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Quais erros devo evitar em uma banca de mestrado ou de doutorado?

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O que você deve saber sobre a sessão de qualificação e defesa no contexto da pós-graduação stricto sensu? Por que é crucial tomar alguns cuidados relacionados à apresentação do trabalho?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre alguns processos associados a dois momentos essenciais que um pesquisador que adentra em um curso de pós-graduação no âmbito do stricto sensu não tem como se desvencilhar. Estamos nos referindo às sessões de qualificação e de defesa. Mas afinal, você sabe quais são os cuidados que deve tomar? Há certos erros que podem comprometer a qualidade de sua qualificação e defesa sob as quais iremos conversar aqui. Se você está nesse momento em que é necessário apresentar o seu trabalho final, fique tranquilo! Iremos apresentar cinco erros principais que comprometem a qualidade dessa defesa. Os erros que, na verdade, são cuidados que se deve tomar, estão relacionados à exposição oral deste trabalho. Antes de tudo, queremos lhe parabenizar, pois, se chegou nessa fase, é porque a pesquisa já adquiriu uma robustez inegável, visto que o professor confiou nela.

Em qual momento uma pesquisa pode ser qualificada?

A fim de que você possa ser enviado para a qualificação, é preciso que o professor que lhe acompanha entenda que você está apto para isso. Se você está aqui, é porque já cumpriu todas as exigências prévias à qualificação e conseguiu escrever o trabalho, o que para muitas pessoas é muito difícil. Hoje iremos nos concentrar na apresentação do material para a banca. O primeiro aspecto sobre o qual devemos conversar é sobre o fator tempo. Informe-se junto ao seu professor e programa quanto ao tempo mínimo e máximo para que possa expor o trabalho. Há pessoas que ficam muito nervosas ao terem que falar em público e podem se atrapalhar com o tempo. Há outros que falam pouco e isso também é um problema. Além disso, também temos percebido que, em certas bancas, o aluno ao menos apresenta o trabalho. Ele apenas responde às questões dos professores.

Os professores que apenas fazem questõesOs professores que apenas fazem questões

Parte-se do pressuposto de que a leitura prévia do trabalho já foi feita, o que dispensa a apresentação do trabalho. Por esse motivo, é indicado que você verifique qual o tempo para apresentar e se esta é obrigatória. Dito isso, devemos entender como funciona a banca. Quando a banca solicita, a primeira coisa que irá fazer é apresentar os dados gerais de seu trabalho. A maior parte das bancas ainda requer a apresentação. Na sequência, os professores fazem a sua arguição. Cada um tem um tempo específico para fazer as questões e obter as respostas. Porém, como resposta a sua argumentação, o professor pode lhe questionar novamente. Para toda réplica há uma tréplica, mas é preciso que se atenha ao tempo. Também recomendamos que você analise quem compõe essa banca. Geralmente, o aluno acredita que, pelo fato de o professor ser da casa, já o conhece, mas a nossa dica é analisar todos os membros da banca.

A análise dos membros de sua banca

Compreender esses professores é uma estratégia eficiente, pois você já saberá qual é a linha de raciocínio desses professores e pode se antecipar quanto a algumas questões. É crucial que você respeite a linguagem dos professores que compõem a banca. Isso implica dizer que todo indivíduo é estruturado de uma forma diferente. Esse processo influencia em toda a cognição de uma pessoa, isto é, em sua linha de raciocínio. É uma questão que nos permite pensar em como esse sujeito enxerga o mundo. Assim sendo, os membros de sua banca, ao lerem o texto, em virtude dos aspectos cognitivos envolvidos, irão separar alguns pontos que, para eles, não estão claros. Não são raros os casos de professores que em uma banca apenas estão preocupados em apontar e julgar o que não está “bom” em termos de uso das normas e dos autores escolhidos como literatura.

Quais são os tipos de apontamentos que um autor pode fazer?

Como mencionamos, as suas escolhas de autores podem ser questionadas. Há membros que ao verem o nome de um certo autor no trabalho avaliado vão até o texto lido pelo aluno para verificarem se o aluno compreendeu corretamente a ideia. Também há aquelas pessoas que estão mais preocupadas com o uso das normas (aspectos técnicos) ou com os resultados do estudo. Por outro lado, há aqueles membros que têm como principal objetivo verificar se o problema de pesquisa foi respondido ao longo do texto. Analisa-se, ainda, se os objetivos foram suficientes para responder ao problema de pesquisa. Não são raros os casos de professores que entendem o seu tema e literatura a partir do ponto de vista de sua área, que pode ser diferente da do seu orientador e da sua própria. Por razões pessoais, esse professor pode indicar certos autores de sua área que sentiu falta. Investigue todos esses fatores antes de ir à banca.

Por que é preciso entender a linguagem do professor?Por que é preciso entender a linguagem do professor?

A fim de que você possa ter uma sessão tranquila, é importante que você se atenha aos cuidados aqui mencionados. Além disso, compreender essa linguagem pode fazer com que o processo seja menos doloroso, uma vez que, como iremos desenvolver mais adiante, tanto na sessão de qualificação quanto de defesa, há críticas. Nesse exercício, a confiança em si mesmo é o principal ganho. É primordial que você saiba que esse material é seu. Ninguém sabe mais do que você. É essencial que você defenda as suas escolhas. Seja a dissertação ou a tese, você deve defender esse trabalho. O seu ponto de vista deve ficar claro. Muitos professores percebem a falta de domínio do aluno quanto ao tema nesse exercício. As indicações de “erros” estão associadas à qualidade de sua argumentação. Se o aluno não tem segurança em sua própria pesquisa, todos os seus argumentos são refutados com facilidade.

Treine a sua apresentação

Treine a apresentação com base no tempo disponível para a arguição. Seja sozinho, no espelho, seja com o auxílio de uma pessoa ou cronômetro, treine dentro do tempo. Leve em consideração as características dos membros que compõem a sua banca. É uma forma de se antecipar e ter respostas prévias para possíveis questões. As pessoas que são muito seguras devem ensaiar. Sem esse treino, não é possível saber se conseguem falar dentro do tempo que possuem. Não consegue mensurar se está falando demais ou de menos. Mesmo que a confiança dessas pessoas não esteja abalada, ao chegarem na sessão de defesa, podem ficar um tanto quanto perdidas, havendo um silêncio constrangedor na sala. Falar muito rápido é um problema, como, por exemplo, de dois a cinco minutos. As informações são jogadas, o que pode fazer com que os professores fiquem confusos, mesmo que já tenham lido o seu trabalho.

Tome cuidado com o tom de vozTome cuidado com o tom de voz 

Em virtude da falta de treino, falar muito alto ou rápido pode fazer com que a banca não fique satisfeita. Tome cuidado também com a quantidade de slides. Há aquelas pessoas que falam demais e que inserem uma quantidade enorme de slides, o que pode deixar a arguição cansativa. O tempo para apresentação não é muito grande (geralmente, são quinze minutos). Com muitos slides, pode ter que pular vários deles, o que gera desconforto. Tome cuidado para não falar de forma rápida a ponto de prejudicar a qualidade de sua argumentação. É crucial que você mantenha em mente que está fazendo esse curso de mestrado para que possa exercer uma carreira específica, que é a docência no ensino superior. Os apontamentos dos professores quanto a essas questões estão ligados ao aprimoramento de sua capacidade didática e de expor dados. Assim sendo, podemos pensar um pouco mais sobre essa didática.

A importância da didática ao expor os dados de sua pesquisa

Já vimos casos de alunos que expõem tão bem os resultados de sua dissertação de mestrado que, ao final da arguição, são convidados para darem uma aula ou mesmo para palestrarem acerca de seu tema, tamanha a qualidade de sua argumentação e didática. Isso significa que o aluno conseguiu expor bem o seu tema e a linha de raciocínio percorrida para desenvolver o tema. A segurança naquilo que fala, a confiança em si mesmo e o respeito ao tempo são aspectos que chamam a atenção de uma banca. Aproveite essa oportunidade e entenda que você não está ali apenas para ser analisado e avaliado. Você pode aproveitar o momento para dar o melhor de si e ser recompensado por isso. Podem surgir novos tipos de parcerias entre você e os professores da banca ou mesmo novos desdobramentos para a sua pesquisa, como a indicação para um doutorado, caso não esteja nele.

A incapacidade de receber críticasA incapacidade de receber críticas

Uma questão que não poderíamos deixar de mencionar e que, sem dúvidas, é um erro, é a incapacidade do aluno em receber uma crítica. Infelizmente, essa é uma realidade. Cada vez mais, tanto o campo da Psicologia quanto da Psicanálise têm apontado que o ser humano não lida bem com as críticas, até mesmo com as construtivas. Esses campos, somados à Psiquiatria, têm abordado sobre os sujeitos “adultos mimados”. Com isso, podemos pensar no conceito de “infantilidade mental”. É um conceito que recebe diversos nomes, porém, o que nos importa aqui é compreender as significações implícitas nesse conceito. A incapacidade de agir como adulto impede essas pessoas de receberem críticas e lidar com elas da melhor maneira. São pessoas que não conseguem receber feedbacks, uma vez que as críticas são vistas tão somente a partir de uma ótica negativa. Cuidado com isso, pois o clima da banca pode ser arruinado.

As críticas em uma arguição

Em virtude da infantilidade do aluno que está sendo arguido, o clima de uma banca pode ficar muito pesado quando este não consegue receber as críticas de uma maneira positiva. O aluno é prejudicado porque, a cada crítica por ele recebida, rebate de uma forma negativa. Nós podemos citar alguns exemplos de atitudes que você deve evitar. Há o caso de alunos que choram ou que ficam com uma raiva muito aparente do professor. Alguns tentam discutir com o professor (não no sentido de diálogo, mas sim de confronto, porém, o confronto não leva a lugar algum nesse contexto). Além disso, uma dúvida muito comum é quanto à banca mais difícil, isto é, se é a de qualificação ou a de defesa. A resposta para essa questão é simples. Em mais de noventa e nove por cento dos casos a banca mais difícil é a da qualificação. Iremos deixar claro aqui os motivos para esta afirmação.

Por que a qualificação é mais difícil?Por que a qualificação é mais difícil?

A primeira coisa que você deve saber é sobre a composição dessa banca. Ela é composta por dois professores e o seu orientador. No caso do mestrado. A estrutura é a mesma tanto para a qualificação quanto para a defesa. Contudo, é na banca de qualificação que os professores irão tecer as suas principais críticas quanto à composição do trabalho. Em outras palavras, podemos afirmar que é o momento em que irão apresentar argumentos que podem direcionar a sua pesquisa como um todo. O interessante nesse exercício é que os professores irão apresentar as principais lacunas às quais o seu estudo deve se ater para que possa adquirir a qualidade necessária a uma pesquisa. Aponta-se quais são os aspectos que devem ser aprimorados, o que deve ser melhorado em termos de aplicação da metodologia escolhida, valida-se a metodologia de seu estudo, dentre outras questões.

Também devemos deixar claro a você que nesse processo é muito comum que nem sempre os professores peçam para que você faça os mesmos ajustes, visto que as suas leituras são diferentes, pois estão ligados a linhas de raciocínio diferentes. Especialmente se você deseja manter esses colaboradores em sua banca de defesa, atender a todas as exigências, bem como aos apontamentos recomendados na qualificação é de suma importância para que a sua defesa transcorra da melhor forma possível. Nesse processo, os professores de sua banca querem avaliar se essa pesquisa foi desenvolvida de maneira séria, uma vez que não é possível aprovar um trabalho que não atende aos critérios mínimos exigidos a uma pesquisa científica. Assim sendo, em uma banca de qualificação, é muito comum que haja muitos palpites, críticas e sugestões quanto às lacunas da pesquisa. Não as veja como algo ruim.

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