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Você sabe o que é um artigo piloto?

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O universo dos artigos científicos e as suas principais características: o que você precisa saber sobre os tipos de artigos científicos que podem ser submetidos a uma revista científica?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos retomar as nossas discussões sobre os tipos de artigos científicos que podem ser submetidos a uma revista científica, com enfoque em um deles. Você já ouviu falar em artigo piloto? É sobre esse formato que iremos conversar hoje, porém, antes de entendermos o que é um artigo desse tipo, quais são as suas características, qual a estrutura ideal e quais são os cuidados imbricados, é preciso que você saiba quais são os tipos de artigos científicos mais comuns. A primeira coisa que você deve saber é que os tipos variam de área para área, de modo que certas áreas têm preferência por certos tipos de artigos. Por exemplo, as áreas mais práticas, como é o caso das ciências da saúde, tendem a exigir os artigos que possuem essa inclinação específica, como os artigos de revisão bibliométrica e integrativa, já as mais teóricas preferem revisões bibliográficas e sistematizadas.

Você já ouviu falar em artigo piloto?Você já ouviu falar em artigo piloto?

Como mencionamos, há diversos tipos de artigos que podem ser exigidos, desde pelo seu programa ou orientador até a revista na qual deseja submeter essa produção. Dentre as possibilidades aqui mencionadas, há o artigo piloto, mas afinal, você sabe por que esse tipo de artigo pode ser requerido? Bom, antes de qualquer coisa, acreditamos que é preciso pensar na etimologia da palavra. Como o próprio nome indica, “piloto” nos redimensiona para algo pioneiro, inicial, prévio. Entretanto, antes de esmiuçarmos um pouco mais sobre cada uma dessas características, acreditamos que é necessário pensarmos um pouco mais sobre os termos atribuídos aos artigos que podem ser exigidos no contexto acadêmico. A primeira coisa que você precisa saber é que as pessoas com as quais conversa na academia podem ter diferentes percepções quanto a um processo de pesquisa. Vamos entender o porquê!

Os termos atribuídos a uma mesma coisa/processo

Em cada cidade e estado, um termo diferente pode ser atribuído a um dado processo de pesquisa. Há palavras que você ao menos conhece e que podem soar engraçadas pelo fato de você não ter uma ideia mínima sobre o que significa. Pensemos em um exemplo prático, a mexerica. Em alguns lugares ela é nominada dessa forma, porém, em outros, pode ser chamada de tangerina, bergamota, laranja-cravo, murcote etc. O mesmo ocorre na academia. Embora o processo seja o mesmo, a forma como ele é nominado e compreendido varia de espaço para espaço. Considerando o exemplo da mexerica, sabemos que a fruta é a mesma, mas os termos não. Cada cidade e estado irão entender essa fruta de um ponto de vista regional específico. Esse entendimento diverso é refletido nos múltiplos termos que um mesmo processo pode vir a receber. O mesmo ocorre com a mandioca (aipim também é possível).

Os múltiplos termos atribuídos aos processo de pesquisaOs múltiplos termos atribuídos aos processo de pesquisa

O mesmo processo relacionado à fruta acontece aqui. Embora o processo de pesquisa seja o mesmo, a forma de compreender e nominar não é a mesma. Cada professor e grupo de pesquisa atribui nomes diferentes a esses processos. Suponhamos que os professores de um núcleo entendam que antes de um pré-projeto é indicado que esses alunos entreguem uma prévia desses estudos que pretendem desenvolver. Essa prévia, para esse núcleo, pode ser um artigo científico. Assim sendo, em virtude das escolhas dos professores que integram o núcleo em questão, os alunos não apresentam o pré-projeto, mas sim esse artigo inicial. Isso pode ocorrer porque esse núcleo pode entender que os artigos científicos de um graduando não podem ser qualificados como tal em virtude do nível da discussão. Isso acontece porque os materiais, do ponto de vista desse núcleo, não atingem o rigor científico necessário a um artigo.

Os artigos nomeados como “papers

Considerando o exemplo acima, como forma de distinguir os níveis de produção naquele contexto, os professores podem exigir daqueles alunos papers ou artigos, sendo os papers mais simples. O que você precisa saber é que nomear ou não um artigo como paper depende de como o núcleo entende esses artigos e os distingue a partir dos níveis de pesquisa de seus alunos. Contudo, independentemente de sua instituição nomear esse artigo inicial de paper ou não, o que você deve saber é que existe um mesmo processo, contudo, a forma como ele será nomeado é que irá mudar, mas a sua essência e, por vezes, modo de execução, é a mesma. Cada grupo nomeia um processo de pesquisa de uma maneira específica àquele contexto. Com base em nossa experiência com os mais diversos tipos de grupos de pesquisa, bem como transitando entre as mais diferentes áreas, percebemos que essas diferenças são apenas linguísticas.

As diferenças linguísticas na academiaAs diferenças linguísticas na academia

Com esses exemplos, queremos chamar a sua atenção para o fato de que a maior parte das diferenças entre compreensões não estão ligadas intrinsecamente ao modo de se fazer um processo, mas sim aos aspectos linguísticos e terminológicos. Não são raros os casos de pessoas que, ao migrarem de um núcleo para outro, tenham em mente uma forma específica de se fazer um processo de pesquisa, porém, nem sempre esse é feito da mesma forma em todos os contextos. Há o caso, também, de conceitos que ganham diferentes óticas a depender do professor que lhe orienta. Também é preciso mencionar que os conceitos ganham significados diferentes a depender da área na qual está sendo manuseado. Por exemplo, a estatística e a bioestatística não são o mesmo processo, de modo que cada um deles é mais eficiente em um certo tipo de pesquisa e área.

As peculiaridades de áreas

Considerando as peculiaridades de áreas, podemos discutir um pouco mais sobre os conceitos e processos de pesquisa em contextos distintos. Podemos citar o estado da arte. Na academia, há todo um contexto que viabiliza o estado da arte, isto é, contribui com certos tipos de situações. O estado da arte visa suprir uma demanda, que é o fornecimento de dados sobre o conhecimento produzido nas universidades à população, o que é essencial em uma sociedade marcada pelo excesso de informação. É uma forma, também, do professor e da própria CAPES entenderem que aquele estudo é necessário para a sociedade (contributivo e relevante). É uma forma de entender que o assunto já foi pesquisado por outras pessoas, mas ainda há lacunas de pesquisa que devem ser supridas para que o conhecimento sobre o assunto seja suficiente. Além disso, demonstra-se que ele é inédito, bem como capaz de contribuir com a sociedade.

Os entendimentos sobre o estado da arte

Embora o estado da arte seja uma ferramenta bem conhecida na academia, não são todos que conhecem esse processo de pesquisa com o mesmo nome. Suponhamos que um aluno seja da área da Administração, com enfoque na área de investimentos, e que trabalhe em startups. Para essa pessoa, o estado da arte pode significar novos modelos de negócio que poderiam ser implantados em empresas desse tipo. O estado da arte existe para esse aluno, porém, ele aponta para um processo bem diferente daquele que estamos conceituando aqui. Nesse sentido, nós acreditamos que a fim de que possamos trabalhar com certos conceitos, é preciso fornecer uma visão muito abrangente para que saiba as múltiplas possibilidades de uso de um processo que recebe inúmeros termos. Dito isso, podemos compreender o contexto geral relacionado ao uso de artigos pilotos, pois as diferenças linguísticas afetam, também, esse processo de pesquisa.

Quais são as características gerais de um artigo piloto?Quais são as características gerais de um artigo piloto?

Via de regra, um artigo piloto nada mais é do que um material prévio que você terá que apresentar. Quando esse tipo de produção é solicitada, o professor quer verificar em qual etapa o seu material se encontra e o quão profunda está a sua pesquisa neste momento. Se você tem em mãos um artigo piloto, conseguirá demonstrar ao requerente os resultados prévios de sua pesquisa. É um material que também indica que você está se baseando em alguns autores, conceitos e teorias para desenvolver um material mais robusto, seja a sua dissertação ou tese, seja um artigo científico. Assim sendo, quando falamos sobre artigos piloto, recaímos nesses dois contextos mais usuais que são considerados pelos professores na academia. Podemos pensar em como esses artigos são desenvolvidos. A primeira possibilidade é partir de um artigo já desenvolvido para construir o seu próprio.

Os artigos que servem de base para outro estudo

A primeira possibilidade de elaboração de um artigo piloto é partir de um artigo já publicado para construir o seu próprio estudo. Suponhamos que você tenha em mãos um artigo no qual os autores investigaram os índices de pessoas que vieram a óbito por motivo de acidentes domésticos na cidade de São Paulo. Você pode usar esse artigo como base para construir um estudo com essa temática, porém, pode substituir a cidade de São Paulo pela realidade que pretende investigar (uma outra cidade, estado ou mesmo país). Nesse caso, você fará um mesmo estudo que, por sua vez, será replicado em outro contexto. Poderia considerar o estado de Minas Gerais. Esse é o primeiro caso relacionado ao requerimento de um artigo piloto, porém, há uma segunda situação na qual ele pode ser exigido. O seu professor pode pedir a você um artigo piloto de caráter mais pessoal (não estaria, então, replicando um estudo).

A prévia de seu artigo científico

O seu professor pode requerer a apresentação de uma prévia do artigo científico que está desenvolvendo. Esse tipo de artigo também pode ser designado de artigo piloto. Se o seu artigo não está apresentado, você apenas terá como apresentar ao seu professor uma prévia de seu artigo, isto é, o piloto. Temos, aqui, uma espécie de pré-projeto, porém, ele assume um outro formato, o de artigo. O professor, ao analisar o seu artigo nomeado, neste momento, de piloto, irá verificar o quão profundo está o seu estudo. Ele irá analisar se você já tem muito clara a sua pergunta de pesquisa e problema de pesquisa, os objetivos bem definidos, bem como uma metodologia coerente. Diante das duas possibilidades aqui mencionadas, é essencial que você saiba a qual contexto o seu professor está se referindo quando requer a elaboração de um artigo piloto.

As nomenclaturas e conceitos que geram conflitos na academiaAs nomenclaturas e conceitos que geram conflitos na academia

Embora aqui estejamos nos referindo aos artigos pilotos, na academia como um todo, os diversos processos de pesquisa recebem os mais distintos termos, sendo que esses variam de um núcleo para outro. Os sentidos mudam, inclusive, de professor para professor, de modo que em uma mesma instituição um certo processo de pesquisa pode ser compreendido de formas muito diferentes. Entretanto, o que nos interessa aqui é que você saiba que independentemente do nome atribuído pelo professor a um dado processo, na maior parte das vezes, as etapas de execução são as mesmas. Tome cuidado com atitudes desesperadas. Não comece a elaborar esse material sem que entenda o contexto de artigo piloto ao qual o seu professor está se referindo. É fundamental que o seu interesse resida muito mais em compreender como o processo deve ser feito do que com os termos.

Entenda o funcionamento de um processo de pesquisa

A maior parte de nossos alunos, ainda hoje, ficam muito mais preocupados em entender os termos escolhidos pelo núcleo de pesquisa do qual faz parte do que com a forma como os processos de pesquisa podem ser executados. Ao final, o que importará é a forma como o processo será desenvolvido e não o nome deste. Entenda, também, para o que serve esse método e como as suas fases fundamentais devem ser executadas da melhor forma. O nome é importante, mas não é decisivo no que toca ao sucesso da sua pesquisa. A partir disso, não apenas em relação ao artigo piloto, mas também a outros processos de pesquisa, notamos que pode assumir uma série de termos e significados. No caso do artigo piloto, percebemos que temos duas formas de execução muito distintas entre si, o que torna essencial saber a qual contexto o seu professor está se referindo.

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