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Como saber qual é a sua área de pesquisa?

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O universo acadêmico e suas múltiplas peculiaridades: o que você deve levar em consideração antes de ingressar em um curso de mestrado ou de doutorado? As possibilidades de pesquisaO universo acadêmico e suas múltiplas peculiaridades: o que você deve levar em consideração antes de ingressar em um curso de mestrado ou de doutorado? As possibilidades de pesquisa

Olá, tudo bem? O nosso post de hoje afeta uma série de pessoas em todo o país que têm como objetivo ingressar em um curso de mestrado e/ou doutorado. Na verdade, esta é uma pauta que afeta todos aqueles que se interessam pela pesquisa. Se você deseja ter uma carreira acadêmica, alguns passos serão necessários até que atinja esse patamar. A primeira coisa que se deve saber sobre essa carreira é que ela tem como intuito formar pessoas que se interessam pela pesquisa e pela docência no ensino superior. Dessa forma, terá que lidar com essas duas atividades. Contudo, até que possa se consolidar em uma área, isto é, construir um legado, é preciso adotar uma estratégia específica. Aqui estamos nos referindo à importância de você escolher por uma área e direcionar toda a sua carreira para ela. É nesse sentido que podemos chamar a sua atenção para a nossa pauta de hoje. Iremos discutir sobre as linhas de pesquisa.

O que você pode fazer para encontrar a sua própria área de pesquisa?

Esta é uma questão que tira o sono de muitas pessoas. Desse modo, ao longo de nossa conversa, iremos esclarecer alguns pontos que podem lhe ajudar a escolher uma área que tenha mais a ver com os seus interesses de pesquisa. A primeira coisa que deve ficar clara aqui é o lugar de fala do qual partimos. Assim sendo, quando falamos sobre áreas de pesquisa, estamos pensando em um perfil de pessoas que têm interesse em ser pesquisadores e, para isso, será preciso que façam algumas escolhas fundamentais, como, por exemplo, escolher uma linha de pesquisa para se especializarem. Também estamos trabalhando com alunos que já passaram por um curso de graduação e neste momento estão pensando em um curso de mestrado. Entretanto, quando chegamos no eixo da pós graduação stricto sensu, isto é, nos cursos de mestrado e doutorado, estamos nos referindo à carreira da pesquisa.

A postura em um curso de mestradoA postura em um curso de mestrado

A primeira coisa que diferencia os alunos de graduação e de mestrado e/ou doutorado é a forma a partir da qual aprendem e utilizam esse conhecimento. No mestrado e no doutorado você será um sujeito ativo, protagonista de sua pesquisa. Não irá produzir uma pesquisa para que tire uma boa nota, como acontece na graduação. Você será treinado para ser pesquisador, porém, há uma infinidade de áreas de pesquisa com as quais pode contar. Algo que deve ficar claro é que nem sempre um pesquisador permanece na mesma área da graduação. Na verdade, isso não é muito comum, pois você pode fazer um curso de graduação em Engenharia e um mestrado na área da Educação. O mesmo vale para os que fazem graduação em Arquitetura e Mestrado em História da Arte, Comunicação ou Ergometria. Nesse sentido, quando pensamos em áreas de pesquisa, lidamos com um amplo rol de possibilidades de atuação.

A grade curricular em um curso de graduação

Antes que adentremos um pouco mais nesse amplo universo das linhas de pesquisa, é preciso que entendamos um pouco mais sobre a grade curricular de nossos cursos de graduação. Todos nós temos acesso a uma grade generalista. Isto acontece porque nenhum curso em todo o país na modalidade de graduação aprofunda os conhecimentos gerais com os quais o aluno tem contato ao longo de sua formação. É justamente isso que fará com que ele procure por esse conhecimento específico, seja por meio da pós lato sensu, seja por meio do stricto sensu, ou seja, dos cursos de mestrado e/ou doutorado. É por esse motivo que quando uma pessoa faz um curso na área das Ciências Médicas não pode atuar após o fim do curso, sendo necessário fazer residência em uma das áreas gerais do curso com a qual mais se identificou. É na residência que esse conhecimento geral se torna especializado, inclinado para uma certa área.

Um pouco mais sobre as grades curriculares gerais

Citamos no parágrafo anterior o exemplo das Ciências Médicas, mas, na verdade, esta é uma questão que afeta todos os tipos de áreas. Por exemplo, suponhamos que você tenha feito um curso de graduação em Direito. Até que consiga obter a Carteira da OAB, não será visto como um advogado, logo, poderá atuar apenas como bacharel. Além disso, ao obter a Carteira, irá trabalhar em uma área específica do Direito. Para que um profissional dessa área possa atuar em um ramo específico, no geral, costuma procurar por cursos de pós lato sensu, que são as especializações. Escolhem uma área do Direito com a qual se identificam para advogarem com maior competência em uma área específica. Essa é uma tendência que afeta todos os cursos, pois, como apontamos, as grades são generalistas, logo, não conseguimos obter conhecimento específico, assim como técnicas, competências e habilidades específicas.

As consequências do ensino generalistaAs consequências do ensino generalista

A falta de conhecimentos específicos faz com que após o término da graduação o aluno que deseja atuar em um setor específico tenha que buscar por esse aprimoramento. Todas as graduações, sem qualquer tipo de exceção, sofrem as consequências do ensino genérico e, de certa forma, básico. Isso acontece porque todas as instituições de ensino superior brasileiras estão sujeitas a um órgão que regula e controla toda a atividade docente do país, que é o Ministério da Educação. Ele apresenta uma série de exigências para que os cursos de graduação possam ser oferecidos. Há uma espécie de “cartilha” que essas instituições precisam respeitar. O MEC determina as disciplinas que devem ser oferecidas em cada curso. Pensemos no exemplo das Ciências Médicas. A fim de que um aluno se torne Bacharel em Medicina, há um rol de disciplinas que deve cursar, porém, isto não fará dele um Médico, ainda, como vimos.

As exigências do MEC

A fim de que todo e qualquer profissional possa atuar de forma legal no país, é preciso que tenha feito um curso reconhecido pelo MEC, logo, deve ser aprovado em todas as disciplinas que compõem o rol da instituição e do próprio MEC. Caso queira aprimorar esse conhecimento, terá que fazer uma especialização. Se você quer ser um pesquisador, o curso de mestrado é o mais indicado. Ao chegar no mestrado, poderá escolher por uma área de pesquisa. Embora o mestrado também tenha como objetivo fazer com que você se torne um especialista em uma certa área, são muitas as opções com as quais você pode se deparar dentro de um programa. No lato sensu, geralmente, o aluno tem como objetivo aprimorar algo que já tem em mente. No Mestrado, nem sempre o aluno chega com essa preferência muito clara em mente. São tantas as opções que nem sempre o aluno sabe o que escolher e nem sempre escolhe a mais correta.

Não se restrinja à área de seu curso de graduaçãoNão se restrinja à área de seu curso de graduação

Suponhamos que você tenha feito uma graduação na área de Engenharia de Processos. Você não precisa, obrigatoriamente, fazer um curso de mestrado nessa mesma área, embora, claro, possa escolher permanecer na área, caso esse seja o seu objetivo. Uma forma de tomar a melhor decisão é analisar a sua relação com todas as disciplinas gerais com as quais teve contato em seu curso de graduação. Escolha aquelas com as quais mais se identificou e deseja manter um vínculo por meio da atividade de pesquisa. Além de olhar de maneira atenta para essas disciplinas, precisará analisar os temas abordados, pois eles são campos de pesquisa possíveis. Também recomendamos, caso você esteja atuando no mercado, que analise que tipo de curso poderia ajudá-lo a conciliar os interesses acadêmicos com a sua experiência e interesses inclinados ao mundo business. Todos esses fatores influenciarão em seu processo de escolha.

A análise SWOT de sua vida

Antes de chegar à linha de pesquisa, isto é, com o assunto, com o qual mais se identifica, é preciso fazer uma análise SWOT sobre a sua própria vida. As suas experiências, percepções e pontos de vista sobre essas disciplinas e os conteúdos com os quais teve contato farão com que chegue a uma linha de pesquisa que reflita os seus interesses acadêmicos e profissionais, o que fará toda a diferença em sua carreira. Todas essas variáveis pessoais, profissionais e intelectuais farão com que você tenha muito claro em mente qual é o assunto que lhe interessa. Com isso, você chegará a um assunto, mas isso não basta, pois há várias correntes teóricas em todo o país que debatem sobre esse mesmo assunto a partir de estratégias muito diferentes. Além disso, esse assunto expressará o seu interesse nesse momento específico de sua vida. Esse interesse pode mudar, caso opte, por exemplo, por fazer um outro curso de mestrado e/ou doutorado.

Existe apenas uma linha de pesquisa?

Suponhamos que o seu interesse de pesquisa nesse momento específico, esteja você no processo de produção de uma dissertação de mestrado ou de uma tese de doutorado, resida no tema da alimentação. Embora esse tema seja da área da saúde, não precisa ser debatido apenas nessa área. É perfeitamente possível que uma pesquisa sobre esse tema seja desenvolvida, por exemplo, na área da Comunicação e Semiótica. Ao contrário do que muitos pensam, os cursos de Comunicação não focam apenas nas pesquisas relacionadas com a área da publicidade e/ou do marketing. Há uma série de linhas de pesquisa que nos permitem pensar nas formas diversas que a comunicação humana assume. No caso de nosso exemplo, a pesquisadora tem pensado na temática da alimentação dentro do contexto da biopolítica. Pensa nos hábitos alimentares derivados da relação do homem com o alimento, o que é uma forma de comunicação.

O que fazer quando tenho dúvidas sobre interesses e linhas de pesquisa?O que fazer quando tenho dúvidas sobre interesses e linhas de pesquisa?

Se você tem dúvidas sobre o que ou quais são os interesses de pesquisa, bem como sobre as linhas de pesquisa em si, aconselhamos que procure pelos programas que oferecem cursos relacionados a esse assunto que lhe atrai. Esse é o primeiro passo. Se você não quer passar por esse processo sozinho, está tudo bem. Não deixe de investir na consultoria. Trata-se de um serviço que irá fazer com que você chegue a um programa, a um orientador e a um assunto com o qual se identifica, isto é, a uma linha de pesquisa que reflete os seus interesses pessoais, acadêmicos e profissionais. Além disso, é uma forma de você se desvincular da ideia de que deve permanecer apenas em sua área de formação para fazer esse curso. Suponhamos que um pesquisador tenha feito o seu curso de graduação na área das Ciências Jurídicas. Embora tenha achado que deveria continuar nessa área, o seu tema se encaixou bem na Educação.

A transição entre áreas distintas

Algo muito incrível que o ingresso em um curso de mestrado nos proporciona é o fato de que podemos transitar entre as mais diferentes áreas, de modo que o nosso interesse de pesquisa não precisa ser o mesmo ao longo de toda a nossa trajetória, de modo que aquilo que lhe interessou na graduação pode ou não ser levado à diante em um curso de pós, como em um mestrado. O mestrado é muito flexível nesse sentido, pois há um rol imenso de possibilidades de pesquisa. Essas possibilidades podem ser revertidas na escolha da linha de pesquisa com a qual se identifica.

Tomando o exemplo do Direito, podemos perceber que, no mestrado, esse pesquisador poderia tanto permanecer na área das Ciências Jurídicas quanto migrar para outras, como a Educação, a História, a Comunicação, a Linguística e muitas outras. Além disso, um mesmo tema pode ser debatido sobre a ótica de muitas áreas e linhas de pesquisa. Cada uma adota técnicas específicas, assim como conceitos e teorias específicas. Podemos afirmar que esse tipo de curso é muito democrático, pois há muitos interesses acoplados nas linhas de pesquisa espalhadas pelos programas de todo o país.

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