistados conhecer os tipos de extintores, ainda há uma deficiência nesse percentual, pois é de grande relevância que 100% conheça, seja para compreender como agir em eventuais sinistros na instituição de pesquisa, seja para saber lidar com os sinistros em quaisquer lugares em que o entrevistado possa estar. Além deste trabalho ser focado na conscientização por parte da instituição de ensino para que esta adote melhorias para o combate dos incêndios, o assunto é de interesse nacional, e, assim, pode ser refletido por todos os departamentos da sociedade, e, por conta disso, é importante que esse percentual seja de 100%. O gráfico 5, por sua vez, reflete sobre o conhecimento dos entrevistados frente a utilização de extintores.

Gráfico 5: Porcentagem do conhecimento dos entrevistados para utilização de extintores para equipamentos elétricos

Fonte: Autora (2019)

A deste gráfico (5) apresentar um percentual elevado acerca do conhecimento sobre o uso de extintores para equipamentos elétricos (72,3% dos entrevistados disseram que sim), é de suma importância que haja 100%  de conhecimento por parte dos entrevistados, pois a falta de conhecimento desta minoria, em caso de sinistro, por exemplo, poderia levar estes a danos irreversíveis. Em um suposto incêndio que envolve equipamentos elétricos não se pode utilizar um extintor de água, pois ele é um bom condutor de energia, sendo assim, o dano em uma situação dessas seria ainda maior e fatal. O gráfico 6, por sua vez, reflete sobre o nível de conhecimento dos entrevistados acerca do ponto de encontro no caso de incêndios.

Gráfico 6: Porcentagem do nível de conhecimento dos entrevistados com relação ao ponto de encontro na instituição, em caso de incêndio

Fonte: Autora (2019)

O gráfico 6 revela que apenas 15,4% dos entrevistados sabem onde fica o ponto de encontro na faculdade, em caso de incêndio. Esse índice é extremamente preocupante, pois, em um ambiente como esse, há um grande volume de pessoas, e numa situação de pânico, como um incêndio, por exemplo, é preocupante os alunos/funcionários, em sua maioria, não saberem como proceder e para onde se dirigir. Tendo em vista isso e de acordo com o que Seito et al (2008) afirmam, as rotas de fugas são de suma importância pois, havendo falhas no sistema, como erros de comunicação e alarmes, deixam, a mercê, a propagação de chamas, fumaças e gases agressivos a saúde das pessoas, as expondo à penetração do fogo, o que provoca acarreta perdas de vidas. O gráfico 7, por conseguinte, analisou o conhecimento dos entrevistados em relação à posição que devem tomar quando o ambiente for tomado pela fumaça.

Gráfico 7: Porcentagem dos entrevistados em saber qual posição assumir caso o ambiente seja tomado por fumaça

Fonte: Autora (2019)

Apesar do gráfico 7 apresentar um percentual elevado, assim como mencionado nos gráficos 4 e 5, este é um gráfico em que todos deveriam saber com clareza como proceder. Em uma pesquisa realizada pela NFPA, em 1981, detectou-se que a fumaça (fuligem, monóxido e dióxido de carbono) é o maior causador de mortes nos incêndios, o que torna o conhecimento sobre esta temática fundamental para a sobrevivência humana em caso de incêndios. Prosseguindo, no gráfico 8, perguntou-se, aos entrevistados, se eles sabem como proceder em caso de incêndios.

Gráfico 8: Porcentagem dos entrevistados em relação a ser instruído pela instituição em como proceder em caso de incêndio

Fonte: Autora (2019)

Dado a estatística apresentada no gráfico 8, é notável que apenas 4,6% dos entrevistados foram instruídos pela instituição a como proceder em caso de incêndio, e, assim, conclui-se que é fundamental que haja uma reavaliação do sistema atual de combate ao incêndio e pânico. Ter projetos e instalações aprovados e verificados é algo importante, mas não substitui a necessidade indispensável de ter pessoas qualificadas e instruídas dentro da instituição. O gráfico 9, por conseguinte, verificou o nível de interesse dos entrevistados sobre assuntos voltados ao combate de incêndios.

Gráfico 9: Porcentagem do nível de interesse dos entrevistados em pesquisar sobre assuntos ligados a combate a incêndio

Fonte: Autora (2019)

Assim como já visto no gráfico 1, em relação a maioria dos entrevistados, pela faixa etária já era de se esperar que grande parte tivesse algum contato na vida com o assunto abordado. Por conta disso, pode-se observar, no gráfico 9, que 75,4% dos entrevistados já tiveram algum contato/interesse com o tema e sabem sobre a importância dele, seja para a instituição, seja para o dia a dia na sociedade. O gráfico 10, por fim, teve como objetivo avaliar se a instituição em questão tem abordado temas relevantes em relação ao combate de incêndios.

Gráfico 10: Porcentagem do nível de relevância para os entrevistados com relação à instituição de ensino abordar temas sobre prevenção e combate a incêndio

Fonte: Autora (2019)

O gráfico 10 revelou que todos os entrevistados entendem a relevância do assunto abordado. Com este resultado conclui-se que é essencial repensar sobre como a instituição trata o assunto com os alunos/funcionários e como instrui os mesmos. A partir dos resultados expostos é possível perceber que a maioria dos jovens que participaram não possui conhecimento sobre pontos de encontro na faculdade e nunca foram instruídos por ela. Diante disto, é sinalizada, mais uma vez, a importância de um projeto de combate a incêndio e pânico eficaz, em que deve ser incluído um plano de reconhecimento da área estudantil por parte dos funcionários e alunos, além de um projeto de palestras, simulados e instruções a todos.

4.2 ESTATÍSTICA CONCEDIDA PELO CBMERJ

O assunto tratado ao decorrer deste trabalho é de suma importância em todos os lugares do mundo, mas, de modo objetivo e tendo como foco a instituição de ensino em estudo, solicitaram-se os dados de incêndios apenas da cidade na qual ela se encontra, Niterói. A estatística realizada pelo corpo de bombeiros é correspondente ao período que englobou o ano de 2018 até o mês de abril de 2019. Foi feita de acordo com todos os incidentes relacionados ao incêndio. Consideraram-se as catástrofes atribuídas ao quartel de Niterói (3º Grupamento de Bombeiro Militar).

Tabela 3 – Estatísticas de Incêndio

Fonte: CBMERJ – Corpo de Bombeiro Militar do Rio de Janeiro (2019)

Conforme os dados da tabela 3, é notável que a quantidade de incêndios de janeiro de 2019 até abril do mesmo ano superou os 20 incêndios ocorridos em todo o ano de 2018. São números preocupantes que nos mostram a urgência e importância deste assunto.

4.3 ENTREVISTA CONCEDIDA POR OFICIAL DO CORPO DE BOMBEIROS

É de extrema importância ter o mínimo de conhecimento a respeito do funcionamento da Corporação diante de aprovações e vistorias, como forma de visualizar todos os lados deste processo, e, para tal, foi realizada uma entrevista com um oficial que lida diretamente com este trabalho para simplificarmos a compreensão. Em meio as perguntas feitas, considerou-se toda a preparação do CBMERJ e, diante de tamanha responsabilidade, notou-se que o andamento e o ciclo são necessários para se aprovar um projeto ideal. Entrevistou-se o responsável a partir de perguntas que tiveram como objetivo sanar as dúvidas reais da população, e, ainda, teve-se a preocupação de não ser tomado partido e sim evidenciar o que de fato acontece na prática.

4.3.1 ENTREVISTA FEITA COM OFICIAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO RIO DE JANEIRO

I. Há quanto tempo você trabalha para o corpo de bombeiros?

Oficial: Trabalho há 6 anos, mas diretamente na sessão de serviço técnico, trabalho há 3 anos.

II. Você se orgulha do órgão que escolheu trabalhar?

Oficial: Sim. Pois além da atividade e fim, de vidas alheias e riquezas a salvas (nosso lema), ainda trabalho administrativamente como chefe da sessão responsável pela prevenção de futuros incidentes em um município do Rio de Janeiro.

III. O que você acha da cultura prevencionista do Rio de Janeiro?

Oficial: Muito fraca. Apesar dos esforços que o Corpo de Bombeiro faz para fiscalizar, não temos efetivo suficiente para realizar este trabalho de forma mais expansiva. E por parte da população, não temos esta cultura difundida. Diferente de países como, por exemplo, o Japão, onde crianças fazem simulados de sinistros desde o colégio.

IV. Quais as falhas que você reconhece e gostaria que mudasse na sua área de atuação?

Oficial: A falta de efetivo hoje é um dos maiores males que assola a corporação, afetando diretamente nosso serviço.

V. Estudando um pouco sobre a profissão de vocês, obtive a informação que vocês saem do Curso de Formação de Oficiais, que possui duração de 3 anos, com ensino superior. Qual seria essa formação?

Oficial: Segundo o MEC, Engenharia de Incêndio. Porém, como militares, não há credenciamento junto ao CREA.

VI. Vocês possuem as matérias exigidas para o curso, que são os dois primeiros anos (4 períodos), comuns em todas as engenharias?

Oficial: Não. Porém por termos aula em período integral, temos as mesmas matérias, mas em tempos reduzidos.

VII. Então além de toda parte de combate, vocês aprendem o básico de Engenharia, e ainda um pouco sobre todas as funções administrativas do quartel em 3 anos, é isso?

Oficial: Exato.

VIII. Para uma pessoa civil ser autorizada a fazer um projeto de incêndio, ela precisa ser graduada em Engenharia e ainda concluir uma pós em Segurança do Trabalho, sendo um total de 7 anos de estudo. Vocês possuem alguma especialização após a formação para fazer as aprovações e inspeções de projetos de incêndio?

Oficial: Além de termos em nossa grade um ano de estudo específico sobre o tema, nós que trabalhamos a nível de quartel não aprovamos projetos mais complexos. O que fica a cargo da diretoria aonde trabalha oficiais com maior experiência e formados no curso do CEPREVI (Curso de Especialização em Prevenção de Incêndio).

IX. Você, como chefe da sessão de engenharia, possui curso do CEPREVI para aprovar e inspecionar os projetos designados ao quartel?

Oficial: Negativo. Tenho apenas as matérias que disse anteriormente.

X. No COSCIP (Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico), e na NBR 10987 diz não ser necessário a Estácio de Sá (Niterói) possuir sprinkler, por não possuir prédios acima de 30 metros de altura. Mas de área total construída, a instituição possui aproximadamente 10.221m². Qual a sua opinião sobre esta afirmação?

Oficial: Mesmo que não seja exigido, não é impedido que a instituição instale o dispositivo. Devido ao fato de obter ambientes laboratoriais, muito fluxo de pessoas e área extensa, seria aconselhável. O que não impossibilita também o Bombeiro rever os seus critérios para instalação de sprinkler, porque é comum em uma área grande como essa, o incêndio começar em local afastado e só ser visto quando já tomou grandes proporções.

XI. Você acha que essa falha no projeto traz riscos para a instituição de Ensino?

Oficial: Com certeza.

XII. Pensando agora, no que a Instituição poderia fazer para melhorar a cultura prevencionista dos estudantes e funcionários. Qual seria o seu conselho?

Oficial: Adotar a prática de simulados de desocupação periódicos, palestras e rever a necessidade do sistema preventivo de incêndio no campus.

Infelizmente, militares não tem permissão para conceder entrevistas, portanto o nome do oficial, a patente e o quartel foram omitidos por segurança e prudência.

4.4 PRÉ-PROJETO DA ESTÁCIO – BLOCO A

Em meio a todo o tramite necessário para a aprovação de um local, nos deparamos com corrupções, falhas de projetos por meio de empresas e/ou projetistas e com vistorias que abrem brechas para sinistros e fatalidades, mas gostaríamos de nos atentar à situação de nossa instituição e aos detalhes para chegarmos a estratégias para melhorar a política prevencionista da mesma. A Estácio de Sá possui um projeto de combate ao incêndio e pânico atual que foi feito por uma empresa especializada, aprovado e vistoriado pelo Corpo de Bombeiros. Mediante a esta afirmação, seria de se esperar que isso trouxesse uma segurança plena para todas as frequentes pessoas do local. Infelizmente, a resposta é não. Ter sistemas exigidos pelo COSCIP ou NBR’s e as aprovações e vistorias pelo CBMERJ não têm sido suficiente, além da necessidade de se ter pessoas preparadas e instruídas na instituição para tal acontecimento, necessita-se, dessa forma, discorrer sobre sistemas mais eficazes.

Como mencionamos no referencial teórico, o sistema de chuveiros automáticos, conhecido como Sprinklers, é p meio de combate de incêndios mais atual. As normas brasileiras, internacionais e o COSCIP mantêm artigos e decretos que discriminam as características que um espaço necessita ter para a obrigatoriedade deste sistema. No Rio de Janeiro, utiliza-se o COSCIP e ele foi embasado nas NBR’s. A norma responsável por toda descrição de Sprinklers é a NBR 10897. Para se projetar um local com Sprinkler, é necessário que ele seja aplicado em toda a área do terreno no qual se encontra a propriedade.

Não pode ser aplicado, então, em um espaço específico. Se fôssemos fazer um projeto de fato da Estácio, seria necessário incluir todos os blocos e espaços que estão dentro do terreno. Isso daria um trabalho extremo e um conhecimento que vai além. Portanto, o pré-projeto realizado tem como intuito externar a eficiência do sistema, características básicas, conhecimento de custo aproximado e ilustrar apenas o Bloco A da Estácio. Existem diversas monografias e dissertações sobre os chuveiros automáticos e deixaremos no referencial bibliográfico fontes de informações para tal assunto.

Figura 11 – Vista superior do projeto de sprinkler – Bloco A

Fonte: Autora (2019)

Após a elaboração do pré-projeto de Sprinkler do Bloco A, chegou-se no resultado de 221 bicos de Sprinklers. Fazendo uma pesquisa de mercado, foi concluído que o preço médio por Sprinkler instalado é de R$ 1.000,00 reais, podendo variar de acordo com a configuração de tubulações, cálculo da bomba, potência da bomba necessária e fornecedor escolhido. Totalizando um valor de R$ 221.000,00 reais para a implementação do sistemas de chuveiros automáticos, apenas para o Bloco A. Com o valor estipulado e adotando a proporcionalidade em toda a unidade (levando em consideração o valor do bloco A e toda a área construída), para se ter a implementação em toda a Estácio de Sá – Unidade da Rua Eduardo Luiz Gomes, 134, os valores são os apresentados na tabela 4.

Tabela 4 – Valor estimado da implementação de Sprinklers

Unidade Qt. De Bicos Valor
Bloco A 2454,78 221 R$ 221.000
Bloco B 6416,97 578 R$ 578.000
Bloco C 252,34 23 R$ 23.000
Área Anexo A 197,7 18 R$ 18.000
Área do Subsolo 01 730,28 66 R$ 66.000
Área do Subsolo 02 154,61 14 R$ 14.000
Área Total 10.206,68 920 R$ 920.000

Fonte: Autora (2019)

5. DISCUSSÃO

Diante dos dados obtidos, em que é evidenciada a falta de informação dos alunos e funcionários e a partir das estáticas apresentadas (feita em 2015, cruzando uma pesquisa da Geneva Association com dados do Sistema Único de Saúde – SUS –, segundo dados do Instituto Sprinkler) em que o Brasil assume o terceiro lugar no Ranking Mundial com o maior número de mortes por incêndio e tendo o Rio de Janeiro ocupado o sexto lugar no Ranking Nacional com maior número de incêndios, foi constatado que é de suma importância uma atualização do projeto de combate a incêndio e pânico do campus da Estácio de Sá, em que é necessário programar planos de simulados de incêndio, instrução para reconhecimento das áreas de escape, ponto de encontro e sinalização adequada.

O Brasil não possui uma lei concisa para todo o país, pois, cada estado, em conjunto com o corpo de Bombeiro Militar, tem autonomia, perante as normas previstas no COSCIP (CÓDIGO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO), para elaborar e fiscalizar os seus projetos, o que acaba deixando margens para falhas e critérios diferentes. Isso evidencia, mais uma vez, a importância de um projeto forte, o mais completo possível e eficaz de combate ao pânico e ao incêndio. Por conta disto, a ideia da implementação do projeto de Sprinkler (Sistema de Chuveiros Automáticos) para a unidade da Estácio de Sá, que apesar de não ser obrigatório, perante o regulamento do Estado do Rio de Janeiro, seria mais uma maneira de aumentar a eficácia de proteção do estabelecimento. Em uma pesquisa realizada pela NFPA, em 1981, detectou-se que a fumaça (fuligem, monóxido e dióxido de carbono) é o maior causador de mortes nos incêndios.

Tendo em vista isso e de acordo com o que Seito et al (2008) afirmam, as rotas de fugas são de suma importância pois, havendo falhas no sistema, como erros de comunicação e alarmes, deixam, a mercê, a propagação de chamas, fumaças e gases agressivos a saúde das pessoas, as expondo à penetração do fogo e provocando perdas de vidas.  Por isso, em um ambiente estudantil, no qual já foi comprovado (via entrevista, conforme item anterior) que um simples foco de incêndio poderia causar a morte de várias pessoas pela falta de informação em como proceder (rotas de fuga e ponto de encontro) e devido a fumaça ser propagada rapidamente, instruções sobre os incêndios são essenciais.  Ainda de acordo com Seito et al (2008), um projeto de segurança contra incêndio e prevenção de pânico deve levar em consideração todos os edifícios ao seu redor, e, assim, todos em suas imediações devem ser considerados como parte do projeto, sobretudo no que diz respeito a chance de propagação para os mesmos e evacuação da área.

Com todas as estatísticas, entrevistas e com o estudo de caso, podemos analisar, de forma mais concisa e imparcial, todos os lados que o assunto de Segurança contra Incêndio e Pânico possui. Podemos, ainda, entender um pouco sobre os parâmetros do Corpo de Bombeiros, e, assim, compreendemos que o trabalho desta corporação vai muito além de fiscalizar e aprovar projetos. A falta de efetividade, no dia a dia de trabalho, de empresas competentes para a realização dos projetos e a falta de embasamento por meio de normas para algo mais seguro, deixam os bombeiros em situações complexas. Existem as empresas especializadas nesses tipos de projetos que, por falta de informação, de cursos específicos ou devido à corrupção, não percebem a tamanha responsabilidade que tem em mãos.

E nós, como instituição, devemos nos atentar sobre a eficácia da solução de emergência e pânico, com um projeto da faculdade contendo um bom sistema de iluminação de emergência, indicando por onde seguir em caso de sinistro, portas corta-fogo e resistentes a penetração de fumaça, boa ventilação para que não haja acúmulo de fumaça densa, atenção para pontos de fugas desobstruídos e a demarcação de um ponto de encontro para os alunos e funcionários, protegido e bem sinalizado. Além da capacidade de ter uma equipe de resgate que esteja prontamente apta a auxiliar na evacuação da área. De acordo com o monitoramento realizado pelo Instituto Sprinkler Brasil (ISB, 2012), desde 2015, no Brasil, o estado do Rio de Janeiro mantém posição em sexto lugar.

Grande parte dos incêndios poderia ter sido contornada caso houvesse a adequada instalação de sistemas fixos e móveis contra incêndio bem como com a preparação de pessoal. Cada ser humano responde de uma maneira diferente as situações adversas, porém, em casos de sinistros de incêndio, é comum todos serem tomados pelo pânico e nervosismo, e, assim, não sabem como proceder, e, em muitos casos, acabam ficando paralisados, o que se torna bastante urgente de ser pensado, pois, numa situação de risco, o tempo é um fator muito importante. A taxa de resposta entre o ocorrido e o tempo disponível de ação tem que ser a mais eficaz possível, pois, em caso tardio do aviso de incêndio, quando as situações de fogo e fumaça estão mais severas, é difícil manter a calma e seguir um caminho tranquilo.

Muitos não sabem qual a direção a seguir num ambiente com fumaça, por exemplo, e, dessa forma, tendem a gerar muito desespero e, por vezes, sofrem asfixia por não serem capazes de se portar diante de tal problemática. Portanto, as situações que podem dificultar o controle emocional advêm da ignorância sobre este assunto, por isso é de suma relevância a realização de simulados periódicos de desocupação para trazer a familiarização dos estudantes e dos funcionários para com o campus, visando que esses conheçam as rotas de fuga e os pontos de encontro, o que resulta na diminuição do pânico. Os sistemas de chuveiros automáticos não precisam do ser humano para manusear ou ligá-lo, isso faz com que seja rápida a resposta no combate a propagação do fogo.

Apesar das normas (COSCIP e NBR10897) deixarem a critério do responsável pelo projeto julgar se é necessária ou não a instalação de chuveiros automáticos (Sprinklers), o sistema na Estácio de Sá ainda é deixado de lado por conta do elevado custo para instalação e em razão da complexidade deste. Mediante as informações aqui apresentadas e discutidas, percebemos que a cultura corretiva que temos faz com que os responsáveis não gastem com uma instalação contra incêndio e pânico comprovadamente com maior eficácia, o que nos deixa mais vulneráveis a qualquer incidente, que pode se tornar algo catastrófico, podendo gerar não somente a perda estrutural da instituição, mas também de vidas. Assim sendo, podemos escolher evoluir, fazer o que estiver ao alcance, pensando não só no custo benefício, mas na segurança plena de todas as pessoas que passam pela Estácio.

6. CONCLUSÃO

Ao realizar as pesquisas de campo para verificar e validar o conhecimento sobre as normas em vigor no estado do Rio de Janeiro, foi verificada a necessidade de disseminação de mais informações e, também, da procura por tecnologias que atribuem e fornecem um maior nível de segurança, principalmente em ambientes nos quais há um grande número de pessoas aglomeradas, como no caso em estudo, um ambiente estudantil (Bloco A – Universidade Estácio de Sá – Campus Niterói). Os parâmetros para a necessidade de aferir o nível de conhecimentos dos alunos e funcionários deu-se a partir de pesquisa feita diretamente com eles. A partir dela foi constatado que a grande maioria não sabia como proceder em caso de sinistro dentro da universidade.

Com o auxílio de dados estatísticos e da entrevista com um oficial do setor técnico do Corpo de Bombeiros, foi detectado que o estado ainda carece de segurança no que diz respeito aos projetos de combate a incêndio e controle de pânico. Constatou-se que devido à falta de maiores informações e de um programa de reconhecimento de área para com os alunos, todos estão sujeitos a riscos graves devido à ausência de um sistema preventivo com maior eficácia no campus. Percebeu-se que mesmo com o projeto de combate a incêndio dentro das normas atuais, não devemos contar com o status de ambiente seguro. A falta de informações dos alunos em como proceder em caso de emergência é algo grave e poderia ser prevenido com a instalação dos chuveiros automáticos (sprinklers), pois aumentariam a eficácia de segurança e resposta rápida ao combater o sinistro.

Analisou-se, a partir dos dados obtidos no referencial teórico, que não existe um órgão independente e exclusivo que dê ênfase em projetos de incêndio e pânico, focado, dessa forma, na engenharia de segurança. Diante disso e de todas as problemáticas envolta do assunto, foi constatado que é de suma importância que os responsáveis sejam capazes de aprimorar as legislações e pôr em prática os estudos para obter uma maior eficácia no combate ao incêndio e ao pânico, pois, infelizmente, o foco em melhorias só de dá a partir de tragédias ocasionais. Com este estudo de caso, o qual teve embasamento em pesquisas e na entrevista com funcionários dos órgãos responsáveis, notou-se a necessidade de alertar e conscientizar acerca das falhas na comunicação, além da carência de uma legislação concisa que englobe, de forma unificada, as leis de prevenção ao incêndio e ao pânico.

Deixa-se, como sugestão, a necessidade de uma reavaliação do sistema atual de incêndio do campus da Estácio de Sá Niterói, visando aumentar o nível de segurança e resposta rápida para caso ocorra algum sinistro, pois, segundo o manual de prevenção e combate de incêndio de Secco (1982), a água é o agente extintor mais antigo e mais utilizado no combate ao fogo, sendo, portanto, um sistema de resposta rápida, e, assim como os chuveiros automáticos, é uma boa opção para um ambiente estudantil, no qual há a aglomeração de um grande quantitativo de pessoas. Sendo, de mesmo modo, necessária a prática de simulados e palestras a respeito da segurança contra incêndio e pânico para que a Estácio consiga, além de transformar as mentes das pessoas, como vem fazendo, contribuir mais para com a prática da prevenção.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10897: Sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos –Requisitos. Rio de Janeiro, 2014.

BENTES, L. A. V. B. Estudo Comparativo Entre Metodologias De Dimensionamento De Redes De Sistemas De Chuveiros Automáticos Do Tipo Sprinkler. 2016. 80 f. Monografia (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2016.

BLOG BOMBEIROS GUARDIÕES DA VIDA Nosso compromisso é Prevenir para melhor Proteger. Disponível em:  https://bombeirosguardioesdavida.blogspot.com/2016/06/pontos-de-temperatura.html. Acesso em: 28 mai. 2019.

BLOG SNC Classes de Incêndio. Disponível em: http://www.blogsnc.com.br/2013/01/classes-de-incendio.html#axzz5pduoNK5I. Acesso em: 28 mai. 2019.

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COMISSÃO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAÇÃO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP. Manual Combate Incêndio. Disponível em: http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2017-03/manualcombateincendio.pdf. Acesso em: 28 mai. 2019.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. COSCIP: Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico. Rio de Janeiro, DECRETO Nº 42, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. COSCIP: Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico. Rio de Janeiro, Decreto Lei nº 247 de 21 de julho de 1975.

CBMRJ. Manual Básico do Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2016.

EZALPHA, M. V Sprinklers: proteção e eficiência. Disponível em: https://ezalphamv.com.br/sprinklers-protecao-e-eficiencia/. Acesso em: 28 mai. 2019.

INSTITUTO SPRINKLER BRASIL. Brasil é o 3º país com o maior número de mortes por incêndio (Newsletter nº 5). Disponível em:https://www.sprinklerbrasil.org.br/imprensa/brasil-e-o-3o-pais-com-o-maior-numero-de-mortes-por-incendio-newsletter-no-5/. Acesso em: 28 mai. 2019.

INSTITUTO SPRINKLER BRASIL Estatísticas 2012 até 2018. Disponível em https://www.sprinklerbrasil.org.br/instituto-sprinkler-brasil/estatisticas/. Acesso em: 28 mai. 2019.

NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION. NFPA. Disponível em: https://www.nfpa.org/News-and-Research/Publications-and-media/Press-Room/Reporters-Guide-to-Fire-and-NFPA/All-about-fire. Acesso em: 25 mai. 2019.

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ONO, R. Parâmetros de garantia da qualidade do projeto de segurança contra incêndio em edifícios altos. Ambiente Construído, v. 7, n. 1, p. 97-113. jan./mar. 2007.

SECCO, O. Manual de Prevenção e Combate de Incêndios. 3ª ed. São Paulo: ABPA, 1982.

SEITO, A. I. et. al. A Segurança Contra Incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto, 2008.

[1] Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção, Pós-Graduação em Engenharia de Projetos e Graduação em Engenharia Mecânica.

[2] Mestrado em Mestrado Profissional de Educação Matemática. Especialização em Gerenciamento de Projetos. Graduação em Licenciatura Plena em Matemática. Graduação em Engenharia Mecânica Aeronáutica.

Enviado: Dezembro, 2019.

Aprovado: Março, 2020.

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Nathalia Cordeiro Siqueira

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