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Critérios de Inclusão e Critérios Exclusão

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O rigor científico nos estudos acadêmicos

O rigor científico nos estudos acadêmicos

Olá, tudo bem? Em nossa conversa de hoje iremos discutir, novamente, sobre algumas dicas que você pode aplicar durante a sua coleta de dados, independentemente da sua área de atuação.

Como sabemos, todo e qualquer estudo científico, independentemente de serem mais longos ou mais curtos, obedecem ao que é entendido como rigor científico.

O rigor científico nada mais é do que a capacidade de o pesquisador escrever de forma embasada, isto é, sem recorrer à afirmações óbvias, de senso comum, aos estereótipos e achismos, pois isso não é ciência.

Assim sendo, a fim de que os nossos capítulos obedeçam ao rigor científico, é de suma importância que, a cada afirmação, sobretudo as mais polêmicas e que podem ser, de alguma forma contestadas, citamos as fontes em que estamos nos apoiando.

Porém, para que cheguemos às melhores fontes, será crucial adotar certos critérios de inclusão e exclusão.

A importância de se pesquisar materiais em bases de dados

A importância de se pesquisar materiais em bases de dados

As bases de dados são espaços que hospedam os materiais mais seguros que você pode encontrar, uma vez que ela só admite artigos de revistas à ela indexadas, e, assim, não é qualquer uma que consegue, uma vez que parte da rigidez das políticas de uma revista para que um material seja aceito se dá em virtude da necessidade de se vincular à uma ou mais bases de dados.

Nesse sentido, gostaríamos de destacar que o primeiro passo que precisamos dar para que sejamos capazes de chegar aos materiais seguros e que realmente podem contribuir com o nosso estudo é definir as bases de dados em que eles serão pesquisados.

As bases, inclusive, podem servir como critério de inclusão ou não de um determinado artigo.

Contudo, queremos chamar a sua atenção para o fato de que uma única base reúne uma quantidade infinita de materiais, então analise se é realmente necessário escolher mais de uma.

Por que as bases de dados são tão populares?

O uso de artigos científicos já é bastante comum nas mais diversas áreas, porém existem aqueles professores que resistem e acreditam que um bom estudo é feito apenas com base em livros.

Contudo, os tempos mudaram, e, hoje, o uso das bases de dados, que funcionam como bibliotecas virtuais, é muito mais comum do que se deslocar até a biblioteca física, porém, durante muitos anos, era a única opção do pesquisadores, o que contribui, de certa maneira, para com essa resistência por parte dos professores mais antigos.

Entretanto, é primordial que nós, enquanto pesquisadores, adaptemo-nos a esse novo mundo, que é marcado pela tecnologia.

As bases de dados são bastante benéficas, pois tornam o conhecimento mais acessível a todos, uma vez que nem todos conseguem comprar livros, o que, durante muito tempo, fez com que os pesquisadores ficassem limitados aos materiais das bibliotecas físicas.

Por que devo dar preferência às bases de dados abertas?

Antes de nos aprofundarmos nos outros critérios de inclusão e exclusão de materiais, gostaríamos de frisar, aqui, a importância de se fazer uso de bases de dados abertas.

Embora estejamos enfatizando que as bases de dados tornaram o conhecimento mais acessível e fluido, há, também, as bases de dados que você precisa pagar para poder baixar e ler esses materiais.

Nem sempre as instituições de ensino possuem parceria com essas bases de dados, e, dessa forma, o mais conveniente é que você faça uso das bases de dados abertas, pois, como enfatizamos, uma mesma base de dados reúne uma quantidade infinita de materiais, e, a cada dia, novos artigos e demais produções são incluídos nessas bases.

A riqueza e densidade dessas pesquisas aparece nessas pesquisas, pois, para que um artigo possa ser aprovado, ele passa por uma análise bastante rigorosa, com vistas a averiguar justamente a sua qualidade e relevância.

Em que momento devo pensar em critérios de inclusão e exclusão?

Em que momento devo pensar em critérios de inclusão e exclusão?

É muito comum que ao se perguntar sobre os critérios de inclusão e exclusão a pessoa tenha em mente o que foi considerado durante a elaboração do estado da arte de um dado estudo.

Nesse sentido, esses critérios a serem definidos e acionados serão particularmente úteis quando você começar a procurar pelos materiais que deseja incluir ou não em seu estudo, seja em seu capítulo teórico ou metodológico.

É uma prática, portanto, bastante específica ao processo de coleta e seleção de materiais que irão embasar e sustentar, de alguma forma, a sua investigação.

A fim de que seja possível obter mais rapidamente esses materiais, o mais interessante é que você realize uma busca sistematizada, pois, como sabemos, uma quantidade imensas de materiais é publicada a cada segundo, e, assim, precisamos aprender a lidar com esse fluxo.

É nesse sentido que os critérios de inclusão e exclusão se tornam bastante úteis.

Finalidades dos critérios de inclusão e exclusão

A primeira coisa que você deve observar, antes mesmo de começar a definir esses critérios, é a finalidade da inclusão e da exclusão.

Essa finalidade está intimamente ligada com duas etapas cruciais da pesquisa científica: aos objetivos e à pergunta-problema.

Na verdade, sem ter esses dois elementos definidos, muito dificilmente você conseguirá realizar a busca sistematizada, pois não saberá, exatamente, o que está pesquisando e, ainda, se esses materiais irão, de fato, contribuir com a pesquisa.

Assim sendo, é pertinente afirmar que os seus critérios de inclusão irão sempre conversar com os seus objetivos, então quanto mais distante um material estiver dos seus objetivos, mais propício à exclusão do que à inclusão ele estará.

Caso você não tenha os objetivos definidos ainda, realize primeiro essa etapa e depois dê início à busca sistematizada.

Os critérios de inclusão e como ajudam a afunilar a busca

Os critérios de inclusão e como ajudam a afunilar a busca

Apontamos que um mesmo tema, a cada dia, pode ser atualizado, e, dessa forma, o que foi relevante ontem, pode não ser mais tão pertinente hoje.

Nesse sentido, é de suma importância que aprendamos como afunilar esses dados: tanto para que sejamos capazes de escolher materiais que estejam verdadeiramente ligados aos objetivos da nossa pesquisa, quanto para evitarmos escolher materiais que já foram ultrapassados e que, caso utilizados, podem ser contestados, visto que já não são tão inovadores.

A melhor forma de se obter as respostas para essas duas questões é realizando uma busca sistematizada para entender a evolução do tema.

Sem os critérios de inclusão, esse processo pode ser bastante demorado, uma vez que há uma imensidão de resultados que iremos obter digitando uma única palavra-chave, sobretudo aquelas que são mais genéricas.

Como evitar escolher materiais que não estão relacionados aos objetivos?

Suponhamos o seguinte tema: depressão.

Concorda que é bastante amplo, certo? Você precisará analisar a depressão em um determinado grupo/contexto, como, por exemplo, depressão pós-parto, assim sendo, as suas palavras-chave deverão estar ligadas à depressão pós-parto, e, desse modo, todos os materiais que discorrerem sobre a depressão em outros tipos de grupos, como, por exemplo, em obesos ou crianças, deverão ser excluídos, pois os objetivos não estarão ligados aqueles que você adotou para a sua pesquisa.

Atenção: todos os materiais que não estão relacionados com o seu assunto passam, automaticamente, a serem critérios de exclusão.

Escrever, no estado da arte, os motivos pelos quais esses materiais foram excluídos é tão importante quanto apresentar e descrever a partir de um ou mais parágrafos os critérios de inclusão.

O recorte temporal como critério de inclusão

Você perceberá que a fluidez de materiais novos não é a mesma em todas as áreas.

As ciências médicas costumam ser mais abastecidas com novas produções.

Assim sendo, caso a sua área, sobretudo esse assunto em específico que deseja pesquisar, não se enquadre nessa situação, o mais ideal é que você adote como critério de inclusão os materiais dos últimos cinco anos.

Contudo, já vimos casos em que materiais dos últimos dez anos foram adotados, e, no caso das ciências médicas, podem ser consideradas as produções dos últimos dois anos, ou, a depender, apenas do último ano, devido à fluidez do fluxo de novas publicações associadas a um determinado tema.

Existem áreas/temas que não possuem tantos materiais, então você não precisa adotar apenas os materiais dos últimos cinco anos, mas sim dos últimos dez.

Supondo que você tenha adotado esse recorte de cinco anos, todos os materiais anteriores entram como um dos seus critérios de exclusão.

O caso da base de dados da Pubmed

O caso da base de dados da Pubmed

Se você é da área das ciências médicas, com certeza já deve conhecer ou ter escutado falar da base de dados da Pubmed.

Ela, como qualquer outra base de dados, possui uma quantidade imensa de materiais, sobretudo porque é típico a essa área muitas publicações por dia, em uma perspectiva global.

Contudo, ela possui algumas particularidades sobre as quais gostaríamos de chamar a sua atenção.

A Pubmed, geralmente, não disponibiliza os artigos científicos na íntegra, apenas o seu resumo, e, dessa forma, para que você possa obter esse material, terá que ir até o site de cada revista, o que leva mais tempo.

Você perceberá que a maioria desses artigos são pagos, e, assim, você não conseguirá baixar, mesmo que a Pubmed seja uma base de dados aberta, então é preciso tomar esse cuidado, porque você pode ter adotado como critério as bases de dados abertas e se deparar com esse tipo de entrave.

Incluindo artigos que são disponibilizados na íntegra

Em razão das escolhas das bases de dados, um outro critério pode ser acionado para que você chegue a esses materiais mais rapidamente.

É o caso dos materiais científicos que se encontram disponibilizados na íntegra.

Eles nada mais são do que artigos que você não precisa pagar para ler, e, assim, você pode justificar ao leitor que um determinado material ficou de fora, caso você seja questionado sobre isso, porque, para que pudesse ser acessado, precisava de um pagamento.

Assim sendo, caso você tenha optado por materiais gratuitos, todos os que não se encontram disponibilizados na íntegra entram como critério de exclusão.

Há, também, uma outra possibilidade que pode fazer com que você chegue aos materiais mais interligados ao seu assunto: a metodologia.

Sabemos que os objetivos são os caminhos a serem percorridos para se chegar aos resultados.

A metodologia auxilia o pesquisador nesse processo.

A metodologia como critério de inclusão

Para se chegar a resultados mais certeiros, a metodologia pode ser considerada como um critério de inclusão.

Vamos usar, novamente, um exemplo da área das ciências médicas.

Por exemplo, se você deseja se basear em estudos que fazem uso de testes clínicos como metodologia.

Nesse sentido, todos os estudos que não proponham a realização de testes clínicos para chegarem aos resultados pretendidos, podem ser utilizados como critérios de exclusão, mas não de inclusão, uma vez que os seus objetivos e os do pesquisador em que está se apoiando são diferentes.

Estariam excluídos, por exemplo, estudos que proponham apenas uma revisão teórica a partir de uma pesquisa bibliográfica.

Atenção: tudo irá depender da lógica de funcionamento da sua área, então converse com o seu orientador para delimitar esses passos, pois eles ajudarão a obter resultados mais certeiros e conectados aos seus objetivos.

Cuidado com a sua realidade de pesquisa

Gostaríamos de chamar a sua atenção, por fim, a necessidade de se considerar todos os pormenores da sua realidade, isto é, da sua linha de pesquisa e do seu tema.

Conversar com o orientador e analisar como as pesquisas e artigos relacionados ao seu tema são compostos é a melhor forma de se proteger e não propor um estudo que destoe daquilo que é comum à sua área.

Embora haja variações desses critérios por área, tentamos, nessa conversa, enfatizar que, à grosso modo, todos esses critérios, sejam eles de inclusão ou de exclusão, está ligados à duas etapas cruciais do seu estudo: ao problema de pesquisa e aos objetivos.

É de suma importância que você realize esse recorte temporal o quanto antes, respeitando a lógica da sua área, pois, como vimos, existem áreas que não possuem tanta fluidez, então materiais dos últimos dez anos, por exemplo, não estarão ultrapassados, o que não é realidade em outras áreas, pois pode ser que você tenha que escolher materiais do último ano para compor o seu estudo, em virtude do fato de que resultados mais promissores e inovadores aparecem com bastante frequência, o que torna até mesmo os materiais dos últimos cinco anos ultrapassados, como é o caso das ciências médicas.

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