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Posso passar meu TCC para os meus colegas se inspirarem?

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A divulgação do conhecimento científico

A divulgação do conhecimento científico

Olá, tudo bem? Em nossa conversa de hoje iremos discutir novamente sobre as produções científicas que, enquanto pesquisadores, podemos desenvolver ao longo da nossa trajetória.

Contudo, hoje, iremos nos concentrar nos Trabalhos de Conclusão de Curso. Foi-nos questionado se um TCC desenvolvido por um pesquisador x pode ser passado e divulgado para o y para que ele se inspire.

Antes de respondermos a essa questão gostaríamos de recuperar algumas das características básicas desse tipo de produção e, também, gostaríamos de chamar a sua atenção para algo muito importante: a divulgação do conhecimento científico.

Todo e qualquer trabalho, desde um artigo até uma tese de doutorado, possui uma função social: impactar a vida das pessoas.

Contudo, para que isso aconteça, é primordial que o conhecimento circule e chegue, de forma efetiva, até essas pessoas, o que implica adotar certas estratégias.

O que é um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ?

Assim como uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado, o pesquisador discute, de forma científica, sobre um determinado tema ligado a uma linha de pesquisa.

Entretanto, essas produções não costumam ter tantas páginas, como acontece com os materiais mais extensos, requeridos na pós-graduação.

Geralmente, desenvolve-se esse tipo de trabalho na graduação, especialmente nos cursos de bacharelado, porém, em alguns cursos de especialização, o TCC pode ser requerido.

Como todo e qualquer trabalho científico, ele precisa chegar até as pessoas e para que seja, de fato, científico, precisa atender a alguns critérios como toda pesquisa.

Dentre esses critérios há as questões teóricas e metodológicas que irão sustentar todo o desenvolvimento do estudo em questão.

Partir de certos conceitos e teorias e de uma metodologia adequada é crucial para que o trabalho seja aprovado sem grandes problemas.

Passar o trabalho para um colega é algo ético?

Passar o trabalho para um colega é algo ético?

A fim de que possamos escrever e desenvolver os nossos trabalhos, precisamos realizar diversas leituras, pois, para que tenhamos conhecimento acerca de um assunto, é necessário que, em um primeiro momento, criemos um vínculo com ele.

Esse vínculo apenas pode ser construído por meio da leitura.

É muito comum que, ao longo da sua trajetória enquanto pesquisador, crie uma rede de contatos, sendo que você fica próximo dessas pessoas.

Nessa rede, forma-se vínculos, o que facilita pedir ajuda. Dentre esses pedidos, há quem peça os materiais para que possam consultar e se inspirar, bem como para que tenham um modelo em mente para desenvolverem o seu trabalho dentro desses moldes, especialmente se essa pessoa que pediu pelo seu trabalho pertence à mesma instituição que um dia você fez ou ainda faz parte.

Compartilhar esse material é uma boa prática?

É essa questão que iremos responder hoje.

Compartilhando o conhecimento entre colegas

O compartilhamento de materiais entre colegas, grupos de pesquisas e entre orientandos de um mesmo professor é uma prática bastante comum.

Isso se dá em virtude do fato de que muitos dos nossos pesquisadores se sentem inseguros sem ter um modelo para seguir e, desse modo, acabam procurando pelos materiais dos antigos orientandos do seu professor.

Nessa busca por um exemplo, podem procurar tanto nos repositórios da própria instituição como podem requerer ao orientador ou a você o material, que, por sua vez, servirá como base.

Sentem-se mais seguros em seguir o modelo de alguém que já foi aprovado para minimizar as sensações negativas no processo de desenvolvimento do estudo.

Embora o compartilhamento seja algo muito positivo, pois fortalece o contato entre os diversos pesquisadores, devemos tomar cuidado com algumas questões éticas nesse processo.

Cuidados ao fazer uso de um material

Como destacamos, o compartilhamento de materiais é algo bastante positivo, contudo, precisamos tomar cuidado em relação ao uso desse material, pois, caso não façamos as devidas citações, a nossa produção poderá ser acusada de plágio, o que gera bastante percalços.

Se você já apresentou e publicou esse material que está sendo requerido como base pelo outro pesquisador, deixe claro a ele essa situação.

A sua proteção, nesse caso, já estará garantida, pois todo material que se encontra circulando na web precisa preservar os direitos do autor, isto é, para que possa ser usado, precisa ser citado.

Nesse sentido, se qualquer trecho da sua produção for reproduzido sem a atribuição dos devidos créditos a você, o anti-plágio certamente irá detectar que a sua produção está sendo utilizada de forma indevida.

Entretanto, se esse material ainda não se encontra publicado, você não está protegido e precisará tomar certos cuidados.

Posso compartilhar um material ainda não publicado?

Se a produção que você deseja compartilhar ainda não se encontra em circulação na web, é preciso que tome muito cuidado e saiba se é seguro compartilhar esse material, pois, caso a pessoa se antecipe e publique esses trechos, eles serão dela e você perderá os direitos sobre a produção, pois ela não se encontra na web, logo, o anti-plágio não poderá acusar o pesquisador que fez uso do seu material de plágio, visto que ele é inédito.

Existem, ainda, casos de pessoas que, ao se formarem, não publicam os seus materiais e acabam emprestando para que sejam usados como modelos e após, quando decidem pela publicação, são acusadas de plágio, pois esse material emprestado foi usado de forma indevida.

Essa é uma questão bastante antiética, mas, infelizmente, ainda é uma realidade que assola o nosso país.

Após essa publicação, dificilmente você conseguirá recuperar a autoria dessa obra.

O entendimento das bases de dados

O entendimento das bases de dados

As questões de autoria devem ser consideradas com muita atenção por você, pois, caso o seu material seja submetido por outra pessoa, você não conseguirá nunca mais fazer uso dessa obra sem que precise citar o outro pesquisador, pois as bases de dados reconhecem que é autor dessa produção aquele que a publicou em primeiro lugar.

Outra coisa que você precisa saber, também, é que, hoje, as publicações possuem um número de identificação que garantem a sua existência de forma permanente na web.

Ele é o DOI.

O DOI nada mais é do que o ato de registrar um material para que seja citado de forma permanente ao longo dos anos.

Se você já apresentou ou publicou o seu material, não terá nenhum problema para fazer valer os seus direitos de autor, porém, o uso do DOI tem sido cada vez mais recomendado, pois garante o registro permanente desta publicação, isto é, ela será para sempre sua.

A apresentação de um material garante os meus direitos de autor?

A apresentação de um material garante os meus direitos de autor?

É comum que em um evento científico apresentemos um resumo ou um artigo para efetivar a inscrição.

Contudo, nem sempre esse material fica disponível online depois do evento e, dessa forma, você estará correndo o risco dessa produção ser apropriada no futuro, uma vez que não há qualquer garantia de que esse texto foi, de fato, submetido e apresentado no evento.

Mesmo que seja difícil, você pode reivindicar essa autoria, mas mantenha em mente que precisará provar que essa autoria é, de fato, sua, o que é bastante burocrático e demorado.

Em alguns casos, os pesquisadores adentram com um processo para reivindicar essa autoria, a depender da relação que possuem com o infrator em questão.

Precisamos, também, discutir sobre as questões éticas de pesquisa.

Se você perceber que a intenção dos seus colegas ou do grupo é boa, o compartilhamento desse material não irá te prejudicar.

Questões éticas de pesquisa as quais precisamos nos ater

Além de analisar a índole dos seus colegas/grupo de pesquisa, é preciso que tomemos cuidado com algumas outras questões éticas.

A melhor forma de evitar esse tipo de situação é analisar, a longo prazo, o comportamento dessa pessoa.

Caso você perceba que essa pessoa age de forma ética e responsável, dificilmente irá te prejudicar, isto é, não irá pegar o seu trabalho para publicar.

Acreditamos que toda e qualquer pesquisa tem que ser desenvolvida pelo próprio estudante e, dessa forma, não somos favoráveis a quem desenvolve uma pesquisa para outra pessoa, pois acreditamos que a pesquisa deve ser mérito de quem a desenvolve efetivamente.

A pesquisa é algo muito sério pois irá comprovar que você domina um assunto e que tem competências e habilidades para trabalhar em uma determinada linha de pesquisa.

Para tanto, é o dono da pesquisa quem precisa desenvolvê-la.

O compromisso com a pesquisa

O compromisso com a pesquisa

Nós, enquanto pesquisadores, temos um compromisso e, mais do que isso, uma função para com a sociedade ao nosso entorno: desenvolver um texto inédito e com informações seguras e de qualidade.

A pesquisa científica, nesse contexto, funciona como uma forma de comprovar que você está hábil para discutir acerca desse assunto e trabalhar nessa linha de pesquisa escolhida.

Ao delegar essa produção para outra pessoa, você deixa de cumprir esse compromisso firmado com as mais diversas entidades: com seu professor, com seu grupo de pesquisa, com entidades e agências de fomento e com a sociedade como um todo.

A questão da ética em pesquisa envolve a idoneidade, o ineditismo e a exequibilidade.

Esses elementos fazem com que a apresentação de um material desenvolvido por outra pessoa não seja uma prática legal e ética.

A melhor forma de se proteger desse tipo de situação de perda do direito de autor de uma obra é por meio da publicação deste material antes de compartilhá-lo.

Caso seja um artigo, não basta submeter na revista.

Espere pela carta de aceite deste material, pois não há garantia, até que se receba essa carta, de que o seu material será publicado, o que pode abrir brechas para que o seu material seja utilizado de forma indevida.

Após a publicação, não há problemas em compartilhar essa produção, pois, mesmo que seja utilizada de forma indevida, você estará protegido, uma vez que os anti-plágios detectam a semelhança do seu material com aqueles que já se encontram em circulação na web.

Acreditamos que a questão da autoria é algo muito peculiar e que deve ser debatida de forma ampla.

Essa peculiaridade se dá não apenas por questões éticas, mas sim porque essas produções dão forma a sua carreira.

A publicação científica como estratégia

Ao publicarmos de forma frequente, construímos um legado para a nossa carreira de cientistas e, desse modo, ela pode ser entendida como uma estratégia.

A partir dos nossos estudos, inquietações e reflexões, podemos fazer uso dessas produções para promoção pessoal e divulgação da ciência de forma séria e segura.

Essa publicação serve para construirmos um marketing pessoal, bem como para ingressarmos em um programa de mestrado com chances de conseguir uma bolsa.

Assim sendo, qualquer tipo de produção intelectual por nós desenvolvida pode potencializar a nossa carreira.

De igual importância é a menção dessas produções em seu currículo.

Mesmo para as pessoas que não possuem inclinação é algo positivo, uma vez que poderá ganhar reconhecimento e relevância em sua área, o que propicia mais benefícios a sua carreira.

As pontuações

Para que você consiga mais benefícios, é importante ampliar o seu currículo.

Mesmo no mundo corporativo, empresas multinacionais costumam ver com bons olhos profissionais que compartilham as suas experiências por meio da publicação de artigos científicos.

Essa é uma forma, inclusive, de somar forças do mundo do trabalho com o mundo acadêmico, o que é bastante positivo para a sociedade como um todo.

Existem cargos específicos em que as pontuações são cruciais.

São cargos escolhidos ou direcionados para aquelas pessoas que se destacam.

Construir um legado em diversos espaços é a melhor forma de divulgar o seu marketing pessoal.

Cuidar da sua vida profissional é uma forma de cuidar de si mesmo, de proteger a sua carreira.

Um artigo pode te ajudar a promover a sua carreira e, dessa forma, nada mais justo do que deixar um legado ao divulgar esse conhecimento.

Para tanto, é preciso eternizar essas produções.

Não as engavete, publique, e, caso seja possível, procure inserir o número DOI nessas produções, pois ele é o único registro capaz de garantir que a sua produção ficará disponível na web mesmo que o site da revista deixe de existir, isto é, faz com que as suas produções tenham longevidade.

Tome cuidado ao desenvolver qualquer material científico para que os seus direitos de autor sejam preservados.

Pense sempre nos benefícios que essas produções intelectuais podem agregar a sua vida como um todo.

Leve em consideração a sua estratégia de atuação profissional e acadêmica.

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