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O que é fator de impacto? – Revistas científicas – Base de dados – Índice JCR

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O que é o fato de impacto e como ele influencia as revistas científicas e as bases de dados?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre o fator de impacto e como ele influencia as revistas científicas e as bases de dados por meio de seus indicadores. Esse assunto, embora polêmico, é de suma importância, sobretudo se você é professor universitário, coordenador de curso ou mesmo um aluno-pesquisador, irá se deparar com tais questões. É preciso compreender este cenário e as cobranças que estão em jogo. Se você quer questionar ou entender este cenário, é necessário que tenha conhecimento para tecer tais críticas. Dentre esses aspectos, iremos falar, hoje, sobre o fator de impacto. O processo da publicação científica diz respeito a um contexto que devemos compreender. Antigamente, a divulgação online dos materiais não era uma realidade. As revistas eram físicas e tinham um tipo de circulação específico. As métricas e a “qualidade” eram mensuradas de outra forma.

Os mecanismos de controle da “qualidade”

Seja antes ou agora, a produção sempre passou por um processo de mensuração de sua qualidade. Essas métricas mensuram até onde vai a produção científica em um certo contexto. Contudo, em virtude do avanço tecnológico, a informação passou a circular de forma massiva nessas plataformas online. Em razão desse cenário, surgiram empresas que passaram a “colecionar” essas produções. Essas bibliotecas virtuais possuem uma lógica bastante próxima a das bibliotecas físicas. Elas são chamadas de bases de dados. Elas dividem-se em abertas e fechadas. As bases de dados abertas são o próprio Google e a sua base acadêmica, o Google Acadêmico. Basta ter em mãos as suas palavras-chave e digitar nesses mecanismos de busca. Esses materiais podem ser acessados de forma gratuita. Contudo, há as bases de dados fechadas, em que pagamos para acessar esses materiais que desejamos incluir na pesquisa.

A lógica das bases de dados e a relevância das revistas

No caso das bases de dados fechadas, tudo é pago: você paga para ter acesso a base e poder fazer uma pesquisa básica e pega, novamente, por cada artigo que deseja utilizar em seu estudo. Com isso, tem-se uma outra quantidade e qualidade de materiais veiculados, visto que não são todos que podem pagar por este acesso. Surge, nesse cenário, uma pauta: como saber se a revista em que desejo publicar é relevante ou não. Frequentemente, aponta-se se uma revista é relevante ou não sem nenhum critério científico. Esses comentários tendem a ser mais especulativos do que reveladores acerca desse impacto. É primordial conhecer o universo do fator de impacto para que você escolha uma revista “boa”. Essa é uma dúvida muito frequente entre os pesquisadores e elencamos alguns pontos essenciais sobre o fator de impacto. Essa é uma discussão ampla e complexa, porém, iremos simplificar esses pontos como for possível.

O que são as métricas?

O que são as métricas?As métricas nada mais são do que uma forma de mensurar como um material científico tem sido veiculado e citado nas bases de dados. Analisa-se se esse material é aceito, baixado, visualizado, lido e citado. Para compreendermos essas métricas, é preciso que entendamos o fator de impacto. O nome “fator de impacto” foi instituído pelo dono de uma base de dados específica, chamada de Web of Science. O seu fundador foi Thomson Reuters. A Web of Science é uma das empresas que comandam o cenário das bases de dados em uma perspectiva internacional. A base pertence ao conglomerado da empresa aqui citada. Trata-se de uma empresa multinacional que atua no eixo da comunicação e da informação. Foi fundada em Toronto, porém, influencia o mercado mundial. É um conglomerado da família Thomson, que, anualmente, movimenta bilhões por meio da venda do conhecimento científico.

As empresas multinacionais e sua relação com a ciência

As empresas ligadas às bases de dados possuem editoras, revistas e a sua própria base de dados. Tanto as revistas quanto os pesquisadores são cobrados. Para que a revista tenha os seus materiais indexados nessa base de dados específicos é preciso pagar e, por outro lado, para que o pesquisador tenha acesso aos artigos, precisa pagar também. Hoje, quem tem acesso à Web of Science paga por este acesso. Algumas pessoas acreditam ser uma base de dados gratuita, pois a universidade disponibiliza o acesso. Não se engane, a universidade está pagando pelo acesso. Além disso, pode ser que o próprio governo esteja pagando este acesso. É uma base de dados fechada e que conta com materiais específicos. Os artigos serão mensurados, avaliados e contabilizados a partir de métricas que são próprias a esta base de dados específica. É essa própria base de dados que criou a métrica do fator de impacto.

O significado do fator de impacto

O fator de impacto ganha algumas siglas, como FI, IF e com a JCR. Ele é contabilizado por empresas privadas que vinculam-se a bases de dados privadas. As variáveis consideradas para mensuração são típicas dessas bases específicas. Embora estejamos mencionando a Thompson, não é a única empresa que influencia o mercado da produção científica internacional. Temos grandes conglomerados e editoras que vendem o conhecimento. Essas empresas, portanto, acabam norteando o funcionamento da produção científica no mercado. Na qualis anterior, levava-se em consideração apenas as métricas dessas bases fechadas para contabilização do impacto. Considerava-se o fator de impacto dessas grandes bases de dados que controlam o mercado. São bases de dados pagas que investem bilhões para que tenham este poder de influência. Há, com isso, o interesse da sociedade neoliberal por essas empresas.

Cuidado ao falar de fator de impacto

Cuidado ao falar de fator de impactoQuando falamos de fator de impacto é preciso que tomemos muito cuidado. Estamos querendo saber como um conglomerado, ou seja, como uma certa empresa mensura o impacto dos materiais que indexa. Esse fator de impacto, portanto, está relacionado às estratégias de avaliação da produção científica privada. Contudo, o impacto pode ser pensado sob outra perspectiva que é amparada pela própria CAPES. O Institute for Science Information (ISI) é uma ferramenta que muitos acreditam que permite que o fator de toda e qualquer revista científica possa ser mensurado. Este é um mito, pois, como a outra métrica, o ISI também pertence a um conglomerado. As variáveis e as revistas levadas em consideração na análise são apenas as que podem ser levadas em consideração, que são pagas. Avalia-se apenas as revistas e artigos que precisam ser pagos para que possam ser acessados. Nem todos possuem acesso.

Por que o conhecimento aberto é essencial?

Por que o conhecimento aberto é essencial?Muitas empresas da América Latina e algumas norte-americanas e europeias integram um movimento mundial denominado de “Open Search”. Em português, pode ser compreendido como “conhecimento aberto”. Quem compactua para com esses ideais, defende que o conhecimento científico não pode ficar nas mãos dessas empresas, pois, assim, a sociedade não será emancipada, já que grande parte das pessoas não podem pagar por este acesso. Toda a comunidade precisa ter acesso ao conhecimento de forma gratuita e integral. Desse modo, não podemos pegar artigos científicos e inserir em um local onde apenas pesquisadores privilegiados e com forte poder aquisitivo podem acessar. Entendemos e defendemos que o conhecimento deve ser para todos e, por esse motivo, sempre falamos sobre o “Open Search” em nossos posts. Quando falamos de fator de impacto, o olhar é redimensionado para essas empresas.

Por que o conhecimento fechado não é benéfico para o Brasil?

O Brasil é um país que ainda se encontra em desenvolvimento e, desse modo, nós não temos a cultura da leitura e da escrita bem enraizada. Além disso, a maior parte dos acadêmicos não têm como pagar para acessar o conhecimento. Vivemos, ainda, uma profunda desigualdade social. Quando optamos por esse tipo de iniciativa, é preciso que entendamos este movimento. São muitas pessoas comprometidas com esta causa. Por esse motivo, em razão da última qualis, houve uma briga entre essas forças que defendem movimentos diferentes. Há pessoas que defendem que é inviável considerar apenas o índice JCR e o fator de impacto na avaliação da qualis, pois, com isso, prioriza-se as empresas que não compactuam com o conhecimento científico aberto. Assim, precisamos pensar neste impacto como um conceito e não como uma métrica dessas bases de dados privadas.

A justificativa para o fator de impacto

É preciso que pensemos nos motivos imbricados na existência do fator de impacto. Com isso, chamamos a sua atenção para o fato de que é importante reconhecermos o impacto da revista perante a comunidade acadêmica. Hoje, a cada dia, deparamo-nos com muitas publicações e informações. Ao optar pela publicação em uma revista, é necessário que você avalie a quem esse conhecimento tem chegado e atingido. Saber quem acessa, de onde acessa e o impacto dessa iniciativa são questões de suma importância. Por exemplo, suponhamos que você é um professor que tem um projeto que visa ajudar o aluno a aprender melhor sobre a sustentabilidade. A opção por essa divulgação foi a partir de uma revista científica. É necessário saber se essa revista científica faz com que o material em questão chegue às mãos de outros professores. O acesso deve ser fácil para que a produção seja replicada.

A finalidade do fator de impacto

O fator de impacto tem, como objetivo, mensurar o impacto causado pelas produções científicas a partir de algumas variáveis, como, por exemplo, a quantidade de visualizações, downloads e citações. Todos esses fatores são decisivos para saber se o seu material tem chegado até a sociedade e se ela tem o replicado de alguma forma. Quando submetemos um material científico e ele é aprovado, passa a ser citado, o que propicia este tipo de avaliação. O impacto, portanto, leva em consideração todas essas variáveis para que seja possível criar um índice para calcular este impacto. Equivalem a níveis de mensuração do impacto. Não é mensurado o fator de impacto, que é o índice das bases privadas, mas sim o impacto por meio de outras variáveis. Com isso, cabe reiterar que as bases de dados fazem uso de métricas específicas e possuem nomes diferentes.

A força do índice H da Google

A força do índice H da Google

Um grupo lutou muito para que um índice crucial do Google fosse levado em consideração pela CAPES em sua qualis. Ele é o índice h. O índice H também mensura o impacto, porém, foi o nome escolhido pela Google para referenciar este impacto. Para saber o impacto do artigo, analisa-se esta métrica. Contudo, é um índice que carrega uma série de problemas. Acreditamos que o mesmo pode acontecer com as métricas das empresas privadas, porém, como são privadas, não há como ter acesso a essa informação. Como o Google é uma base aberta, é transparente, de modo que esses dados são fáceis de serem encontrados. Entretanto, esses dados não são cem por cento exatos. O Google considera, principalmente, a seguinte variável: quantas vezes o seu material foi citado em um período específico, porém, a publicação precisa estar indexada na base de dados da Google para que seja contabilizada.

Problemas do índice H da Google

Problemas do índice H da Google

Algo que impede a plena eficácia do índice H do Google é que se a citação não estiver em um certo molde, a inteligência artificial não conseguirá contabilizar este artigo. Estabelece alguns critérios para que a citação comece a ser contabilizada por este índice específico. Por exemplo, caso o pesquisador que esteja te mencionando não insira o seu nome da maneira correta, a citação não poderá ser contabilizada. Além disso, a máquina considera sempre o nome do primeiro autor. Se o outro pesquisador alterar a ordem dos autores, o Google também não conseguirá realizar essa contabilização, embora os nomes estejam ali, só que em ordens invertidas. Artigos que se encontram em outros idiomas, sobretudo em línguas em que a ordem do nome é modificada, também esbarram nesse problema.

Por esse motivo, afirmamos que embora o índice H seja um ganho importante, há uma série de problemas que podem fazer com que as suas produções não estejam sendo contabilizadas pela inteligência artificial. O diferencial entre as bases abertas e fechadas é que os índices considerados pelas bases abertas ficam disponíveis ao público em geral, o que não ocorre com as bases privadas. Concluímos que embora o índice H tenha as suas dificuldades, apenas o fato de ter sido abraçado pela CAPES é um ganho para o movimento que defende o conhecimento aberto, pois o impacto desse conhecimento será considerado na avaliação. Admite-se, com isso, a importância das métricas das bases gratuitas. Não há como saber o que as bases de dados fechadas entendem como impacto, mas nas abertas, sim.

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