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Que confusão – Compreendendo os cuidados na pesquisa científica – Como não cair em ciladas – O que são os cursos de MBA e MBE – As siglas e nomenclaturas

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Termos na pesquisa científica e o que simbolizam: compreendendo alguns tipos de cursos de pós-graduação e as suas principais característicasTermos na pesquisa científica e o que simbolizam: compreendendo alguns tipos de cursos de pós-graduação e as suas principais características

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre os processos que integram a pesquisa científica e os cuidados que você deve tomar antes de ingressar em um programa de pós-graduação, quando estiver realizando a busca por um curso com o qual se identifica, porém, as dicas podem servir também para aqueles alunos que já estão dentro dos programas sobre os quais iremos conversar. Como temos reiterado ao longo de nosso post, a nossa pós-graduação ainda está sendo desenvolvida, de modo que não há uma homogeneização quanto às técnicas de pesquisa, bem como quanto à certos termos que integram esse meio, de modo que as siglas e as nomenclaturas podem variar, a depender do contexto no qual se encontra imerso nesse momento, visto que cada instituição tem a sua própria forma de compreender a pesquisa científica, os tipos de cursos, dentre outras questões essenciais.

As siglas e nomenclaturas no universo da pós-graduaçãoAs siglas e nomenclaturas no universo da pós-graduação

Ao longo desse post pretendemos esclarecer a você algumas das principais siglas com as quais pode se deparar no universo acadêmico e o que elas simbolizam. Essa compreensão é de suma importância, pois, em virtude da falta de homogeneidade que comentamos, elas podem gerar confusões e más interpretações, o que pode comprometer o seu processo de adaptação nesse meio. Por exemplo, um pesquisador pode dizer que faz parte do COS, mas nem todos sabem o que ele significa. Cada núcleo e grupo de pesquisa costuma ter a sua própria sigla, pois os nomes podem ser muito extensos. Entendemos o COS, hoje, como Comunicação e Semiótica. Ele faz parte de um programa de pós-graduação que integra a PUC, Pontifícia Universidade Católica. O programa da PUC em Comunicação e Semiótica da PUC é nomeado de COS. Muitas siglas geram essa confusão, o que torna essencial esse debate de hoje.

O MBA e o MBE são a mesma coisa?

Considerando esse cenário sobre o qual acabamos de conversar, hoje iremos discutir sobre duas siglas relacionadas à formatos de cursos de pós-graduação. Elas são o MBA e o MBE. A pergunta que irá nortear essa discussão é a seguinte: interessei-me por uma especialização lato sensu que oferece o título de MBE em Engenharia da Qualidade e de Produtividade. Poderia desmistificar se um curso de BEM é uma variação de um curso de MBA ou configura um novo tipo de formato de pós lato sensu? O pesquisador aponta que oferece um curso de trezentas e sessenta horas (especialização) ou quatrocentas e oitenta horas (MBA). A primeira questão que devemos esclarecer nessa conversa diz respeito à titulação. Sempre que nos referimos a um curso de pós-graduação lato sensu, os alunos se formam como especialistas e não mestres, como alguns cursos prometem.

A pós-graduação livre

Independentemente do tipo de nome que esse curso carrega, a partir do momento em que você está fazendo um curso que integra o lato sensu, a titulação a ser obtida é a mesma. O termo MBA surge da palavra inglesa “Master of Business Administration”. Em inglês, o termo “Master” significa “Mestre”, surgindo, daí, alguns equívocos. Mesmo que tenha esse termo de Master, os alunos não se formam mestres em um MBA. Apenas se formam mestres no Brasil aqueles alunos que fazem um curso de mestrado stricto sensu. Assim sendo, se você está em um MBA ou semelhantes, sairá com o título de especialista. Inserir o termo Mestre é apenas uma forma de tornar o termo trazido do inglês mais elegante, pois lá, de fato, os alunos se tornam mestres, mas aqui não é possível receber o equivalente a essa titulação realizando um curso de pós-graduação livre, lato sensu, portanto.

Características de um curso de stricto sensu

Embora o nosso enfoque aqui seja a discussão sobre os cursos de MBA e MBE, precisamos entender um pouco mais sobre os cursos de pós-graduação stricto sensu, que, no Brasil, contempla os cursos de mestrado e doutorado acadêmicos e profissionais. Todavia, para que o aluno se forme mestre ou doutor, ele deverá fazer um curso que seja reconhecido pela CAPES. No caso dos cursos lato sensu, eles não precisam desse reconhecimento para que os títulos possam ser validados. Os benefícios fornecidos por um curso lato sensu e stricto sensu são diversos, pois ambos contribuem de formas diferentes. No caso do lato sensu, você pode realizar quantos cursos quiser e eles costumam ter curta duração. Algumas instituições possuem o reconhecimento, mas não é algo obrigatório, como ressaltamos em outro post. Os cursos livres surgem de acordo com as necessidades colocadas pelo mercado à pós-graduação.

Por que alguns cursos precisam de reconhecimento?Por que alguns cursos precisam de reconhecimento?

Em virtude de suas finalidades. Como os cursos lato sensu surgem para atender as demandas do mercado, é com as exigências do mercado que estão preocupados e não com o MEC. Por exemplo, após realizar um determinado curso de graduação e começar a atuar em seu campo, pode sentir a necessidade de realizar um curso lato sensu em psicopedagogia. Pode, ainda, ter o interesse em realizar uma pós-graduação capaz de o capacitar para atuar com um certo tipo de inteligência, de tecnologia. Por esse motivo, os cursos são breves, pois atende essas demandas, que, em muitas vezes, são instantâneas e logo podem deixar de ser uma demanda desse mercado, substituídos por cursos mais atraentes para aquele momento. Como o processo de reconhecimento é lento e burocrático, elas não são obrigadas a buscarem por ele. O lato sensu, portanto, norteia-se a partir das necessidades e exigências do mercado.

O MBA existe no stricto sensu?

Temos observado que diversos cursos têm prometido em suas propagandas o título de mestre. Se esse curso faz parte da modalidade stricto sensu, a fim de que possa funcionar, precisará do aval da CAPES. Esse curso poderá existir desde que comprove à CAPES que tem uma inclinação para a pesquisa e para a docência, tendo, portanto, necessidades diferentes daqueles cursos voltados exclusivamente para o mercado. O MBA na seara do stricto sensu possui uma conotação mais profissional, sendo representado pelos mestrados e doutorados profissionais. São pesquisas voltadas para o mercado, porém, elas não deixam de trazer em seu corpo as discussões teóricas metodológicas, já que essa é uma característica do stricto sensu. Os créditos acadêmicos também deverão ser cumpridos, como as disciplinas. Além disso, as dissertações e teses seguem as regras postas pela própria CAPES. São exigências um tanto quanto inflexíveis.

As exigências postas por um curso de stricto sensu

Em virtude da rigidez dos cursos stricto sensu, há algumas exigências que não podem ser negociadas e que caminham para além da confecção das dissertações e teses. Elas são representadas pelos créditos acadêmicos. Além do cumprimento de uma carga específica de disciplinas obrigatórias e optativas, o aluno também precisará participar de eventos científicos com apresentação de trabalhos, deverá publicar artigos científicos em parceria com o seu orientador para divulgar os resultados da sua pesquisa, deverá participar de grupos e núcleos de pesquisa para discutir textos e propor reflexões, dentre outras atividades. A grade curricular a qual esse aluno precisará se ater também é diferente, de modo que pode escolher por aquelas disciplinas que irão contribuir para com o desenvolvimento do seu estudo. O stricto sensu entende esse aluno como um sujeito ativo, de modo que precisará se dedicar mais.

A dedicação no stricto sensuA dedicação no stricto sensu

Mesmo que um aluno não seja bolsista, os alunos do stricto sensu acabam se dedicando em tempo integral (ou quase isso) às suas pesquisas, visto que precisam desempenhar uma série de atividades ao longo desse curso de mestrado ou de doutorado. O objetivo do lato sensu é diferente, visto que apenas irá capacitar esse profissional para atuar em um dado campo, sendo que muitos procuram por cursos capazes de aperfeiçoar a sua prática em um campo com o qual já trabalham ou para onde desejam migrar. No lato sensu, não desenvolve-se uma pesquisa, porque não é essa a demanda com a qual lidam. Os trabalhos finais são menos rígidos, menos teóricos e mais aplicados, voltados ao setor no qual trabalham. Essa especialização é procurada para aqueles que desejam uma formação rápida e específica para atuarem em um dado contexto. Ele irá desenvolver trabalhos pontuais e rápidos nesse curso.

A formação acadêmica e de mercadoA formação acadêmica e de mercado

Ambas as formações que estamos aqui são de suma importância para o desenvolvimento econômico e cultural do país. Entretanto, trabalhar com pessoas que possuem uma mentalidade mais acadêmica e com aquelas que estão mais acostumadas com o eixo do mercado são realidades múltiplas, cada qual com as suas devidas especificidades. Voltando à nossa questão primária, relacionada à nomenclatura, devemos ressaltar que o MBA, como o próprio nome já indica, está fazendo referência à área da Administração. No caso do MBE, os dois primeiros termos possuem o mesmo significado “Master Business”, que seria equivalente ao nosso mestrado profissional, no eixo do stricto sensu. O E ao final da sigla significa “Engineering”, Engenharia, em língua portuguesa. Em relação à carga horária proposta por esse programa para o seu curso de especialização e de BEM, temos algumas considerações a fazer.

Exemplo prático de um possível curso de MBE

Quando o pesquisador nos coloca que se trata de um curso de BEM em Engenharia de Qualidade e de Produtividade e ressalta essa duração do curso, precisamos nos ater a algumas questões. É provável que esse curso não esteja tão preocupado com o domínio dos negócios, que é comum aos MBAs. O foco, ao nosso ver, está nas questões que perpassam pela produtividade e pela qualidade dessa produção. Essas trezentas e sessenta horas propostas pelo curso muito provavelmente irão enfocar nos processos que perpassam por essa área da Engenharia. Assim, se o aluno opta por mais horas-aula, de quatrocentos e oitenta, a sigla MBE aparece, e, com isso, novas possibilidades irão surgir para esse aluno. Ao nosso ver, em virtude da própria sigla, é provável que essas horas a mais que o aluno irá fazer voltem mais para o âmbito dos negócios.

As propostas dos MBEs

Em virtude da junção do M+B, automaticamente tem-se um curso que, em algum momento, irá priorizar as questões que perpassam pelo mundo business. Qualquer área poderia ter essa inclinação, bastando trocar a última letra pelo termo em inglês associado a essa área na qual deseja fazer uma especialização. Assim sendo, no caso desse programa voltado a um setor específico da Engenharia, o aluno irá aprender técnicas e habilidades do mundo business que podem otimizar a sua prática no âmbito da qualidade e da produtividade. Retomando a questão da titulação, esse aluno será entendido, legalmente, como uma especialista, recebendo o equivalente a essa função caso tenha como objetivo ingressar em uma carreira pública, visto que o setor privado não faz essa diferenciação entre mestres, doutores e especialistas, na maior parte das empresas.

Especificidades do lato sensu e do stricto sensu

O que irá mudar do lato sensu para o stricto sensu, em um primeiro momento, é a elaboração do trabalho final, que, no último caso, costuma ser um trabalho mais extenso, detalhado e profundo. No stricto sensu, esse material precisa ser aprovado por uma banca em dois momentos, além de ser submetido várias vezes ao orientador, para que ele faça as suas devidas considerações. Esses alunos participam de eventos científicos e publicam artigos para divulgarem os resultados desses longos estudos. Contudo, no lato sensu, essa cobrança não existe, já que o objetivo é outro, assim como as exigências. Se você estiver levando em consideração a nomenclatura para tomar essa decisão sobre o curso que deseja fazer, alguns cuidados devem ser tomados para que não gere-se confusões.

Para aqueles que desejam atuar no lato sensu e que se deparam com duas possibilidades de cargas horárias, indicamos que o aluno entre em contato com a coordenação para descobrirem quais são as disciplinas ofertadas em cada uma das perspectivas. É uma forma de saber quais são os tipos de disciplinas a mais voltadas a esse contexto business que serão ofertadas. Considerando o seu próprio contexto de vida, as suas limitações e ambições, você irá escolher por aquele programa com o qual mais se identifica. Para concluir, é importante que você saiba que essas siglas possuem sempre um sentido, sendo que esses, às vezes, são mais aparentes ou mais intrínsecos, escondidos. Entretanto, todas elas apontam para tipos de cursos específicos. Busque sempre entender o que elas significam antes de tomar uma decisão.

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