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Quais os tipos de resenha que podem ser solicitados?

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Os elementos que norteiam o processo de construção de uma resenha: o que você precisa saber sobre os cuidados que devem ser tomados no processo de escrita de uma resenha?Os elementos que norteiam o processo de construção de uma resenha: o que você precisa saber sobre os cuidados que devem ser tomados no processo de escrita de uma resenha?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos refletir sobre um tipo de escrita que pode lhe ajudar a treinar algo que é cobrado em todo texto científico: o embasamento. Como muitos confundem esse tipo de trabalho com o resumo, hoje, iremos esclarecer os pontos principais da resenha, porque, ao contrário do que pensam, as duas propostas são bem diferentes, tanto em termos de estrutura quanto de composição textual. Como já discutimos nos últimos dois posts sobre os fichamentos e resumos, hoje, iremos nos ater com mais afinco nas resenhas, frisando se ela aponta sempre para uma crítica, negativa ou positiva, ou não. De antemão, já chamamos a sua atenção para o fato de que existem diversos tipos de resenhas. Iremos esclarecer quais são esses tipos e os cuidados que você deve tomar ao elaborar qualquer um desses modelos. Antes de qualquer coisa, podemos pensar em como uma resenha tem sido definida.

Como tem sido definida a resenha acadêmica?

A resenha acadêmica nada mais é do que um tipo de texto em que o aluno irá expressar o seu ponto de vista sobre um texto lido, porém, esse ponto de vista não pode ser expresso de qualquer forma, mas sim de maneira embasada, contrapondo ideias de autores sobre o texto e conceito lidos. A resenha pode ser solicitada em diversos contextos, como pelos professores de disciplinas específicas que querem averiguar o seu ponto de vista sobre o texto lido. Assim, com base em uma obra específica, que pode ser um livro ou um artigo, por exemplo, irá tecer a sua crítica. Você irá pegar uma ideia desse artigo ou livro (ou do capítulo de um livro) e fazer uma crítica, que pode ser negativa ou positiva. O intuito é que no momento de construção da crítica você contraponha as ideias de autores diferentes que concordam e discordam com o assunto que você separou para resenhar (uma vez que uma obra contempla diversos assuntos).

A função de uma resenhaA função de uma resenha

A resenha permite que o aluno aprimore a sua escrita acadêmica, uma vez que aprende como escrever de forma embasada, isto é, como as ideias de autores diversos sobre um mesmo assunto podem ser contrapostas. É uma forma, também, de treinar a capacidade crítica. Esse tipo de trabalho não tem uma ordem a ser seguida, como acontece em outros formatos, como é o caso dos artigos, dissertações e teses. Nesse sentido, hoje, iremos esclarecer os modelos de resenha que podem ser solicitados pelo seu professor. Não se esqueça que cada professor tem uma formação muito específica que influencia na forma como irá compreender um mecanismo de pesquisa. Quando ele fizer essa solicitação, converse para saber sobre qual tipo de resenha ao qual ele está se referindo. Não são raros os casos de professores que solicitam uma resenha, mas, na verdade, esperavam que o aluno apresentasse um artigo científico.

Converse com o seu professor

Há muitos professores que pedem uma resenha, mas, na verdade, a estrutura é a de um artigo científico de revisão bibliográfica, teórica. Os professores compreendem esses conceitos de formas diferentes, logo, eles são aplicados de maneira igualmente distinta. Nesse sentido, é de suma importância que você entenda esse universo e como o seu professor trabalha para que não tenha que refazer esse trabalho por ter compreendido a resenha de uma forma diferente daquela esperada pelo seu professor. Agora que entendemos o que é uma resenha acadêmica, em quais contextos pode ser solicitada e qual a sua função, é preciso que discutamos um pouco sobre os modelos. Não se esqueça que existem os conceitos, porém, a forma como o professor os compreende pode ser diferente, sendo, por esse motivo, essencial que você converse com ele antes de começar a elaborar o trabalho em questão.

Os aspectos gerais de uma resenha

Justamente pelo fato de que há diversas compreensões sobre a resenha e a sua forma de elaboração, assim como em outros momentos e posts, iremos nos concentrar nos aspectos mais gerais. Dito isso, precisamos entender o que configura uma resenha crítica, sendo que ela é o modelo mais solicitado pelos professores que realmente esperam dos alunos a apresentação de uma resenha. O primeiro ponto ao qual você deverá ater é ao resumo de um aspecto da obra que foi solicitado, visto que, como afirmamos, uma obra aborda sobre vários assuntos. Pode ser que seja solicitada a exploração de mais de um aspecto dessa obra, mas, independentemente da quantidade de aspectos, em primeiro lugar, elaboramos o resumo sobre os principais pontos desse ou desses assuntos. Suponhamos que você queira discutir sobre como o conceito da pós- modernidade foi definido e tem sido debatido atualmente.

A resenha crítica na práticaA resenha crítica na prática

Tomemos como exemplo a obra de Bauman intitulada de “Modernidade Líquida”. Lá, o autor discute sobre a substituição do conceito de pós-modernidade pela modernidade líquida. Em primeiro lugar, você irá ler esse livro e resumir os pontos principais sobre o conceito em pauta. Contudo, o seu professor pode lhe solicitar a elaboração de uma resenha sobre um artigo que discute sobre a ideia de subjetivação. Assim como no caso do livro, primeiramente, você resumirá todos os pontos principais relacionados ao processo de subjetivação do ser humano. Entretanto, é fundamental que tomemos cuidado, pois o professor pode solicitar que um livro ou artigo sejam resenhados na íntegra. Como a obra será notoriamente maior, é preciso que não se estenda muito em cada um dos capítulos, pois o intuito de uma resenha não é apenas o de resumir essas ideias principais. Essa é apenas a primeira etapa.

Na onde adentra a crítica de um material?

Feito o resumo, partimos para a segunda etapa de uma resenha, que é a própria crítica. Essa é, na verdade, a parte que você irá, de fato, resenhar a obra. Naquele primeiro momento você irá tão somente introduzir essa obra para que a crítica faça sentido. A primeira coisa que fizemos foi a extração do conceito de uma obra principal a partir do qual iremos tecer a nossa crítica, contudo, sem a apresentação geral do conceito, a crítica não pode ser sustentada. Os aspectos a serem resumidos neste começo podem apontar tanto para os elementos mais gerais associados a um conceito ou, ainda, para elementos mais específicos. Tudo irá depender dos direcionamentos do seu professor quanto à elaboração da resenha. Não deixe de consultá-lo antes de começar a elaborar o texto. Contudo, não podemos deixar de nos ater ao objetivo de uma resenha, que é a elaboração de uma crítica positiva ou negativa sobre o assunto em pauta.

O uso de outros autoresO uso de outros autores

Adentramos aqui em um cenário que diferencia os dois tipos de propostas, isto é, o resumo e a resenha. O autor terá que selecionar alguns autores que sejam capazes de fornecer subsídios para que possa elaborar a sua própria crítica. Na hipótese de uma crítica positiva, deverá procurar nas bases de dados por materiais de autores que concordem com a visão do autor da obra que está resenhando. No caso de uma crítica negativa, o movimento inverso se torna necessário, pois deverá selecionar aqueles materiais de autores que não concordam com a visão do autor do texto que está sendo resenhado. Esses cuidados são necessários para que você não faça uma crítica vazia e sem fundamento algum. É um exercício de escrita que levará sempre em consideração a sua capacidade de tecer uma crítica por meio da contraposição de ideias de diferentes autores sobre um mesmo assunto.

O autor pode se posicionar em uma resenha?

Sim. Esse é, novamente, um dos pontos que diferencia a resenha de um resumo. Embora o autor possa se posicionar, este não deve ser com base em achismos e no senso comum, isto é, a crítica deve ser embasada nos autores que concordam ou discordam do ponto de vista que você deseja introduzir nessa resenha. Pensemos em um exemplo prático. Vamos partir da obra de Bauman sobre a substituição do conceito de pós-modernidade pela modernidade líquida. Você poderá concordar ou não com o conceito de modernidade líquida. Caso você prefira o conceito de pós-modernidade, terá que procurar por autores que defendem que o conceito de pós-modernidade basta para explicar esse fenômeno. Caso seja adepto à ideia de modernidade líquida, terá que se apoiar nos materiais científicos de autores que concordam com essa visão de Bauman. É a partir do uso desses autores que você irá se posicionar em seu texto.

O posicionamento é sempre necessário?

Há professores que não pedem para que o aluno se posicione no texto. Contudo, a crítica terá que ser feita, pois, ao contrário, recaímos no território do resumo e não mais da resenha. A crítica, nesse caso, expressa tão somente a visão de autores sobre o conceito no qual irá se apoiar para elaborar a sua resenha. O autor fica mais distante, uma vez que no texto não será transparecido o seu próprio posicionamento, isto é, a sua opinião sobre essa questão a qual está se debruçando. Contudo, você ainda pode escolher qual tipo de crítica deseja fazer, isto é, se ela será negativa ou positiva, mas, em ambos os casos, terá que selecionar os artigos que são capazes de expressar essa visão negativa ou positiva sobre o conceito em questão. Embora haja uma tendência que faz com que sempre acreditemos que toda crítica é negativa, esta não é uma verdade absoluta, pois você pode concordar com uma visão e se manifestar quanto a isso.

As críticas positivas e a resenha descritiva

É fundamental que partamos do princípio de que nem sempre uma crítica é negativa, pois, ao longo de nossa vida, concordamos com muitas coisas, logo, fazemos, em nosso dia a dia, críticas positivas quanto aquilo que vemos, lemos, conversamos e absorvemos. Além disso, mesmo no caso das críticas negativas, nem todas têm o intuito de ofender e/ou ameaçar, pois pessoas próximas a nós nos alertam a cada dia quando, por exemplo, a uma roupa que não está legal para uma certa ocasião. O mesmo vale para nossas condutas e hábitos. O mesmo ocorre com a resenha. Aquele que solicita espera que a pessoa expresse a sua visão quanto ao conteúdo lido. A resenha descritiva é um tipo de formato que também pode ser exigido. Você terá que descrever conceitos específicos de uma obra. Suponhamos que você tenha que descrever o casamento de acordo com o cânone católico.

A resenha descritiva e resenha temáticaA resenha descritiva e resenha temática

Tomando como exemplo a descrição do casamento, você deverá apontar, segundo o cânone, os aspectos que dão forma ao casamento conforme a visão do catolicismo. O seu texto base é a Bíblia, mas poderá recorrer a três ou quatro autores para descrever o casamento. O conceito será descrito segundo a visão de outros autores e do autor base. A resenha temática é outro tipo que pode ser solicitado. O termo “resenha pensata” também tem sido associado a esse tipo. O intuito aqui é o de apresentar os autores que têm investigado um mesmo tema de pontos de vista distintos. O interesse não é o de resenhar uma obra específica, mas diversas, visto que a resenha parte de obras de autores distintos e não de um único apenas.

Podemos fazer uma analogia desse tipo de resenha com uma revisão bibliográfica, pois apresenta-se a visão de diversos autores sobre um mesmo tema. A resenha temática caminha por esse viés. Contudo, em relação a todos os tipos aqui apresentados, é fundamental que você verifique junto ao seu professor qual é o tipo de resenha que ele espera, pois, como vimos, a forma como os argumentos serão apresentados varia muito a depender do tipo de resenha, de modo que a temática é muito diferente da resenha convencional. O mais usual é o ato de contrapor as ideias dos autores a partir de uma obra específica, tecendo uma crítica positiva ou negativa sobre o assunto.

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