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A inserção do bacharel em arquitetura e urbanismo na docência no ensino superior brasileiro

RC: 58380
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

RIGATTI, Pedro Funari [1], BRAGHIROLLI, Felipe Luiz [2]

RIGATTI, Pedro Funari. BRAGHIROLLI, Felipe Luiz. A inserção do bacharel em arquitetura e urbanismo na docência no ensino superior brasileiro. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 08, Vol. 09, pp. 97-103. Agosto de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/arquitetura/insercao-do-bacharel

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo avaliar o plano de carreira necessário para um docente de arquitetura e urbanismo. O estudo visa discutir o princípio do ensino superior brasileiro, bem como o relato da escolha profissional e da formação pedagógica. A pesquisa também aborda o planejamento docente e o perfil dos atuais arquitetos atuantes na docência do ensino superior, por meio de pesquisa básica exploratória bibliográfica baseada em literatura especializada, pertinentes ao tema para assimilar os questionamentos, apontando os tópicos primordiais para preparar um docente de arquitetura. Verifica-se, por fim, que a inserção do bacharel em arquitetura e urbanismo é uma carreira que exige formações necessárias para que o atuante da profissão se habilite a ser também um formador de outros profissionais de excelência na mesma área.

Palavras-chave: Arquitetura, urbanismo, docência, carreira.

1. INTRODUÇÃO

A docência de arquitetura e urbanismo é uma carreira profissional que ainda carece de informações sobre o assunto, não apenas devido ao escasso pesquisas nesta área, mas também porque ainda há profissionais que inspiram-se nos modelos pedagógicos de planos de aula, metodologias de seus mestres, porém, a educação está em constante inovação, e neste atual momento, passando por uma revolução, devido à pandemia da COVID-19.

É indispensável relatar sobre a inserção do arquiteto e urbanista no âmbito de sua dedicação à vida acadêmica e vivência da profissão. Para Alcântara, Lima e Sales (2016), é considerável para a sociedade que aspira este ramo tenha acesso ao conhecimento desta área, pois não é um assunto tão debatido- um dos motivos que os egressos não elegem este ramo profissional.

Ainda na visão destes autores, não existe uma grade curricular com disciplinas pedagógicas no curso de arquitetura e urbanismo que direcionem para esta área. O objetivo geral desta pesquisa é avaliar a carreira docente do arquiteto e urbanista. Como objetivos específicos, pretende-se estudar a evolução do ensino, assim como conhecer a formação pedagógica e o planejamento.

Este artigo está subdividido em cinco capítulos, em que no primeiro será abordado sobre a evolução histórica da educação brasileira; no segundo tópico, sobre a formação necessária para ser um docente; no terceiro item, será debatido sobre a escolha da carreira docente; no quarto tópico, o planejamento necessário para que suas aulas e atividades ocorram com organização e eficiência; e, finalmente, no quinto ponto, relatar-se-á o perfil atual dos arquitetos-docentes e suas características. Ao longo do estudo, apresenta-se autores escolhidos para fundamentar o estudo em pesquisas bibliográficas seguras e especializadas, como livros, artigos científicos e revistas da área da educação, encerrando com as considerações finais.

2. A INSERÇÃO DO ARQUITETO E URBANISTA NA DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO

É essencial que os profissionais atuantes na área da educação conheçam a história por trás de sua carreira para compreender o modelo educacional atual e processo de adoção de metodologias.

2.1 A ORIGEM DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL

Foi com a chegada dos Jesuítas no Brasil, em 1549, que o ensino começou a ser expandido. Inicialmente, tinham a missão de catequizar os índios, porém, no decorrer dos anos, começaram a ensinar leitura, escrita e doutrina cristã, conforme comenta Jungblut (2017). Logo, começaram a dedicar-se à educação da “elite colonial”; ou seja, a padres e senhores do engenho, que buscavam destaque, status, etc.

Para Machado (2002), a segunda fase do ensino provindo dos Jesuítas iniciou com a criação do ratio studiorum, que durou entre os anos de 1570 e 1759, com a criação de um método pedagógico, em que, inicialmente, era lecionado língua portuguesa e, de modo opcional, o ensino musical, “partindo dessa ramificação, poderia acompanhar o ensino profissional e agrícola ou, pelas aulas de gramática seguidas à Europa, é claro, para a elite”.

Aproximadamente três séculos após sua descoberta, surge o ensino superior brasileiro que, na visão de Jungblut (2017), ocorreu devido a chegada da família Real portuguesa no Brasil e para educar os jovens que não dispuseram da oportunidade de estudar na Europa posteriormente ao bloqueio continental de Napoleão sobre a Europa.

A primeira instituição de ensino superior fundada no Brasil foi a Universidade do Rio de Janeiro, em 1920, mediante Decreto nº 14.343 realizado pelo Presidente Epitácio Pessoa, ainda conforme Jungblut (2017). A partir de então, novas mudanças marcaram a evolução educacional, como, por exemplo, a criação do Ministério da Educação, necessidade de formação pedagógica, novas metodologias de ensino e pesquisas para que houvesse aproximação do conteúdo que era lecionado com a prática do cotidiano.

Com essa progressão após a Reforma Universitária de 1968, ações como vestibulares, matrículas por disciplinas isoladas, magistério e pós-graduação foram implantadas nas IES.

Em relação à arquitetura, segundo Nones e Souza (2018), a composição do corpo docente desde o período colonial até o império eram por “engenheiros estrangeiros diplomados ou formados nas antigas aulas de fortificação existentes no Brasil, quanto os formados pelo conhecimento prático da profissão, sem qualquer formação acadêmica”.

A partir da observação da evolução educacional, compreende-se que as formações pedagógicas também progrediram e são necessárias para influência positiva com o fim de desempenhar com qualidade sua função de formador.

2.2 FORMAÇÃO PEDAGÓGICA

A formação docente é uma etapa notória desde 1990, desenvolvida em pesquisas acadêmicas e que possui constante ressignificação.

Anteriormente, na década de 1980, a formação mínima exigida para atuação no ensino superior era o bacharelado, porém, atualmente, de acordo com legislação nacional, a Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, no Art.66 explana que “a preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado” (BRASIL, 1996).

Para Gois (2017), a formação continuada é fundamental aos arquitetos-docentes, além de ser um desafiante e complexa, há falta de disciplina de pedagogia, teorias da educação e didática na grade curricular do curso, que disponha a orientações e referências para um docente universitário.

Alcântara, Lima e Sales (2016) complementam que os cursos de arquitetura e urbanismo estão voltados a preencher uma suposta demanda do mercado de trabalho, exigindo do arquiteto uma formação técnica especializada, distanciando esses alunos da docência.

Deve-se pontuar que a falta de formação específica e sistemática na área da educação por parte do próprio docente faz com que o ensino perca a qualidade, não garantindo uma práxis educativa, deixando de atender melhor o aluno. É importante comentar que durante a formação obtida no ensino superior, em muitos casos, serve de inspiração para a escolha da docência, através de seus mestres.

2.3 ESCOLHA DA CARREIRA DOCENTE

Existem diversos fatores que direcionam o arquiteto para a carreira docente, como, por exemplo, a garantia de um salário fixo – embora seja “questionável e insatisfatório” muitas vezes fazendo com que desempenhe atividades concomitantes para aumentar a renda e satisfação pessoal, que reforça o crescimento intelectual do profissional.

Segundo Imbernón (2001), vocação, reconhecimento profissional e o clima escolar também contribuem para a preferência a esta carreira permeada de desafios.

Outra inspiração que pode contribuir para a escolha da carreira acadêmica deriva dos formadores que o profissional conteve contato durante os anos de estudo, seja pela capacidade intelectual ou pela relação humanizada, positiva e motivadora.

3. PLANEJAMENTO E PERFIL PROFISSIONAL CONTEMPORÂNEO

Para que a metodologia seja aplicada de maneira organizada, com menores chances de erros e equívocos, para alcançar os objetivos estabelecidos com eficiência, é imprescindível planejamento, cujo qual é uma característica dos profissionais contemporâneos.

3.1 O PLANEJAMENTO DOCENTE

Ao assumir uma ou mais disciplinas, o docente deverá seguir uma série de exigências da instituição, como o planejamento, para garantir o rendimento e aprendizagem nas aulas.

Para Oliveira (2011), planejar-se organiza melhor o tempo, desgasta menos e auxilia o profissional a traçar um caminho linear para obter resultados com qualidade e eficiência.

Portanto, para um bom planejamento, o professor deverá elaborar alguns instrumentos norteadores, como plano de ensino, plano de unidade e plano de aula, cada um com suas informações, descrições e atributos próprios, como objetivos gerais, específico, conteúdo, estratégias de ensino, utilização de recursos tecnológicos, bibliografia e avaliação, conforme afirma Pacheco e Farinha (2017).

Ao iniciar a carreira acadêmica, o educador, deverá fazer uma breve análise dos alunos para identificar, segundo Gil (2012), “as diferenças individuais, motivação, concentração, reação, realimentação, memorização, retenção, realimentação, memorização e transferência” de cada um e elaborar seus próximos instrumentos de planejamento com personalidade, qualidade, eficácia para obtenção de êxito.

Aponta-se que o perfil contemporâneo dos arquitetos-docentes realiza planejamento, por vezes empírico ou com modelos disponibilizados pelas instituições onde atuam.

3.2 O PERFIL ATUAL DOS DOCENTES DE ARQUITETURA E URBANISMO

Atualmente, as instituições de ensino exigem do docente nova didática, dinamismo e plena atuação no mercado de trabalho, em escritório ou construtoras no caso de arquitetos, para que possa compartilhar os conhecimentos adquiridos na prática, desempenhando uma ação formativa válida e com resultados positivos.

Outra necessidade é aliar harmonicamente a teoria versus prática, assim como “é preciso ter boa formação, conhecimento técnico e da profissão, liderança, saber mediar conflitos, paixão pelo ensino e atualizar-se continuamente.” (PACHECO e FARINHA, 2017, p.129).

Portanto, o perfil docente contemporâneo pode ser identificado como um profissional multidisciplinar, que apresenta bom relacionamento interpessoal, responsabilidade pedagógica, conhecimento do regime interno da IES que trabalha e exercer com excelência seu papel de formador, contribuindo processo de ensino-aprendizagem.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O artigo teve como objetivo avaliar o plano de carreira do arquiteto-docente. Por intermédio da elaboração deste estudo, foi possível identificar pontos significativos para subsidiar informações relacionadas à competência dos profissionais à sociedade.

Com a devida preparação docente, que inicia a partir do estudo da evolução histórica, permeando por formação pedagógica e planejamento, conclui-se que é uma profissão repleta de desafios e emoções, porém, muitos profissionais ainda não possuem uma  formação qualificada na área pedagógica, necessitando no mínimo de uma especialização para que desenvolvam didática, principalmente para aplicar as atividades práticas;  afinal, o arquiteto-docente é um profissional multidisciplinar e não deve prender-se apenas aos conteúdos científicos da disciplina.

Desta forma, para incentivar o aumento de docentes na área da arquitetura, sugere-se a contratação de jovens profissionais, com conhecimentos na área pedagógica, ávidos ao conhecimento, com novas táticas de ensino,  novas propostas de metodologias ativas, humanização no momento de relacionar-se com o aluno e abertos a novas experiências, mas claro, oferecendo uma remuneração adequada, que sirva de motivação para o profissional desempenhar com amor e dedicação.

Por fim, é possível concluir que a inserção do arquiteto e urbanista na função de docente exige diversas competências, porém, se incentivá-los a buscar ou apresentar-lhes disciplinas pedagógicas na grade curricular, poderemos ter uma grande mudança neste paradigma, construindo uma forte identidade profissional.

REFERÊNCIAS

ALCÂNTARA, Cláudia Sales; LIMA, Maria Socorro Lucena; SALES, José Albio Moreira. O arquiteto-professor: a opção pela docência dos arquitetos urbanistas do estado Ceará. Revista do Centro de Educação Ufsm, Santa Maria, v. 41, p.95-106, abr. 2016. Contínua. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/15165/pdf>. Acesso em: 15 mar. 2020.

BRASIL. Lei nº 9.394/96, de 20 de dez. de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Brasília, DF, dez 1996.

GIL, A.C. Metodologia do ensino superior. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

GOIS, Pamela Karina de Melo. Formação para a docência no ensino superior: realidade e desafios. In: XIII CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – EDUCERE, 13., 2017, Curitiba. IV Seminário Internacional de Representações Sociais, Subjetividade e Educação – SIRSSE. Curitiba: Educere, 2017. p. 2037 – 2043. Disponível em: <https://educe- re.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/23418_11749.pdf>. Acesso em: 16 mar. 2020.

IMBERNÓN, F. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. São Paulo: Cortez, 2001.

JUNGBLUT, Cesar Augusto. História e organização do ensino superior no Brasil. Indaial: Uniasselvi, 2017. 116 p.

MACHADO, A. História da educação. 3. Ed. Florianópolis: UDESC, 2002.

NONES, Carla; SOUZA, Tiago Bezerra de. Um panorama dos cursos superiores de arquitetura e urbanismo no Ceará: um indicativo da necessidade de inserção da docência qualificada. 2018. 8 v. TCC (Graduação) – Curso de Arquitetura e Urbanismo, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Centro Universitário 7 de Setembro, Fortaleza, 2018. Disponível em: <https://periodicos.uni7.edu.br/index.php/iniciacao-cientifica/issue/view/35>. Acesso em: 16 mar. 2020.

OLIVEIRA, M. C. “Plano de aula: ferramenta pedagógica da prática docente”. In: Pergaminho. Patos de Minas: UNIPAM, (2): 121-129, nov. 2011.

PACHECO, Jakelline Neves Vieira; FARINHA, Allyne Chaveiro. O perfil docente em arquitetura e urbanismo: as influências de Edgar Graeff. Revista de Magistro de Filosofia, Anápolis, v. 21, p.115-140, jun. 2017. Semestral. Disponível em: <http://catolicadeanapolis.edu.br/revistamagistro/wp-content/uploads/2017/04/o-perfil-do-docente-em-arquitetura-e-urbanismo.pdf>. Acesso em: 16 mar. 2020.

[1] Especialista em Docência no Ensino Superior (2020); Especialista em Educação à Distância: Gestão e Tutoria (2020); Especialista em Gestão e Educação Ambiental (2020) pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci – Uniasselvi; Especialista em Projetos de Interiores (2019) pelo Centro Universitário de Maringá – Unicesumar; Graduado em Arquitetura e Urbanismo (2018) pelo Centro Universitário Avantis – UniAvan.

[2] Orientador. Mestre em Engenharia Ambiental (2011) pela Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB; Especialista em Gestão e Educação Ambiental (2008) pelo Instituto de Pós Graduação e Extensão – IPGEX Biólogo (2008) pela Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB; Pós graduando em Gerenciamento de Projetos (2008) pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial/SC – SENAC; Biólogo (2008) pela Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB.

Enviado: Junho, 2020.

Aprovado: Agosto, 2020.

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Pedro Funari Rigatti

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