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Ensino de Biologia: O Jogo Didático como Estratégia Metodológica

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CONTEÚDO

SOUSA, Caíque Rodrigues de Carvalho  [1], LACERDA, Marlúcia da Silva Bezerra  [2], LIMA, Teresinha Vilani Vasconcelos de  [3]

SOUSA, Caíque Rodrigues de Carvalho; et.al. Ensino de Biologia: O Jogo Didático como Estratégia Metodológica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 9. Ano 02, Vol. 06. pp 5-20, Dezembro de 2017. ISSN:2448-095

RESUMO

Os jogos didáticos vêm sendo cada vez mais utilizados como recurso de integração e importante proposta metodológica no ensino de Biologia. Esta pesquisa, desenvolvida em turmas de 1ª e 3ª séries do Ensino Médio, visou trabalhar o ensino de Biologia usando a metodologia alternativa da construção de um jogo didático na Biologia Molecular, como proposta de ensino, que superasse a abstração na aprendizagem de processos biológicos, difíceis de serem visualizados a olho nu, com otimização de tempo. O rendimento das turmas melhorou após a aplicação da proposta, que se mostrou um recurso estimulador e motivador para trabalhar com ensino de Biologia Molecular, pois, nesta pesquisa, gerou aprendizagem significativa dos conteúdos trabalhados e promoveu a construção de um conhecimento coletivo.

Palavras-Chave: Metodologia Alternativa, Aprendizagem Significativa, Biologia Molecular.

INTRODUÇÃO

O modelo educacional tradicional que perdurou durante décadas, continua a vigorar nos dias de hoje, já que se ostenta muita seletividade, através da Propedêutica, e destaca as capacidades cognitivas dos alunos consideradas mais relevantes à ascensão escolar e profissional (ZABALA, 1998). Neste modelo, os objetivos e os conteúdos são, prioritariamente, conceituais, sobrecarregando as disciplinas e camuflando cada vez mais o currículo oculto, de modo a tornar a aprendizagem receptiva, mecânica e de pura memorização (ZABALA, 1998).

“A alfabetização científica assume papel significativo no processo de ensino-aprendizagem” (PEDROSO, 2009, p. 3183). Neste processo, “primeiro produz-se o conhecimento, depois o percebe, para finalmente, confrontá-lo com os conhecimentos prévios” (GANDIN; GANDIN, 2001, p. 78). Dessa forma, um terceiro conceito será formado pelo discente, e o mesmo o utilizará como subsídio em situações questionadoras do seu cotidiano, sobre aquele assunto. Lembrando que, “O grau de envolvimento na aprendizagem depende tanto da prontidão e disposição do aluno, quanto do professor e contexto em sala de aula” (LIBÂNEO, 2013, p. 72). Só assim, conforme Ausubel (1968), um conceito, fruto da interação de algo novo com outro já existente, será formado.

“Espalha-se entre os professores de ciências, especialmente nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, uma crescente sensação de desassossego, de frustração, ao comprovar o limitado sucesso de esforços docentes” (POZO; GÓMEZ CRESPO, 2009, p. 14). No entanto, isso se deve à grande lacuna que existe entre ensino de Ciências, cotidiano e vida sociocultural dos estudantes, pois, a compreensão dos avanços científico-tecnológicos começa na formação escolar, cujos alunos possam se tornar cidadãos capazes de opinar a respeito da temática (BITTENCOURT; STRUCHINER, 2015). Porém,

Os cursos de formação de professores muitas vezes não conseguem atender a todas as demandas e as exigências educacionais, levando o futuro docente a procurar atividades extracurriculares que complementem a graduação, de forma a preparar e aperfeiçoar a prática docente, buscando novas metodologias e atividades diferenciadas (VALENTE; FRAZIN, 2013, p. 2).

Ademais, “Para despertar o interesse do aluno para a aprendizagem é necessário o uso de uma linguagem atraente, capaz de aproximá-lo o máximo possível da realidade, transformando os conteúdos em vivência” (FIALHO, 2008, p. 12298), e que a escola seja considerada “[…] o espaço em que se ressignifica e se recria […] garantindo o bem-estar no relacionamento entre todas as pessoas” (BRASIL, Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010, título V, art. 11, seção 1).

Diante disso,

Os jogos e brincadeiras são elementos muito valiosos no processo de apropriação do conhecimento, pois permitem o desenvolvimento de competências no âmbito da comunicação, das relações interpessoais, da liderança e do trabalho em equipe, utilizando a relação entre cooperação e competição em um contexto formativo (BRASIL, Orientações curriculares para o ensino médio, 2006, p. 28).

Neste contexto, os jogos didáticos vêm sendo utilizados como um recurso de integração e proposta metodológica no ensino de Biologia, já que são úteis “[…] como simulação simples que ajuda na memorização dos fatos e conceitos” (KRASILCHIK, 2004, p. 90).

O projeto é uma opção à proposição de jogos didáticos. Com ele, o aluno aprende no processo de produzir, de pesquisar e de criar relações que incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e (re)construção de conhecimento, ao mesmo tempo, que o currículo possa ser trabalhado de uma forma mais procedimental (PRADO, 2005).

A área da Biologia vem discutindo enfoques temáticos como Currículo, Formação de Professores, Conteúdos Metodológicos, Recursos Didáticos, entre outros, no qual professores poderiam se aprofundar, inteirando-se das produções e tendências atuais de seu campo de atuação (SOARES et al., 2007). Porém,

O ensino de Biologia ainda hoje se organiza de modo a privilegiar o estudo de conceitos, de métodos científicos e de hipóteses, de modo a necessitar de novos encaminhamentos metodológicos, já que é considerado descontextualizado e desmotivador pelo aluno (ZUANON et al., 2010, p. 50).

A Biologia Molecular é uma das áreas mais complexas da Biologia, pois se delimita em padrões moleculares baseados em aprofundamentos genético e bioquímico (ZAHA, 2012). Esses padrões definem as estruturas e as funções do material genético, bem como os seus produtos de expressão (proteínas), analisam a interação entre diversos sistemas celulares e entre os ácidos nucleicos e os erros que podem haver durante processos moleculares que envolvem a relação entre as células e suas organelas, sistema imunológico e outros (ZAHA, 2012).

Ao notar uma metodologia de ensino tradicional, aplicada pela maioria dos professores, numa escola pública de Teresina, Piauí, pensou-se em desenvolver uma proposta que visasse trabalhar a Biologia Molecular, de forma alternativa. A observação ocorreu durante o estágio supervisionado da disciplina de Prática Profissional II que consistia na elaboração e aplicação de um projeto de pesquisa/ensino/intervenção num cotidiano escolar. Diante da escassez de recursos didáticos e da falta de um laboratório de Biologia, foi proposto a substituição das aulas exclusivamente teórico-expositivas, com o uso apenas de quadro acrílico, pincel e apagador, por uma metodologia alternativa, através da construção de um jogo didático, que superasse a abstração na aprendizagem de processos moleculares, difíceis de serem visualizados a olho nu, e que ainda viesse a otimizar o tempo, dinamizar as aulas, promover a interação entre os escolares gerando discussão com entretenimento e motivação (SANTOS; ORTEGA, 2009). Esta proposta se enquadraria na escola campo onde as aulas eram frequentemente interrompidas, sejam por reuniões, datas comemorativas, faltas de professores e de alunos, entre outros.

Isto posto, buscou-se nesta pesquisa trabalhar o ensino de Biologia usando a metodologia alternativa da construção de um jogo didático que buscasse dar significado aos conhecimentos de Biologia Molecular englobando os processos de replicação e transcrição de DNA, processamento de RNA e mutações gênicas de adição, substituição e deleção em turmas de 1ª e 3ª séries do Ensino Médio numa escola pública de Teresina, Piauí. Desse modo, promover uma atividade de ensino que integrasse sujeitos que se confrontam, trabalhando os conhecimentos de formas diversas, com um tempo organizado em começo, meio e fim, necessários para que os resultados alcançados viessem a propiciar novas elaborações e novas sínteses, através de uma metodologia de construção coletiva.

MATERIAL E MÉTODOS

Campo de aplicação:

A escola campo desta pesquisa foi selecionada por estar no grupo de instituições que compõem as unidades de aplicação dos estágios do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI). É uma escola pública da rede estadual de ensino situada em bairro da zona sul de Teresina, Piauí. Conforme Projeto Político Pedagógico (2010), oferece ensino fundamental maior (6º ao 9º ano) e ensino médio (1ª e 3ª séries), ambos no turno diurno, e Educação de Jovens e Adultos (3ª e 4ª etapas) noturna. Esta pesquisa foi aplicada no 2º semestre do ano letivo de 2014.

Passos procedimentais:

Neste trabalho seguiram-se os seguintes passos procedimentais.

Primeiramente, observou-se o ambiente da escola como área física disposta, oferta de ensino, público acolhido, planejamento das atividades, metodologias adotadas pelos profissionais da educação e os materiais disponíveis e utilizados. Observação essa, obrigatória e atrelada ao estágio supervisionado da disciplina de Prática Profissional II.

Em seguida, conforme orientação da disciplina supracitada, foram selecionadas duas turmas de ensino médio (1ª e 3ª séries), onde se aplicaram questionários visando saber quais as dificuldades que os alunos tinham em conteúdos de Biologia já trabalhados. Os dados destes questionários foram usados para delimitação da proposta com tema voltado para a Biologia Molecular.

Após levantamento dos dados, os conhecimentos prévios dos alunos foram diagnosticados pela aplicação de outros questionários envolvendo definição e importância de processos biológicos. Com base no referencial teórico dos livros didáticos adotados nas turmas: “Biologia das células” na 1ª série (AMABIS; MARTHO, 2004a) e “Biologia das populações” na 3ª série (AMABIS; MARTHO, 2004b). Sendo que na 1ª série a temática de abordagem foi replicação e transcrição de DNA. E, na 3ª série, além destes dois processos, abordaram-se processamento de RNA e mutações gênicas de adição, substituição e deleção.

A partir daí, realizaram-se exposições dialogadas dos conteúdos selecionados e oficinas, uma em cada turma, com os discentes para a construção de uma proposta de ensino que simulasse os processos biológicos abordados na investigação diagnóstica.

Para concluir a pesquisa, esses processos foram simulados pelos alunos, em duplas, a fim de avaliar a aplicabilidade da proposta. Consecutivamente, os questionários, que serviram como avaliação diagnóstica, foram reaplicados a fim de reavaliar a construção do conhecimento.

Desenvolvimento da proposta de ensino:

A proposta consiste num jogo didático com peças feitas em papel cartão de diversas cores e em formatos geométricos que correspondem aos constituintes dos nucleotídeos dos ácidos nucleicos. Cada peça apresenta “braços” (extensões retangulares) laterais correspondentes às pentoses, unidos por clipes equivalentes aos grupos fosfatos, sendo que os centros destas peças representam as bases nitrogenadas:

-Adenina: círculo com invaginação triangular;

-Citosina: quadrado com protuberância retangular;

-Guanina: quadrado com invaginação retangular;

-Timina: círculo com protuberância triangular;

-Uracila: quadrado com protuberância triangular.

À caracterização dos íntrons, as peças têm formato de ondas, também, com “braços” laterais. Enfatiza-se que, as invaginações são complementares às suas protuberâncias e vice-versa, e que os “braços” de cada peça são úteis à ligação das bases, e também, dos íntrons.

Para facilitar a identificação das peças, com um pincel, as bases nitrogenadas são indicadas pela primeira letra maiúscula correspondente a cada base (A, C, G, T, U), e os íntrons com a palavra ÍNTRON. 

Dinâmica da proposta de ensino:

  • Replicação de DNA: Os alunos têm que pegar as peças que representam as bases nitrogenadas, aleatoriamente, e ligá-las, com o uso de clipes, umas às outras (lado a lado), por meio de seus “braços”, até formar uma longa fita. Na sequência, delimitar seu ponto de origem (da esquerda para a direita, por exemplo) e adicionar novas bases complementares a estas, partindo deste ponto, lembrando que, as invaginações são complementares às protuberâncias e vice-versa (invaginação triangular com protuberância triangular e invaginação retangular com protuberância retangular). O resultado será a formação de uma cadeia dupla de DNA que será aberta e com um novo ponto de origem delimitado, numa das fitas, novas bases serão adicionadas, até resultar em quatro fitas (duas novas e duas moldes);
  • Transcrição de DNA: Uma das cadeias de DNA sintetizadas será aberta e uma fita molde estabelecida com ponto de origem delimitado para a adição de novas bases. Dessa vez, as timinas serão substituídas por uracilas até que se forme um heteroduplex (fita DNA-RNA). Ao final, a fita de RNA se desprenderá da cadeia de DNA, que se fechará;
  • Processamento de RNA: A partir da fita de pré-RNA, recém-formada, os alunos terão que alternar suas peças com íntrons e, em seguida, retirá-los da fita;
  • Mutações gênicas de adição, substituição e deleção: À fita de RNA, será adicionada, substituída e/ou subtraída uma base nitrogenada.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na unidade escolar, selecionada nesta pesquisa, percebeu-se uma realidade que coincidia com práticas pedagógicas tradicionais, com predomínio de aulas expositivas com uso estrito do livro didático, da lousa acrílica, do pincel e apagador e uso esporádico de data show.

Ao realizar avaliação diagnóstica com duas turmas de ensino médio, foram detectadas dificuldades de aprendizagem nos conteúdos “O controle gênico das atividades celulares” (1ª série) e “Conhecimento genético e suas aplicações” (3ª série). Os alunos ao responderem ao questionário diagnóstico afirmaram (75%) não conseguir compreendê-los concretamente, além de considerarem estes conteúdos difíceis e sem utilidade em suas vidas.

No sentido de promover uma atividade conjunta e construtiva, há necessidade de uma ordenação em que ideias sejam confrontadas, a fim de se chegar a um consenso, para que os seus resultados possam ser proveitosos à incrementação, alteração e/ou reforços, no que concerne aos subsídios de saberes profissionais e se integrem à realidade. Na prática docente, não pode ser diferente, já que se evidencia professores desestimulados e desmotivados, com aulas que se resumem a práticas conteudistas e monótonas, com escassez de recursos didáticos.

Contudo, “O processo ensino-aprendizagem é bilateral, dinâmico e coletivo, portanto é necessário que se estabeleçam parcerias entre o professor e os alunos e dos alunos entre si.” (BRASIL, Orientações curriculares para o ensino médio, 2006, p. 26). Além disso, o professor deve ter uma boa relação com o saber a ser ensinado, pois para se realizar um bom ensino é necessário um bom domínio do objeto (LIMA, 2009).

Ao tratar dos conteúdos selecionados para esta proposta, fizeram-se exposições dialógicas, com uso de data show e lousa acrílica, seguidas de oficinas para elaboração e construção do jogo didático proposto. Foi possível, de modo a tornar para os estudantes a abstração um pouco mais próxima da realidade.

A fim de se avaliar a atividade, os alunos, em duplas, demonstraram os processos biológicos solicitados e foram submetidos a uma reaplicação dos mesmos questionários que serviram como diagnóstico prévio, estratégia essa, que permitiu comprovar o que foi aprendido e o que precisaria ser melhorado.

A estratégia didática do jogo gerou conhecimento, atitudes e habilidades em relação à temática Biologia Molecular, porque as duplas de alunos tinham que ser autônomas e dinâmicas nas simulações. Também construiu um pensar sobre a atividade docente, isto, porque os desafios cotidianos da sala de aula enfrentados de forma reflexiva, consciente, sistematizada, científica e participativa, exigem do professor de posição diante da realidade, construindo assim, um instrumento teórico-metodológico capaz de superar o contexto existente, do novo pela razão, emoção e ação (VASCONCELLOS, 2010).

O jogo didático forma de ensino em Biologia na escola pesquisada ainda é pouco trabalhado, devido requerer do corpo docente tempo e dedicação que o cotidiano escolar observado não permite. Mas, a atividade teve êxito nas séries do ensino médio trabalhadas, pois os alunos compreenderam com a ludicidade do jogo aplicado um conteúdo extremamente abstrato.

Apesar da proposta de ensino ter sido aplicada apenas uma vez, seus resultados demonstraram um rendimento positivo, com média de 57,26%, correspondendo a 61,25% na 1ª série e 53,27% na 3ª série, de modo que aplicações futuras possam elevar cada vez mais esse rendimento, afim de que se chegue a 100%.

Desempenho e rendimento dos alunos da 1ª série

Nessa turma, o jogo didático contemplou os processos de replicação e transcrição de DNA. A aplicação de um questionário diagnóstico se deu na presença de 15 alunos, no qual foi possibilitado a estes escrever a respeito da temática (Tabela 1).

Tabela 1 – Distribuição percentual por respostas dos alunos da 1ª série na aplicação de questionário para a investigação de conhecimentos prévios em escola pública de Teresina, Piauí. Próprios autores, 2016.

Tópico Percentual Resposta
Replicação de DNA e importância 26,8% Trata-se de um processo de duplicação de uma molécula de DNA de dupla cadeia.
6,6% Ocorre a produção de células.
40% É um meio que serve para investigação de parentesco entre pessoas e para identificação própria.
13,3% É útil nas comparações de tipagens sanguíneas.
13,3% Não responderam.
Transcrição de DNA e importância 26,6% Refere-se à formação do RNA-mensageiro a partir de uma cadeia/molécula molde de DNA.
6,8% É a criação artificial do DNA.
6,6% É uma reprodução sanguínea.
13,4% São úteis em compatibilidades sanguíneas.
46,6% Não responderam.

 

A aplicação do jogo didático deu-se pelas simulações dos processos de replicação e transcrição de DNA, com participação de 27 alunos em duplas organizadas com critério livre adotado pelos próprios educandos, cujas coordenadas tinham que ser compatíveis com a dinâmica da proposta de ensino.

Nessa atividade, 57,0% dos participantes tiveram resultados satisfatórios. Destes, 7,0% apresentaram um desempenho ótimo, por ter realizado os processos solicitados com o máximo de precisão, 18,0% trocaram alguma base ou fizeram algum pareamento incorreto, por isso foram considerados bons na atividade e 32,0% trocaram alguma base nitrogenada e ainda se equivocaram em algum pareamento, sendo assim, regulares. Porém, 43,0% obtiveram conceitos insatisfatórios, pois 25,0% apenas parearam as bases e foram considerados ruins e 18,0%, não souberam nem ao menos proceder nos processos solicitados, cabendo a estes um desempenho péssimo (Gráfico 1).

Gráfico 1 - Distribuição percentual por desempenho dos alunos da 1ª série na aplicação do jogo de Biologia Molecular em escola pública de Teresina, Piauí. Fonte: Próprios autores, 2016.
Gráfico 1 – Distribuição percentual por desempenho dos alunos da 1ª série na aplicação do jogo de Biologia Molecular em escola pública de Teresina, Piauí. Fonte: Próprios autores, 2016.

Após as simulações dos processos biológicos citados, o questionário diagnóstico foi reaplicado a 18 alunos, com a finalidade de reavaliar o processo de aprendizagem dos conteúdos com os seguintes resultados:

  • Replicação de DNA e importância: 67,0% acertaram nas suas respostas – com 40,2% mais acertos do que os 26,8% do questionário prévio – e citaram esse processo nas comparações e identificações de espécies. 33,0% dos pesquisados não responderam corretamente (Gráfico 2);
  • Transcrição de DNA e importância: Observou-se melhora no rendimento, pois mais da metade dos alunos (55,5%), responderam corretamente, além de reparar a ideia de que a transcrição origina não só o RNA mensageiro, a partir de uma fita de DNA – conforme afirmaram 26,6% dos que responderam o questionário prévio – mas também os demais ácidos ribonucleicos. Responderam de forma incorreta 44,5% dos alunos (Gráfico 2).

Dessa forma, os tópicos acima citados tiveram rendimentos positivos porque o percentual dos que responderam corretamente ascendeu, sendo a replicação de DNA de 26,8% para 67,0%, e a transcrição de DNA de 26,6% para 55,5%.

Gráfico 2 - Distribuição percentual por rendimento dos alunos da 1ª série no questionário avaliativo de Biologia Molecular em escola pública de Teresina, Piauí. Fonte: Próprios autores, 2016.
Gráfico 2 – Distribuição percentual por rendimento dos alunos da 1ª série no questionário avaliativo de Biologia Molecular em escola pública de Teresina, Piauí. Fonte: Próprios autores, 2016.

Desempenho e rendimento dos alunos da 3ª série

O jogo didático contemplou, nessa turma, além da replicação e transcrição de DNA, o processamento de RNA e as mutações gênicas de adição, substituição e deleção. Ao proceder com as etapas, semelhantes às da 1ª série, inicialmente, aplicou-se um questionário que pode verificar os conhecimentos prévios dos educandos, com 12 alunos presentes, a respeito da temática a ser trabalhada (Tabela 2).

Tabela 2 – Distribuição percentual por respostas dos alunos da 3ª série na aplicação de questionário para a investigação de conhecimentos prévios em escola pública de Teresina, Piauí. Próprios autores, 2016.

Tópico Percentual Resposta
Replicação de DNA e importância 58,4% Trata-se de um processo de formação de uma fita de DNA a partir de uma já existente e é útil nos processos de clonagem.
8,3% Refere-se apenas à formação das bases nitrogenadas.
33,3% Não responderam.
Transcrição de DNA e importância 16,6% Compreende as mudanças nas estruturas do DNA.
8,4% É associado à transferência genética de um indivíduo para o outro.
75% Não responderam.
Processamento de RNA e importância 16,7% É relacionado às análises feitas no RNA para caracterizar um indivíduo.
8,5% É o processo que leva o RNA a um determinado fim.
8,8% Trata-se de um determinado passo a passo do DNA.
66% Não responderam.
Mutações gênicas de adição, substituição e deleção e interferências 50% Tratam-se de anomalias nos genes e, consequentemente, na genética de um indivíduo, influenciando suas características.
8,4% Alterações genéticas que influenciam no hábitat humano.
41,6% Não responderam.

 

Na sequência, com 15 alunos presentes, houve a aplicação do jogo, na qual, duplas de escolares demonstraram os processos biológicos solicitados. Nessa atividade, teriam que simular o processamento de RNA e mutações gênicas de adição, substituição e deleção, além dos processos de replicação e transcrição de DNA (também realizados na 1ª série), conforme coordenadas da dinâmica da proposta de ensino.

O desempenho dos discentes nesses processos mostrou-se satisfatório com 67% apresentando índices de desempenho regular, bom e ótimo e ficando os índices ruim e péssimo com apenas 33% (Gráfico 3).

Gráfico 3 - Distribuição percentual por desempenho dos alunos da 3ª série na aplicação do jogo de Biologia Molecular em escola pública de Teresina, Piauí. Fonte: Próprios autores, 2016.
Gráfico 3 – Distribuição percentual por desempenho dos alunos da 3ª série na aplicação do jogo de Biologia Molecular em escola pública de Teresina, Piauí. Fonte: Próprios autores, 2016.

Como forma de registrar os conhecimentos adquiridos, o questionário para investigação de conhecimento prévio foi reaplicado (assim como na 1ª série) a 15 estudantes presentes, e notou-se que os processos biológicos trabalhados tiveram rendimentos satisfatórios (Gráfico 4).

Gráfico 4 - Distribuição percentual por rendimento dos alunos da 3ª série no questionário avaliativo de Biologia Molecular em escola pública de Teresina, Piauí. Fonte: Próprios autores, 2016.
Gráfico 4 – Distribuição percentual por rendimento dos alunos da 3ª série no questionário avaliativo de Biologia Molecular em escola pública de Teresina, Piauí. Fonte: Próprios autores, 2016.

Fazendo referência à replicação de DNA e importância, este tópico obteve maior rendimento, pois 86,6% responderam corretamente: “Replicação é a formação de uma nova fita de DNA a partir de uma fita molde e serve para a clonagem, por exemplo”, elevando assim, o percentual do questionário prévio, que era de apenas 58,4%. Enquanto isso, os demais (13,4%), responderam que “Replicação é o processo que liga DNA com RNA”, estando sua resposta, dessa forma, não satisfatória.

Ao contemplar transcrição de DNA e importância, a taxa de 16,6% dos que responderam corretamente foi elevada para 53,3% ao repontarem que “Transcrição é a produção do RNA a partir de uma fita de DNA e serve para formar o ácido que sintetizará proteínas”. Concomitantemente, 46,7% responderam incorretamente: “A transcrição é responsável por ligar as estruturas do DNA, renovação do gene, desenvolvimento do DNA com separação de íntrons e transferência do DNA de uma pessoa para outra”. Apesar deste tópico não ter tido uma ascensão tanto quanto à replicação de DNA, o percentual dos que não responderam caiu de 75% para 0%, o que confirma o excelente rendimento.

Entretanto, o processamento de RNA e importância teve pouca ascensão, de 8,5% para 26,6%, dos que responderam corretamente: “O processamento de RNA é a retirada das partes desnecessárias (íntrons) e união dos éxons”. Porém, o rendimento deste item foi positivo porque, mesmo com 66,6% que responderam incorretamente: “O processamento de RNA forma duplas de bases nitrogenadas, e mostra como o RNA é formado”, o percentual dos que responderam corretamente ascendeu e dos que não haviam respondido teve uma redução positiva de 66% para 6,8%.

O tópico mutações gênicas de adição, substituição e deleção e interferências surpreendeu no questionário prévio, pois 50% sabiam do que se tratava. No entanto, esse percentual caiu um pouco para 46,6%, que responderam corretamente: “As mutações gênicas de adição, substituição e deleção são alterações nas fitas de RNA, no qual as bases podem ser adicionadas, substituídas e/ou deletadas”. No entanto, continuou com rendimento satisfatório já que o percentual dos que responderam incorretamente foi inferior, 40%: “As mutações gênicas são genes que interferem no desenvolvimento e variação da quantidade de proteínas, e diferenciam DNA de RNA e suas ligações”. Além disso, a taxa dos que não haviam respondido reduziu de 41,6% para 13,4%.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O jogo didático mostrou-se um recurso estimulador e motivador para trabalhar com os discentes, pois resultou em uma aprendizagem significativa de conteúdos complexos da Biologia Molecular em turmas de 1ª e 3ª séries do ensino médio em escola pública de Teresina, Piauí. Este modo de se trabalhar os conteúdos incentivou a professora titular a incrementar mais e inovar as suas práticas pedagógicas e promoveu a construção de um conhecimento coletivo, passando a fazer parte da realidade escolar.

Dessa forma,

Ensinar é, por excelência, uma atividade que envolve elementos teóricos e metodológicos, e entendê-la como uma atividade indeterminada e influenciada por múltiplos fatores é essencial. O ato de ensinar, ao se fazer e se desenvolver, não segue uma linearidade, uma “receita pronta” ou forma previamente estabelecida e, isso não é novidade aos docentes (PANDINI et al., 2007, p. 17).

A profissão de magistério devido desencantar pela remuneração e pela labuta que a acomete, o docente acaba escolhendo esta, como uma atividade secundária ou como a opção remanescente para o trabalho e garantia do sustento. Entretanto, a prática docente é essencial à condução da criação de um conhecimento específico e ligação com a prática, a fim de o homem agir sobre este e o transformá-lo (ROSA; WEIGERT; SOUZA, 2012).

Nesse contexto, se acentua a necessidade de investimento da educação neste novo cenário com o intuito de enfrentar os desafios e o avanço acelerado da ciência e da tecnologia, da mundialização, da economia, da transformação dos processos de produção, do consumismo, do relativismo moral (OLIVEIRA et al., 2006, p. 10).

Percebeu-se nesta pesquisa que a docência pode não ser tão amarga como se pensa/vive, pois, quando se tem um espírito ascendente e inovador, as atividades se tornam realizáveis. E, o jogo didático ressaltou que os futuros docentes devem ser formados com sua grade curricular tendo disciplinas que englobem as diferentes metodologias de ensino-aprendizagem (didática, pesquisa, experimentos, etc.) e que a construção do conhecimento é essencial para a dinâmica da sociedade e da vida.

REFERÊNCIAS

AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. O controle gênico das atividades celulares. In: ______; ______. Biologia das células. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004. p. 244-253.

______; ______. Conhecimento Genético e suas aplicações. In: ______; ______. Biologia das populações. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004. p. 132-182.

AUSUBEL, D. P. Educational Psychology: Cognitive View. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1968.

BITTENCOURT, L. P.; STRUCHINER, M. A articulação da temática de doação de sangue e o ensino de biologia no ensino médio: uma pesquisa baseada em design. Ciência & Educação, Bauru, v. 21, n. 1, p. 159-176, 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132015000100011&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 17 fev. 2016.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara da Educação Básica. Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília, DF, p. 824, 14 jul. 2010. Título V. Art. 11. Seção 1.

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[1] Licenciatura em Ciências Biológicas – IFPI.

[2] Doutorado em andamento em Ciência Animal – UFPI.

[3] Especialização em Supervisão Escolar – UFPI.

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