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Estado da Arte: Na prática / Tabelas / ( Aula 03 )

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O que fazer com os materiais que ficaram nas pastas?

Estado da Arte PastasA reflexão de hoje é novamente sobre os aspectos práticos do Estado da Arte, bem como os seus benefícios. Nós paramos na seguinte etapa: pesquisamos por palavras-chave em português e em inglês em diversas plataformas, mas a que mais rendeu resultados foi a PubMed. Como são muitos os artigos oferecidos por ela, estabelecemos alguns critérios de inclusão e exclusão.

Para a pesquisa sobre a vitamina B12 e a sua relação com os sintomas depressivos em pacientes pós-bariátricos foram escolhidos materiais que exploravam a relação da depressão com a carência de nutrientes, gratuitos e dos últimos cinco anos, assim todos que não cumpriam esses requisitos foram, automaticamente, excluídos, porém é importante manter uma pasta com os artigos excluídos pois você pode ilustrar e exemplificar esses critérios de inclusão e exclusão a quem te questionar pela falta de determinada referência.

Agora eu te pergunto: o que devemos fazer com esses materiais que ficaram? Como devemos proceder e trazê-los para o nosso trabalho de forma científica? Bom, o primeiro passo é a elaboração de um resumo desses materiais. Mas por que é necessário resumir esses trabalhos? Bom, em primeiro lugar iremos ler esses artigos e dizer quais foram os pontos que mais chamaram a atenção, bem como é necessário analisar como os exemplos listados podem ser trazidos para o contexto da sua pesquisa, ou seja, como esse material lido pode contribuir para com o aprimoramento da sua investigação. Nesse sentido, o Estado da Arte é proposto como uma ferramenta, porque é muito mais inteligente e rápido você realizar a leitura desses resumos ao invés de ler todo o material que, no final das contas, pode não contribuir devido a um possível choque de ideias, visto que ele pode fugir do tema que você está investigando.

Então o que é preciso fazer? Bom, na medida em que se lê determinado artigo, é importante que você já vá anotando os pontos principais que podem lhe ajudar a elaborar a sua própria reflexão, ou seja, o seu resumo acerca deste estudo, para que, posteriormente, ele possa se transformar em um texto mais aprofundado. Assim que eu abro um artigo, devo observar os autores e, se possível, é importante pesquisar um pouco sobre eles para, em seguida, renomear este artigo. Recomendo que você realize este processo porque, provavelmente, você sempre vai precisar retornar a esses artigos para buscar novas informações, então crie títulos que possam te direcionar, automaticamente, a este resumo sempre que necessário de forma eficiente e eficaz.

Como agilizar a execução do Estado da Arte?

Como agilizar a execução do Estado da ArtePara agilizar esse processo em todos os artigos é necessário que se abra todos aqueles que não foram excluídos, ou seja, aqueles que se encontram na pasta de incluídos. Conforme você for abrindo esses trabalhos é necessário que sejam criados títulos que podem agilizar no processo de consulta desses materiais futuramente.

A dica mais eficaz para esse ato de renomear é pegar o primeiro nome dos autores, bem como a data de publicação. Como este artigo do exemplo é et al, é preciso selecionar apenas um dos autores para que o nome do arquivo não fique muito extenso. Só para recapitular: você deve pegar o arquivo que deseja resumir e com o botão direito do mouse deve-se clicar em renomear e, depois, acrescentar o sobrenome do primeiro autor com o et al (já que são mais de três os envolvidos nesta pesquisa) junto com o ano da publicação. Não se esqueça de fazer isso com todos os artigos para que esse processo de consulta seja realizado, sempre, de forma rápida e pontual.

No caso deste exemplo da discussão anterior sobre o Estado da Arte, foi pego o trabalho dos autores e lidos os resumos com intuito de se verificar se a proposta se enquadrava na linha de raciocínio, assim a pesquisadora renomeou o arquivo para voltar a ele sempre que necessário, visto que existem informações neste arquivo que precisarão ser consultadas frequentemente. Foi inserido, também, o resumo desta proposta em outra pasta com esse novo nome para quando for preciso a realização da coleta apenas dos resumos e não da pesquisa na íntegra. Depois que essa coleta de materiais for finalizada, você já pode fazer os resumos desses trabalhos para transformá-los em discussões mais densas um pouco adiante.

É importante que os resumos feitos a partir dessas leituras sejam colocados em uma pasta separada a qual estamos chamando aqui de “resumos”. Tente deixar este novo resumo com o mesmo nome do artigo incluso, ou seja, com o nome dos autores (até 3) ou do primeiro autor quando for et al junto com a data de publicação.

Importância da pasta de resumos

Importância da pasta de resumosTanto o texto baixado da base de dados quanto o resumo realizado a partir desta leitura serão os materiais que comporão o seu Estado da Arte.

É preciso observar, nesses textos resumidos, quais são os pontos interessantes que podem te ajudar no desenvolvimento do seu trabalho, ou seja, é necessário que você deixe claro quais foram as estratégias, metodologias e ferramentas utilizadas por esses autores para se pensar neste tema, bem como qual a contribuição desta discussão para o desenvolvimento do seu trabalho. São dois pontos que precisam ser explorados em seu resumo.

É necessário que esses artigos (tanto os baixados quanto os resumidos) sejam renomeados pois é um processo que irá facilitar a execução da etapa final do Estado da Arte que é a sistematização por ano. Assim sendo, separando esses materiais por ano já se economiza bastante tempo na hora de se elaborar a última etapa desta metodologia que sobre a qual estamos apresentando.

Não se trata apenas da transcrição de dados. Durante a execução do seu trabalho, você pode mostrar como o tema que está pesquisando evoluiu, gradativamente, nos mais diversos países. Estamos mostrando este exemplo porque depois que apresentarmos este Estado da Arte em uma banca é possível publicá-los para que esta metodologia seja mais difundida na universidade.

Então daqui a dois ou três meses você pode acessar a Revista Núcleo do Conhecimento que este material estará disponível para consulta de forma mais ilustrada e prática.

Como converter os resumos em uma tabela?

Feitos todos os resumos dos artigos que fazem parte da pasta de incluídos é necessário converter esses dados para uma tabela, pois é muito comum que os professores prefiram que você apresente a evolução do seu estudo desta forma ao invés de apenas em texto por extenso.

Assim, apresentaremos um exemplo de tabela para você. Mantenha em mente que a maioria delas possuem algumas informações recorrentes, ou seja, não mudam mesmo que você faça parte de instituições ou faculdades que não são de São Paulo. Algumas delas são os autores, o tema, o local, o ano, a abordagem, a revista e a região. Essas três últimas são optativas, pois são pedidas apenas por professores específicos, porém todas elas são bastante importantes. Essas informações sempre variarão de professor para professor.

A maioria dos artigos que temos acompanhado que fazem uso da revisão sistematizada ou até mesmo quando executam a revisão integrativa, costumam acrescentar apenas o campo com o nome da revista de tópico “não padrão”, mas o comum (autores, tema, local e ano) são informações recorrentes na maioria dessas duas vertentes de revisão. Para fazer essa sistematização você deve, novamente, ir até a pasta de incluídos, abrir o arquivo e copiar os dados.

No caso dos autores é necessário que você coloque o nome de todos os envolvidos pois é uma forma de analisar se esta pesquisa foi desempenhada de forma individual ou conjunta. Colocando o nome de todos os envolvidos em determinado assunto na tabela é possível verificar se um mesmo autor colaborou em outros estudos por meio dessa revisão sistemática.

Antes de transcrever o nome desses autores verifique com o seu orientador como ele deseja que esses dados sejam colocados na tabela, pois ele pode preferir que esses nomes sejam colocados na íntegra ou de forma abreviada, já que cada instituição ou professor podem exigir um estilo diferente para que você adira em relação à confecção deste Estado da Arte. A priori, caso você não tenha recebido nenhuma, recomendo que você coloque os nomes na íntegra desses pesquisadores.

Como sistematizar o Estado da Arte?

Feito isso é preciso coletar informações sobre a temática do artigo em processo de sistematização, para isso, é necessário que se a acesse a base de dados onde ele se encontra ou a pasta com os arquivos incluídos para a pesquisa. Copie o título e transfira para a tabela esse título do trabalho.

Já sobre o local é importante que você relate, neste documento, todas as informações de contato sobre essa revista. Aqui, como exemplo, temos uma pesquisa desenvolvida na Polônia no Departamento de Cirurgia de uma universidade conceituada deste país.

É importante que você referencie este local, porque é uma forma de dar os devidos créditos a um núcleo ou grupo de pesquisa.

Porém, é importante que você mantenha em mente que esse local, de acordo com determinados professores, pode ser as informações sobre a revista, ou seja, onde ela foi publicada.

Em algum momento da página deste artigo haverão informações relevantes sobre o volume, o número, o local, as páginas e o ano em que foi publicado este trabalho que precisam ser devidamente mencionadas na tabela, assim como em seu texto.

Data de recebimento e data de publicação

Outra coisa que você deve manter em mente é que a data de recebimento do artigo não é a mesma da publicação. Aqui, no caso deste exemplo, o artigo foi recebido em treze de novembro de 2015, revisado em vinte e cinco de novembro de 2015 e aceito em 17 de março de 2016. Entretanto, nenhuma dessas informações dizem respeito à publicação final deste trabalho, então procure no artigo o item que fala sobre a data final pois é essa que deve ser inclusa na tabela de sua revisão sistemática, assim como no seu texto. Não se esqueça que a sua tabela precisa conter todos os dados dos artigos que fazem parte da sua pasta de incluídos.

Essas informações que apresentamos são as mais recorrentes, ou seja, as mais clássicas, mas existem outros três tópicos que podem ser inclusos a depender das exigências do seu professor ou orientador.

Informações adicionais da tabela

Informações adicionais da tabelaPrecisamos falar agora sobre essas informações adicionais que podem ser exigidas pelo seu orientador. A primeira delas se trata da abordagem metodológica, a segunda, por sua vez, diz respeito aos dados mais específicos da revista (volume, número, páginas e ano) e, por sua vez, a região desta revista pode ser pedida pelo seu professor.

Assim, feitas essas considerações, é importante que você entenda que essa tabela é justamente uma organização dos estudos realizados pelos mais diversos autores em um período de tempo (estabelecido pelo seu critério) a partir de determinado tema, aqui, no caso, é uma revisão sistemática que pretende entender como se deu a evolução do problema desta pesquisa que se trata da relação da carência da vitamina B12 com o aparecimento de sintomas depressivos.

Essa tabela irá mostrar a todos os interessados no estudo quais foram os autores, as revistas, os grupos e as linhas de pesquisa consultados para a execução da sua própria reflexão. Para fecharmos esta discussão, gostaríamos de apresentar mais um exemplo. Recentemente, estava pesquisando sobre um assunto na área da medicina social e pude perceber que a partir de um único projeto, uma série de artigos foram desenvolvidos, ou seja, a partir de uma proposta outras múltiplas foram se desenvolvendo e criando corpo a partir de um único trabalho.

Isso é interessante de ser mencionado pois é resultado da escassez de trabalho sobre determinado tema, o que faz com que a partir de uma mesma proposta vários artigos precisem ser escritos para que haja uma melhor circulação em termos tanto de território nacional quanto internacional.

Com o mapeamento proposto pelo Estado da Arte podemos perceber se um tema tem sido tratado devidamente mundo afora e no nosso próprio país, porém essa observação apenas pode ser realizada a partir do momento em que esses dados são colocados na tabela, pois faz com que essa evolução do tema seja observada, interpretada, refletida e analisada de forma mais completa. Finalizamos, assim, a nossa sequência de textos reflexivos sobre o Estado da Arte.

Lembre-se, sempre, que esta é uma das várias possibilidades de metodologia.

Muito em breve apresentaremos esse estudo em um artigo para que vocês possam observar a aplicação deste método de forma mais prática.

Uma resposta

  1. Adorei a explicação, sou professora de Trabalho de Conclusão de Curso e tenho estou com várias dificuldades para ministrar as aulas.
    Obrigado.
    Estarei aplicando o estado da arte com os meus alunos no curso técnico, claro que vários um estudo primário, não muito completo , mas será de grande valiar.
    Obrigada

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