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Como funciona o mestrado profissional – Algumas dicas sobre o universo da pós-graduação e como você pode começar a se preparar

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Qual é o tipo de curso que mais tem a ver com minhas necessidades?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos dar continuidade a nossa série sobre o universo da pós-graduação. Como destacamos, esse texto faz parte de uma sequência que tem como objetivo lhe auxiliar quanto ao curso de mestrado que mais tem a ver com o seu perfil – profissional e/ou acadêmico – e, ainda, com os seus interesses pessoais. Como frisamos no post anterior, os cursos que fazem parte da modalidade lato sensu – aquelas especializações de curta duração e que visam aprimorar a nossa atuação em um campo profissional específico – podem ser melhores opções, visto que tem-se contato com o conhecimento mais prático relacionado ao campo de atuação que você deseja se especializar. Porém, hoje, há cursos profissionais que fazem parte da modalidade stricto sensu, isto é, podemos nos tornar mestres e doutores fazendo um curso mais prático. Diante disso, iremos conversar sobre esses cursos mais práticos.

Pormenores e especificidades dos cursos de mestrado

Todo curso de mestrado possui as suas próprias especificidades, sejam eles acadêmicos ou profissionais. Há modelos específicos que podem se aproximar ou se distanciar daquilo que você está almejando nesse momento de sua vida. A fim de que você consiga tomar uma boa decisão, é preciso compreender como funciona esse contexto e quais são as exigências que você precisará atender. Diante disso, recomendamos que você que está buscando pelo curso ideal leia os textos dessa nova série. Temos frisado ao longo dos textos que há abordagens e carreiras que abrangem os mais diversos tipos de pesquisadores. Hoje, iremos concentrar a nossa atenção nos cursos de mestrado profissional. Diante desse cenário, acreditamos que, em primeiro lugar, precisamos entender o intuito dos cursos de mestrado profissional. Visa-se, com esse título, a promoção e a produção de um produto/serviço que possa atender as demandas do mercado.

O trabalho final nos cursos de mestrado profissional

Em virtude da finalidade dos cursos de mestrado profissional, ao final dele, o pesquisador precisará produzir um produto ou serviço, o que faz com que esse trabalho seja mais prático do que teórico (embora a teoria, mesmo nesses casos, seja indispensável). Assim sendo, alguns materiais costumam ser produzidos com mais facilidade. Dentre eles, destacam-se as apostilas, manuais, produtos, serviços, tecnologias, sistemas, aplicativos, softwares e hardwares, diretrizes, protocolos e afins. Nesse contexto, cabe reiterar que o mestrado profissional surge para suprir uma carência de nosso país, de modo que toda a sua inclinação e atuação se voltam para a supressão dessa deficiência, que é a falta de cursos mais pragmáticos no eixo do stricto sensu, algo que já é muito comum no exterior. Essa carência se deu em virtude do fato de que o governo sempre investiu em sua pós-graduação.

O investimento do governo na pós-graduaçãoO investimento do governo na pós-graduação

Com o passar dos anos, passou-se a questionar o investimento do governo na pós-graduação, especialmente no que toca à efetividade e impacto das pesquisas produzidas nas universidades. Quando ouvimos falar que o Brasil é um país que não dispõe de tanta tecnologia ou, ainda, que tem-se investido e não há quaisquer tipos de retornos para a sociedade, corrobora-se para com certos estigmas. Dentre eles, há a ideia de que aquilo que é desenvolvido nas universidades não chega até a sociedade, que esta não é impactada de nenhuma forma. Isso se dá em virtude do fato de que grande parte dos trabalhos são, de fato, teóricos, o que contribui para com essa visão negativa da ciência brasileira. Carecemos, portanto, de pesquisas, logo, de reflexões mais práticas. Assim, a CAPES passou a investir e a impulsionar pesquisas que possuem essa inclinação mais prática, o que contribuiu para com a chegada dos mestrados profissionais.

A abertura dos cursos de mestrado e doutorado profissionaisA abertura dos cursos de mestrado e doutorado profissionais

Em razão das demandas atuais, em que exige-se pesquisas com soluções e/ou alternativas viáveis na vida real, surgiram os cursos de mestrado e doutorado profissionais. Esse tipo de curso surge para atender a essa carência: a falta de pesquisas práticas/aplicadas, voltadas ao campo, ao mercado. Porém, é uma tendência recente, ainda em desenvolvimento, logo, implementação. Surgem as lacunas. Antes dessas demandas, havia poucos cursos profissionais, pois sempre tivemos, nessa modalidade, cursos teóricos. Desse modo, não era usual que os programas tivessem, como preocupação, o atendimento dessas demandas mais práticas. As consequências são constantes até mesmo nos dias de hoje, porque temos acadêmicos que estão acostumados a orientar as pesquisas teóricas, o que pode ocasionar certas frustrações para os pesquisadores com uma mentalidade mais prática.

A inclinação teórica dos orientadoresA inclinação teórica dos orientadores

Não apenas os orientadores, mas também os professores das linhas de pesquisa, os coordenadores de curso, os diretores e reitores estão preocupados com a inclusão efetiva desses cursos mais práticos no contexto da pós-graduação. Entretanto, como é uma demanda imposta pela própria sociedade, essas instituições não podem simplesmente ignorar. Tal situação faz com que vivamos, ainda hoje, em um ambiente um tanto quanto arenoso no que toca à popularização do mestrado e doutorado profissionais. Você perceberá, lendo relatos de pessoas diversas, que é muito comum que esses cursos, embora chamados de profissionais, sigam a um modelo essencialmente acadêmico, logo, teórico, pois a maior parte das instituições não conseguem efetivar esses cursos práticos. Ademais, cada universidade possui o seu perfil, e, assim, as suas especificidades e regras.

As múltiplas dinâmicas dos programas de pós-graduaçãoAs múltiplas dinâmicas dos programas de pós-graduação

Cada programa de pós-graduação pode optar por agir de uma forma específica, sendo que tudo irá depender de como o seu quadro de professores-orientadores-pesquisadores entendem a pesquisa científica e as propostas de cada tipo de modalidade. Por exemplo, se você deseja fazer parte de uma instituição que oferece um curso de mestrado profissional, mas que migra os professores dos cursos acadêmicos para esta modalidade, a tendência é que você tenha que desenvolver um trabalho mais teórico. Como a inclinação do professor é a mesma, acadêmica, logo, mais teórica-filosófica, mesmo que o curso seja prático e pela por trabalhos teóricos, dificilmente isto acontecerá na prática, pois foge do escopo desse professor. Mesmo que vivamos em um terreno arenoso, a CAPES frisa que esse mestrado profissional deve atender às expectativas e demandas práticas do mercado e da própria sociedade.

A pressão da CAPES

Em virtude da finalidade desse tipo de curso, a CAPES tem impulsionado a produção de produtos, serviços, manuais, apostilas, diretrizes, protocolos e afins. Projetos educativos e de leis, bem como metodologias aplicadas também são bem-vindos. O que acontece, na prática, é que mesmo que os professores saibam que se trata de um curso profissional, há certa dificuldade para atender às suas demandas, começando pela própria formação do quadro de funcionários. A própria CAPES reconhece que tornar esses cursos cem por centro práticos é um desafio e uma barreira que precisa ser quebrada. Mesmo que já faça anos que os cursos de mestrado e doutorado profissionais foram autorizados, tais dificuldades são comuns nas universidades como um todo. As próprias pessoas ligadas à CAPES assumem e reiteram que há essa dificuldade relacionado ao desenvolvimento de materiais que possam ser aplicados.

A ambientação dos cursos de mestrado profissional

A fim de que você possa entender um pouco mais sobre esse tipo de curso e sobre qual deles tem mais a ver com o seu perfil, iremos, novamente, recorrer à Plataforma Sucupira. De antemão, precisamos nos libertar de alguns estereótipos. Muitas pessoas interessadas na obtenção de um título de mestre e/ou doutor procuram pelos cursos profissionais por acreditarem que eles são mais fáceis, menos rigorosos e que as exigências são mais flexíveis. É preciso tomar cuidado com essa afirmação. Devido a isso, a primeira dica que gostaríamos de frisar é que por meio do próprio site da Sucupira é possível entendermos as principais diferenças entre as duas modalidades. Dados quantitativos sobre esses cursos podem lhe ajudar a chegar a uma decisão. Você poderá explorar esses cursos por nota, por área de avaliação, por região ou, ainda, pode estilizar a sua própria busca (busca avançada).

Dados quantitativos sobre os cursos profissionais

Os dados quantitativos são ótimos, pois ajudam a identificar quais são os cursos profissionais reconhecidos em sua área/linha de pesquisa. Caso você ainda não tenha uma noção acerca da instituição que deseja ingressar, explorar os dados pode ser algo bastante positivo. De antemão, podemos frisar que, hoje, em dezembro de dois mil e vinte, contamos com oitocentos e sessenta e seis cursos na modalidade profissional que são reconhecidos pela CAPES. No caso do doutorado profissional, contamos, hoje, com cinquenta e cinco. O número é pequeno, mas é uma grande conquista. Somados, os cursos de mestrado e doutorado acadêmicos e profissionais são sete mil e sessenta e dois. Desses, três mil e setecentos são mestrados acadêmicos e dois mil duzentos e quarenta e seis são doutorados acadêmicos. Rumores apontam que os próximos cursos reconhecidos serão apenas profissionais.

Desafios dos cursos profissionais

Desafios dos cursos profissionais

Embora os cursos profissionais façam parte de uma realidade que veio para ficar, ainda são diversos os desafios com os quais se deparam, como, por exemplo, as questões ligadas à produção científica e à carga horária. Como vimos, são um pouco mais de oitocentos cursos de mestrado profissional. A partir desse total, são divididos em algumas categorias, sendo elas o ensino presencial, EAD e híbrido. Há, ainda, um objetivo geral compactuado, pelo menos em teoria, por todas as instituições que oferecem esse tipo de curso: a geração de  produtos, apostilas, manuais, novas tecnologias etc. Esses materiais irão contribuir, diretamente, com o mercado e com a sociedade como um todo. A maior parte desses cursos são presenciais, porém, o EAD é bastante requisitado. Em geral, os créditos são cumpridos à distância. Entretanto, a participação presencial ainda é obrigatória em algumas etapas da pesquisa.

A adequação dos mestrados profissionais

Como frisamos, os cursos de mestrado e doutorado profissionais fazem parte de um terreno ainda arenoso, que, a cada dia, modifica-se e admite novas práticas, ao passo que recusa outras. Tudo irá depender de como a sua instituição se relaciona com o ensino profissional. Dentre as divergências mais comuns, temos, justamente, a elaboração do trabalho final. Mesmo em cursos profissionais, algumas instituições requerem, dos alunos, a elaboração de uma dissertação no estilo clássico ao invés do desenvolvimento de um trabalho mais prático. Por outro lado, há aquelas que requerem esse trabalho mais teórico, porém, admitem, também, a elaboração desse produto e/ou serviço. Há aquelas que pedem para que esses trabalhos, em seu ensejo, sejam mais teóricos-reflexivos e, ao final, divulga-se o produto/serviço associado a esta teoria. É sempre bom investigar a instituição para evitar surpresas.

O formato híbrido nos cursos profissionais

Acreditamos que o formato híbrido é uma tendência que tem ganhado cada vez mais popularidade. Especialmente nesse contexto pandêmico que vivemos, muitas pessoas/instituições que desacreditavam no formato, reconheceram que ele possui as suas vantagens. O formato híbrido difere um pouco do EAD porque as atividades são divididas, de forma proporcional, entre presenciais e virtuais. Devido a essa finalidade, há algumas convicções específicas a essa modalidade. É muito comum que nos cursos acadêmicos, sobretudo se há o desejo por uma bolsa, que esse pesquisador tenha dedicação exclusiva, o que não é muito comum nos cursos profissionais, visto que a maior parte dos pesquisadores já fazem parte do mercado de trabalho. Há uma consciência de que as pessoas que optam por esse tipo de mestrado estão procurando por um curso que se encaixe em sua rotina de trabalho.

Além disso, é comum, também, que as pessoas aspirantes a carreira de mestre já sejam atuantes na área que estão se propondo a investigar. A união do seu conhecimento empírico com o teórico pode resultar em um trabalho de excelente qualidade, capaz de contribuir para com o contexto acadêmico, profissional e com a sociedade como um todo. Isso é interessante de ser mencionado porque essa lógica irá afetar, diretamente, a configuração desse curso, sobretudo no que toca aos dias da semana e horários nos quais esses cursos serão oferecidos, sendo muito comuns às sextas-feiras à noite ou aos sábados/domingos em dias específicos do mês. É muito comum que haja tentativas para conciliar essas exigências do mundo da pesquisa com o dia a dia laboral desse aluno, o que não é tão comum nos cursos acadêmicos. Percebemos, com isso, que há uma maior flexibilidade nos cursos profissionais, o que os torna acessíveis.

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