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Estado da Arte: Conhecimento e mapeamento – parte 3

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Retomando o que vimos até agora…

Olá, tudo bem? Em nossa conversa de hoje iremos retomar um pouco dos conceitos que vimos até agora sobre o estado da arte e estado conhecimento e iremos nos aprofundar um pouco mais nas questões relacionadas ao mapeamento.

A primeira questão sobre a qual debatemos sobre o estado da arte diz respeito a sua polêmica.

Vimos que parte da sua resistência se dá em razão do fato de que essa estratégia, ao longo do tempo, foi ganhando diversos nomes, contudo, as técnicas são as mesmas, porém, a depender da sua instituição/orientador, a abordagem ganha outro nome.

Entretanto, o estado da arte é uma estratégia que pode contribuir e muito para com a sua vida enquanto pesquisador, pois, como sabemos, lidamos, diariamente, com um fluxo muito intenso de informações e, assim, para que consigamos escolher materiais realmente relevantes, é preciso que aprendamos a lidar com o fluxo.

O estado da arte e o estado do conhecimento: aproximações e distanciamentos

O estado da arte e o estado do conhecimento: aproximações e distanciamentos

O segundo ponto sobre o qual conversamos e que é de suma importância diz respeito ao que é, de fato, o estado da arte e o estado do conhecimento, pois muitos acreditam que são a mesma coisa.

O estado da arte, como temos destacado ao longo de nossas conversas, não é uma metodologia, mas sim um mecanismo que pode facilitar a busca e seleção de materiais necessários ao desenvolvimento da sua produção.

A partir do estado da arte aponta-se alguns elementos que justificam o porquê de alguns materiais terem sido incluídos e outros não, como, por exemplo, as bases de dados consultadas, as palavras-chave utilizadas, se o acesso à esses textos é gratuito e se estão disponibilizados na íntegra, o idioma, o recorte temporal (que deve ser considerado a partir das peculiaridades da sua área), dentre outros critérios que julgar como relevantes para explicar, ao leitor, o porquê desses materiais serem importantes.

O estado do conhecimento, assim como o estado da arte, também não é uma metodologia e, desse modo, serve, também, para justificar as suas escolhas.

Ao ler os materiais que irão integrar a pesquisa é comum que depare com conceitos, teorias, metodologias, ferramentas, instrumentos e afins que serão reproduzidos em seu estudo.

Contudo, o conhecimento é multidisciplinar e transdisciplinar e, desse modo, uma mesmo conceito, teoria e afins podem ser incorporados a áreas do conhecimento diversas e, portanto, o estado do conhecimento tem como objetivo justificar, ao leitor, de que ponto de vista você está falando ao empregar esse conceito, pois ele pode entender esse conceito a partir de outra ótica, caso você não justifique de que área está partindo para justificar esse conceito.

É interessante que essa justificativa seja feita antes do capítulo teórico, dentro do estado da arte.

Por que pensar sobre o lugar de fala é importante?

Por que pensar sobre o lugar de fala é importante?

Discutimos sobre uma outra questão crucial na comunidade acadêmica atual: o lugar de fala.

O lugar de fala é importante de ser considerado em todas as etapas que dão vida a uma pesquisa científica.

Como sabemos, a cada dia, o conhecimento é atualizado, sendo essa uma realidade que atinge todas as áreas do conhecimento e, desse modo, o modo de se produzir ciência no século passado e, até mesmo, na década passada, é bastante diferente.

Ao mudar de instituição você pode ser questionado acerca de alguns métodos, conceitos e afins. Isso se dá porque algumas instituições e, consequentemente, os orientadores, estão acostumados com uma determinada lógica.

No caso de instituições/orientadores mais flexíveis, a nova estratégia pode ser vista com bons olhos, contudo, em outros espaços, os professores se mostram resistentes e impõem, aos alunos, o seu próprio modo de fazer pesquisa.

O que devemos saber sobre o mapeamento?

Agora que já lhe contextualizamos acerca de tudo o que temos discutido ao longo dos outros dois textos anteriores, iremos nos atentar, de forma mais detalhada, ao mapeamento dos dados.

Novamente, saber o que o seu professor-orientador entende como mapeamento, isto é, o que ele pretende visualizar no seu mapeamento é de suma importância, pois, a depender do local de fala, o mapeamento ganha conotações diferentes.

Existem, como no caso do estado da arte e do estado do conhecimento, algumas variáveis que devem ser consideradas ao elaborar um mapeamento.

Ao ser requerido a você um mapeamento a partir do estado da arte é necessário tomar alguns cuidados.

É comum que nesse tipo de proposta você tenha que apelar aos recursos visuais para demonstrar como esses dados foram compilados e incluídos no seu estudo.

Geralmente, faz-se uso de gráficos, tabelas e quadros para que a visualização seja melhor.

Como fazer com que os dados sejam visualizados melhor?

Como fazer com que os dados sejam visualizados melhor?

Como enfatizamos, o mapeamento feito a partir do estado da arte apela, fortemente, para os recursos visuais.

Entende-se que os gráficos, tabelas, quadros e afins são ferramentas capazes de deixar mais claro, ao leitor, como as técnicas de pesquisa foram colocadas em prática e, assim, são tão importantes quanto o texto verbal propriamente dito para justificar essas escolhas.

Contudo, para que não restem dúvidas, é preciso que você entenda se, nesse mapeamento, o requerente (possivelmente o seu orientador), deseja que você ilustra essas informações à medida que apresenta o estado da arte, ou seja, ao mesmo tempo em que você apresenta, na forma de texto, os dados coletados e selecionados, deve apresentar, de forma paralela, o gráfico, tabela ou quadro correspondente a essas afirmações.

Atenção: nesse mesmo processo pode ser que você tenha que realizar, também, um estado do conhecimento.

Como integrar o estado da arte e do conhecimento em um mapeamento?

Uma ou mais das abordagens que estamos apresentando aqui podem ser requeridas e, caso você precisa integrar os dados a partir das três abordagens para justificar as suas escolhas, retome as características do estado da arte, do estado do conhecimento e do mapeamento da coleta e seleção de dados.

Caso você opte por realizar uma tabela ou um quadro para ilustrar esses dados é interessante que alguns dados não sejam deixados de fora, eles pode, inclusive, integrar os seus critérios de inclusão, como, por exemplo, nome da base de dados, idioma, data da publicação, tipo do acesso (gratuito e na íntegra), bem como apresentar dados sobre essa produção como sobrenome do ou dos autores, título da pesquisa e nome da revista é essencial.

A fim de ilustrar as quantidades de materiais obtidas com cada palavra-chave os gráficos são mais interessantes, mas nada impede que você use os quadros e tabelas, caso queira.

O que fazer quando é requerido o mapeamento de todos os processos da pesquisa?

O que fazer quando é requerido o mapeamento de todos os processos da pesquisa?

Esse tipo de mapeamento que apresentamos diz respeito ao mapeamento que é feito a partir do estado da arte e, como sabemos, esse mecanismo visa apresentar, ao leitor, os processos de escolha e seleção de materiais apenas.

Caso você deseje justificar algumas escolhas teóricas e conceituais você pode, no próprio estado da arte, dizer o porquê de certos conceitos, teorias, métodos e afins serem interessantes ao seu estudo.

Entretanto, há um outro tipo de mapeamento: aquele que visa demonstrar, ao leitor, não apenas os aspectos relacionados à coleta e seleção de dados, mas também os procedimentos, técnicas e afins relacionados à todas as etapas da sua pesquisa, isto é, o mapeamento perpassa pelos capítulos teóricos, metodológicos e analíticos e, assim, em outras palavras, apresenta-se, ao leitor, um panorama do seu estudo, demonstrando como ele foi conduzido, etapa a etapa.

O que é o memorando-mapeamento?

Existem instituições que pedem, aos seus alunos, que o memorando-mapeamento integre o trabalho a ser submetido ao final do curso.

Ele é um pouco diferente dos outros mapeamentos sobre os quais conversamos.

Nesse tipo de proposta, pede-se, ao aluno, que apresente um histórico sobre toda a sua trajetória acadêmica, devendo-se demonstrar, nesse processo, os motivos pelos quais o tema de pesquisa é interessante a sua formação acadêmica, ou seja, em outras palavras, deve-se apontar de que forma o tema investigado está relacionado com as suas inclinações/inquietações acadêmicas.

Dizer onde você se graduou, o que despertou o seu interesse sobre a sua pesquisa, sobretudo sobre o tema em questão, devendo repetir essas justificativas sobre o mestrado, caso esteja no doutorado, é uma etapa fundamental ao desenvolvimento do memorando-mapeamento.

Para o que serve o memorando-mapeamento?

Essa abordagem não é cobrada pela maior parte de nossas instituições de ensino, contudo, as que cobram, querem saber, dos seus alunos, os motivos que conduziram esse aluno a um determinado tema/título.

Demonstra-se, nesse processo, os caminhos que fizeram com que o aluno em questão chegasse a um determinado tema e, consequentemente, a um orientador/linha de pesquisa.

Apontar, nesse processo, quais são as suas competências e habilidades para tratar do tema é de suma importância.

Essa realidade já tem adentrado nas revistas científicas e, assim, alguns autores que submetem as suas propostas às revistas apresentam um pequeno panorama sobre a sua trajetória acadêmica, que, por sua vez, configura-se, também, como uma espécie de memorando-mapeamento.

Isso nos revela que é uma tendência que, aos poucos, tem se popularizado e, dessa forma, em uma realidade não muito distante, pode se tornar um elemento obrigatório nas pesquisas científicas.

Perguntas que guiam o memorando-mapeamento

Questões como de onde esse pesquisador veio, quem é esse pesquisador, quais foram e qual é a sua inquietação atual, qual a competência que possui para tratar do tema em questão devem ser respondidas nesses memorandos a serem apresentados à instituição/revista científica.

Como esta é uma técnica de mapeamento, a sua menção nessa conversa se torna indispensável.

Com isso, percebemos que o mapeamento que é feito a partir do estado da arte e/ou do estado do conhecimento é totalmente diferente dessa nova abordagem que estamos apresentando à você.

Entretanto, há, ainda, uma outra questão relacionada ao mapeamento.

Trata-se da necessidade de o pesquisador demonstrar, ao leitor, a trilha percorrida para justificar a metodologia a ser considerada pelo seu trabalho.

Como são diversas as possibilidades metodológicas, esse tipo de mapeamento é bastante frequente.

O mapeamento para justificar as minhas escolhas metodológicas

O mapeamento para justificar as minhas escolhas metodológicas

Esse tipo de mapeamento demanda outras técnicas de abordagem que iremos apresentar a partir de agora.

A finalidade é a mesma do mapeamento, voltada, portanto, à ilustração das escolhas de materiais, contudo, tem-se como objetivo, nesse momento, apresentar as técnicas e instrumentos metodológicos que, por sua vez, proporcionaram o pesquisador a chegar aos seus resultados, descartando, comprovando e inserindo hipóteses novas nessa pesquisa.

Há professores que trabalham com constructos e, desse modo, pedem, aos seus alunos, que façam o cruzamento dos dados coletados a partir do emprego dessas técnicas e instrumentos.

Assim sendo, nessa abordagem, elabora-se uma espécie de mapa mental, isto é, de compreensão dos resultados da pesquisa.

Com isso, analisando todas as possibilidades de mapas, percebemos que essas questões estão ligadas ao lugar de fala do outro e, assim, o diálogo é essencial.

A multiplicidade de mapas

Percebemos que entender o que se está entendo como mapeamento é de suma importância para que ruídos na comunicação sejam evitados e, dessa forma, esclarecer qual é o tipo de mapeamento proposto é o primeiro passo, necessário antes mesmo de dar início à elaboração desse mapa.

As finalidades desses mapas acabam, de certa forma, completando-se, contudo, como vimos, as formas de elaboração desses mapas são completamente diferentes, o que implica a tomada de certos cuidados.

Nesse sentido, para que você possa agradar o seu professor e alcançar os objetivos propostos, é necessário compreender, em detalhes, as características desse tipo de produção.

Com isso retomamos a importância de se compreender o lugar de fala.

Seja honesto com o seu orientador e pergunte o que ele compreende como mapeamento.

Assim, caso você percebe, nessa conversa, que o seu orientador concebe o mapeamento como uma sequência e, então, como uma consequência do estado da arte e/ou do estado do conhecimento, apresentar essas informações na forma de texto é o mais indicado, assim, ao discutir verbalmente, apresente os mecanismos visuais para facilitar essa compreensão, sendo esta prática de suma importância, caso essa seja a sua proposta.

Entretanto, por outro lado, caso não seja esse o entendimento que ele possui sobre o mapeamento, pergunte o que ele deseja que você proponha e execute em seu estudo.

Caso você não possua afinidade com esse orientador, pergunte aos seus orientandos o que o professor em questão entende como mapeamento.

Ler os trabalhos dessas pessoas e ir nas sessões de qualificação e defesa também pode te ajudar.

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