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Estado da Arte: revisão sistemática

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Relevância do Estado da Arte

O Estado da Arte é uma etapa fundamental para a elaboração de um estudo científico, desde os mais curtos (artigos científicos) até os mais extensos (como dissertações mestrado, teses de doutorado e semelhantes).

Devido a essa relevância, propomos esse tema para a nossa conversa de hoje, visto que ele é bastante exigido e cobrado no mundo acadêmico.

Dentro da temática do Estado da Arte existe a conhecida Revisão Sistemática. Uma das dúvidas mais recorrentes sobre esse tipo de revisão é se ela é mesmo necessária ou ela é complementar ao referido Estado da Arte. Em primeiro lugar, precisamos entender o que é isso que estamos chamando de Estado da Arte.

Bom, primeiramente, devemos entender que ele é um processo de pesquisa. Assim sendo, ele funciona como uma forma de condução da pesquisa, ele arquiteta e modela essa busca.

Contribuição do Estado da Arte

Para que nós consigamos compreender um determinado assunto, é preciso, em um primeiro momento, elencar passos a serem cumpridos. Funciona quase como um pensamento estratégico.

É nesse sentido que o Estado da Arte contribui. Dessa forma, uma segunda coisa que precisamos manter em mente quando definimos o processo/procedimento do Estado da Arte é que este não atua como o texto em si. Como assim?

Ele, diferente do restante do texto, é um processo de catalogação acerca do que você fez para selecionar e escolher pelos materiais que darão vida, ou seja, forma à sua pesquisa.

Ele pode ser definido como um elemento responsável por fazer um panorama, isto é, um relacionamento sobre um assunto de seu interesse.

Ele deve considerar uma determinada ou determinadas bases de dados para realizar esse processo de catalogação.

Exemplo prático de Estado da Arte

Atua principalmente como um eixo condutor para as mais variadas formas de pesquisa. Por exemplo, eu desejo saber qual é o impacto da política nacional na produção e/ou como o brasil é visto na produção de café.

Para a investigação desse tema que me intriga é preciso seguir algumas etapas, é preciso delimitar algumas estratégias que irão conduzir à investigação. Em primeiro lugar, novamente volto a enfatizar a necessidade de se escolher por palavras-chave que estejam de acordo com o tema.

Com uma boa escolha, materiais mais diversificados chegarão até você, e assim, não terá que lidar com a falta de materiais ao propor um tema de pesquisa. Em seguida, é preciso escolher as bases de dados para a coleta desses materiais.

Escolha por uma ou mais que possam fornecer materiais condizentes com a sua área de atuação. Como dissemos, a Scielo é fraca em algumas áreas, como na saúde.

Procurando nas bases de dados

Ao escolher pelas bases de dados em que você procurará pelos materiais, é necessário já possuir as palavras-chave que guiarão a sua coleta.

Essas palavras-chave não necessariamente precisam ser as que entrarão no resumo do seu estudo. Quanto maior a quantidade de palavras-chaves escolhidas, maior será a oferta de materiais por essas bases de dados escolhidas.

Por exemplo, se eu tenho esse tema aqui “qual é o impacto da testosterona na depressão?” é algo muito geral.

Escolha por outras palavras-chave associadas a este tema geral para que mais materiais cheguem até você. Atente-se também aos pontos fortes dessas bases de dados escolhidas. Uma pesquisa na área da saúde, por exemplo, pode conseguir materiais mais diversos em bases de dados voltadas à essa área, como a Pubmed.

Esse processo é conhecido como mapeamento do Estado da Arte.

Existem ainda outras formas pelas quais você pode procurar por esses materiais, de forma segura e confiável. Você pode pesquisar no repositório da sua instituição de ensino por dissertações e teses bem como pelas revistas científicas de sua universidade.

Há também a possibilidade de encontrar materiais na biblioteca digital de teses e dissertações. A Scielo, Pubmed, periódicos da CAPES, a Microsoft Academic Search e o HighBeam (que reúnem mais de 38 milhões de publicações acadêmicas em todas as línguas), o ArXiv (especializado nas áreas de física, matemática, computação, estatística e biologia) são algumas das possibilidades para que você encontre os materiais para elaborar o seu estado da arte.

Sistematizando os materiais encontrados

Após eu encontrar os materiais que podem contribuir para com o meu estudo, é preciso realizar um procedimento de sistematização desses materiais.

Todo esse processo que você fez até aqui ocorre de forma sistematizada, isto é, você vai delimitando e fazendo escolhas mais condizentes com as necessidades e exigências da problemática de estudo por você escolhida.

Agora você pode começar a escrever sobre essa busca, enfim pode começar a confeccionar o seu Estado da Arte.

Recomendo sempre dizer os nomes das bases consultadas para a procura dos materiais, os idiomas desses materiais, dados sobre as revistas às quais estão vinculados, nomes dos autores, quantos foram os resultados obtidos com cada palavra-chave, etc.

É importante também dizer quantos artigos foram encontrados de forma geral e quantos foram escolhidos, e por que esses foram escolhidos.

A sistematização é uma etapa importante para a produção de todo e qualquer trabalho científico (desde a escrita de um artigo até o desenvolvimento de uma dissertação e/ou tese) porque é ela quem torna possível ao pesquisador escolher pelos materiais adequados para este assunto, bem como ela faz com que não percamos o foco durante todo o desenvolvimento do estudo, pois ela seleciona apenas aqueles materiais que, de alguma forma, estão relacionados com o seu tema de investigação atual.

Ela oferece inclusive mecanismos de inclusão e exclusão para que você não fuja do tema, objetivos e hipóteses propostos no momento inicial do seu trabalho.

 A importância das palavras-chave

Nesse processo de sistematização do conteúdo, é primordial você deixar bem claro quantos foram os resultados obtidos com cada palavra-chave, pois uma pode fornecer resultados mais expressivos, em termos quantitativos e qualitativos, do que outras. Você também deve colocar em seu texto os critérios de inclusão e exclusão para os materiais coletados ao todo.

Dessa forma, podemos entender o Estado da Arte como uma forma sistematizada para a coleta de materiais em bases de dados que darão vida à pesquisa, para que essa seja reconhecida e citada por pesquisadores posteriores.

Pesquisas que se propõem a realizar um Estado da Arte devem estar cientes que precisarão apresentar um panorama geral (assim precisa de artigos de anos distintos, sendo necessário, portanto, um critério para a definição do período a ser investigado) sobre um determinado assunto em um dado período. O tempo ideal para a coleta é de 5 a 10 anos, por exemplo, de 2009 a 2019 (10 anos).

A Revisão Sistemática

De forma geral, a Revisão Sistemática deve ser realizada depois de construído o Estado da Arte.

Entretanto, uma coisa que você precisa manter em mente é que essa Revisão Sistemática, no texto, costuma aparecer depois da elaboração do Estado da Arte. Porém, é importante que você saiba que não necessariamente ela deve ser realizada depois do Estado da Arte.

No texto, ela aparece depois, apenas por uma questão de adequação às normas vigentes em nosso país sobre o fazer científico.

É comum que, às vezes, para você elaborar o Estado da Arte, você precise já neste momento ler os materiais coletados para elaborar um pequeno resumo sobre esses artigos científicos.

É comum também que os pesquisadores digam no Estado da Arte que a partir da leitura desses materiais foram encontradas possíveis lacunas a serem esclarecidas pelo seu estudo. É esta a sua contribuição social para com a sociedade bem como para com o mundo acadêmico.

A relação da Revisão Sistemática com o Estado da Arte

Nesse sentido, a Revisão Sistemática a partir do Estado da Arte por você produzido é uma sistematização da sua forma de pesquisa.

Contudo, você precisa saber que nem sempre toda Revisão Sistemática nasce por meio da elaboração de um Estado da Arte. Agora você me pergunta: como assim? Bom, nem sempre as pessoas costumam se preocupar com a forma pela qual a pesquisa será realizada.

Por que isso acontece? Simples: é comum que muitas pessoas simplesmente peguem artigos na internet a partir da digitação de palavras-chave no Google, através do encaminhamento de materiais por parte dos seus orientadores e/ou professores, com base nos materiais oferecidos pelos amigos e/ou colegas de classe bem como a partir da leitura de livros.

Assim, o que o pesquisador faz? Compila todos esses materiais coletados e resumem o que cada um deles fala.

O papel do Estado da Arte na revisão

É papel do Estado da Arte realizar um panorama geral sobre os estudos, de um dado período delimitado pelo pesquisador, sobre um determinado assunto de investigação.

Diferentemente do Estado da Arte, a Revisão Sistemática de maneira geral pega esses materiais coletados e, para cada um deles, realiza um pequeno resumo sobre o que tem sido investigado no período de 5 a 10 anos (a ser escolhido pelo próprio pesquisador).

Assim sendo, é preciso que você saiba que sim, você pode realizar uma Revisão

Sistemática sem necessariamente elaborar um Estado da Arte.

Nesse sentido, posso dizer que a sua pesquisa não necessariamente precisa nascer a partir da elaboração de um Estado da Arte, visto que existem muitas pessoas que apenas compilam os mais diversos materiais, e a partir dessa compilação, resumem aqueles artigos que tem mais a ver com a sua proposta de pesquisa.

Passo a passo da revisão sistemática

A primeira etapa a ser executada ao elaborar a sua revisão sistemática é o estabelecimento de uma pergunta norteadora que irá conduzir o seu trabalho do início ao fim.

Tenha muito cuidado, seja estrategista, pesquise bastante antes de definir essa pergunta. Ela precisará ser clara e bem formulada, porque todo o seu estudo deverá responder a essa questão.

Existem alguns aspectos que precisam ser considerados ao elaborar essa indagação. Eles são: originalidade; relevância científica e social; delimitação e viabilidade.

Esse passo é fundamental, porque você começará a escrever sobre o seu assunto a partir dessa questão norteadora. Mesmo sendo um passo inicial, ele precisa ser bem definido, para que os próximos não sejam afetados. Feito isso, você estará apto para seguir para as etapas de número dois (2) e três (3).

Nelas você deverá buscar referências na literatura e selecionar os melhores artigos.

Definida a pergunta de pesquisa, você precisará agora procurar na literatura autores que trabalhem com o seu tema de investigação.

Estabeleça um método bem como palavras-chave para procurar pelos materiais científicos nas bases de dados e nos acervos das bibliotecas de sua cidade ou de sua universidade.

A definição de palavras-chave faz com que seja mais rápido e fácil encontrar esses materiais, tanto nas bibliotecas físicas quanto na internet.

Para escolher entre essas obras, realize a leitura dos resumos ou faça resumos dessas leituras para que você seja capaz de obter os melhores materiais que irão embasar o seu estudo.

Concluindo a revisão sistemática

Após a realização dos resumos ou da leitura dos resumos das obras que lhe despertaram interesse, faça a seleção dos artigos que mais têm a ver com a sua proposta. Reúna todo esse material científico e analise como eles podem se enquadrar no seu estudo.

Também é importante armazenar esse material em uma pasta de fácil acesso para que você possa recorrer a eles rapidamente sempre que precisar. Alguns dados são importantes de serem observados quando você for catalogar essas obras escolhidas. Identifique sempre o nome do autor ou dos autores, o título, o ano e onde essa obra foi publicada. Feita a seleção, pode-se então partir para as últimas etapas. Trata-se da extração e da síntese desses dados.

Reúna as mais diversas ideias dos autores e as contraponha de forma crítica em seu estudo, de forma a responder sempre à questão norteadora. É importante que você verifique se os autores encontraram o mesmo resultado que você e se as suas pesquisas se aproximam ou se distanciam.

O seu objetivo é integrar, combinar e resumir as conclusões, ou seja, você será responsável por combinar dados de estudos diversos sobre o seu tema de investigação.

É uma etapa primordial, e como tal, faz com que você tenha um resultado positivo. Esse tipo de revisão é bastante recomendado, porque a meta análise transmite bastante seguranças às revisões sistemáticas, pois os dados coletados precisam ser agrupados, padronizados e integrados para que cumpra seu objetivo.

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