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Posso ter um orientador de outra instituição, faculdade ou universidade? O que é o trabalho interdisciplinar e quais são as suas características?

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A importância da orientação em um trabalho científico

A importância da orientação em um trabalho científico

Olá, tudo bem? Hoje iremos discutir sobre uma questão que sempre gera bastante polêmica: a orientação na academia. Como sabemos, nem todos os orientadores costumam ser presentes, porém, antes de tirar as suas próprias conclusões sobre essa ausência, é de suma importância que você procure conversar com esse orientador, pois, como nós, ele é humano e possui uma série de problemas que podem estar impedindo o bom desempenho do seu estudo. O diálogo é realmente transformador. Caso você não se sinta confortável em perguntar diretamente a ele o que está acontecendo, tente investigar junto aos seus colegas do grupo de pesquisa que são orientandos o que pode estar ocasionando essa ausência. Todavia, hoje iremos discutir sobre uma outra possibilidade na orientação: o trabalho interdisciplinar. É possível ter um orientador de outra instituição para a pesquisa que me propus a fazer?

Posso procurar por um orientador de outra instituição?

A dúvida que irá nortear a nossa conversa de hoje está ligada à procura por um orientador de outra instituição para desenvolver um material científico específico, como é o caso dos artigos. Mais precisamente, a dúvida que nos foi posta é: se ao elaborar um artigo de conclusão para uma pós é possível ter um professor de outra instituição como orientador? Para pensarmos nessa questão norteadora, iremos nos ater a dois contextos específicos para que as possibilidades fiquem mais claras a você. Acreditamos que o pesquisador que nos colocou esta questão esteja se referindo a pós-graduação lato sensu. Desse modo, o primeiro passo a ser executado é verificar o que a sua instituição entende e como se posiciona sobre esse assunto. Existem casos de instituições que remuneram os orientadores que fazem parte de uma outra instituição, mas que foi procurado por um de seus alunos.

As peculiaridades das instituições

Embora esta situação que colocamos a você seja muito comum, outras instituições não gostam que os seus alunos procurem orientações com professores que fazem parte de outras universidades. Assim sendo, o primeiro passo que você deve seguir é verificar as normas da instituição na qual está cursando uma pós para verificar se há essa possibilidade de ter um orientador de outro lugar. Todavia, precisamos chamar a sua atenção para uma situação: a CAPES, junto às instituições avaliadas e reconhecidas, têm incentivado uma prática que, na verdade, é uma tendência mundial: a formação de parcerias, seja entre instituições nacionais ou internacionais. O incentivo volta-se, sobretudo, à atuação interinstitucional, o que implica a necessidade de o pesquisador vincular-se a grupos e núcleos de pesquisa de lugares distintos. Assim, mesmo fazendo parte de uma instituição específica, pode frequentar outros grupos.

O intercâmbio entre instituições, grupos e núcleos

Suponhamos que você estude na Pontifícia Universidade Católica (PUC). Você pode participar de um ou mais grupos de pesquisa, sendo que eles podem pertencer a outras instituições. Dessa forma, seria possível participar de grupos e núcleos de pesquisa de instituições privadas e públicas. O interesse em migrar entre esses diferentes espaços é que diversos estudos podem ser realizados de forma concomitante. Parte desses pesquisadores são agregados e outros já fazem parte por se tratar de um grupo que pertence à instituição na qual realizam o seu curso. Como são diversas as pessoas que integram esses grupos, pode ser que elas estejam, inclusive, em universidades estrangeiras de renome, o que agrega bastante valor a esse grupo específico. O interessante nesse processo é que temos pesquisadores que transitam entre espaços diferentes e que possuem interesses em comum.

A união entre pesquisadores em prol da pesquisa

A união entre pesquisadores em prol da pesquisa

Algo muito interessante no intercâmbio entre pesquisadores é que um pode enriquecer a formação de cada uma dessas pessoas que fazem parte do grupo. O diálogo, as sugestões e as trocas são essenciais e é uma prática muito enriquecedora no âmbito da pesquisa científica. Desenvolve-se, com isso, diversos tipos de estudos que contam com informações oriundas de lugares muito diferentes, sejam essas regiões do Brasil ou do mundo como um todo. Contudo, verifique, primeiro, se a sua instituição compactua com este tipo de prática. No caso de a sua instituição não tiver essa consciência de que a participação agrega à pesquisa, isto é, que esse diálogo com outros professores e pesquisadores contribui para com a pesquisa de deus alunos, é possível tentar dialogar com o seu orientador sobre a importância desse intercâmbio para estreitar os laços entre os membros da pós-graduação brasileira.

Por que as parcerias são tão importantes para a pesquisa?

Mesmo que a sua instituição não possua parcerias com outras instituições, grupos e núcleos, acreditamos que hoje elas são indispensáveis. Ter uma rede de relacionamentos sólida entre pesquisadores que possuem interesses em comum pode oferecer uma série de benefícios a sua carreira e ao seu próprio programa. As parcerias são vantajosas pois fazem com que a produção científica de um núcleo de pesquisa, uma vez que quando você não estiver publicando, uma outra pessoa estará, o que faz com que o seu grupo sempre esteja movimentando o conhecimento. Não apenas a sua vida acadêmica será beneficiada com este intercâmbio, mas a sua vida profissional e pessoal também podem ser afetadas de forma positiva com tais parcerias. Quando se tem a consciência de que os pesquisadores fazem parte de contextos diferentes, ficamos mais abertos às possibilidades fomentadas por este intercâmbio de ideias.

Benefícios das parcerias entre grupos

Benefícios das parcerias entre grupos

Além do desenvolvimento contínuo de pesquisas científicas, fazer parte de mais de um grupo de estudo fará com que esteja em contato com diversas mentalidades, posicionamentos, tendências, eventos e demais atividades relacionadas à produção científica. Não se trata apenas de uma questão de network, mas de uma estratégia benéfica para entender novas técnicas e formas de pesquisa. Isso é interessante de ser apontado porque um mesmo autor pode ser debatido de formas diferentes a depender da universidade em que você se encontra. Além disso, a sua formação anterior pode ser bastante diferente da que está construindo nesse momento, pois muitas pessoas mudam de área ou de linha de pesquisa, e, com isso, os autores podem ser outros e mesmo no caso daqueles que são mantidos, a ótica pode ser bastante diferente. Procure, também, participar de congressos especializados na teoria/autor.

Procure por congressos que possam realmente ajudar

Às vezes, na euforia ou em virtude do cumprimento de créditos, acabamos tomando algumas decisões precipitadas. Procure sempre por congressos que proponham discussões que você seja capaz de compreender neste momento atual da sua pesquisa. Isso é importante pois, a depender do contexto que está sendo veiculado neste evento, a ótica pode ser muito diferente e distante do seu conhecimento, mesmo tratando-se de um mesmo autor. Há autores debatidos em diversas áreas do conhecimento e sob perspectivas muito diferentes. Uma mesma teoria pode admitir a ótica antropológica, história, econômica, linguística etc. Temos diferentes linhas de pensamento e pontos de vista sobre uma mesma teoria. Assim, quando falamos sobre profissionais, núcleos e grupos que pertencem a lugares diferentes, há que se afirmar que essas divergências irão contribuir e muito para com a sua formação geral.

A formação humana de forma integral na academia

Suponhamos que você esteja na área da administração e tenha contato com certos autores. Se você mudar de lugar e estreitar laços com outros pesquisadores e grupos, a sua visão pode ser muito ampliada, pois terá contato com perspectivas que você ainda não havia tido a oportunidade de conhecer. Contudo, para que esse intercâmbio seja efetivo, é preciso que você tenha a mente muito aberta para novas possibilidades. Com isso, conseguirá agregar muito mais valor a todos os estudos que passar a desenvolver. Entretanto, mantenha sempre em mente que os núcleos possuem visões diferentes e que elas podem enriquecer o seu estudo. Conheça, também, o lugar a partir do qual este núcleo fala, uma vez que um autor pode ser incorporado em áreas e linhas de pesquisa que possuem as suas próprias características, tendências e debates. Cada perspectiva tem os seus próprios pressupostos e eles são essenciais.

Os pressupostos na pesquisa científica

Ao iniciarmos uma pesquisa, passamos a adotar um ponto de vista para tecermos as nossas reflexões. O interessante nessa integração entre grupos de pesquisa nesse processo é que as pesquisas passam a tecer essas reflexões de forma mais diversa e ampla, trazendo vozes de diferentes regiões do Brasil e do mundo como um todo. De novo precisamos chamar a atenção para as políticas da CAPES, que é quem controla e regula a pós-graduação brasileira. Ela vê com muitos bons olhos essa parceria e, hoje, até mesmo pontua essa necessidade do intercâmbio entre instituições diversas. Esse processo é chamado de internacionalização. Em processos seletivos, é um ponto que tem feito com que os candidatos se destaquem. Para isso, a interação de um pesquisador com instituições diversas é a estratégia mais benéfica. O conhecimento passa a ser mais valorizado e respeitado, sobretudo pontos de vista antagônicos.

Por que devemos valorizar o conhecimento interdisciplinar?

Ao termos uma visão ampla sobre as pessoas, áreas, subáreas, grupos e núcleos que estão pesquisando um determinado assunto, teremos contato com diferentes perspectivas sobre um mesmo autor/teoria. A partir do momento que valorizamos o conhecimento interdisciplinar, o nosso texto passará a ser construído de uma forma muito mais fluida, pois você conseguirá deixar claro de onde está partindo e os motivos que lhe conduziram a esta abordagem específica. A escolha não ficará confusa para o leitor. O interessante nesses estudos é que eles são muito ricos, de modo que o leitor tem contato com materiais que sabem defender pontos de vista e demonstrar óticas diferentes sobre um mesmo autor/tema conforme a sua formação vai se construindo neste contato com os grupos e núcleos de pesquisa de outros lugares, logo, com outras inclinações.

Que tipo de pessoas podem fazer parte de um grupo de pesquisa?

Que tipo de pessoas podem fazer parte de um grupo de pesquisa?

Um grupo de pesquisa que defende o conhecimento interdisciplinar abrange desde teólogos e biólogos até educadores físicos, professores, médicos, biomédicos, historiadores, cientistas sociais, linguistas, dentre muitos outros. Assim sendo, ao pegar um material científico, você poderá estar lendo um artigo que possui autores com formações muito diferentes, mas que se uniram em prol de um mesmo interesse. Com essa formação multidisciplinar, o texto ganha influências diferentes. Este processo é incrível para a construção do conhecimento. Para tanto, o acesso a outras pessoas que possam se interessar pela orientação do seu trabalho é algo muito benéfico. Se a sua instituição não possui uma pessoa capaz de orientar a perspectiva com a qual você se identificou, tente conversar e proponha este intercâmbio, sobretudo porque há uma pessoa capaz de orientar a pesquisa a partir de um viés específico.

Por que é vantajoso para a instituição admitir outros orientadores?

Por que é vantajoso para a instituição admitir outros orientadores?

Especialmente na pós-graduação no sentido lato sensu, pode ser que o orientador que deseja e que caminhe a partir de uma ótica próxima ou a mesma com a qual deseja trabalhar esteja sem vagas e sobrecarregado ou pode ser que não haja no corpo docente disponível este orientador específico. Para a pós-graduação lato sensu é muito interessante permitir que outros orientadores, de outros espaços, possam colaborar com este aluno em específico, concedendo a sua orientação. Este trabalho pode ser emancipador e de grande renome, sobretudo em razão dessa colaboração entre instituições. Algo interessante que gostaríamos de frisar, também, é que, a depender do quão sólida a sua rede de contatos é, essas parcerias podem ser para toda a vida. Sempre busque saber o que eles têm pesquisado e, se possível, escrevam juntos.

Mantenha a sua rede de contatos sempre atualizada. Não se esqueça: não estamos falando de quantidade, mas sim de qualidade. Quanto mais fortalecida esta rede estiver, mais duradouras serão essas parcerias e as escritas desenvolvidas por meio de uma coautoria. Investigue, também, como você pode contribuir para com esses estudos desenvolvidos pelos membros da sua rede de contato, caso tenham interesse. A rede de relacionamentos sempre confere uma série de benefícios pessoais, acadêmicos e profissionais àqueles que investem. Caso a sua instituição ainda esteja relutante, verifique o que ela pensa sobre a coorientação. É uma forma, inclusive, de deixar os seus orientadores menos sobrecarregados. Este professor pode, inclusive, ser um membro da sua banca de qualificação e/ou defesa.

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