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Monografia – Posso aproveitar um trabalho como esse em um curso de mestrado ou de doutorado? – Vamos ganhar tempo com esse trabalho?

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Os trabalhos científicos em seus mais diversos níveis: posso aproveitar as discussões de um trabalho já realizado e aprovado em outro momento?Os trabalhos científicos em seus mais diversos níveis: posso aproveitar as discussões de um trabalho já realizado e aprovado em outro momento?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje continuaremos a discutir sobre os tipos de trabalhos científicos que podem nos ser exigidos ao longo de nossa formação. Como sabemos, cada nível demanda um tipo de trabalho específico que é proporcional ao nível de formação que estamos em um dado momento. Quanto mais avançado o nível, mais exigente será esse trabalho que iremos apresentar ao final do curso. Também temos destacado que para que um trabalho possa ser aprovado, ele precisa de algo fundamental, que é a originalidade e o ineditismo, de modo que, sem esse atendimento, um trabalho não pode ser aprovado, visto que falta aquilo que chamamos de rigor científico e metodológico. Assim sendo, muitos se questionam se um trabalho realizado em algum momento da vida acadêmica pode ser aproveitado em um outro contexto. Iremos apresentar algumas variáveis que você deve levar em consideração.

O aproveitamento de um material científico

Iremos apresentar ao longo dessa discussão alguns aspectos que você deve levar em consideração para aproveitar um material científico já aprovado e publicado sem recair na prática do plágio. A pergunta que irá nortear a nossa discussão hoje é a seguinte: comecei a escrever um artigo científico nesse momento e tenho algumas informações complementares de outros estudos que já realizei, sendo que essas informações suscitam de uma monografia, esses dados podem ser aproveitados nessa nova produção? Essa é uma questão que nos afeta diretamente, pois acreditamos que todo conhecimento é muito rico e deve ser explorado de todas as formas possíveis. Também acreditamos que dispensamos um grande tempo para produzir um material, de modo que ele não pode ser engavetado depois de publicado. Acreditamos que tudo deve ser aproveitado em seu máximo potencial, a todo o tempo.

Como lidar com as frustrações no processo de pesquisa?Como lidar com as frustrações no processo de pesquisa?

Ao desempenharmos uma pesquisa, algumas frustrações podem se manifestar nesse processo. Algo muito comum nesse momento é a coleta de muitas informações quando precisamos desempenhar um estudo, desde uma monografia até uma dissertação ou tese. Contudo, até chegarmos a esse produto final lemos diversos materiais e desenvolvemos diversos materiais. É muito comum que grande parte dessas informações sejam perdidas, já que os orientadores tendem a rejeitar diversos desses materiais, porém, eles são muito valiosos. Além disso, em virtude dos prazos, precisa mudar de estratégia e, com isso, a informação se perde. É comum que ao fim dessa etapa fiquemos com muitos materiais que não foram utilizados e publicados em nenhum lugar. Essa é uma realidade muito comum, sobretudo no caso de pesquisas empíricas. Essas pesquisas são aquelas mais aplicadas junto a pessoas ou grupos.

As informações de uma pesquisa empíricaAs informações de uma pesquisa empírica

Quando aplicamos um estudo, diversos dados podem ser descartados por não terem sido úteis naquele momento da pesquisa. Algumas dessas informações são utilizadas, de fato, porém, outras até foram selecionadas, mas não receberam qualquer tipo de tratamento e exploração naquele estudo em específico. Assim sendo, essa ideia de aproveitamento de materiais é perfeitamente normal e nós somos adeptos a ideia de que esse material pode ser desmembrado em vários outros. Por exemplo, um material apresentado a uma disciplina pode ser publicado, como é o caso de um artigo científico. Desse modo, as suas reflexões daquele momento tornam-se públicas. Quando desenvolvemos um artigo, uma dissertação, uma tese e afins, geramos uma quantidade imensa de informações, e, desse modo, acreditamos que esse volume deve ser aproveitado da melhor forma possível em outros tipos de produções.

O que pode ser reaproveitado em um novo material?

Ao longo da produção de um material, seja ele mais extenso ou menor, como é o caso de um artigo científico, realizamos uma série de leituras, e, como fruto dessas leituras, produzimos uma série de reflexões, que, em muitas vezes, aparecem em textos que deixamos engavetados, justamente por serem apenas indagações. Contudo, esses materiais podem e devem ser explorados em novas produções. Entretanto, esse material apenas pode ser publicado se for, de fato, inédito. Além disso, verifique se esse material atende ao rigor científico e metodológico. Faça uma autoanálise para verificar se esse volume de informações geradas por você ao longo de sua formação tem sido explorado até que não seja mais possível, pois, como estamos destacando, uma mesma produção pode dar vida a inúmeras outras, pois leituras geram informações que não podem ser esgotadas em um único material, num único momento.

A importância de revisitarmos um material científico

Além daqueles materiais que nunca foram publicados, também devemos revisitar aqueles que já foram e os arquivos que possuímos sobre esses materiais já publicados. Indicamos essa revista porque a cada nova leitura que fazemos de um material, temos novas percepções. Não podemos beber da mesma água duas vezes e é justamente isso que acontece com as leituras que fazemos ao longo de nossa vida. As fontes sempre serão compreendidas de uma nova forma, o que gerará novas contribuições para a sociedade. Assim sendo, quando progredimos de um nível para o outro, por exemplo, de uma graduação para um mestrado, já não somos mais os mesmos sujeitos, pois a nossa maturidade acadêmica já é outra, assim como a forma a partir da qual iremos lidar com os nossos materiais, o que fará com que eles sejam inéditos. Com essa maturidade, perceberá que há muitos dados que ainda podem ser tratados.

O aprofundamento das informações

Algo muito comum de percebermos ao longo de nossa jornada é que uma mesma informação pode ser abordada de formas muito diferentes a partir do momento em que chegamos a uma maior maturidade acadêmica. Quanto maior a nossa maturidade, mais profundo será o tratamento desses dados, mesmo que eles já tenham sido abordados, a explanação desses se dará de uma forma totalmente diferente. Algo fundamental a essa discussão é a importância de manter uma relação harmônica com seu orientador. Nunca brigue com ele. Isso gerará um entrave para a sua pesquisa. Assim, recomendamos que você faça o que ele exige e guarde tudo aquilo que ele não aprovar, pois, como temos destacado, nenhuma informação é inválida e irrelevante. Como dependemos do orientador ao longo da duração desse curso, o mais plausível é realizar exatamente o que ele pede e usar os outros dados depois.

Evite brigas com o orientadorEvite brigas com o orientador

A fim de que a sua pesquisa transcorra da melhor forma possível, evitar brigas com o orientador por causa de rejeições de materiais é a melhor estratégia. Se vocês têm esse entrave, o seu processo de qualificação e defesa serão muito mais custosos, o que poderá gerar problemas de comunicação que irão afetar o desenvolvimento do seu estudo. Além disso, o desgaste emocional gerado nesse processo é muito grande, o que pode fazer com que o processo de pesquisa deixe de ser tranquilo e harmonioso, o que não é ideal. Se esses dados não podem ser aproveitados nessa monografia, dissertação ou tese, considere aproveitar essas informações em um outro momento, isto é, em um outro tipo de produção, como é o caso de um artigo científico. Assim sendo, devemos destacar que se você deseja dar continuidade a um estudo iniciado em outro momento, eles serão apenas aprimorados e não começados do zero.

A autocitação

Algo que consideramos primordial é que mesmo que certos dados já se encontrem publicados e mesmo assim você deseja utilizá-los nesse momento atual de sua trajetória acadêmica, é possível, desde que você tome alguns cuidados. Dentre esses, temos a necessidade da citação, que, nesse caso, é da autocitação. Como ele já está publicado, circula na web, logo, a produção não é mais original, o que faz com que a citação desse material seja um processo obrigatório. Assim sendo, você irá aperfeiçoar esse estudo outrora realizado, de modo que irá complementar essas informações que já apresentou em outro momento. Existem diversas metodologias que permitem que você desenvolva um material científico de forma segura e adequada. Dentre elas, temos as revisões bibliográficas, bibliométricas, integrativas, pesquisa quanti e qualitativa, pesquisa de campo, pesquisa-ação, estudo de caso, relato clínico etc.

Cuidados metodológicos

Para que a sua pesquisa possa ser aprovada, alguns cuidados científicos-metodológicos são essenciais. A primeira coisa que você precisará analisar é se o seu material responde a uma pergunta de pesquisa, isto é, a um problema que possa ser relevante para a sociedade atual na qual vivemos. A existência dessa pesquisa apenas pode ser justificada se esta contribui para o meio em que vivemos. Se essa resposta é afirmativa, você conseguirá aproveitar todos os dados. Não é porque certos dados ficaram de fora nesse momento que eles não podem ser aproveitados em outro estudo, outro artigo, por exemplo. Aquilo que você já falou pode e deve ser aprofundado em diversos outros contextos, pois o conhecimento nunca pode ser esgotado, sendo necessário para que a sociedade continue a evoluir. Suponhamos que o seu estudo discuta sobre a sustentabilidade na construção civil em um momento. Ele pode ser expandido.

Expandindo o horizonte da pesquisaExpandindo o horizonte da pesquisa

A partir de um tema iniciado no âmbito da graduação, em outros momentos, seja no mestrado ou antes de entrar nele, uma série de outras produções podem ser desenvolvidas. O sucesso de um pesquisador, na verdade, está atrelado a essa capacidade do autor de fazer com que esse conhecimento possa ser expandido de formas diversas, desde que ele chegue até as pessoas que carecem desses materiais. Assim sendo, esse material deve render, isto é, contribuir para com a evolução da sociedade. Isso implica a discussão sobre dois tipos de posturas de pesquisa que podemos assumir. Você pode escolher trabalhar com uma linha de pesquisa específica ao longo de toda a sua jornada, o que implica o estudo tão somente nessa área, assim como as publicações suscitadas dessas leituras, ou pode, também, migrar entre as mais diversas áreas. No caso desse segundo perfil, temos um pesquisador multidisciplinar.

O pesquisador multidisciplinar

O pesquisador que atua de forma disciplinar tem diversos interesses, sendo que esses interesses transitam entre os campos do saber mais diversos, o que permite a publicação em diversas áreas do conhecimento. Ele irá estudar sobre várias coisas, e, dessa forma, as suas publicações não se concentram em um único eixo temático, em uma única linha de raciocínio e perspectiva teórica-metodológica. O pesquisador que sempre está publicando sobre assuntos e abordagens diferentes acabam tendo em mãos muitos materiais, porém, o aproveitamento desses acaba sendo um tanto insuficiente, já que o volume de dados gerados é imenso. Os interesses não são estáticos, de modo que eles estão sendo mais impulsionados em momentos específicos, sendo logo substituídos por outros interesses de pesquisa. Nesses casos, é mais difícil que o pesquisador consiga aproveitar e aprofundar esses dados em um outro momento.

Pesquisadores que atuam em um mesmo campo do saber

Se temos, por um lado, pesquisadores que transitam entre os mais diversos campos do saber, temos aqueles que optam por se aperfeiçoar em uma única linha de pesquisa ao longo de toda sua vida. Pesquisadores com esse perfil costumam ser associados a uma perspectiva teórica específica. No caso desse perfil de pesquisadores, é comum que todas as suas obras, sejam elas livros ou artigos científicos, bem como as suas apresentações em eventos científicos, perpassem por uma mesma teoria, por uma mesma linha de pesquisa, de raciocínio. Assim sendo, torna-se comum o fato de que esses autores consigam revisitar esses materiais já publicados a fim de que aprofundem esses materiais que já foram publicados em outro momento.

Esses pesquisadores costumam revisitar os seus materiais porque eles apontam para uma certa linearidade, visto que toda a construção do conhecimento apresentada por esses autores responde a essa lógica seguida pelo pesquisador ao longo de toda a sua trajetória e formação acadêmica. Não significa que esses pesquisadores não tenham interesses plurais e que apenas publicam sobre uma questão específica. O que acontece é que eles serão conhecidos por causa da área na qual se destacam. Com um mesmo material, diversos outros podem ser criados a fim de que esse pesquisador consiga aprofundar o que foi iniciado em um outro momento. Assim, é comum que esses pesquisadores façam a autocitação, visto que estão aprimorando um assunto que já foi divulgado em outro momento.

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