BLOG

Como desenvolver um material científico de sucesso? Checklist com dicas para que você desenvolva o seu material com rigor científico

Conteúdo

5/5 - (1 vote)

Cuidados fundamentais que devo tomar ao elaborar um material científico: dicas para que você coloque em práticaCuidados fundamentais que devo tomar ao elaborar um material científico: truques para que você coloque em prática em seu próprio material

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre uma questão muito importante e que pode ajudar os nossos pesquisadores a desenvolverem os seus materiais científicos de uma forma mais fluida e tranquila. Dito isso, ao longo desse post, iremos apresentar algumas dicas que consideramos como interessantes para que o seu material chegue ao rigor científico-metodológico, pois é o atendimento a esses critérios que faz com que um artigo, por exemplo, possa ser aprovado por uma revista científica. Sobretudo para aquelas pessoas que estão iniciando a vida acadêmica e não sabem como desenvolver materiais com este rigor, este post apresenta um checklist que irá introduzir nesse cenário de produção. A pergunta norteadora é a seguinte: estou iniciando minha vida acadêmica na área da saúde e estou com dificuldades para começar o estudo, pois estou me sentindo insegura. O que fazer?

A dimensão da pesquisa científica

Sempre que falamos sobre processos que integram uma pesquisa científica estamos nos referindo a uma questão bastante ampla. Cada área lida com tipos, instrumentos e técnicas de pesquisa específicas. No caso da saúde, por exemplo, a ênfase pode ser em estudos laboratoriais, mas não apenas. A aplicação de entrevistas e questionários e a realização de revisões de literatura também são estratégias de pesquisa com as quais podemos contar. Em virtude dos múltiplos campos de pesquisa, iremos apresentar dicas que podem ser aplicadas a qualquer área de estudo. Os primeiros cuidados sobre os quais iremos conversar dizem respeito à metodologia. Todo material científico que desejamos produzir, toda pesquisa que pretendemos realizar, precisam atender a uma série de protocolos. Esse processo perpassa por etapas desde a coleta e seleção de dados até o desenvolvimento do estudo em si. 

A coleta de materiais científicoA coleta de materiais científicos

Um dos primeiros cuidados que precisamos tomar diz respeito à coleta de materiais científicos. Para saber se esse material é científico, você precisará analisar alguns aspectos, como se ele fosse publicado em uma revista científica com o ISSN. Em caso positivo, você perceberá que ela possui um corpo editorial composto por mestres e doutores, pública de forma periódica, que obedece a uma estrutura específica (com resumo, palavras-chave, introdução, desenvolvimento, considerações finais e referências), dentre outros aspectos que apontam que esse material é científico. Outro aspecto que você deverá observar é se esse material que deseja utilizar é baseado em autores. Nenhuma informação em um texto científico está ali por estar. Ela parte de uma base teórica capaz de justificar o porquê dessa afirmação. Contudo, não podemos inserir quaisquer tipos de autores e fontes em nosso material.

As fontes no material científico

A fim de que a nossa pesquisa transpasse credibilidade, o nosso material precisa partir de autores considerados como seguros. Essa questão está intimamente ligada com o estado da arte, visto que é uma técnica de pesquisa que permite que você chegue aos materiais que mais têm a contribuir com o seu estudo e que são científicos. Por exemplo, se um professor solicita a você a produção de um material sobre micronutrientes, algo que deve nortear o seu pensamento é o que o mundo acadêmico tem pensado sobre a temática ao longo dos anos. Algo interessante nesse processo é procurar saber quais são as abordagens mais recentes que discutem sobre a temática. Ter um recorte norteador é essencial para estabelecer esse panorama. Essa técnica de pesquisa pode lhe ajudar a se ambientalizar em sua linha de pesquisa, visto que apresenta o que tem sido discutido e de que forma, a partir de quais meios.

A importância do estado da arte

Suponhamos que o seu orientador tenha proposto a discussão sobre a neuroplasticidade. O seu interesse será a apresentação de uma nova reflexão sobre o tema, porém, para isso, precisará saber o que já tem sido debatido para que o seu estudo seja relevante e contribua para com a sociedade atual e real na qual vivemos. Assim sendo, o primeiro processo com o qual precisamos nos acostumar é com a seriedade do material científico. Algo que deve lhe impulsionar é saber quais são as formas que irão lhe ajudar a compreender se essas informações que está utilizando são corretas, isto é, seguras e científicas. Hoje em dia, é muito comum que os alunos que procuram se informar a partir de vídeos, posts e outros sem que esses tenham qualquer tipo de filtro, de garantia que essas informações são verídicas. Há uma tendência em se informar apenas por meio das redes sociais mais populares.

Tome cuidado com as informações especulativasTome cuidado com as informações especulativas

Devido à falta de cuidado ao manusear essas fontes, muitos acabam se informando a partir de notícias sensacionalistas e tendenciosas. Aqueles que não estão acostumados com a necessidade de discutir na academia apenas com materiais científicos selecionam esses materiais, apresentam ao orientador e podem sofrer duras críticas. Isso ocorre porque não podemos construir uma discussão séria com base em materiais que tendem a apresentar verdades absolutas, sem qualquer tipo de embasamento, o que prejudica a credibilidade do seu estudo, e, portanto, eles não são admitidos. O aluno que ainda está habituado com essa prática não possui um pensamento tão crítico, de modo que as reflexões que apresenta em seus materiais são muito frágeis e fáceis de serem refutadas. Todas essas questões afetam o nosso desempenho acadêmico, o que implica aprendermos a tomar certos cuidados essenciais.

Cuidados científicos em pesquisas laboratoriais

Quando lidamos com pesquisas feitas em laboratórios, alguns cuidados extras devem ser tomados. Todas as pesquisas realizadas junto às pessoas/grupos ou com animais precisam de autorização, e, mais do que isso, de cuidados específicos para que o pesquisador não cause danos aos envolvidos. Não é uma questão aplicada apenas às pesquisas mais invasivas, mas também para aquelas que aplicam perguntas via entrevistas e questionários. Para que o estudo possa ser realizado, precisará da aprovação por parte do Comitê de Ética. Existe um Comitê formado por professores da área que irão avaliar se o seu estudo é viável nos mais variados sentidos. Se esse material for considerado eticamente plausível, ele poderá ser executado. Antes mesmo de iniciar a sua pesquisa, caso se enquadre nessa situação, precisará submeter a proposta ao Comitê.

Submeter ou não o material ao Comitê de Ética?

Pesquisas teóricas, como materiais de revisão de literatura, não precisam ser submetidas ao Comitê. Todos os tipos de materiais aplicados precisam desse aval, pois temos aí uma intervenção. Materiais de revisão teórica, bibliométrica ou integrativa não têm esse objetivo. É mais fácil chegar a essa resposta considerando o fato de que se a pesquisa que pretende realizar uma intervenção junto a qualquer tipo de ser vivo, ela não pode ser iniciada sem que haja essa autorização do Comitê. Essa não é uma questão que afeta apenas a área da saúde, pois, como reiteramos, se você realiza qualquer tipo de intervenção, já está lidando com seres. Contudo, trata-se de algo aconselhável, pois tudo irá depender de como a sua instituição funciona e de como o seu orientador costuma trabalhar com essas questões. No caso de um artigo a ser submetido em uma revista, verifique quais são as regras postas por ela.

Um material aplicado pode ser submetido à revista sem passar pelo Comitê?

A depender da revista, a fim de que esse material possa ser publicado sem quaisquer tipos de complicações, precisará, sim, de uma aprovação por parte do Comitê de Ética, que pode ser o da instituição na qual está vinculado. Relatos clínicos são materiais que se enquadram nessa situação. Algo que devemos pontuar é que os Comitês costumam aprovar apenas as pesquisas que ainda serão realizadas. No caso de um pesquisador que deseja submeter um relato clínico a uma revista, submete-se ao Comitê a proposta para que o corpo de avaliadores avalie a intenção deste de publicar o relato. É apenas com o parecer positivo em mãos que o relato pode ser publicado sem nenhum tipo de problema legal. São variáveis iniciais que devem ser consideradas antes mesmo do estudo ser iniciado, pois, se o parecer for negativo, o estudo não tem qualquer tipo de validade. A saúde é uma das áreas mais afetadas por essa necessidade.

As pesquisas quantitativas nas áreas diversas

A área da saúde costuma realizar diversas pesquisas quantitativas. As pesquisas qualitativas, sobretudo aquelas que partem da análise de conteúdo, não são muito bem-vistas e colocadas em prática pelos pesquisadores da área. Se você é da área da saúde, quando for ler materiais sobre metodologia, concentre-se naqueles com ênfase em pesquisa quantitativa. Pesquisas de tratamento estatístico e/ou bioestatístico muito têm a oferecer aos pesquisadores dessa área. A área das humanidades, por sua vez, tem outras demandas, aceitando métodos voltados à reflexão dos conteúdos. As ciências exatas, por conseguinte, dão preferência para os estudos de caso e para os estudos laboratoriais. Recomendamos que você estude com afinco esses métodos e escolha uma abordagem para seguir, pois os instrumentos e técnicas necessários irão aparecer de forma natural.

A ambientação com a metodologia escolhida

Suponhamos que o seu objetivo seja ser um especialista na área de revisão bibliométrica. É perfeitamente possível em qualquer nível, sendo que, o que irá variar é a complexidade e a profundidade a partir dos quais a pesquisa será desenvolvida. Assim sendo, com uma metodologia específica, é possível desenvolver tanto uma dissertação, no nível do mestrado, quanto uma tese, no nível do doutorado. Dessa forma, ao longo de sua formação, você poderá aprimorar o uso que faz dessa metodologia que escolheu se especializar ao longo de sua trajetória acadêmica. Se você tem dúvidas quanto a esses métodos, participar de grupos de pesquisa e desenvolver materiais juntos aos membros é uma boa estratégia para escolher um método com o qual a sua área de interesse trabalhe bem. Você terá contato com pesquisadores diversos e com situações múltiplas que muito têm a enriquecer.

Busque por parceriasBusque por parcerias

Uma das maiores riquezas que a pesquisa científica pode nos proporcionar é o espírito coletivo, a confiança no outro. Desse modo, a escrita colaborativa e as parcerias muito têm a contribuir com aqueles que desejam construir uma carreira nesses espaços acadêmicos. Os parceiros de pesquisa para aqueles que estão iniciando a sua jornada na academia é algo que consideramos como fundamental. Isso é importante de ser pontuado porque o pesquisador é uma pessoa que tende a passar muito tempo sozinho. Quando passamos a investigar um assunto, passamos a vivenciar uma espécie de frenesi, de modo que a nossa vida acaba se voltando muito para as atividades que nos colocam em contato com esse envolvimento com o estudo. Assim sendo, é muito comum que essas pessoas passem a ser apontadas como “chatas”, pois não enxergam nada além do que têm a ver com as suas pesquisas.

Administrando as novas emoçõesAdministrando as novas emoções

Desde as pessoas que estão iniciando um curso de graduação até aquelas que já estão no doutorado acabam sendo apontadas como chatas por viverem à mercê das atividades acadêmicas. São pessoas que estão muito empolgadas e que querem o tempo todo falarem sobre os aspectos que têm a ver com os seus estudos. À medida em que seu nível se expande, esse vício acaba sendo alimentado mais e mais, de modo que as pessoas podem começar a se afastar. A fim de que consigamos viver de uma forma mais leve nesse contexto, a busca por parcerias é essencial. Pessoas que ficam muito tempo sozinhas perdem essa vontade de socializar e conversar sobre coisas múltiplas. As parcerias promovem uma série de benefícios que não podemos deixar de apontar.

A partir do momento em que temos uma rede de contatos sólida, isto é, parceiros acadêmicos com os quais podemos contar a qualquer momento, cumprir as demandas e exigências desse meio se torna um processo muito mais tranquilo, visto que ninguém fica sobrecarregado. Pessoas que priorizam as suas parcerias acabam conseguindo publicar com mais frequência, visto que há uma organização maior entre todos que integram essa rede. Como se trata de uma rede colaborativa, as funções podem ser atribuídas de acordo com as facilidades e preferências dos membros, o que faz com que a produção dessa rede flua de uma forma muito melhor. Cada um pode ser bom em um campo específico da pesquisa e precisamos valorizar essas afinidades. Todos nós podemos nos complementar nessa jornada.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita

Confira também...