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Mestrado em instituição pública ou mestrado em instituição particular – Entenda qual é a diferença entre ambas

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Quais são as características de mestrado em instituição pública ou particular?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre os aspectos relacionados aos cursos de mestrado em instituições públicas e privadas para que você entenda quais são as diferenças, e, mais do que isso, as exigências e o que você deve fazer para se preparar para os processos seletivos nas duas possibilidades. O intuito do post não é disseminar a ideia de que um é melhor do que outro, mas sim o de apresentar os pontos-chaves aos quais você precisará se ater. Para pensar nessas questões, iremos refletir sobre os tipos, modelos e formatos de mestrado oferecidos nas instituições públicas e privadas. Os textos desta série têm o intuito de ajudar você a compreender melhor as peculiaridades de cada tipo de mestrado. Estamos nos referindo aos cursos de mestrado stricto sensu que são reconhecidos pela CAPES. Os conhecimentos que estamos repassando visam ajudar você a tomar uma melhor decisão.

As diferenças entre mestrados públicos e particularesAs diferenças entre mestrados públicos e particulares

Embora os cursos de mestrado no sentido stricto sensu atendam às exigências da CAPES, a instituição – pública e privada – também tem as suas particularidades. O primeiro ponto que gostaríamos de frisar é que esse é um aspecto delicado e complexo, pois estamos falando de ambientes com regras próprias. Também acabamos nos esbarrando em questões políticas. Diante disso, apresentaremos concepções mais gerais sobre o modus operandi desses dois tipos de instituições. O intuito do post é apresentar pontos de vista diversos para que você não fique preso a uma ideologia específica. Assim, apresentaremos um panorama geral sobre os cursos de mestrado públicos e privados. Iremos nos concentrar nos pontos que diferenciam as duas instituições a fim de que você possa se organizar melhor quando for escolher por um programa de mestrado. Para pensarmos nessas diferenças, separamos alguns tópicos.

Tópicos relacionados às diferenças entre mestrado público e particular

Os tópicos que elegemos para pensarmos nessas diferenças entre as duas possibilidades visam contribuir com o aprimoramento do conhecimento sobre os cursos de mestrado stricto sensu reconhecidos pela CAPES. O stricto sensu admite cursos que se encaixam tanto na modalidade acadêmica quanto profissional. Como conversamos em outro post, os “mestrados” lato sensu possuem requisitos e exigências diferentes. Dentre esses tópicos, temos as linhas de pesquisa, as exigências, as bolsas de pesquisa, o processo de ingresso nesses cursos e os valores (no caso das instituições privadas). O primeiro aspecto diz respeito às linhas de pesquisa. A primeira coisa que você precisará fazer é escolher por um programa de mestrado. Por mais que esse programa por si só já seja específico, você precisará afunilar a sua escolha ainda mais escolhendo por uma das linhas de pesquisa.

As linhas de pesquisa em um programa de mestrado

Os programas de mestrado por si só são específicos, porém, mesmo nessa área, há diversas possibilidades. Elas ganham o nome de linhas de pesquisa. Por exemplo, suponhamos que você deseja ingressar em um programa de mestrado em educação. Ele é muito abrangente, visto que admite uma série de subáreas. Como exemplos de linhas de pesquisa nessa área temos a educação inclusiva, letramento, sociedade e cultura, transtornos relacionados ao ensino-aprendizagem, dentre outras. As linhas de pesquisa são áreas escolhidas pelos professores que dedicam as suas carreiras para pesquisarem sobre os problemas relacionados à essa linha de pesquisa. Com isso, percebemos que é uma lógica diferente dos cursos de graduação. Quando escolhemos um curso de graduação aprendemos a partir de uma grade fechada. No mestrado, há uma liberdade maior, visto que você pode fazer algumas escolhas.

A liberdade nos cursos de mestradoA liberdade nos cursos de mestrado

As grades curriculares do mestrado são mais flexíveis. Você pode escolher disciplinas que estejam diretamente ligadas ao seu tema de pesquisa. Por exemplo, você pode ser um advogado, optar por fazer um mestrado em um programa de educação e trabalhar com o tema das políticas públicas aplicadas ao contexto da educação. A sequência é: a pessoa fez o curso de bacharel em Direito, ingressou em um programa de educação e optou pela linha das políticas públicas. Essa pessoa não necessariamente está interessada em lecionar nos cursos de Direito, mas sim visa trabalhar com o tema das políticas públicas voltadas à educação. Com isso, torna-se válido frisar que independentemente do curso que você fez, irá se deparar com um cenário demarcado por uma série de possibilidades com as quais você pode trabalhar. Você pode fazer um curso de Engenharia e um mestrado/doutorado em Filosofia, por exemplo.

Como saber se estou na linha de pesquisa ideal?Como saber se estou na linha de pesquisa ideal?

Em primeiro lugar, precisará escolher um programa que tenha a ver com os seus interesses atuais e por uma linha de pesquisa na qual o seu tema se encaixa e, além disso, o professor precisa te aceitar. Além disso, gostaríamos de destacar que a lógica das linhas de pesquisa nas instituições públicas e particulares é praticamente a mesma. Você pode escolher tanto um programa público quanto privado que esse processo da escolha da linha de pesquisa não será diferente. Todos os programas de mestrado stricto sensu reconhecidos pela CAPES organizam-se dessa forma: existe um programa de mestrado oferecido pela instituição e, nesse programa, há subáreas, isto é, linhas de pesquisa nas quais você pode se especializar. O que é interessante e que diferencia os cursos pagos e gratuitos diz respeito ao ingresso. Ambas operam a partir de editais que delegam exigências, mas há certas especificidades.

Como ingressar em um curso de mestrado?Como ingressar em um curso de mestrado?

Esteja você pleiteando uma instituição pública ou particular, precisará consultar o edital em todas as etapas, visto que ambas operam a partir das exigências que se encontram no edital. É a CAPES quem estabelece parâmetros que não podem ficar de fora no edital. Assim sendo, a missão dos editais é de direcionar o candidato durante todas as etapas do processo seletivo. Aponta-se, basicamente, a quantidade de vagas gerais, quais são as linhas de pesquisa, quais são os professores de cada linha de pesquisa, a quantidade de vagas oferecidas por cada professor, dentre outras questões. Contudo, além do edital, há um outro elemento que os candidatos devem levar em consideração, sobretudo nas grandes instituições, isto é, naquelas que possuem certo renome, e, ainda, nas instituições públicas. Esse tipo de instituição tende a preferir que os alunos, antes do processo seletivo, ingressem como alunos ouvintes.

Os ouvintes nas instituições de ensino

Enquanto aluno ouvinte, você precisará escolher uma ou mais disciplinas para ter contato com o professor que deseja ter como orientador. Você terá por volta de seis meses para se ambientar nesse novo espaço e para saber como o professor que deseja costuma trabalhar. Estamos chamando a sua atenção para essa questão porque a maior parte dos alunos que não são da “casa”, isto é, que fizeram os seus cursos de graduação em outra instituição, optam por esse sistema. As pessoas que conseguem ingressar nesses programas pulando essa etapa, em geral, fazem parte de programas especiais, como é o caso do PROFEI, que conversamos em outro post. Em geral, são programas que possuem bastante vagas, logo, há mais vagas do que demandas, o que facilita o processo de ingresso em uma primeira tentativa. Esse processo se dá em virtude de uma cultura acadêmica que prevalece há muito tempo.

A cultura acadêmica atual

Diversas de nossas instituições tendem a aceitar alunos que já foram da “casa” porque entendem que desde a graduação esse aluno pode fazer parte de grupos de pesquisa dessa instituição, participar de eventos científicos na área, publicar artigos em coautoria com outras pessoas do grupo e desenvolver uma pesquisa em nível de iniciação científica. Esses alunos, portanto, além de participarem ativamente das atividades do grupo de pesquisa, são orientados por professores que fazem parte dos programas de pós-graduação dessa instituição. Assim sendo, já na graduação o aluno está em contato com essa dinâmica da pós-graduação, de modo que quando ele termina esse curso de graduação, costuma se adaptar facilmente às exigências da pós-graduação. Não se trata de uma questão de preferência, mas esse engajamento prévio faz com que ele esteja em uma situação mais vantajosa.

Por que começar a pesquisa na graduação é vantajoso?

Uma vez que esse aluno já se encontra em um grupo de pesquisa, tem uma bolsa e desenvolve atividades acadêmicas, conseguirá uma colocação muito melhor no processo seletivo, visto que as atividades que fazemos ao longo de nossa trajetória implicam em benefícios. Assim sendo, se você estiver concorrendo com pessoas que já se encontram nos grupos de pesquisa dos professores das linhas de pesquisa que você terá a sua disposição, com certeza elas estarão em uma situação privilegiada, pois é provável que já estejam publicando artigos e participando de eventos, o que agrega muito ao currículo. Esses benefícios são consequências de um engajamento prévio com a pesquisa, é algo natural. Como é uma questão lógica, se você está competindo com um aluno da “casa” que é engajado com um grupo/orientador, é pouco provável que o orientador o troque por você.

Criando um vínculo com o orientadorCriando um vínculo com o orientador

Como uma tentativa de melhorar as suas chances, os aspirantes têm procurado criar um vínculo prévio com o orientador que desejam. Nesse sentido, cursam disciplinas, participam do grupo de estudos, publicam artigos, dentre outras atividades que podem o tornar interessantes para esse orientador. Hoje, é muito comum que essas pessoas procurem frequentar as disciplinas desses professores como alunos especiais. Em geral, os alunos mandam um e-mail perguntando ao professor se eles podem assistir à disciplina. Se possível, marque uma reunião. É uma forma de se enturmar e conhecer o ambiente. Esse período é muito bom e decisivo, pois você irá analisar se essa instituição, programa, linha de pesquisa, grupo de pesquisa e professor-orientador têm a ver com você. Essa é uma exigência mais comum nas universidades públicas. Essa questão está diretamente ligada com a lógica do mercado.

A lógica das universidades privadas

Diferentemente das universidades públicas, as instituições privadas lidam com uma certa carência, visto que a procura por cursos de mestrado pagos é menor. É difícil para essas instituições chegarem até os alunos que tenham um perfil acadêmico e queiram cursar esse mestrado em uma instituição privada. O processo seletivo transcorre da mesma forma: você terá que escrever um projeto de pesquisa, escolher por um orientador e apresentar os demais documentos listados no edital. Os créditos acadêmicos também são cumpridos da mesma forma. O que irá acontecer é que não é necessário ter um vínculo prévio com a instituição para que você seja um candidato com chances altas, o que é comum nas universidades públicas. Todos têm a mesma chance, desde que atendam aos requisitos do edital. Com isso, podemos abordar a questão das bolsas de pesquisa nos dois contextos.

As bolsas de pesquisa nas universidades públicas e privadas

No caso das universidades públicas, você não terá que pagar uma mensalidade para poder cursar nesse mestrado. Já nas particulares, a menos que tenha uma bolsa, precisará pagar as mensalidades. Nos dois contextos – público e privado – você pode requerer uma bolsa para que possa se dedicar integralmente à pesquisa. Para isentar-se dessas mensalidades, você pode tanto recorrer a bolsa-taxa, em que a CAPES ou outra agência de fomento irá custear a mensalidade do seu curso (esse valor cai na sua conta mensalmente e você o repassa para a instituição), quanto à bolsa de pesquisa. O dinheiro da bolsa de pesquisa pode ser usado para outros fins que não o custeio da mensalidade. Esse valor funciona como uma espécie de salário, sendo que a exigência é que você se dedique integralmente à pesquisa.

Tanto nas instituições públicas quanto nas particulares, se você assume essa bolsa de pesquisa, não pode ter qualquer tipo de vínculo empregatício, pois a exigência é que você se dedique apenas à pesquisa. Em média, a exigência é que você se dedique a essa pesquisa cerca de quarenta horas semanais, divididas entre atividades diversas (grupo de pesquisa, eventos, publicação de artigos, disciplinas, compromissos com o orientador etc). Além de participar dessas atividades, poderá, ainda, ter que organizar eventos com o seu grupo de pesquisa, o que demanda tempo e dedicação. O ingresso sempre se dá via edital e quanto aos valores, tudo irá depender do tipo da bolsa. Pode ser que você receba o equivalente à mensalidade do curso ou uma bolsa que funciona como uma espécie de salário, paga mensalmente.

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