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Quais são as diferenças entre estado da arte, referencial teórico e revisão bibliográfica?

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Características gerais de etapas importantes da pesquisa científica: conhecendo o estado da arte, referencial teórico e revisão bibliográfica

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje continuaremos a discutir sobre um aspecto de suma importância no âmbito acadêmico: as diferenças de compreensões sobre algumas etapas essenciais que fazem parte da pesquisa científica. Estamos nos referindo ao estado da arte, referencial teórico e revisão bibliográfica. Ao longo desse post iremos apresentar algumas características e as suas principais diferenças, visto que não são a mesma coisa, como muitos pensam. Como tudo na academia, alguns processos de pesquisa acabam recebendo nomes diferentes. Um dos exemplos mais comuns e polêmicos é o próprio estado da arte. Muitos professores acabam rejeitando o estado da arte por acreditarem ser algo pouco efetivo, mas, na verdade, já recomendam aos seus alunos, mas a ferramenta é conhecida por outro nome. Diante desse cenário, pretendemos esclarecer esses pontos que são cruciais à pesquisa.

Conhecendo os termos dos processos de pesquisa realizados nos trabalhos

Conhecendo os termos dos processos de pesquisa realizados nos trabalhosA dúvida que irá guiar a nossa discussão de hoje é a seguinte: o estado da arte é o mesmo que o referencial teórico e/ou à revisão bibliográfica? De antemão, devemos frisar que esses processos não são a mesma coisa, logo, existem diferenças. Como são processos diferentes, iremos discutir sobre um por vez, a começar com o estado da arte. Ele é o processo que mais se distancia dos outros dois sobre os quais iremos conversar. Essa diferença se dá porque o estado da arte tem o seu ensejo com a busca sistematizada. É o pontapé inicial do pesquisador que busca por materiais para começar a desenvolver as suas reflexões. Para isso, você precisará ter palavras-chaves a serem digitadas em uma ou mais bases de dados expressivas na área que corresponda ao tema que está sendo investigado. Essas palavras devem ser claras e bem delimitadas. É preciso, também, que haja um recorte temporal para a coleta dos materiais.

Qual é a finalidade de um estado da arte?

O estado da arte serve para que você conheça quais são as produções sobre o tema que está sendo investigado em um período específico por você escolhido, é uma forma de comprovar o que tem sido investigado e debatido em sua área de atuação. Nem sempre o estado da arte irá contribuir com a sua revisão teórica ou bibliométrica. Isso se dá em virtude do fato de que o estado da arte, em certos contextos, é solicitado para que você seja capaz de comprovar de onde esses materiais foram retirados e quais foram os critérios levados em consideração, ou seja, é uma forma de justificar as suas escolhas. O estado da arte sempre é associado à justificativa de um trabalho científico. Para fazer o estado da arte, execute os seguintes passos: escolha uma base de dados, acesse ela, digite uma palavra-chave por vez no buscador e leia ou baixe o material que estará em HTML ou PDF.

O que fazer com as diversas informações da internet?

O que fazer com as diversas informações da internet?Você perceberá que as bases de dados irão apresentar uma quantidade infinita de materiais. Para lidar com esse fluxo intenso de informações, é preciso tomar alguns cuidados. É preciso acionar certos critérios. Você pode, por exemplo, optar pelos materiais publicados nos últimos três anos. Há outros critérios de inclusão e exclusão nos quais você pode se apoiar. Essa regra vale para a busca sistematizada de artigos científicos. Caso você deseje utilizar dissertações e teses, precisará recorrer a outros tipos de bases. Procure pelo banco de teses e dissertações das universidades. Eles são gratuitos e de fácil acesso. Sempre indicamos que a busca sistematizada seja realizada para que os materiais que possam realmente contribuir cheguem a você em meio a esse emaranhado de informações. É uma forma de ter uma visão geral acerca do que tem sido pesquisado pelos acadêmicos ao longo dos anos.

Compreendendo as óticas de pesquisa

A academia é permeada por uma série de perspectivas e práticas de pesquisa que são bastante múltiplas. Por meio do estado da arte é possível ter essa visão global. Além disso, é possível conhecer os núcleos de pesquisa dos quais esses pesquisadores envolvidos com a produção fazem parte. Existem núcleos de pesquisa que se especializam em um determinado assunto e, dessa forma, os pesquisadores que fazem parte desse núcleo acabam sendo associados a eixos temáticos expressivos a esse contexto de produção. Essas informações podem ser visualizadas por meio do estado da arte. Trata-se, então, de um processo de busca sistematizada, sendo que o objetivo é fazer com que o pesquisador fique inteirado acerca do que está acontecendo em sua linha de pesquisa. Tendo os materiais em posse, você poderá dar início a produção de uma série de materiais científicos, curtos ou extensos.

Como utilizar o estado da arte em artigos científicos?

Existe um tipo de artigo científico que permite que o estado da arte seja completamente utilizado e publicado, porém, os resultados dessa busca podem ser aproveitados em qualquer tipo de estudo. A revisão bibliométrica é uma forma de expor os artigos, dissertações e/ou teses que têm sido apresentados nos últimos anos. Nesse processo, apresenta-se, inclusive, os dados sobre os locais onde esses materiais estão sendo veiculados. Apenas para recapitular: o estado da arte é uma forma de começar a pesquisa. Coleta-se materiais a partir de critérios de inclusão e exclusão bem definidos.  Após, você irá organizar esses materiais em pastas. O estado da arte pode ser inserido em sua justificativa e esses mecanismos podem lhe ajudar a desenvolver o conteúdo do seu material. A primeira coisa que gostaríamos de destacar sobre o referencial é que você não precisa realizar esse tipo de busca sistematizada.

Qual é o interesse de um referencial teórico?

O referencial teórico não tem como objetivo apontar como o processo de busca foi realizado. O interesse em saber o que está sendo realizado na área ligada ao tema de pesquisa é o papel do estado da arte. O mais comum é que os materiais selecionados sejam de três a cinco anos atrás, porém, tudo depende da dinâmica da área da qual o pesquisador faz parte. Esse recorte pode ser maior ou menor. Contudo, no referencial teórico não há o interesse em explicar como você chegou até esses materiais. No referencial teórico temos como objetivo principal demonstrar as teorias e conceitos que irão fornecer base para os nossos estudos. Para defender o seu ponto de vista, deve-se recorrer a esses conceitos/teorias previamente coletadas. Ao escolher essa teoria/conceito com o qual iremos trabalhar, é preciso que apontemos a ótica que está sendo seguida.

As óticas de pesquisa no referencial teórico

Suponhamos que, em seu estudo, você tenha o objetivo de trabalhar com a análise do discurso. Assim como qualquer linha de pesquisa, a análise do discurso possui vertentes distintas e é preciso escolher e seguir uma específica, visto que os pontos de vista defendidos são distintos. Após escolher a vertente de análise do discurso com a qual deseja trabalhar, é preciso escolher os autores que fazem parte dessa mesma linha de raciocínio. Após, escolhe-se as obras, sejam elas artigos, livros, dissertações ou teses. O referencial teórico, portanto, é o momento em que você irá embasar as suas reflexões recorrendo a conceitos e teorias. Esse processo é bastante parecido com o que costumamos fazer em uma revisão de caráter bibliográfico. Você pode fazer uma revisão bibliográfica a partir do estado da arte, porém, caso tenha interesse, pode fazer essa revisão a partir dos materiais que foram coletados de forma aleatória.

Semelhanças entre o referencial teórico e o bibliográfico

As duas abordagens são bastante parecidas. Essas diferenças tornam-se ainda mais evidentes quando recuperamos o conceito de embasamento teórico, contudo, deve ficar claro que pode ser que o entendimento do seu professor seja diferente. É sempre pertinente buscar compreender o que o seu professor está entendendo quando solicita um dado tipo de trabalho. Entretanto, com base no significado da palavra “referencial teórico”, podemos depreender que essa etapa da pesquisa irá apresentar referências sobre o tema que está sendo desenvolvido. Para isso, é preciso recorrer a uma teoria ou conceito para que essas reflexões não sejam meros achismos. Por esse motivo, é de suma importância compreender o que é o embasamento e quais são as variáveis que estão em jogo. A diferença, embora mínima, existe. Os termos referencial e revisão apontam para sentidos diferentes que devem ser compreendidos.

Diferenças entre referencial e revisão

Diferenças entre referencial e revisãoComo o próprio nome indica, em um referencial seguimos uma referência específica. É esse autor específico que irá fornecer todo o arcabouço teórico do estudo. Na revisão, todo um conjunto de obras/autores é levado em consideração no processo de construção da linha de raciocínio do pesquisador. É apenas nessa dimensão conceitual e, na verdade, lexical, que as duas possibilidades se diferenciam, mesmo que de forma mínima. Contudo, a estrutura dos materiais é bastante semelhante. Além disso, esse capítulo teórico pode ganhar outros nomes, sendo os mais recorrentes o marco teórico ou fundamentação teórica. Essa é uma questão que tem a ver com a formação daquele que está lhe orientando. Diante disso, entendemos que o marco teórico seria um processo muito parecido, se não a mesma coisa, que o referencial teórico, uma vez que o intuito é o mesmo, referenciar uma teoria/conceito.

Quais são os termos mais utilizados pelos acadêmicos?

Quando há a necessidade de se referir a esse capítulo teórico ou de requerer aos alunos essa produção, há alguns termos que se tornam mais predominantes nos discursos desses professores-orientadores. Os mais comuns são: marco teórico, referencial teórico, fundamentação teórica, revisão bibliográfica e revisão de literatura. Todos esses processos apontam para uma mesma ideia: o desenvolvimento teórico do material científico em produção. Essas práticas têm uma mesma finalidade: fazer com que o pesquisador argumente de forma científica sobre o tema em questão. Para tanto, apresenta-se o contexto que perpassa pelo assunto em debate, irá encontrar as teorias e conceitos que irão permitir a análise de variáveis e irá se espelhar em materiais que foram desenvolvidos dentro dessa temática. Esses autores precisam fornecer base para que você seja capaz de argumentar com a sua própria pesquisa.

Compreenda o que está sendo requerido

Compreenda o que está sendo requeridoComo temos destacado ao longo de nossos posts, o diálogo é transformador. Para que não haja ruídos na comunicação e você tenha que refazer todo esse material, é de suma importância que você converse com o seu orientador e compreenda o que ele, de fato, está requerendo. Para que você saiba como deve organizar o seu material científico, é preciso que você tenha muito claro em mente o que o seu orientador e programa estão entendendo sobre cada processo da pesquisa científica. Essa parte teórica, como vimos, pode receber nomes diferentes. Essa é uma etapa fundamental da sua pesquisa. Estamos chamando a sua atenção para essa questão, pois a forma como o seu professor irá compreender esse processo irá influenciar no que você deverá entregar. Caso você não consiga identificar essa compreensão, poderá ter que refazer o trabalho. Invista na conversa e não tenha medo. O diálogo é crucial.

A preocupação de certos acadêmicos

A preocupação de certos acadêmicosEstamos fazendo esses alertas porque diversos orientadores não estão preocupados com algumas questões sobre as quais estamos conversando aqui, como é o caso, por exemplo, de apontar anos, bases de dados e outros aspectos sobre onde esses materiais estão circulando. Desse modo, a forma a partir da qual os dados serão apresentados é um pouco mais flexível. Porém, há outros professores que exigem que a apresentação dessas discussões teóricas seja feita de forma sistematizada, e, mais do que isso, de forma cronológica. Em razão desse processo, o professor denomina esse tipo de produção de revisão sistemática.

Se você se encaixa nesse tipo de situação, há alguns aspectos que você deve levar em consideração para que o seu texto possa vir a ser aprovado. Ao invés de fazer os apontamentos com base na ordem que julgar ideal para contrapor as ideias dos autores, você precisará fazer essa discussão de forma cronológica, de modo que as reflexões deverão obedecer o que foi debatido ano a ano para que a revisão seja, de fato, sistemática. As discussões dos textos mais antigos aparecem em primeiro lugar, de modo que as mais recentes aparecem ao final da revisão teórica. Busque compreender a forma como o seu texto deverá ser construído.

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