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Eficiência Energética nas Instalações Elétricas na Superintendência da Zona Franca de Manaus-Suframa

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CONTEÚDO

ROSA, Daniel de Souza [1], CÂMARA, Patrícia Trabuco [2], ASCUÍ, Rogério Roman Mesquita de [3]

ROSA, Daniel de Souza; CÂMARA, Patrícia Trabuco; ASCUÍ, Rogério Roman Mesquita de. Eficiência Energética nas Instalações Elétricas na Superintendência da Zona Franca de Manaus-Suframa. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 2, Vol. 16. pp 441-450, Março de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

Esse artigo retrata sobre a eficiência energética nas dependências da Superintendência da Zona Franca de Manaus-SUFRAMA, cuja preocupação básica deste estudo é minimizar custos e desperdícios de energia elétrica, bem como promover boa gestão de recursos e eficiência no gasto público, considerando atributos de práticas de sustentabilidade e de racionalização de uso nos serviços aplicados. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica considerando as contribuições de autores como MAMEDE FILHO (2012), BENJAMIM BARROS (2015) E MARCELO ROMÉRO (2014), entre outros, procurando enfatizar a importância da eficiência energética nos edifícios públicos. Os resultados obtidos com a boa gestão de recursos de energia elétrica mostram detalhes da redução na fatura mensal da unidade analisada com a eliminação de multas provocadas pelo baixo fator de potência, melhores condições na contratação das demandas e as melhorias quanto o bom funcionamento do fornecimento de energia.

Palavras-chave: Eficiência Energética, Redução de Custos.

INTRODUÇÃO

O Brasil possui, há pelo menos três décadas, programas de Eficiência Energética, mas foi com a crise energia elétrica em meados de 2001, o Governo Federal instituiu a Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica-GPE. Neste contexto, colaborou estimando metas de redução do consumo, por meio do estudo das informações de consumo e da demanda obtidos com a implementação do cadastro das unidades públicas.

As iniciativas para a adoção de medidas de eficiência energética em prédios públicos vêm recebendo a atenção especial de diversos países pela sua importância em contribuir na redução das emissões que impactam o clima do planeta ou pelo papel tecnológico estratégico que desempenham nas empresas num mercado cada vez mais competitivo e globalizado.

Em todo pais adotou-se normas regulamentadoras que tratasse de eficiência energética, não sendo diferente, a Superintendência da Zona Franca de Manaus-SUFRAMA, por meio de uma comissão, elaborou um estudo que pudesse fazer um raio-X da situação energética nas instalações elétrica, fazendo necessária à participação de todos os agentes responsáveis pela gestão de energia, a fim de avaliar o montante de energia ou a demanda energética necessária ao atendimento de suas necessidades atuais e futuras, além de torna cada vez mais eficientes as instalações , sistemas e equipamentos.

Nesta perspectiva, construíram-se ações previstas na legislação que nortearam este trabalho:

  • Atuação nos índices com vista a reduzir os gastos por meio da redução do consumo e da demanda de energia elétrica;
  • Substituição de tecnologias obsoletas por eficientes;
  • Adoção de diretrizes propostas pelo programa PROCEL-Prédios Públicos que visa promover a economia e uso racional da energia elétrica nas edificações públicas;
  • Diagnóstico da situação das instalações elétricas e propor as alterações necessárias para redução do consumo;
  • Realização de levantamento e acompanhamento do consumo de energia (histórico de consumo de energia);

É importante observar que as avaliações, por si só, não conduzem à racionalização do uso de energia. Elas constituem um primeiro e decisivo passo nesta direção, e requer medidas e ações posteriores, desejavelmente estabelecidas de forma planejada e estruturada, com clara definição de metas, responsável e efetivos acompanhamentos, se possível no âmbito de um Programa de Gestão Energética.

Vários autores conceituam o conceito de eficiência energética como uma atividade que busca melhorar o uso de fontes de energia, consistindo em usar de modo eficiente a energia para se obter um determinado resultado.

De acordo com Dias (1999) e Goldemberg (1998),

O termo eficiência energética é a Conservação de energia mantendo ou melhorando o padrão de serviços e qualidade de vida, com menor custo no consumo de energéticos. Com a redução ou eliminação dos desperdícios, a partir de mudanças comportamentais (educação), aprimoramentos administrativos, ações corretivas e introdução de novas tecnologias, é possível conquistar diferenciais competitivos.

Ou seja, a eficientização energética pode ser também interpretada como a maneira mais eficaz de usar a energia elétrica sem comprometer o conforto do ambiente de trabalho.

Neste contexto, o objetivo primordial deste estudo é, pois, demonstrar as melhorias e economias obtidas em relação a eficientização energética em um ambiente construído, onde serão demonstradas todas as etapas, metodologia adotadas e o desenvolvimento da pesquisa, utilizando tabelas e gráficos para demonstrar a diminuição de 20% (vinte porcentos) do custo com energia elétrica. Com a economia obtida, a Suframa poderá investir em melhorias em tecnologias modernas, adotando medidas que diminuam agressões ao meio ambiente, além de ajudar a sociedade como um todo. 

DESENVOLVIMENTO

Este trabalho trata-se de um estudo de eficiência energética realizado em 2013 a 2014, no prédio sede da SUFRAMA.

Para elaboração desse trabalho foram implementadas ações como: acompanhamento das contas de energia elétrica, análise do contrato de fornecimento de energia com a Concessionária, analise do ambiente de trabalho por meio de observação do local e promoção de campanhas do uso racional de energia elétrica.

Para o período de jan/2013 a dez/2014, elaborou-se uma matriz energética, visando mensurar várias medidas de eficientização e otimização como: a) revisão do contrato de fornecimento de energia, visando a racionalização em razão da real demanda de energia elétrica da Autarquia; b) monitoração do consumo de energia, por meio das faturas mensais de energia elétrica; e c) levantamento de carga elétrica através de medições no prédio sede.

  • Revisão do contrato de fornecimento de energia, visando a racionalização em razão da real demanda de energia elétrica da Autarquia;

A análise das faturas é uma das principais ferramentas usada como indicador da redução do consumo, é por meio dela que podemos verificar se os resultados da implantação da eficientização energética foram alcançados, ou seja, se a redução de custos foi obtida pelo menos 20%. Após a modificação da demanda contratada da SUFRAMA no mês de março de 2013, a economia obtida foi de aproximadamente 35%. De acordo com a Figura 1, percebe-se nitidamente a redução dos custos da demanda ao longo dos meses do ano 2013 e 2014. Figura 2.

Figura 1 – Gráfico da Demanda.
Figura 2 – Gráfico do Custo.
  • Monitoração do consumo de energia;
  • Levantamento de carga elétrica através de medições no prédio sede;

O estudo de eficiência energética age nos diferentes tipos de carga (Iluminação, condutores elétricos, fator de potência, motores elétricos, climatização, refrigeração, carregamento de transformadores e instalações elétricas).

ILUMINAÇÃO

Para reduzir o desperdício nesse segmento, observaram-se e implementaram–se medidas de curto prazo como: (estudo de viabilidade de redução do número de lâmpadas, implantação de sensores de presença em áreas coletivas e banheiros, conservações de lâmpadas e luminárias limpas para permitir a reflexão máxima da luz, Substituição das lâmpadas convencionais por lâmpadas com maior eficiência energética; (lâmpadas led pela convencional- reator e stator), Instalação de temporizadores e sensores de presença na parte internas e externas do edifício Sede da SUFRAMA (Corredores e Estacionamentos) e promoveu a manutenção do sistema por meio Empresa contratada de Manutenção Predial.

FATOR DE POTÊNCIA

Entre os anos de 2008 a 2012, a Suframa apresentava em suas faturas multas provocadas pelo baixo fator de potência e pela má contratação da demanda, ocasionando desperdícios no consumo de energia e custo elevadíssimo.

Figura 3 – Gráfico do Fator de Potência.
Figura 4 – Potência Reativa.

Para a correção do fator de potência foram utilizados banco de capacitores, cuja instalação representa uma fonte geradora de energia reativa localizada, suprindo parte da demanda de potência reativa requerida pelos equipamentos que possuem bobinas, tais como motores de indução, reatores, transformadores etc. No Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel estabelece que o fator de potência, para as unidades consumidoras dos grupos A e B, deve ser superior a 0,92 capacitivo.

A fim de reduzir a potência reativa foram necessários a substituição de motores elétricos e compressores de baixo rendimento do chiller, lâmpadas de descargas (vapor de mercúrio, sódio) por lâmpadas mistas, e lâmpadas fluorescentes com reatores para lâmpadas de led.

No período de janeiro de 2013 a março de 2014, a potência reativa encontrava-se muito alta (Figura 4.), ocasionando o fator de potência muito baixo (Figura 3.). Com a implantação do banco de capacitor (em meados de março de 2014) a potência reativa diminui (Figura 4.), ocasionando um bom fator de potência. (Figura 3).

Valores altos de fator de potência (próximos de 1,0 ou 100%) indicam uso eficiente da energia elétrica, enquanto valores baixos evidenciam seu mau aproveitamento, além de representarem sobrecarga em todo sistema elétrico tanto do consumidor como da concessionária.

CONDUTOS ELÉTRICOS

Adequação de todas as instalações elétricas às normas e padrões exigidos pela legislação e ABNT;

Figura 5 – Gráfico da Evolução do Custo do Consumo de Energia Elétrica.

Na Figura 5. Apresenta o consumo médio mensal entre 2013 e 2014. Podemos observar uma redução de 20% de economia de energia elétrica entre os meses setembro de 2013 a setembro de 2014. Esta economia deve-se da implantação do sistema de gerenciamento energético no prédio da Unidade. Vale salientar que foi conseguida por meio do contrato de manutenção da sede, e outras ações que foram e ainda estão sendo implementadas. Visando incorporar os critérios de sustentabilidade e eficiência na sede da SUFRAMA.

Desde a sua implantação, os programas de eficiência energética totalizaram para SUFRAMA uma redução de custos de aproximadamente de 1,0 milhão por ano.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, conclui-se que os resultados deste trabalho estão de acordo com as orientações do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica-PROCEL. Foi feito novo contrato de fornecimento de energia com a concessionária local, obtendo redução inicial de 20% na fatura de energia elétrica da Autarquia. Devido às dimensões e à natureza das atividades desenvolvidas nesta Autarquia, a SUFRAMA já pratica no seu cotidiano hábitos no trato da economia de energia elétrica, várias medidas foram e estão sendo tomadas para o controle do consumo de energia elétrica. Para alcançar essa meta várias medidas relativas ao consumo de energia elétrica foram adotadas, sem comprometer as atividades desenvolvidas na Autarquia, a segurança e o conforto. Com tudo isto foi agregado aos funcionários da SUFRAMA uma nova cultura de uso consciente da energia elétrica.

Durante os últimos anos, foram feitos investimentos e melhorias no sistema de fornecimento e distribuição interna de energia elétrica na Unidade Sede da SUFRAMA.

A SUFRAMA, no intuito de gerenciar e controlar de forma eficaz sua energia, instalou um complexo sistema de gerenciamento de energia e controle de demanda com multimedidores, capazes de registrar diversas grandezas elétricas, em todos os seus prédios anexos, visando à otimização da tomada de decisões setoriais em relação ao consumo. O controle do fator de potência através desse sistema de gerenciamento foi relevante na diminuição do valor da conta de energia elétrica, pois reduziu drasticamente as multas devido às ultrapassagens do limite estabelecido pela concessionária.

A busca da eficiência energética nas edificações publicas tem um papel fundamental como política pública tanto como efeito demonstrativo quanto como indutor do mercado.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.

______.NBR 5361: Disjuntores de baixa tensão. Rio de Janeiro, 1998.

______.NBR 6150: Eletrodutos de PVC rígidos – Especificação. Rio de Janeiro, 1980.

______. NBR 14039: Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. Rio de Janeiro, 2005.

______. NBR 6527: Interruptores para instalação elétrica fixa doméstica e análoga – Especificação. Rio de Janeiro, 2000.

MAMEDE FILHO, João. Instalações elétricas industriais. 5ª ed. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda., 1997.

ROMÉRO, Marcelo de Andrade. Eficiência Energética em Edifícios. Edição digital. São Paulo: Série Sustentabilidade editora Manole Ltda., 2014.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ-UNIFEI/FUPAI. Eficiência Energética Teoria & Prática. 1º Edição. Itajubá -2007.

AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Como implantar a A3P.

AZEVÊDO CRUZ, Roberto Ribeiro. Gerenciamento De Energia Elétrica Para Otimizar A Qualidade E A Eficiência Energética De Grandes Consumidores – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica – PPGEE, da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, João Pessoa-PB, 2014.

CENTRO DE PESQUISA DE ENERGIA ELÉTRICA-CEPEL. Guia para Eficiência Energética nas Edificações Públicas. Rio de Janeiro -2015.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ-UXCEN/FUPAI. Eficiência Energética Fundamentos e Aplicações. 1º Edição. Campinas-SP-2012.

PLANO NACIONAL DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA. Premissas e Diretrizes. Básicas.

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES-INSTITUTO PROMINAS. Mercados de Energia e Eficiência Energética.

[1] Bacharel em Engenharia Elétrica. Universidade do Estado do Amazonas -UEA. Pós-Graduado em Logística. Pós-Graduado em Engenharia de Produção. Possui MBA em Sistemas de Informação. Pós-Graduado em Engenharia Elétrica com ênfase em Instalações Elétricas Industriais.

[2] Bacharel em Engenharia Elétrica. Universidade Federal da Bahia – Campus Salvador. Pós-Graduada em Engenharia Elétrica com ênfase em Instalações Elétricas Industriais.

[3] Bacharel em Engenharia Elétrica. Universidade Federal do Amazonas-UFAM Pós-Graduada em Engenharia Elétrica com ênfase em Instalações Elétricas Industriais.

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Daniel de Souza Rosa

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