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Principais patologias nos revestimentos de edificações: Conceitos, origens e métodos de tratamento

RC: 50914
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

AIRES, Weillon Martins [1], BASTOS, Júlio César de Almeida [2], SILVA, Wellington Cesar Teles da [3], VASCONCELOS, Maycon Mickael Ribeiro [4]

AIRES, Weillon Martins. Et al. Principais patologias nos revestimentos de edificações: Conceitos, origens e métodos de tratamento. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 05, Vol. 08, pp. 46-60. Maio de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/revestimentos-de-edificacoes

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo analisar as principais manifestações patológicas provocadas pela umidade em revestimento de edifícios. Para tanto, foi feita uma pesquisa bibliográfica, a fim de analisar as construções civis, pois as patologias são um dos maiores problemas enfrentados ao decorrer da vida útil de uma construção. Sendo assim, este artigo busca diagnosticar possíveis causas e sugerir soluções de correção para tais processos deteriorantes. Sabe-se que a umidade nas construções pode gerar danos graves à estrutura e altos prejuízos financeiros, o que significa que profissionais da área devem dominar as técnicas, visando à precaução e à recuperação dos danos, para garantir a qualidade das estruturas da edificação. As considerações finais deste trabalho fundamentam-se na relevância de se procurar uma maior durabilidade dos edifícios, o que pode evitar que patologias de umidade danifiquem a propriedade e comprometam a saúde dos cidadãos.

Palavras-chave: Manifestações patológicas, umidade, revestimento, durabilidade.

1. INTRODUÇÃO

Até a década passada acreditava-se que as estruturas das edificações possuíam durabilidade infinita, mitologia essa que foi comprovada não ser realidade. Registrou-se que essas estruturas surgiram por causa do superdimensionamento pelos quais estavam submetidas durante sua execução, sendo capaz de resistir a anos de agressões sem colocar em risco a durabilidade da edificação. Portanto, conforme afirma Vieira (2016), da mesma forma que os seres humanos não estão totalmente imunes à doença que afetam sua vida ao longo do tempo, as obras de engenharia civil também não estão, e podem sofrer os efeitos dos danos congênitos e/ou adquiridos, estando vulneráveis a eventualidades e à deterioração ocasionada ao decorrer de sua vida útil.

Desde o século passado, vem sendo utilizado frequentemente o termo patologia das estruturas em edificações, em semelhança com as doenças da medicina. Entende-se por patologia todas as anomalias que surgem ao decorrer da vida útil de edifícios, prejudicando assim o comportamento e desempenho da estrutura. E é nesse viés que essa pesquisa busca descrever as danificações e anomalias, a fim de se fazer uma análise aprofundada e sistêmica das casualidades e acidentes, que, autores como Souza (2008) e Chaves (2009) defendem ser manifestadas de várias espécies, tais como: fissuras, infiltrações e danificações mediante o contato intenso com a umidade na edificação. Essas são identificadas em vários tópicos, conhecidas como manifestações patológicas.

Conforme o Michaelis dicionário brasileiro da língua portuguesa, a palavra patologia é o componente da medicina que estuda as enfermidades. Já no campo lexical da engenharia civil o significado está ligado aos estudos das edificações em relação aos sintomas, origens e procedimentos de acontecimentos de defeitos e falhas que modificam a estabilidade pré-existente ou formada. Numa análise etimológica, patologia significa o estudo das doenças, suas causas e sintomas, sendo do grego: “pathos”, que tem o significado de sofrimento ou doença, e “logia”, ciência ou estudo. Souza (2008), complementa como sendo o estudo das anomalias, em geral sob aspectos determinados.

Os sistemas construtivos contemporâneos contribuem bastante ao surgimento de patologia nas edificações. Na atualidade os profissionais estão a todo momento procurando formas benéficas para que as edificações sejam economicamente construídas, e muitas vezes acabam reduzindo um percentual de segurança da estrutura em função da falta do entendimento técnico sobre os materiais e métodos construtivos, sem que se siga as normas vigentes. A respeito disso, contribuem para essa pesquisa Verçoza (1991) e Klein (1999) os quais consideram que o conhecimento correto sobre o comportamento de cada material e sua utilização, acaba por obter a redução do seu consumo. Apontam também que a má qualidade da mão de obra, sem o controle tecnológico adequado ocasiona manifestações patológicas e que o menor erro na execução é capaz de provocar várias patologias.

Observa-se, portanto, que ter o conhecimento técnico das patologias nas edificações é imprescindível para os trabalhadores, e isso vale tanto para o operário como para o engenheiro civil. Assim, acredita-se que muitos problemas podem ser evitados quando a equipe compreende a ação/causa dos materiais utilizados na obra. A vida útil de uma edificação depende das decisões tomadas na parte da elaboração do projeto, execução e manutenção da obra. “A construção está sujeita às circunstâncias de várias ações de agentes agressivos como o vento, calor, chuvas, cargas excessivas, que ocasionarão ao passar do tempo uma fadiga e deterioração em seus elementos estruturais.” (VERÇOZA, 1991).

Portanto, este trabalho tem como objetivo contribuir com os profissionais de engenharia, arquitetura e os demais servidores da área da construção civil, com informações que possam promover reflexões sobre patologias de revestimentos nas construções, de maneira que sirva para evitar esses problemas. Assim, busca-se descrever as principais patologias decorrentes em obras, a fim de indicar as possíveis origens, mostrando procedimentos e mecanismos de prevenção.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 METODOLOGIA

A metodologia aplicada neste trabalho foi a pesquisa bibliográfica, em que se pode se realizar o registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos e eletrônicos como dissertações e artigos. Nesse sentido, utilizar pesquisas já feitas relacionadas às patologias para promover um diálogo de dados anteriores aos dados desta pesquisa foi de extrema importância para que se chegasse a um resultado. Ressalta-se, principalmente, como fonte de dados, a NBR 5674 (2012), que trata Manutenção de edificações – requisitos para o sistema de gestão de manutenção e manifestações patológicas, uma vez que caracteriza para melhor durabilidade na estrutura, bem como a NBR 15575 (2013) sobre Edificações habitacionais –  Desempenho.

2.2 PATOLOGIA DA UMIDADE

A umidade, quando o assunto é patologias no campo da engenharia, é o que pode ser caracterizado como estado úmido ou ligeiramente molhado. O estado úmido nas edificações representa um dos problemas mais difíceis de serem reparados na obra. No entanto, embora haja conhecimento sobre isso, ainda há uma carência no campo de pesquisas voltadas para os fenômenos ocorridos.

De acordo com Klein (1999), a prevenção deste modelo de patologia deve ser determinada em fase de projeto, sendo que uma forma de evitar tal ocorrência causada pela umidade é um bom dimensionamento das instalações hidrossanitárias e também utilização de material de boa qualidade.

A umidade é uma ponte de acesso para que muitas outras patologias se propaguem na estrutura, já que por meio dela outras novas podem surgir. Sendo assim, é também um fator fundamental para o aparecimento de eflorescência, mofo, bolor, ferrugem, extravio de pintura, de reboco, além de ser o motivo de acidente de elementos estruturais. De acordo com Paz et al, (2016), geralmente o surgimento da umidade nas obras pode ocorrer durante as construções, por ascensão de capilaridade, chuva, o que resulta em vazamento nas tubulações hidrossanitárias e condensação.

2.3 UMIDADE NAS EDIFICAÇÕES

Na pesquisa de Souza (2008), é mencionado que os problemas frequentes em edificações são consequentes da introdução e percolação de água ou de acordo o surgimento de manchas com a umidade. Esses defeitos produzem problemas graves e de soluções difíceis, tais como:

a) Danos de especificidade utilitário do edifício;

b) Desconforto dos moradores, que em acontecimentos intensos, pode-se atingir a saúde dos usuários;

c) Prejuízos em aparelhos e bens no interior da edificação;

d) E vários danos monetários.

Nas obras, as manifestações patológicas que têm o surgimento mediante a umidade, podem ser apresentadas em várias partes, tais como nas fachadas, paredes, pisos, elementos estruturais, entre outros. A causa desses problemas deve-se ao conjunto de diversos fatores, e dificilmente só por um único motivo. Portanto, por serem vários os danos (extravio de pintura, reboco, eflorescência, bolor, mofo, ferrugem e manchas), e pela frequência de ocorrência, será feita aqui a descrição de alguns desses danos. Dessa forma, com base em Verçoza (1991), logo a seguir, são apresentadas as origens de umidades nas obras:

a) Origem ao decorrer das construções;

b) Origem por intermédio da capilaridade;

c) Origem por meio das chuvas;

d) Resultados de escoamento de tubulações hidrossanitárias;

e) Condensação.

A percolação por capilaridade ocorre quando o fluido do solo sobe para a construção, através do solo úmido (umidade ascendente). Consoante Souza (2008), ela sucede na infraestrutura da construção, pelas vigas baldrames, devido às características do solo úmido, muitas vezes não havendo o serviço de impermeabilização, que age como obstáculo a fim de impossibilitar a percolação pela infraestrutura. Ainda conforme o autor, do mesmo modo acontece quando o material é poroso, fornecendo canal capilar, dando passagem para a água penetrar no interior nas edificações. Para exemplificar estes materiais, têm-se os blocos cerâmicos de alvenaria, concreto, argamassas, madeiras, entre outros.

Em época de chuva, é mais frequente a geração da umidade, tendo como motivo significativo a direção e também a grande velocidade do vento em algumas regiões, a força da precipitação, o ar úmido e elementos da própria construção (impermeabilização, porosidade dos materiais, rede hidrossanitária mal dimensionada, dentre outros). A respeito disso, Verçoza (1991) alerta que identificar a origem das patologias pertinentes aos vazamentos de tubulações hidrossanitárias não é uma tarefa fácil, principalmente para encontrar o local exato e fazer o reparo. Isso devido a, muitas vezes, ter ocorrido por estar encoberto nas edificações, ocasionando anomalias na durabilidade e desempenho projetado da construção, estando fora dos critérios da NBR 15575 (2013).

A umidade por condensação dispõe-se de um sistema distinto de outros mencionados, pois ocorre quando a temperatura interna da casa é maior que a temperatura externa. Portanto, conforme relata Souza (2008), a água já encontra-se no meio ambiente e é depositada na superfície da construção e não mais está infiltrada. Assim, a umidade se forma quando a temperatura está abaixo do ponto de condensação do ar que está em contato com a edificação.

A tabela abaixo mostra a relação das origens e os locais presentes onde podem se proliferar a umidade nas construções:

Tabela 1 – Origem da umidade nas construções.

Fonte: Adaptada de KLEIN, 1999

2.4 VAZAMENTOS EM SUBSTRATOS E PISOS

A origem da umidade em substratos e pisos pode ocorrer de acordo com esses três procedimentos, conforme Klein (1999):

a) Infiltração por vazamento de tubulações hidrossanitária, pluviais e goteiras;

b) Pela chuva;

c) Pela ascensão da umidade do solo.

Um dos exemplos é o que ocorre nas extremidades superiores da alvenaria que fazem o fechamento da platibanda, infiltração que existe no substrato após a época de chuvas. Geralmente, as manchas podem aparecer nos forros, próximo à vedação das paredes, ou na própria parede. Esse fato pode se verificar na figura 1, logo abaixo:

Figura 1 – Infiltração em parede

Fonte: adaptada de VERÇOZA, 1991.

Umidade generalizada é outra forma de escoamento nos substratos, e é considerada permanente em épocas chuvosas. Por isso, dependendo da região, é comum ser verificada posteriormente às chuvas. Dentre as possíveis causas, pode-se citar o poroso reboco, e o reboco borrifado, sendo que este último é capacitado para reter fluidos, penetrando assim no substrato. Em relação às paredes de tijolo à vista, o motivo da introdução dos fluidos é relacionado às juntas de dilatação malfeitas. Esta situação é exemplificada na figura 2 logo abaixo:

Figura 2 – Infiltração em parede

Fonte: adaptada de VERÇOZA, 1991.

Quando a base do substrato (viga baldrame) não é impermeabilizada corretamente, tem a possibilidade de o fluido subir por ascensão capilar, sendo assim outra infiltração apresentada em diversas residências. A umidade por condensação geralmente acontece no momento em que a temperatura no interior da residência é superior à do exterior, o que se percebe em locais mais úmidos como em cozinhas, banheiros, lavabo, garagens, entre outros. Para solucionar este tipo de problema, deve ser feita a correção da ventilação deficitária, acrescentando maior quantidade de janelas ou introdução de exaustores, venezianas, dentre outros.

Figura 3 – Infiltração em parede

Fonte: adaptada de SOUZA, 2008.

Os substratos de alvenaria têm como função a vedação dos ambientes, e devem ter o controle sobre a ação de agentes externos, criando condições de habitabilidade para as edificações juntamente a esquadrias e revestimentos.

Várias patologias podem ser encontradas em alvenaria, como fissuras, desnivelamento de superfícies, entre outros. No entanto, o defeito de maior importância entre todos é a fissura, devido a aspectos fundamentais, como o comprometimento da obra em serviço (estanqueidade à água, isolamento térmico e acústico, durabilidade, etc.), o constrangimento e preocupação psicológicos que a fissuração do edifício exerce sobre seus usuários devido a um eventual estado de perigo para a estrutura, etc. (LIMA, 2015, p.18).

De acordo com o levantamento feito e apresentado logo abaixo na figura 4, pode ser vista a distribuição das manifestações patológicas. Segundo Brandão (2007), o maior índice de manifestações em alvenarias foi verificado na etapa executiva da parede, com um percentual de 22%, sendo que desse total, as fissuras tiveram um percentual de 69%.

Gráfico 1 – Distribuição das manifestações patológicas nas paredes

Fonte: adaptado de BRANDÃO, 2007.

3. PATOLOGIA DAS PINTURAS E REVESTIMENTO

A execução de pinturas nas edificações é um método muito importante, pois tem o objetivo de proporcionar proteção e acabamento ao substrato, oferecendo melhor higienização dos ambientes. Entretanto, existem uma tendência em conceituar tal prática apenas como um componente decorativo. Neste seguimento, Freire (2006), compreende que a preocupação com os sistemas de pintura não se inclui na organização projetual, nem no sistema construtivo no termo em geral, apresentando-se como uma atividade não planejada, ou seja, não é tratada de modo sistêmico.

A pintura é um revestimento que exerce a função decorativa, influenciando parcialmente no comportamento e durabilidade das obras, sendo executada segundo os critérios da NBR 15575 (2013). Possui propriedades controlando a iluminação do ambiente (luminosidade), isolamento térmico, protege as outras camadas subsequentes de argamassa contra a desagregação e introdução da umidade, e impossibilita o progresso de fungo e bolor. Sendo assim, pode-se dizer que trata-se de um sistema que diminui danos provocados nas edificações, e aumenta a vida útil da construção. Portanto, para Britz (2007), entende-se o procedimento como uma camada de revestimento em que suas finalidades principais são: decorativa e protetora. Sendo assim, por meio do entendimento dessas funções correlacionadas, há possibilidade de introduzir em um processo construtivo criterioso e sistêmico, o qual tem início na concepção e elaboração do projeto.

Aqui, ainda de acordo com esse autor, faz-se necessário, com o objetivo de intensificar o debate a respeito de patologia, introduzir a problemática que envolve a origem das manifestações patológicas desenvolvidas no empreendimento das edificações, acerca de um contexto histórico, contudo, não tenciona-se certificar que anterior a esses acontecimentos não existiam imperfeições no processo construtivo, e para solucionar essas manifestações patológicas deve-se efetuar manutenções constantes, seguindo os critérios da NBR 5674 (2012).

De acordo com Thomaz (1989), pesquisas efetuadas na Bélgica, comprovaram que de todos os danos patológicos em edificações, cerca de 46% surgiram-se de lacunas que não foram detectadas em projeto; 22% por causa da técnica correta na execução; e 15% do material não qualificado. Entretanto, um estudo pormenorizado desses dados, comprovou que a metade dos danos seriam resolvidos se tivessem um planejamento fundamental e crítico do passo a passo do projeto na obra, sendo resolvidos e previstos na execução.

Entrando a fundo, especialmente no que tange às manifestações patológicas em pinturas, é indispensável esclarecer os danos patológicos envolvidos no desempenho da tinta, pois não estão correlacionados exclusivamente à qualidade do produto posto em uso. Conforme observa Britz (2007), contrariamente, por meio das informações obtidas no progresso deste artigo, demonstra-se que a eficácia do método de pintura está fundamentalmente vinculada ao modelo da alvenaria com revestimento. Desse modo, está ligada à qualificação da mão-de-obra, e também à decisão pela descrição do conjunto o qual será escolhido, correlacionando totalmente os fatos que contornam um sistema de pintura.

Para Freire (2006), a deficiência na adaptação e decisão neste procedimento é responsável pela metade das manifestações patológicas em edificações. Um substrato ou fachada com um revestimento de pintura e um bom acabamento não significa que o conjunto de pintura aplicado terá eficiência se não seguir o padrão e as etapas corretamente, pelo contrário, essa aplicação sobre o reboco transforma-se heterogênea por causa da utilização inadequada dos materiais, os quais são quimicamente agressivos, e com o passar do tempo vão se deteriorando na superfície.

Nesse contexto, abaixo estão listadas as principais manifestações patológicas envolvendo a pintura:

a) Eflorescência

b) Descascamentos em alvenaria

c) Manchas escuras provenientes de mofo

d) Saponificação

e) Enrugamento

f) Desagregamento

g) Bolhas em pinturas sobre alvenaria

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme observado no transcorrer deste artigo, o sistema que envolve o serviço de revestimento em construções pode ser aparentemente comum e simples, porém, a complexidade do serviço está na tomada de decisão em relação ao método de execução e no planejamento de todo o empreendimento, desde o ante projeto à execução.

Portanto, no progresso desses serviços, considera-se a pintura como componente decorativo, com função meramente estética. No entanto, ao decorrer dos estudos de outros trabalhos de pesquisa, verificou-se que as patologias no conjunto de pintura têm seu surgimento especialmente, no projeto, no planejamento e processo executivo dos serviços. Com a finalidade de solucionar as manifestações patológicas dos revestimentos, é exigido que se tenha um bom controle tecnológico de produção da edificação, abrangendo: controle dos trabalhadores e também dos materiais introduzidos na construção civil, e efetuando manutenções de acordo os critérios da NBR 5674 (2012). Assim, a edificação funciona como organismo, uma vez que no local que houver dano ou falha no processo, com certeza resultará em patologias.

Outra questão bem significativa a dar importância no que se refere a esse serviço é a inserção da obra pública no procedimento administrativo, ou mais adequado, no sistema operacional. É importante, neste caso, que haja mudança de comportamento no ato sobre o planejamento de obras públicas, visto que nestas privilegia-se questões monetárias em prejuízo, eventualmente, de questões técnicas e de gestão de obras. O orçamento deve ser conceituado como fragmento complementar de um processo construtivo, isto é, de gestão e gerenciamento. É necessário, portanto, a qualificação do método construtivo e adequação de metodologias que envolvam, não somente aspecto econômicos, mas também de planejamento e gestão. O processo então requer maior abrangência e sistematização dos serviços, associando as questões acima referenciadas que considerem ainda nos serviços de planejamento, processos construtivos sistematizados cientificamente e não empiricamente.

Sendo assim, conclui-se que é determinante no planejamento e gestão de obras a sistematização dos serviços de trabalho que vai desde a concepção do projeto à execução da construção, com a finalidade de precaver patologias frequentes nos sistemas de pintura. Essa sistematização, portanto, deve considerar a correta especificação dos sistemas, bem como, a qualificação de mão-de-obra e ainda a fiscalização, com rigor técnico necessário e adequado às especificações técnicas e normatização existente.

As considerações finais deste trabalho se fundamentam na relevância de se procurar uma maior durabilidade dos edifícios, impossibilitando que patologias de umidade provenham a danificar a propriedade, comprometendo assim a saúde das pessoas.

REFERÊNCIAS

ABNT – Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 15575:2013; Edificações Habitacionais – Desempenho. Rio de janeiro, ABNT, 2013.

ABNT – Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 5674:2012; Manutenção de edificação – Procedimento. Rio de janeiro, ABNT, 1999.

BRANDÃO, R. M. L. Levantamento Das Manifestações Patológicas Nas Edificações, Com Até Cinco Anos De Idade, Executadas No Estado De Goiás. 2007. 196 F. Dissertação (Mestrado Em Engenharia) – Curso De Mestrado Em Engenharia Civil, Escola De Engenharia Civil, Universidade Federal De Goiás, Goiânia, 2007.

BRITZ, A. A. Diretrizes Para Especificação De Pinturas Externas Texturizadas Acrílicas Em Substrato De Argamassa – São Paulo – Dissertação (Mestrado Em Engenharia Civil) – Escola Politécnica Da Universidade De São Paulo, 2007.

CHAVES, A. M. V. A. Patologia E Reabilitação De Revestimentos De Fachadas – Dissertação De Mestrado Em Engenharia Civil Área De Especialização Materiais, Reabilitação E Sustentabilidade Da Construção, 2009.

FREIRE, A. A. O Uso Das Tintas Na Construção Civil – Belo Horizonte – Monografia (Especialização Em Construção Civil) – Escola De Engenharia Da Ufmg, 2006.

KLEIN, D. L. Apostila Do Curso De Patologia Das Construções – Porto Alegre – 10° Congresso Brasileiro De Engenharia De Avaliações E Perícias, 1999.

LIMA, B. S. DE. Principais Manifestações Patológicas Em Edificações Residenciais Multifamiliares – Universidade Federal De Santa Maria Centro De Tecnologia – Santa Maria – Rs, 2015.

MICHAELIS. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, 2020. Disponível em: <https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/patologia>, Acesso em: 14 jan. 2020.

PAZ, L. A. F.; COSTA, L. C. A.; PAULA, M. O.; ALMEIDA, W. J. D.; FERNANDES, F. A. S. Levantamento De Patologias Causadas Por Umidade Em Uma Edificação Na Cidade De Palmas – To – Revista Eletrônica Em Gestão, Educação E Tecnologia Ambiental, 2016.

SOUZA, M. F. DE; SILVA, A. P. Patologias Ocasionadas Pela Umidade Nas Edificações – Escola De Engenharia Da Ufmg. Belo Horizonte, 2008.

THOMAZ, E. Trincas Em Edifícios: Causas Prevenção E Recuperação – São Paulo: Pini: Escola Politécnica Da Usp: Ipt, 1989.

VERÇOZA, E. J. Patologia Das Edificações – Porto Alegre, Editora Sagra, 1991.

VIEIRA, M. A. Patologias Construtivas: Conceito, Origens E Método De Tratamento – Instituto De Pós Graduação – Ipog – Urbelância, 2016.

[1] Estudante de Engenharia Civil.

[2] Estudante de Engenharia Civil.

[3] Graduado em Engenharia Civil, Técnico em edificações, Especialista em orçamento, planejamento e controle na construção civil. Cursando MBA em Projeto, dimensionamento e modelagem de estruturas e fundações. Docente do curso de Engenharia Civil da Universidade de Gurupi/UNIRG, Gurupi – TO.

[4] Estudante de Engenharia Civil.

Enviado: Abril, 2020.

Aprovado: Maio, 2020.

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