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Qualis periódicos – CAPES

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Assunto polêmico: apresentando o Qualis

Olá, tudo bem? Na nossa conversa de hoje vamos conversar sobre um assunto muito importante: o Qualis acadêmico. É ele quem define e possibilita a existência das revistas científicas em nosso país, então não poderíamos deixar de conversar sobre ele. A primeira coisa que você precisa saber sobre o Qualis é que ele é coordenado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior ou simplesmente CAPES. É uma grande preocupação dos acadêmicos, e dessa forma, sempre é uma das pautas de discussão dos mais diferentes órgãos. A pergunta de hoje é: o que fazer em relação ao Qualis proposto pela CAPES? Antes de mais nada, quero que entendamos juntos o que é o Qualis para depois discutirmos sobre o seu funcionamento. Sem saber para que ele serve não há como entender como funciona em termos práticos. 

O método Qualis tem como objetivo principal classificar a qualidade das pesquisas a partir da publicação de materiais científicos em periódicos, revistas, anais e livros. Esses artigos, armazenados e veiculados por esses agentes, acabam recebendo uma nota que é atribuída a partir de uma avaliação feita pela CAPES. É como se essa nota representasse a qualidade da revista responsável por um determinado material. A nota é atribuída a partir da consideração de alguns aspectos pela CAPES. Assim sendo, é possível ressaltar que ela estratifica a qualidade da produção intelectual dos programas de pós-graduação de nosso país. Recentemente, o Qualis passou por uma atualização e ele acabou gerando polêmicas na comunidade acadêmica, pois muitas revistas que possuíam notas altas acabaram descendo um pouco de nível.

Questões sobre a atualização do QualisQuestões sobre a atualização do Qualis

Precisamos conversar sobre a Qualis, pois está acontecendo uma grande confusão em relação a ele, principalmente porque tem sido utilizada de forma errada. A principal discussão atual em torno do Qualis é que ele tem prejudicado a situação atual de algumas revistas científicas. Existem algumas coisas que precisamos saber a respeito desse Qualis para que este tipo de confusão seja evitado. Precisamos saber como ele está funcionando agora em 2019, visto que existe bastante polêmica em torno dele. Como saiu uma nova lista desse Qualis, muitos têm se perguntado se ele é definitivo ou se ainda é apenas uma preliminar acerca do que esperar para os próximos anos. São algumas das indagações que precisamos conversar hoje para entender o que mudou e o que permanece. O que quero trazer para você hoje é um pouco sobre o que estamos sabendo dessas mudanças que têm afligido a muitos.

O que é o Qualis?O que é o Qualis?

O último congresso da ABEC foi bastante esclarecedor sobre a atualização do novo Qualis. A ABEC é a Associação Brasileira de Editores Científicos. Ficou claro nessa reunião da ABEC que existem posicionamentos bastante divergentes sobre esse novo Qualis, e, dessa forma, ainda estão a discutir sobre isso. Como a temática ainda está em discussão, nesse primeiro momento vamos falar um pouco sobre esses posicionamentos frente à atualização dele. A primeira coisa que precisamos saber é que esse fator de medida não necessariamente é um fator de qualidade da revista científica, como muitos acreditam ser. Em suas ideias iniciais, o Qualis foi criado para funcionar como uma métrica, ou seja, como um instrumento responsável pela avaliação dos programas de pós-graduação do Brasil. Ele avalia os cursos de pós-graduação na modalidade stricto sensu, isto é, os cursos de Mestrado e Doutorado do Brasil.

Críticas ao QualisCríticas ao Qualis

Em relação aos motivos apresentados acima, ele não deveria ser associado à escolha da publicação. Entretanto, conforme os anos foram passando, o Qualis acabou misturando, modificando ou criando (como você quiser chamar) uma nova dimensão. Essa dimensão cumpre a propósitos diferentes daqueles que defendia quando foi criado. Então você pode me perguntar: qual é a discussão de hoje sobre esse Qualis e por que ainda se discute sobre ela? A resposta para isso é a seguinte: se por um lado você não deveria escolher a revista pelo Qualis que ela recebe, por outro lado, a comissão da CAPES começa a direcionar notas para os programas a depender do Qualis recebido pela revista científica vinculada à essa instituição de ensino. Então como é que resolvemos isso? É uma questão que gera bastante polêmica, principalmente no contexto atual.

Orientações aos alunosOrientações aos alunos

Os coordenadores de programas acabam escolhendo revistas científicas para os seus alunos publicarem a depender do Qualis que recebem, visto que ao escolher por revistas com Qualis superior, essas pesquisas terão uma maior visibilidade. Isso gera um conflito, pois quando o Qualis surgiu, seu propósito não era fazer com que uma revista fosse escolhida em virtude de outra por causa da nota recebida. Posso apresentar uma das respostas a essa prática para você. Ao sair o último indicativo que possuímos (que gerou bastante polêmica e respostas diversas, favoráveis e desfavoráveis), determinou-se que os alunos de pós-graduação deveriam publicar os seus materiais científicos que possuem o Qualis acima de B3. Assim, automaticamente quando esse aluno vai escolher por uma revista, a primeira coisa que ele observará é o Qualis recebido por esta, descartando então, todas aquelas inferiores ao B3.

Escolha das revistasEscolha das revistas

Escolhe-se dessa forma por revistas de acordo com o número recebido, ou seja, o critério de escolha é o Qualis dessa revista. É comum que o aluno não se preocupe com a qualidade da revista na qual submete esse artigo, visto que ela possui um Qualis positivo (de B3 a A1). Esse é um dos primeiros aspectos que a gente precisa considerar. O segundo critério a ser levado em conta é como foi feito, ou seja, como foi gerado esse Qualis. É uma questão que intriga a muitos e por isso queremos abordar aqui. Nós recebemos uma lista bem recentemente que acabou, de alguma forma, vazando. Era direcionada apenas aos coordenadores de curso, mas outros ficaram sabendo. Esse documento diz respeito à nova estratificação do Qualis. A partir de algoritmos matemáticos foi feita uma nova quantificação que levou em consideração uma série de aspectos. Como conversamos anteriormente, escolher revistas inadequadas para publicar os seus materiais científicos é mais comum do que você imagina. É um dos erros mais recorrentes no meio acadêmico e é por isso que sempre ressaltamos a necessidade de conhecer a revista antes de fornecer o seu material.

É possível publicar o material em qualquer lugar que a Qualis é baixa?

Como você já sabe, é possível publicar o seu material em qualquer lugar, entretanto, materiais que circulam nas redes sociais bem como aqueles publicados em revistas e periódicos com Qualis muito baixo não são capazes de auferir cientificidade ao seu trabalho. Você pode inclusive perder a sua publicação, pois ao publicar em uma revista com Qualis baixo, você além de não poder usar essa publicação para contabilizar os seus créditos nos cursos de pós-graduação, também não poderá aproveitar esse material. Outro diferencial ao publicar da forma correta é que esses materiais passam por uma rigorosa avaliação, e dessa forma, ajudam a combater o problema das fake news que tem se tornado cada vez mais recorrente em nossa sociedade.

O novo índice

Alguns desses critérios são o alcance, o grau de impacto e relevância para a área. Basicamente eles foram mensurados a partir do índice H5 que é fornecido pela Google; o JCR e o grau de impacto para elaborar esse novo índice. E agora você me pergunta: o que acontece com essa métrica de mensuração? Pra que serve? Como é executada? A partir desses critérios mencionados acima foi gerado um Qualis, entretanto, ele foi o primeiro Qualis, logo, não foi definitivo. No entanto, foram estipuladas comissões por áreas para que esse Qualis fosse permanecido ou para que eles pudessem avaliar revista por revista de acordo com as áreas para que dessa forma conseguissem subir 10% para mais ou para menos esse Qualis. Agora nessa semana nós tivemos no portal da CAPES a seguinte informação: cada comissão de área teve um parecer diferente, o que ocasionou em resultados bastante contraditórios.

Como foi elaborado?

Cada uma utilizou requisitos diferentes, então ainda não sabemos como irá ficar esse Qualis definitivo. O que a gente sabe, até agora, é que deve sair sim uma lista definitiva, mas por enquanto, os coordenadores estão se baseando nessa lista prévia para a publicação, então o que sabemos com certeza é que esse Qualis, a qualquer momento, pode se modificar. Contudo, há uma corrente que engloba muitas pessoas, que em sua maioria são editores que estão brigando e lutando pela inexistência do Qualis. Por que estão defendendo isso? Bom, o principal argumento é que as revistas acabam se modelando àquelas com Qualis mais alto, e dessa forma, acabam se limitando demais em muitos aspectos da publicação, porque aquilo que deveria servir como métrica acabou servindo como direcionamento. Dessa forma, há rumores que indicam que esse Qualis deve acabar até 2021.

Por outro lado, existem rumores que indicam que o Qualis irá continuar funcionando como uma forma de mensurar as notas dos programas de pós-graduação, porém, na prática, será adotada essa mensuração mais matemática para atribuir os Qualis às revistas científicas brasileiras. Será levado em conta principalmente o índice do grau de impacto que essa revista causa, bem como será considerado o grau de importância desses materiais publicados aqui no Brasil. Enfim, esse ambiente ainda tem muita discussão pela frente, há várias coisas para acontecerem ainda. Assim, me proponho a trazer para vocês diversos vídeos sobre os posicionamentos daqueles que fazem parte dessa discussão. É uma forma para que você possa repensar. Também é algo que está se tornando obrigatório, principalmente porque muitas revistas científicas estão acabando por causa de estratificações como essa ou semelhantes a essa.

O que sabemos do novo Qualis

Antes de concluirmos a nossa conversa de hoje, gostaria de fazer alguns esclarecimentos sobre o que sabemos até agora. O primeiro deles é que haverá uma classificação única, ou seja, cada periódico recebe apenas uma única qualificação. Assim, independentemente da quantidade de áreas de avaliação, será atribuída uma classificação única para todas as áreas desse periódico. A outra novidade é que a classificação será feita por áreas-mães. Com isso, significa que os periódicos serão agrupados de acordo com a área que houver o maior número de publicações. Para a nova análise, foram consideradas as publicações dos anos de 2017 e de 2018. Essa maior área de publicações será designada como área-mãe. Em casos de empate, será considerada como área-mãe aquela em que o número de publicações é mais representativo em relação ao total de produções da área.

O que é o Qualis-referência?

Outra modificação que podemos esperar é que haverá um “Qualis-referência”. Não se sabe muito sobre o que vem a ser esse Qualis-referência, apenas se sabe que foram utilizados indicadores bibliométricos e um modelo matemático. Consta-se também que a atribuição do Qualis-referência foi feita pela própria diretoria de avaliação, e dessa forma, as áreas já receberam a lista de periódicos com esta pré-classificação. Há inclusive a presença dos indicadores bibliométricos. Eles consideram o número de citações do periódico dentro de três bases: Scopus (CiteScore), Web of Science (Fator de Impacto) e Google Scholar (Índice H5). Considerou-se a categoria de área que cada base enquadra o periódico e a sua posição relativa dentro dela. O primeiro critério de estratificação considera o percentil do CiteScore e/ou do Fator de Impacto.

O que muda com o Qualis-referência?

Com isso, quando o periódico possui valores de percentis em mais de uma base e em mais de uma categoria, sempre será considerado o valor mais alto dentre todos. No caso de o periódico não possuir CiteScore ou Fator de Impacto, deve-se considerar o valor do Índice H5 do Google Scholar. Além disso, para que seja criada uma espécie de correlação entre os indicadores, foi feito um modelo de regressão que faz essa relação entre valores do H5 e da CiteScore. Dessa forma, para periódicos que possuem H5 é possível estimar um valor correspondente de percentil. Esse estrato de referência foi calculado levando em consideração intervalos iguais (12,5%) do percentil final, o que resultou em 8 classes. São essas mudanças que sabemos até agora. Fique atento às novidades, pois assim que surgirem novas discussões traremos a temática para a nossa conversa novamente.

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