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O Uso Da Geotecnologia Na Atualização De Dados Sobre O Desmatamento No Município De Simão Dias, Sergipe

RC: 29911
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

PEREIRA, Leilane Meira Matos [1], SILVA, Thiago Lima da [2]

PEREIRA, Leilane Meira Matos. SILVA, Thiago Lima da. O Uso Da Geotecnologia Na Atualização De Dados Sobre O Desmatamento No Município De Simão Dias, Sergipe. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 05, Vol. 04, pp. 191-201. Maio de 2019. ISSN: 2448-0959

RESUMO

O ser humano ao longo dos anos, vem desempenhando um papel de agente modificador do meio ambiente. À medida que a população cresce, consideravelmente a demanda alimentar aumenta. O Brasil é o primeiro grande produtor de alimentos considerando o clima tropical e a região nordeste vem se destacando nos últimos anos com o crescimento de produção de grãos, principalmente da monocultura do milho. O objetivo deste trabalho é mostrar a situação atual da vegetação nativa de Simão Dias evidenciando aspectos do impacto ambiental sobre a vegetação causado pela grande atividade agrícola desde a última década através de análise de dados bibliográficos, aquisição de informações em órgãos municipais e estaduais e imagens de satélites no Google Maps e Google Earth. Visto isto, este trabalho foi imprescindível para atualização de dados e avaliação das alterações ocorridas no processo da supressão da vegetação nativa.

Palavras-chaves: desmatamento, impacto ambiental, monocultura do milho.

INTRODUÇÃO

O ser humano ao longo dos anos, vem desempenhando um papel de agente modificador do meio ambiente. À medida que a população cresce, consideravelmente a demanda alimentar aumenta. E a agricultura é um dos principais meios de produção de alimentos, porém nas últimas décadas ela vem enfrentando muitos desafios que podem comprometer gerações futuras, a exemplo, do crescente uso e forma intensiva dos solos, expansões territoriais, desmatamento, assoreamentos, erosões entre outros processos que ocasionam impactos ambientais.

O Brasil é o primeiro grande produtor de alimentos considerando o clima tropical[5,7]. A região Centro-Oeste do país é responsável por uma grande produção de grãos, apresentando na safra de 2014-15, uma ampliação de 24 milhões para 88,2 milhões de toneladas tendo uma taxa de aproximadamente 9% ao ano no mesmo período[2]. No nordeste não poderia ser diferente, pois é a única região do País em que a produção teve uma estimativa de crescimento na safra 2017/2018. O sistema fundiário, a utilização de modernas tecnologias, a exemplo de irrigação artificial e sementes selecionadas, explicam as diferenças de produtividade inter- regional[13].

O município de Simão Dias que está localizado no extremo oeste do Estado de Sergipe é um importante produtor agropecuário[3]. Ao longo dos anos de 2016,2017 e 2018 vem mantendo o desenvolvimento da agricultura na produção de milho com uma produção de 6.000 kg/ha em uma dimensão de 31.000 hectares de área cultivada (informação verbal-Emdagro municipal). Toda via, com o aumento da exploração e do uso de tecnologias aplicáveis para tal desenvolvimento, começa a evidenciar os impactos ambientais que comprometem a população atual e principalmente as futuras, com a degradação da vegetação nativa[4].

São escassos os estudos realizados para quantificar tais impactos sobre a fauna, flora e a população de Simão Dias. Entretanto, estudos na área podem estimular a preservação do local e consequentemente ações de autoridades e sensibilização da comunidade local, com isso elevar o potencial econômico da região por meio de atividade agrícola sustentável.

Dito isto, o objetivo dessa pesquisa é mostrar a situação atual da vegetação nativa de Simão Dias evidenciando aspectos do impacto ambiental sobre a vegetação causado pela grande atividade agrícola desde a última década, em especial, a produção de milho.

DESENVOLVIMENTO TEXTUAL

O município de Simão Dias do estado de Sergipe encontra-se entre as coordenadas 10°43’56” de latitude Sul e 37°48’36” de longitude Oeste[10] e nas intermediações dos municípios de Pinhão e Pedra Mole ao norte, Macambira e Lagarto ao leste, Riachão do Dantas e Lagarto ao sul, e Tobias Barreto, Poço Verde e o Estado da Bahia ao oeste[3], ilustrado na figura 1.

O município possuía, segundo o último senso do IBGE [2010], uma população de 38.702 habitantes e uma estimativa para 2018 de 40.838 habitantes [1].

Figura 1. Município de Simão Dias e municípios vizinhos.

Fonte: IBGE (2019).

População no último censo. 38.702 pessoas.

Devido ao aumento populacional, os produtores agropecuários se vêm cada vez mais necessitados em aumentar a sua produção, porém o município enfrenta um grande problema ambiental de desmatamento da vegetação nativa em busca de expansão de áreas produtivas tanto para agricultura, principalmente, na produção de milho, quanto para pecuária com a criação de bovinos [4].

É indispensável a fiscalização da flora devido ao uso indiscriminado de áreas que deveriam ser preservadas. Esse papel segundo a Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989 cabe ao IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)[6], mas os casos devem ser estudados com minúcias e expostos a comunidade científica, para que haja uma maior discussão do tema e uma melhor ação das políticas públicas para a região estudada.

Esse é o caso da flora do município de Simão Dias que possui uma vegetação nativa bastante diversificada, como caatinga, capoeira e vestígios de mata atlântica, e mesmo com essa diversidade o local passa por um intenso processo de degradação ambiental[4]. Uma área com diversidade de flora que sofre degradação deve ser investigada e posteriormente expostos os diversos fatores que levaram a deterioração da biota. Tais problemas ambientais foram apontados na pesquisa de Costa e Souza (2009), juntamente com possíveis soluções dos problemas ambientais nas áreas agrícolas, tais como, fomento da ação coletiva entre agentes locais (prefeitura, Ongs e agricultores), estabelecimento de perspectivas para o uso do Zoneamento Ecológico-Econômico e da Avaliação Ambiental Estratégica como instrumentos viáveis ao planejamento e ao desenvolvimento socioambiental rural do município.

O zoneamento agrícola pode ser usado como uma das ferramentas de orientação, onde se refere aos tipos de solos terem aptidão para a cultura do milho, períodos de plantio e quais as variedades poderão ser permitidas para o plantio, sendo que já existe publicações deste para o município em questão.

Um dos problemas ocorridos na região e que favorece o aumento da monocultura do milho é em relação a lista das variedades de sementes. Caso o agricultor plante outra variedade que não esteja listada no zoneamento e ocorra algum fator inesperado com a plantação, o produtor não poderá usufruir dos benefícios de programas para ‘perdas de lavouras’, como é o caso do Garantia Safra. Assim potencializando o uso do pacote tecnológico na região que concentra o uso de transgênicos e agrotóxicos (informação adquirida de forma verbal- pelo responsável técnico da Emdagro Municipal).

Além da ameaça da fauna e flora por meio das atividades agrícolas, em especial, a produção do milho e atividades pecuárias como evidencia Costa e Souza (2009), existe a preocupação dos impactos ambientais também causados pela constante poluição dos rios advinda da população local do município.

Visto isto, o presente trabalho torna-se imprescindível para atualização de dados e avaliação das alterações ocorridas na última década através de levantamento de dados e uso de recursos geotecnológicos.

METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido através de uma análise de dados bibliográficos, aquisição de informações em órgãos municipais do município de Simão Dias (Prefeitura e Emdagro) e imagens de satélites no Google Maps e Google Earth, a fim de realizar comparações das áreas escolhidas (povoados: Triunfo, Aroeira, Paracatu, e Pau de Colher) para poder evidenciar a triste realidade do desmatamento da vegetação nativa no município, decorrente da monocultura do milho (Zea mays), nos anos de 2009 a 2018.

No desenvolvimento deste foi utilizado trabalhos e imagens realizados no ano de 2009 como referência, e imagens de satélites atual para destacar os povoados escolhidos para a pesquisa, e poder fazer a observação das áreas desmatadas, devido a supressão indevida da vegetação nativa.

OBSERVAÇÃO DA SITUAÇÃO DE 2009 E OS DIAS ATUAIS

No ano de 2009 segundo a pesquisa de Costa e Souza o percentual de preservação da vegetação nativa nas áreas de produção agrícola (lavoura do milho) dos povoados: Paracatu, Aroeira, Triunfo, e Pau de Colher, destacou-se uma média entre 0% a 15%. Sendo, visualmente, diferente dos dias atuais.

Figura 2. Imagem por satélite do ano de 2007 da região agrária de Simão Dias

Fonte:(Costa e Souza, 2009).

Comparação visual por satélite da vegetação de Simão Dias:

Figura 3. Imagem de Satélite do ano de 2019 da região de Simão Dias.

Imagens atuais de satélite dos povoados Paracatu, Triunfo, Aroeira e Pau de Colher.

Fonte:(Costa e Souza, 2009).

Figura 4: Destaque no povoado Triunfo e Paracatu.

Fonte:(Costa e Souza, 2009).

Figura 5: Destaque para o povoado Aroeira

Fonte:(Costa e Souza, 2009).

Figura 6: Destaque para o povoado Pau de Colher.

Fonte:(Costa e Souza, 2009).

Tendo em vista os aspectos analisados, pôde-se constatar a grande supressão da vegetação nativa nos povoados estudados, devido a atividade produtiva da monocultura do milho, sendo esta uma região muito representativa na produção do grão. (Fig. 5 e 6).

Com este trabalho, observou-se que a supressão da vegetação nativa também está afetando os rios de forma direta (fig. 7 e 8).

Fonte:(Costa e Souza, 2009).

Figura 7: Percurso do Rio Jacaré entre os povoados Triunfo e Aroeira.

Fonte:(Costa e Souza, 2009).

Figura 8: Percurso do Rio Porção localizado no povoados Aroeira.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através deste trabalho foi possível identificar áreas de vegetação que foram suprimidas provavelmente pelo uso desordenado da atividade agropecuária, a exemplo da produção de monocultivo do milho. O georreferenciamento é uma ferramenta que não pode ser descartada na gestão dos recursos naturais e nem na inclusão de políticas públicas de preservação ambiental dos municípios de alto potencial produtivo. A disponibilidade de imagens de melhor resolução para técnicos e pesquisadores do setor produtivo e de geotecnologias facilitarão diagnósticos que podem favorecer nas tomadas de decisões destes gestores e de produtores que buscam orientações para preservação dos recursos naturais locais e de desenvolvimento sustentável. Medidas como zoneamento agrícola e ambiental devem ser observados, considerados e seguidas pelos produtores e gestores para que ocorra um planejamento, objetivando regular de forma sustentável o uso e ocupação do solo, exploração dos recursos naturais e análises das atividade econômicas. O uso de imagens de satélite neste trabalho possibilitou a geração de dados, promovendo o cruzamento de informações para estudos que possam auxiliar em tomadas de decisões com maior rapidez e precisão, podendo ser ferramentas de orientação para o produtor paralelo com o zoneamento agrícola e ambiental. Constatou-se também a falta de dados quantitativos dos órgãos municipais, pois a dificuldade de maior proporção foi para adquirir as informações, tendo assim que recorrer a outras alternativas, como imagens de satélites, para apreciação dos resultados apresentados. A inexistência de informações foi também constatada por gestores do município, evidenciando a urgência da formação da secretaria municipal do Meio Ambiente para que venha facilitar a geração de dados da região, ficando assim a autora desde artigo disponível para somar-se ao órgão e dá continuidade as pesquisas neste sentido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estimativas da população residente com data de referência 1º de julho de 2018. Consultado em 29 de janeiro de 2019.

[2] AMPA – Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão. Desafios do Cerrado: Como sustentar a expansão da produção com produtividade e competitividade. – Cuiabá: Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão, 2016.

[3] BOMFIM, Luiz Fernando Costa: Projeto Cadastro da Infraestrutura Hídrica do Nordeste: Estado de Sergipe. Diagnóstico do Município de Simão Dias. Luiz Fernando Costa Bomfim, Ivanaldo Vieira Gomes da Costa e Sara Maria Pinotti Benvenuti, 2002.

[4] COSTA J. E. da; SOUZA L. R. de S. A Preservação da Vegetação Nativa No Município Sergipano de Simão Dias: Perspectivas Para a Ação Coletiva e Para o Uso do Zoneamento Ecológico-Econômico e da Avaliação Ambiental Estratégica. SCIENTIA PLENA. V. 5, N. 9, 2009.

[5] FAO; IFAD; WFP. 2015. The State of Food Insecurity in the World 2015. Meeting the 2015 international hunger targets: taking stock of uneven progress. Rome, FAO.

[6] IBAMA. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/fiscalizacao-ambiental/o-que-e-fiscalizacao#oquee>. Acesso em: 25 de jan. 2019.

[7] OECD. Alternative Futures for Global Food and Agriculture, OECD Publishing, Paris, 2016. Disponível ehttp://dx.doi.org/10.1787/9789264247826-en

[8] Dados populacional. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Sim%C3%A3o_Dias > Acessado em 01/02/2019

[9] Zoneamento agrícola 2017 do município de Simão Dias: <https://www.google.com/search?source=hp&ei=S8FRXI3jK9DV5gL-wqvoBA&q=zoneamento+agricola+2017+municipio+de+sim%C3%A3o+dias+sergipe&btnK=Pesquisa+Google&oq=zoneamento+agricola+2017+municipio+de+sim%C3%A3o+dias+sergipe&gs_l=psy-ab.3…4900.21095..21914…0.0..0.0.0…….0….1..gws-wiz…..0. > Acessado em 30 de Janeiro de 2019.

[10] Localização Simão Dias : País Brasil, Estado Sergipe.: <https://pt.db-city.com/Brasil–Sergipe–Sim%C3%A3o-Dias > Acessado em 08/03/2019

Fonte: Imagens de Satélite, Google Maps: https://www.google.com/maps/place/Sim%C3%A3o+Dias,+SE,+49480-000/@-10.7641048,-37.8919036,3062m/data=!3m1!1e3!4m5!3m4!1s0x70fd7806a9e4f95:0xd4a95727bde5fdaa!8m2!3d-10.7397921!4d-37.809338

Fonte: Imagens de Satélite, Google Earth: https://earth.google.com/web/@-10.7639177,37.86525985,301.94568332a,3053.32126253d,35y,0.00000085h,0t,0r

[13] Produção de Milho no Nordeste – Banco de Nordeste: https://www.bnb.gov.br/documents/1342439/3950249/172_22_10_2018.pdf/46367a39-443c-f5da-4b71-27cfbf04be25 > Acesso em 01/04/2019.

[1] Engenheira Agrônoma – Universidade Federal de Sergipe.

[2] Engenheiro Agrônomo e Mestre em Agroecossistema – Universidade Federal de Sergipe.

Enviado: Abril, 2019

Aprovado: Maio, 2019

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Leilane Meira Matos Pereira

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