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O papel do coordenador pedagógico frente à indisciplina escolar

RC: 133057
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/papel-do-coordenador

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

JESUS, Fernanda Bordini Manenti de [1]

JESUS, Fernanda Bordini Manenti de. O papel do coordenador pedagógico frente à indisciplina escolar. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 11, Vol. 12, pp. 27-37. Novembro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/papel-do-coordenador, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/papel-do-coordenador

RESUMO

Tendo em vista que o problema da indisciplina em sala de aula é um fenômeno que vem se exacerbando nas escolas, o coordenador pedagógico tem um papel fundamental neste processo de auxílio aos docentes. Ele deve estar atento às situações de indisciplina e orientar os professores sobre as melhores formas de lidar com elas. Além disso, o coordenador também pode desenvolver projetos educacionais voltados para a prevenção da indisciplina, oferecendo apoio aos docentes sobre este problema. Para tanto, indaga-se: quais estratégias o coordenador pedagógico pode utilizar para auxiliar os docentes quanto à indisciplina? Portanto, tem-se como objetivo relatar o papel do coordenador pedagógico frente à indisciplina. O processo metodológico adotado para este estudo, foi a pesquisa bibliográfica, pesquisa em artigos e livros de autores que tratam dessa temática. Como resultado, constata-se que o coordenador pedagógico é o elo de ligação entre docentes e estudantes para auxiliar e minimizar os conflitos gerados pela indisciplina em sala de aula. Sua função é garantir que as atividades sejam desenvolvidas de acordo com o planejamento, bem como zelar pelo clima organizacional favorável à aprendizagem. Dessa forma, ele é fundamental para garantir a qualidade do ensino e a disciplina na escola e na sala de aula.

Palavras-chave: Indisciplina escolar, Coordenador Pedagógico,  Professor, Aluno.

1. INTRODUÇÃO

A indisciplina tem sido vivenciada atualmente nas escolas e acaba por ser  uma fonte de esgotamento nas relações interpessoais entre docentes e estudantes, sendo necessário, cada vez mais, o envolvimento de todos os profissionais da educação na busca de soluções. O coordenador pedagógico tem um papel fundamental nesse processo, pois é ele quem tem a visão global da escola e pode articular ações junto aos professores para solucionar esse problema.

Perante o exposto, procura-se responder: como o coordenador pedagógico pode auxiliar os docentes no combate à indisciplina no âmbito da sala de aula?  Objetiva-se com o presente estudo relatar o papel do coordenador pedagógico frente à indisciplina dos estudantes, sendo norteado pela indagação: quais estratégias o coordenador pedagógico pode utilizar para auxiliar os docentes quanto à indisciplina?

Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica a fim de constatar sobre o papel do coordenador pedagógico no que tange a indisciplina dentro sala de aula. O coordenador pedagógico tem um grande poder de influência sobre os estudantes e é capaz de contribuir significativamente para a melhoria da disciplina nas escolas. Ele atua como um mediador entre os professores e estudantes, buscando solucionar conflitos e promover o diálogo. Além disso, o coordenador pedagógico deve ser um líder que inspire confiança e respeito, pois são esses os principais pilares para se ter uma boa disciplina na sala de aula.

O coordenador pedagógico é um profissional que trabalha na interface entre a escola e estudantes, atuando na promoção da aprendizagem e no desenvolvimento de práticas educacionais mais eficazes. Ele também tem um papel importante no combate à indisciplina, pois atua  para auxiliar os professores sobre as melhores formas de lidar com esse problema.

O coordenador é responsável por monitorar o andamento do processo de ensino e aprendizagem e garantir que todos os estudantes aprendam de acordo com o planejamento. O coordenador também deve ser um facilitador na interação com os  professores, auxiliando-os nas atividades didáticas garantindo a qualidade do ensino.

2. O PROFESSOR E A INDISCIPLINA NA SALA DE AULA

Atualmente, é notável que a indisciplina escolar é um dos assuntos presentes nas instituições escolares. No contexto atual esse fato está aparecendo cada vez mais cedo, afetando de maneira significativa o processo de ensino-aprendizagem. A indisciplina pode ser causada por diversos fatores, como problemas familiares, falta de interesse nas aulas ou dificuldades para compreender o conteúdo. Independentemente da causa, é importante que os estudantes sejam disciplinados para que possam ter um bom rendimento escolar.

Alguns estudantes não respeitam mais os professores. Isso é agravante. A disciplina em sala de aula é algo fundamental para que não se torne um ambiente desacolhedor. Se os estudantes não tiverem o devido respeito pelos professores, o aprendizado será prejudicado e toda a classe sofrerá com isso.

Oliveira (2005) enfatiza que:

Além de a indisciplina causar danos ao professor e ao processo ensino aprendizagem, o aluno também é prejudicado pelo seu próprio comportamento: ele não aproveitará que se nada dos conteúdos ministrados durante as aulas, pois o barulho e a movimentação impedem qualquer trabalho reprodutivo. (OLIVEIRA, 2005, p. 21)

Atualmente, os estudantes priorizam apenas as relações pessoais que têm dentro da sala de aula, mas muitas vezes essas relações não são tão respeitosas e harmoniosas. Os estudantes se mostram desinteressados nas aulas e isso reflete diretamente no rendimento escolar. Como Vasconcelos (1997) ressalta:

Hoje, os alunos continuam  não  vendo  sentido  nas práticas de sala de aula e não vislumbram mais um futuro promissor pela via do diploma. O professor que baseava sua autoridade neste mito está perdido. E, o que é pior, não tem conseguido articular outro sentido para o conhecimento, a escola, o estudo (VASCONCELLOS, 1997, p. 232).

Diante deste pressuposto, os docentes encontram-se cada vez mais desmotivados, não encontram motivação em ensinar, não veem um propósito para tal feito. Sentem-se fragilizados por não conseguirem ter uma relação próxima, afetiva com os estudantes, que são cada vez mais exigentes e cobram resultados imediatos.

O estudante indisciplinado torna-se um descumpridor das normas gerais da escola, da sala de aula, dificultando o processo de ensino-aprendizagem. Esse comportamento prejudica não apenas o aluno em questão, mas também os seus colegas e os professores. A indisciplina pode afetar a qualidade do ensino recebido pelos estudantes e impactar negativamente o desempenho acadêmico.

De acordo com Dantas, 2015:

O professor deve procurar melhor dinamizar suas aulas de forma a interagir diretamente com os alunos, tornando as aulas mais atrativas e participativas, diante das situações que lhes são apresentadas, definindo claramente os objetivos que pretende atingir para se chegar a um resultado satisfatório. (DANTAS, 2015, p. 13)

O professor deve buscar melhorias em sua prática pedagógica para que os estudantes se sintam motivados a aprenderem.

É importante que todos os envolvidos na educação, trabalhem juntos para combater a indisciplina e fomentar o bom comportamento dentro da escola.  Para que a aprendizagem ocorra de forma efetiva, é necessário que o ambiente seja tranquilo. Isto significa que os estudantes devem estar em um local onde possam se concentrar e ter acesso às ferramentas necessárias para o processo de aprendizagem. Além disso, é importante que haja uma relação de confiança entre aluno e professor, para que o primeiro se sinta à vontade para perguntar e tirar dúvidas.

Vasconcellos (1997) ressalta que:

Sem autoridade não se faz educação; o aluno precisa dela, seja para se orientar, seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade é normal, especialmente no adolescente), no processo de constituição de sua personalidade. O que se critica é o autoritarismo, que é a negação da verdadeira autoridade, pois se baseia na coisificação, na domesticação do outro. (VASCONCELLOS, 1997, p. 248)

Os docentes devem ter autoridade para que a sala de aula seja organizada. Isso significa que eles precisam ser capazes de impor limites e estabelecer regras claras. Além disso, é importante que os docentes sejam consistentes em suas ações e cobrem o cumprimento das regras da classe. Somente assim é possível manter uma sala de aula organizada e produtiva.

É importante que o professor tenha consciência do que faz, porque faz e como faz; que estabeleça o confronto de como era a situação, como está sendo desenvolvida e como reconstruir para fazer coisas diferentes das que sempre faz. Trata-se de um processo coletivo, pois, isoladamente, as mudanças sociais e culturais não ocorrem. (FREIRE apud ROMANOWSKI, 2010, p. 52-53).

Perante essas considerações, obedecer às normas da escola e da sala de aula não significa subordinação. O sentido de obedecer para a criança só terá valor quando aprenderem que viver em sociedade significa cumprir regras. Isso é importante para o desenvolvimento social e moral da criança, pois ela aprenderá a ser responsável e a seguir as regras impostas pela sociedade.

Garcia (1999) ressalta que quanto ao problema de indisciplina é relevante considerar o surgimento desse aspecto, através das situações emocionais existentes entre professores e estudantes, além de elucidar indispensável um espaço escolar propício, agindo como um ambiente cuidadoso.

O professor é o mediador entre o estudante e sua aprendizagem. É função do professor conhecer as necessidades de cada estudante para, assim, supri-las.

Perante o exposto, Souza (2004) enfatiza que: “O mediador é capaz de enriquecer a interação do mediado com seu ambiente, utilizando ingredientes que não pertencem aos estímulos imediatos, mas que preparam a estrutura cognitiva desse mediado para ir além dos estímulos recebidos, transcendendo-os” (SOUZA, 2004, p. 56).

O papel do professor é fundamental para o processo de ensino-aprendizagem, uma vez que ele é quem transmite o conteúdo e facilita o acesso às informações. Dessa forma, o professor deve estar atento às necessidades individuais dos seus alunos e buscar sempre proporcionar um ambiente favorável à aprendizagem.

3. O COORDENADOR PEDAGÓGICO E O AUXÍLIO AO DOCENTE

A unidade escolar é um lugar onde todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem coparticipam de um objetivo particular, que é o de contribuir para a formação integral dos estudantes. Em uma escola bem-sucedida, todos os seus membros trabalham em conjunto para oferecer um ambiente propício para o aprendizado, desenvolvimento e crescimento de todos os estudantes.

Libâneo (2008) enfatiza que:

Depende de uma boa estrutura de coordenação pedagógica que faça funcionar uma escola de qualidade, propondo e gerindo o projeto pedagógico, articulando o trabalho de vários profissionais, liberando e favorecendo a constante reflexão na prática e sobre a prática (2008, p. 41).

Uma aprendizagem eficaz relaciona-se em uma ação conjunta entre o coordenador pedagógico e o corpo docente, planejando alcançar objetivos para solucionar os problemas relacionados à indisciplina. Para isso, é importante que haja uma comunicação clara e eficiente entre todos os envolvidos, além de um comprometimento com o processo de ensino-aprendizagem.

Deste modo, Gadotti (2003) ressalta que:

Realizar os diversos planos e planejamentos educacionais e escolares, significa exercer uma atividade engajada, intencional, científica, de caráter político e ideológico […]. Dessa forma, planejar, em sentido amplo, é um processo que visa dar respostas a um problema, estabelecendo fins e meios que apontem para sua superação, de modo a atingir objetivos antes previstos. (2003, p. 63).

O coordenador pedagógico pode ajudar o docente de diversas maneiras. Na ajuda prática, é indispensável que crie maneiras de dar assessoria acompanhando o processo de aprendizagem dos estudantes, selecionando as metodologias de ensino mais eficazes. É indispensável que este profissional crie uma comunicação eficiente na escola preparando o P.P.P (Projeto político pedagógico). “Por isso, um bom coordenador: se mantém sempre atualizado, busca inovação para a escola, auxilia os professores na prática pedagógica, organiza calendários anuais completos.” (SUPERAUTOR, 2021).

A observação da prática dos professores em sala de aula é muito importante, pois essa parceira poderá encontrar soluções para o problema da indisciplina, “ajudando o professor nas demandas do dia a dia e entender pontos a melhorar.”  (SUPERAUTOR, 2021).

A observação na sala de aula não deve ser encarada como uma vigilância. Por isso, é importante que o coordenador  crie vínculos e conexões fortes com os docentes, para que a confiança mútua seja a base deste processo. Além disso, é importante que o coordenador pedagógico sempre marque com os professores, com antecedência, o momento de observação e, deixe claro o motivo da visita.  (SUPERAUTOR, 2021).

Desse modo, é essencial: “marcar a data de observação com o professor; explicar o motivo da visita; conversar brevemente com os alunos; pedir permissão; fazer um relatório daquilo que foi observado”. ( ESCOLA DA INTELIGÊNCIA, 2018.)

“Após essa observação, o coordenador pode ajudar o professor: ouvindo suas questões, elaborando feedbacks construtivos, tendo empatia pelo trabalho do docente, direcionando caminhos possíveis para a melhora da prática, oferecendo apoio e suporte.”(SUPERAUTOR, 2021).

O coordenador pedagógico deve identificar as necessidades dos professores e, juntamente com eles, encontrar soluções que priorizem um trabalho educacional de qualidade. Isso significa que, primeiramente, o coordenador deve ouvir os professores e identificar suas principais dúvidas e questionamentos. Em seguida, deve buscar soluções que atendam às necessidades apresentadas, sempre priorizando a qualidade do ensino.

De acordo com Vieira (2003, p. 83):

Para o coordenador pedagógico, o principal objetivo de sua função é garantir um processo de ensino-aprendizagem saudável e bem-sucedido para os alunos do curso em que atua. Para tanto, ele desempenha várias tarefas no seu cotidiano: tarefas burocráticas, atendimento a alunos e pais, cuidado e planejamento de todo o processo educativo do curso, emergências e imprevistos e, principalmente, a formação em serviço dos professores com os quais trabalha. (VIEIRA, 2003, p. 83)

Como colocou Vieira, a ação do coordenador pedagógico é ampla. Uma de suas funções é garantir que todos estejam trabalhando em prol do objetivo principal da instituição: o ensino. Além disso, também é responsável pelo planejamento e execução das atividades pedagógicas, bem como pelo acompanhamento do desempenho dos estudantes.

Alguns professores em algumas instituições de ensino, assumem a função de coordenador pedagógico e muitas vezes, sem a formação adequada. Assim sendo, Paulo                 Freire enfatiza que “um dos programas prioritários (…) é o de formação permanente dos educadores, por entender que os educadores necessitam de uma prática político-pedagógica séria e competente que responda à nova fisionomia da escola que se busca construir” (FREIRE, 2001, p. 80).

O coordenador pedagógico tem por atribuição a formação dos docentes, sendo o mediador da prática pedagógica do professor, articulando estudos e reflexões, conforme  afirma Clementi (2003):

A função formadora do coordenador precisa programar as ações que viabilizam a formação do grupo para qualificação continuada desses sujeitos, consequentemente conduzindo mudanças dentro da sala de aula e na dinâmica da escola, produzindo impacto bastante produtivo e atingindo as necessidades presentes. (CLEMENTI, 2003. p. 126)

Como um profissional formador, sua atribuição é de ofertar  condições essenciais para os professores, objetivando a dedicação às suas áreas de atuação e que as desenvolvam bem, melhorando assim suas práticas pedagógicas.

O coordenador deve sempre se colocar como encarregado pela realização do trabalho dos docentes, auxiliando os docentes no processo de aprendizagem dos estudantes.

Segundo Guimarães e Oliveira (2013), o coordenador pedagógico tem três importantes incumbências:

Articular todas as informações, trazendo os dados da realidade, a partir disso, fazer a formação e transformação na prática. Enquanto articulador sabe que a ação educativa precisa ser planejada, articulada com todos os participantes da escola, […] Como formador, sua responsabilidade está pautada na formação continuada dos profissionais da Escola. […] No tocante à transformação, deve estar atento à mudança de atitudes da comunidade escolar, promovendo a reflexão e a vivência nas relações escolares. (2013, p. 102).

O coordenador pedagógico tem a função de ser um articulador, de articular e colaborar com os docentes, a fim de garantir que as atividades educacionais sejam planejadas e executadas de forma eficaz, buscando soluções inovadoras e criativas para o problema da indisciplina escolar.

O papel do coordenador pedagógico é conduzir o processo de aprendizagem dos estudantes da instituição de ensino, tanto na forma individual quanto no coletivo. O coordenador deve estar sempre atento às necessidades dos alunos e auxiliá-los no que for preciso para garantir o sucesso escolar. Além disso, também é responsável por criar e implementar projetos pedagógicos inovadores, bem como monitorar o desempenho dos professores e das turmas.

O coordenador pedagógico deve criar estratégias juntamente com os docentes encontrando formas para superar ou amenizar a incidência da indisciplina em sala de aula.

O coordenador juntamente com o professor pode:

Elaborar atividades lúdicas e educativas sobre bons hábitos, envolver os estudantes em atividades de descontração e diversão, incentivar as famílias a estarem sempre atentas ao comportamento dos alunos, promovendo o diálogo, criar uma relação de confiança, oferecer autonomia, aproximar a família da rotina escolar.  (JORNADAEDU, s.d.)

Além das estratégias citadas anteriormente, Vasconcellos (2004) enfatiza que o essencial é  “ter respeito para com os estudantes, pois é uma das necessidades da postura de um coordenador que prima por uma convivência pacífica.”(2004, p. 93).

Existem inúmeras formas do coordenador pedagógico colaborar  com a superação da indisciplina no ambiente escolar. Algumas das formas são: nunca resolver situações  sozinho; dialogar com professores e estudantes, procurar atitudes para resolver ou minimizar a indisciplina escolar,  envolver a família do estudante com as questões escolares, ser o mais humano possível, orientar os docentes sobre técnicas de gestão de comportamento que podem ser úteis para lidar com situações de indisciplina.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após leituras realizadas para  este estudo sobre a indisciplina na sala de aula, verifica-se que o coordenador pedagógico tem como papel essencial de sua função, a assessoria aos docentes na solução deste problema. Ele deve atuar de forma preventiva, identificando os estudantes que apresentam comportamentos indisciplinados, bem como orientando e apoiando os professores no tratamento destes casos.

Percebe-se que não é viável que o coordenador pedagógico resolva as questões da indisciplina sozinho. É necessário o elo com os docentes para a busca de estratégias  para que o problema seja resolvido ou ao menos, amenizado.

A comunicação é a chave para que haja uma solução efetiva para este problema. Os docentes precisam estar abertos ao diálogo com o coordenador e vice-versa. Só assim será possível chegar a um consenso e trabalhar de forma conjunta para melhorar a situação da indisciplina.

A presente pesquisa teve como objetivo relatar o papel do coordenador pedagógico frente à indisciplina escolar, sendo norteado pela indagação: quais estratégias o coordenador pedagógico pode utilizar para auxiliar os docentes quanto à indisciplina?

Conclui-se que há diversas maneiras em que o coordenador pedagógico pode ajudar os docentes. Este profissional tem a função de  auxiliar os docentes perante uma observação da aula, destacando pontos a serem melhorados, dar assessoria acompanhando o processo aprendizagem dos estudantes, selecionando as metodologias mais eficazes para que a aprendizagem do estudante ocorra de forma positiva. Deve direcionar caminhos possíveis para a melhora da prática buscando soluções para o problema da indisciplina.

Perante ao exposto, constata-se que a tarefa do coordenador pedagógico não é fácil. Ele precisa lidar com diversos problemas e demandas, além de ter que garantir o cumprimento dos objetivos educacionais da instituição. Para isso, precisa ter um bom conhecimento das áreas pedagógica e administrativa, além de ser capaz de motivar e coordenar equipes.

O coordenador precisa coordenar docentes e estudantes e mediar as ações voltadas para que a indisciplina escolar não afete negativamente o processo de aprendizagem dos estudantes e também que os docentes não se sintam desamparados, levando-os a desmotivação. É importante que haja uma comunicação clara e objetiva entre todas as partes envolvidas no processo educacional, de modo a garantir o sucesso de todos os discentes.

O coordenador pedagógico é o responsável por mediar ações que priorizem o bom convívio na sala de aula entre docentes e estudantes, bem como entre os próprios estudantes. Ele atua para garantir que as metodologias utilizadas sejam adequadas às necessidades da turma e que todos os estudantes possam ter acesso às mesmas oportunidades de aprendizado. Para isso, o coordenador pedagógico deve estar sempre atento às dinâmicas da sala de aula e ser capaz de intervir quando for necessário.

REFERÊNCIAS

CLEMENTI, Nilba. A voz dos outros e a nossa voz. In: ALMEIDA, Laurinda R.; PLACCO, Vera Maria N. de S. O coordenador pedagógico e o espaço de mudança. São Paulo: Loyola, 2003.

DANTAS, Ana Maria Araújo. Atuação do professor no combate à indisciplina: uma análise a partir da experiência cotidiana em sala de aula de alfabetização e letramento. Disponível em: https://ud10.arapiraca.ufal.br/ Acesso em 05 de nov. de 2022.

ESCOLA DA INTELIGÊNCIA. Como o coordenador pedagógico e o professor devem trabalhar juntos? Disponível em: https://escoladainteligencia.com.br/blog/ Acesso em 02 de nov. de 2022.

FREIRE, Paulo. A educação na cidade. São Paulo: Editora Cortez, 2001.

GADOTTI, Moacir. Educação e poder: introdução à pedagogia do conflito. São Paulo: Cortez, 2003.

GARCIA. J; Indisciplina na escola: Uma Reflexão Sobre A Dimensão Preventiva. Curitiba, n.95, jan./abr. 1999, p. 101-108.

JORNADAEDU. Indisciplina escolar: qual é o papel do coordenador pedagógico? Disponível em https://jornadaedu.com.br/praticas-pedagogicas/indisciplina-escolar/Acesso em 01 de nov de 2022.

LIBÂNEO, José C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5 ed. Revista e ampliada. Goiânia: Alternativa, 2008.

OLIVEIRA, Juscilene da Silva. GUIMARÃES, Márcia Campos Moraes. O Papel do Coordenador Pedagógico no Cotidiano Escolar. Revista Científica do Centro de Ensino Superior Almeida Rodrigues – Ano I – Edição I – Janeiro de 2013.

OLIVEIRA, Maria Isete de. Indisciplina Escolar: Determinantes, consequências e ações. Brasília: Líber Livro, 2005.

SOUZA, Ana Maria Martins de. A Mediação Como Princípio Educacional. Senac, São Paulo, 2004.

SUPERAUTOR. Como o coordenador pedagógico pode ajudar o professor na escola? Disponível em: https://superautor.com.br/como-o-coordenador-pedagogico/ Acesso em 03 de nov. de 2022.

VASCONCELLOS, Celso dos S. Os desafios da Indisciplina em sala de aula e na escola. Publicação Série Idéias n.28. São Paulo, FDE, 1997.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. (In)Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. São Paulo: Libertad Editora, 2004.

VIEIRA, Fernando David, PEREIRA, Mário do Carmo. Se Houvera quem me ensinara… A educação de pessoas com deficiência mental. 2° Ed. Setembro, 2003

[1] Mestranda em Ciências da Educação; Pós-graduada em Gestão, orientação e supervisão escolar; Pós graduada em Ed. Infantil e Anos Iniciais, Graduada em Pedagogia. ORCID: 0000-0002-4128-827X.

Enviado: Outubro, 2022.

Aprovado: Novembro, 2022.

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Fernanda Bordini Manenti de Jesus

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