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A pesquisa de campo é obrigatória?

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Conhecendo a pesquisa de campo e a sua importância

Olá, tudo bem? O tema da nossa conversa de hoje é a pesquisa de campo. Ela é uma prática bastante comum dentro da comunidade acadêmica, e, dessa forma, precisamos compreender a sua finalidade e objetivos, as suas etapas, para, depois disso, respondermos a pergunta de hoje: a pesquisa de campo é obrigatória? A primeira coisa que você precisa manter em mente sobre a pesquisa de campo é que ela é um tipo de investigação que pode fazer parte das pesquisas de caráter bibliográfico e/ou documental. Assim sendo, realiza-se a coleta de dados com pessoas ou com grupos de pessoas para refletir sobre um determinado problema e/ou fenômeno social. Nesse sentido, a pesquisa de campo, como, também, a bibliográfica, pode ser somada a outros procedimentos. A fim de realizar uma pesquisa mais completa, você pode agregá-la a uma pesquisa ação, dentre outras possibilidades. É, então, uma das formas de se realizar investigações mais profundas sobre uma determinada realidade.

A finalidade de uma pesquisa de campoA finalidade de uma pesquisa de campo

Agora que você já conhece a definição básica de uma pesquisa de campo é preciso que reflitamos sobre uma outra questão que está ligada à nossa pergunta de hoje. Estamos nos referindo à finalidade deste tipo de pesquisa. O seu foco principal é a observação de fatos e fenômenos de maneira real, o que implica na necessidade de conhecer, de maneira profunda, a realidade a ser investigada. Esse conhecimento, contudo, apenas pode ser feito por meio da coleta de dados. Após essa coleta os dados são analisados e interpretados com base em uma fundamentação teórica sólida e bem fundamentada. Dentre os objetivos da pesquisa de campo precisamos destacar que ela visa compreender e explicar o seu objeto de estudo.

A fim de cumprir para com esse objetivo, a pesquisa de campo traz dados reais e atualizados sobre a realidade que você enquanto pesquisador se propôs a analisar. Outro fator que precisamos destacar, também, é que a pesquisa de campo pode ser utilizada nos mais diferentes campos do saber, porém áreas como a Antropologia, Sociologia, Comunicação, Economia, Linguagens e Política tendem a fazer um uso mais frequente desse instrumento metodológico, uma vez que ele é capaz de compreender, de maneira profunda e detalhada, como funciona os indivíduos, os grupos, as comunidades e as instituições. Dessa forma, busca-se compreender os mais diversos aspectos que circundam uma realidade.

Como posso desenvolver uma pesquisa de campo?

Caso você opte por fazer uso desse instrumento em sua pesquisa, será necessário tomar alguns cuidados. Em primeiro lugar, ao propor essa pesquisa você precisará selecionar algumas técnicas para coletar os dados na população por você selecionada. Essas técnicas, por sua vez, precisam estar de acordo com a natureza do seu estudo. É preciso, ainda, definir quais técnicas serão aplicadas para registrar, analisar e interpretar os dados coletados, e, assim, a depender das técnicas escolhidas para a coleta e análise de dados, a sua pesquisa irá adquirir a característica quantitativa ou qualitativa. Mantenha em mente, também, que todo o processo de planejamento e execução da pesquisa de campo começa com a definição da temática do estudo e do problema de pesquisa.

Quando iniciar a pesquisa de campo?Quando iniciar a pesquisa de campo?

É comum que os pesquisadores comecem a coletar os dados quando delimitaram o tema e a pergunta-problema, assim como os objetivos geral e específicos. Entretanto, todo trabalho começa com uma revisão de literatura, isto é, com uma fundamentação teórica que irá sustentar e amparar o seu estudo. É preciso consultar as fontes devidas que irão sustentar os conceitos e teorias sobre o seu tema. A procura pelas referências responsáveis por esse embasamento é chamada de pesquisa bibliográfica. Você pode consultar livros, artigos científicos e outras fontes, como, por exemplo, documentos oficiais, teses e dissertações. O conteúdo encontrado com esse levantamento servirá para contextualizar o seu problema de pesquisa, e, também, apontarão as lacunas que precisam ser preenchidas para que você alcance os objetivos do seu estudo. Assim, muitos dados podem não ser encontrados no levantamento teórico e é nesse momento que o pesquisador pode se apoiar na pesquisa de campo.

Existem técnicas específicas para que eu possa realizar a coleta dos dados?

Como mencionamos as técnicas para a coleta, análise e interpretação de dados podem surgir algumas dúvidas. Não existem técnicas específicas para a coleta de dados em uma pesquisa de campo. Isso se dá em razão, principalmente, do fato que essas técnicas podem variar bastante a depender das necessidades, objetivos, público e outros fatores que são os responsáveis por fazer com que você faça algumas escolhas teóricas, metodológicas e analíticas para que essa pesquisa responda as hipóteses e objetivos traçados logo no início da investigação. Assim, podemos afirmar que as técnicas a serem utilizadas devem ser selecionadas e aplicadas de acordo com a natureza dos dados que precisam ser colhidos. Elas, por sua vez, podem ser tanto quantitativas quanto qualitativas. Algumas das mais utilizadas na academia são a observação, a entrevista e o questionário.

Etapas de uma pesquisa de campoEtapas de uma pesquisa de campo

É de igual importância compreendermos as etapas que dão vida a uma pesquisa de campo. A primeira delas é a pesquisa bibliográfica, pois, inicialmente, precisamos realizar uma pesquisa aprofundada para conhecer melhor o nosso objeto de estudo e o que já foi proposto pelos trabalhos desenvolvidos em nossa área. A segunda etapa que antecede a pesquisa de campo é a determinação da metodologia. Consulte o seu orientador e verifique com qual tipo de método ele trabalha e o que ele recomenda para que você colete e analise os dados do seu contexto de investigação. A terceira etapa, por sua vez, é a análise dos dados coletados no referencial teórico, pois ele deve explicar a sua realidade, e, também, justificar a sua relevância. Essas etapas serão fundamentais para que você pense no tipo ideal de pesquisa de campo, uma vez que são várias as modalidades. Conhecer o seu contexto por meio da teoria será essencial para escolher o melhor tipo para a sua investigação atual.

Conhecendo os tipos de pesquisa de campo

Como vimos, esses tipos serão escolhidos levando em consideração a sua metodologia e os seus objetivos. São três as possibilidades de pesquisa de campo: exploratória, quantitativa-descritiva e experimental. A pesquisa de campo exploratória tem como objetivo estreitar o conhecimento acerca do tema investigado, e, assim, ajuda a formular hipóteses e facilita na determinação de métodos e técnicas. A pesquisa quantitativa-descritiva, por sua vez, apresenta uma descrição detalhada sobre o tema a partir de dados quantitativos, e, esses dados, podem ser utilizados para a realização de testes estatísticos ou avaliações subjetivas com teor quantitativo. Por fim, temos a pesquisa de campo experimental. Ela tem como objetivo selecionar as variáveis que podem, de maneira direta ou indireta, influenciar o seu objeto. Ela também define as formas de controle e de observação dos efeitos que essa variável produz no objeto.

Algumas perguntas que você pode fazer em uma pesquisa de campoAlgumas perguntas que você pode fazer em uma pesquisa de campo

Antes de retomarmos a nossa pergunta inicial (a pesquisa de campo é obrigatória) gostaríamos de mencionar algumas perguntas que você pode considerar nesse tipo de estudo. Elas conduzirão melhor a sua pesquisa. Ao propor esse instrumento, conheça, de maneira profunda e detalhada, a população (público-alvo) a ser investigado; respeite as etapas do método escolhido para obter a amostra a ser trazida para a sua pesquisa; atenha-se ao tipo de abordagem metodológica (se é quantitativa, qualitativa ou quanti-quali); conheça e descreva os fenômenos a serem analisados e atenção aos métodos de medição das variáveis. Tendo em mente essas perguntas o pesquisador estará apto para realizar a pesquisa de campo propriamente dita, e, assim, obter os dados necessários para comprovar ou descartar hipóteses. Não se esqueça que junto da coleta será preciso realizar o levantamento bibliográfico e o desenvolvimento da fundamentação teórica do seu trabalho.

Uma pesquisa de campo é obrigatória em um artigo científico?

Antes de respondermos a essa questão existe outra coisa que você precisa manter em mente. Estamos nos referindo à estrutura de um artigo científico, assim como os trabalhos de maior extensão, como conversamos, deparam-se com uma infinidade de possibilidades de instrumentos, entretanto, sabemos, também, que a escolha por um instrumento em detrimento de outro está ligada, sobretudo, à metodologia por nós escolhida. Dessa forma, é a metodologia quem determinará se para propor esse artigo será preciso realizar ou não uma pesquisa de campo para compreender a realidade/contexto que desejo investigar. Entretanto, além de compreendermos os tipos de metodologia será preciso, ainda, atermo-nos aos tipos de artigos científicos. Você sabe quais são eles? Vamos retomar um pouquinho para que você saiba se é interessante ou não propor uma pesquisa de campo no artigo que deseja submeter à uma revista científica.

Conhecendo os tipos de artigos científicosConhecendo os tipos de artigos científicos

Existem várias possibilidades de escrita de um artigo científico e conhecer as suas características é fundamental. Há aqueles artigos denominados de revisão de literatura. Neles é bastante comum que os pesquisadores façam um levantamento teórico sobre um determinado assunto e contraste pontos de vista diferentes. Ele pode, ainda, propor uma revisão bibliométrica, e, dessa forma, o seu objetivo será outro, pois a bibliometria é um campo das áreas da biblioteconomia e da ciência da informação, e, então, tem-se como objetivo aplicar métodos estatísticos, e, também, matemáticos para analisar e construir indicadores capazes de mostrar a dinâmica e a evolução da informação científica e tecnológica de determinadas disciplinas, áreas, organizações ou países. 

Você pode, ainda, ter como foco a proposição de um Estado da Arte. Trata-se de uma mapeamento (pesquisa) que possibilita o conhecimento, e, mais do que isso, o reconhecimento de uma infinidade de estudos que estão sendo ou, ainda, que já foram realizados dentro de um período por você estipulado. Podem ser estudos tanto locais quanto internacionais, o importante é valorizar a ciência produzida em relação à uma temática, linha de pesquisa ou assuntos iguais ou parecidos com o que você estudou ou está estudando. Há, ainda, os relatos de caso (uma descrição detalhada, por exemplo, de casos clínicos, e, assim, devem conter características sobre sintomas, sinais e outros fenômenos identificados no paciente). E, por fim, há a possibilidade da proposição de pesquisas de campos, cuja estrutura já apresentamos.

É necessário fazer a pesquisa de campo?

Podemos, finalmente, retomar a pergunta do início de nossa conversa. A resposta para a questão é não. Não necessariamente você precisará realizar uma pesquisa de campo para propor e submeter um artigo a uma revista científica, mas atenção, a depender da metodologia por você escolhida, pode ser que seja recomendada a realização dessa etapa da pesquisa científica. Assim, é importante que prestemos atenção à nossa metodologia, e, também, ao tipo de artigo (ou qualquer outra produção) que desejamos propor. Mesmo que você opte por não propor uma pesquisa de campo, é indispensável em todo e qualquer tipo de produção acadêmica o que chamamos de foco metodológico, ou seja, obrigatoriamente, em seu artigo, terá que aparecer um capítulo de método que explica a abordagem metodológica por você escolhida.

A importância da metodologia: por que não posso descartá-la?

Por fim, não podemos encerrar essa conversa sem discutirmos sobre a importância do capítulo destinado ao método. Em toda e qualquer produção, seja ela um artigo científico ou uma dissertação de mestrado ou tese de doutorado, os apontamentos metodológicos são indispensáveis, e, dessa forma, são cobrados por aqueles que avaliam o seu trabalho. A metodologia é tão importante que ela irá influenciar, inclusive, na maneira como você irá coletar, analisar e interpretar os dados. Conversar essa temática é relevante pois muitos dos pesquisadores acabam enviando os seus textos e neles há uma breve menção de que irão propor uma determinada metodologia. 

Não basta mencionar, é preciso desenvolver a ideia, assim como em qualquer outro capítulo. Há, ainda, casos em que os pesquisadores mencionam a metodologia x (como, por exemplo, a pesquisa de campo), mas não a desenvolvem, pelo contrário, dizem que vão fazer x e acabam realizando y (por exemplo, eu me proponho a realizar uma pesquisa de campo, mas, na verdade, o meu estudo apenas descreve um fenômeno). Para concluir, você deverá manter em mente que você menciona uma determinada metodologia, todo o seu estudo deverá girar em torno dela, precisamos, então, tomar os devidos cuidados para apenas mencionar e desenvolver aquilo que realmente pretendemos fazer.

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