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Grupos De Pesquisa – O que são esses grupos e quais são as suas principais características – Posso incluir a minha participação em um grupo no currículo Lattes? Como participar de um grupo de pesquisa?

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Compreendendo o cenário de um grupo de pesquisa e o porquê de ser tão importante ingressar nesses grupos

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos conversar sobre uma estratégia acadêmica que muito pode contribuir para com a nossa formação antes mesmo do ingresso em um programa de mestrado. Estamos nos referindo aos grupos de pesquisa. Como temos frisado em nossos posts, especialmente para aqueles alunos que fizeram a sua graduação em uma instituição e desejam migrar para uma outra, ambientar-se e conhecer esse espaço antes de tudo é fundamental. Pesquisar quem são os professores dessa cada, com quais linhas de pesquisa costumam trabalhar, como costumam orientador, como se relacionam com as atividades acadêmicas são alguns desses exemplos, porém, construir um vínculo com esse professor participando de um grupo de pesquisa que ele coordena ou é filiado é uma forma de estreitar esses laços, bem como de saber se essa instituição é capaz de contribuir com você.

Por que falamos tanto sobre grupos de pesquisa?Por que falamos tanto sobre grupos de pesquisa?

Os grupos de pesquisa são a “cara” dos programas que, por sua vez, caracterizam a instituição na qual se situam. É possível entender a lógica de uma linha de pesquisa compreendendo como os grupos de pesquisa funcionam. A pergunta que irá nortear a nossa discussão de hoje é a seguinte: se eu fizer parte de um grupo de pesquisa na graduação e/ou na pós-graduação, posso incluir no currículo Lattes? Se sim, de que forma essa inclusão pode ser feita? Acreditamos que antes de nos atermos a essas questões que são muito importantes, é preciso termos muito claro em mente o que é um mestrado e um doutorado, pois eles dizem muito sobre o que é esperado em um grupo de pesquisa. Podemos frisar que todos esses mecanismos, artefatos de pesquisa, são modos diferentes de fazer pesquisa. Você pode fazer parte de qualquer grupo de pesquisa, desde que haja disponibilidade. Contate seu professor.

Quando posso fazer parte de um grupo de pesquisa?

Você pode fazer parte de um grupo de pesquisa desde o Ensino Médio. Do mesmo modo, estudantes de graduação e pós-graduação podem fazer parte. Se você tem dúvidas quanto a esses grupos, a CAPES possui uma lista com os grupos de pesquisa atuantes espalhados por todo o país. Encontre um que tenha mais a ver com a linha de pesquisa com a qual quer trabalhar. Envie um e-mail para o coordenador desse grupo de pesquisa para verificar se você pode ou não participar. Todas as áreas têm uma ampla gama de grupos, porém, é preciso que faça uma pesquisa minuciosa para que escolha um que esteja de acordo com os seus interesses de pesquisa. Desde o Ensino Médio você pode ser um pesquisador atuante e contribuir para com a produção científica brasileira. Essa é uma oportunidade muito valiosa e que nos permite fazer uso de toda a nossa capacidade crítica-reflexiva e contribuir para com a sociedade.

O ingresso em um grupos de pesquisa desde cedoO ingresso em um grupos de pesquisa desde cedo

Pessoas que ingressam em grupos de pesquisa no início de sua trajetória acadêmica podem ser muito beneficiadas. Essas pessoas podem ser premiadas, apresentarem seus estudos dentro e fora do país, pesquisar e produzir inúmeros materiais essenciais para a nossa ciência. Você pode, e, na verdade, deve colocar em seu Lattes os grupos de pesquisa dos quais faz parte. A fim de que essas informações possam ser inseridas na plataforma, há dois mecanismos. O primeiro deles é a menção a um grupo de pesquisa que encontra-se registrado na CAPES. É o próprio coordenador desse grupo de pesquisa do qual passou a fazer parte que irá informar a CAPES quanto a sua atuação enquanto pesquisador neste grupo. Com isso, podemos falar sobre o ingresso em um grupo de estudos enquanto estratégia para ingresso em uma instituição em que nenhum professor lhe conhece. É uma forma de mostrar seu engajamento e interesse.

A participação em grupos de pesquisa e suas contribuições

A participação em grupos de pesquisa muito revela sobre a sua atuação e engajamento enquanto pesquisador. A partir do momento em que esse coordenador do grupo elenca você como participante desse grupo de pesquisa, o próprio currículo Lattes irá lhe notificar quanto a essa inclusão para que você a aprove e, assim, o seu nome passará a constar na base de dados desse grupo. Contudo, não são todos os grupos de pesquisa que se preocupam com esse registro e com essa transparência acerca dos seus membros ativos. No caso dos grupos institucionais, representados, aqui, pelos centros de pesquisa, o nosso interesse não é conseguir dinheiro público para investimento em nossas pesquisas (o que acontece nesses grupos de pesquisa das universidades públicas). O nosso interesse enquanto centro de pesquisa é a apresentação de soluções que possam beneficiar a sociedade de alguma forma e sanar os seus problemas.

A expansão do conhecimento por meio do fomento públicoA expansão do conhecimento por meio do fomento público

O interesse de algumas instituições é o de conseguir investimento para o financiamento de suas pesquisas, sendo que muitas delas demandam recursos para pesquisas laboratoriais, por exemplo, mas não se restringem a esses estudos. A fim de que o grupo de pesquisa possa conseguir esse investimento, é preciso que atue por alguns anos após a sua criação e comprove o seu engajamento com as atividades acadêmicas, sobretudo com a produção científica. É preciso que esse grupo tenha uma série de reuniões e produções para que possa requerer esse investimento. É cerca de depois de uns dois anos, em que há como provar que esse grupo tem produzido e contribuído, que esse grupo passa a ter chances de conseguir investimento. Além disso, para que o grupo possa ser registrado na CAPES, é preciso que haja esses anos de atuação. Os grupos de pesquisa novos devem seguir um trâmite para que possam registrar-se.

O registro na base da CAPES/CNPq

A fim de que um grupo de pesquisa possa começar a ser considerado como tal é preciso que esteja consolidado e visto como sério perante a essas agências. Assim, o registro apenas pode ser feito depois de alguns anos de atuação e esta deve ser comprovada. Nesse cadastro, é preciso apontar o que já foi desenvolvido pelos membros ao longo desses anos e como pretendem continuar contribuindo. Feito esse registro, anualmente, precisarão apresentar dados atualizados às agências a fim de que comprovem que continuam a atuar com rigor. É fundamental que sejam transparentes quanto ao andamento desses grupos de pesquisa. Especialmente os pesquisadores de instituições públicas, isto é, aqueles que conseguem investimento para as suas pesquisas, precisam prestar com bastante rigor certas informações. É essa transparência que faz com que o grupo de pesquisa possa chegar a essa solidez.

A consolidação de um grupo de pesquisaA consolidação de um grupo de pesquisa

As instituições de ensino engajadas com as atividades acadêmicas, sobretudo com a produção científica, conseguem subsídios do governo, seja do estadual ou do federal, de forma mais fácil, porém, para isso, é preciso comprovar todo esse engajamento, o que implica a prestação “de contas” assídua a essa comunidade acadêmica, representada pela CAPES e pelo CNPq. Como consequência desse engajamento, conseguem bolsas para os pesquisadores e outros tipos de incentivos que contribuem para que essas pesquisas continuem a serem desenvolvidas. Assim sendo, torna-se pertinente afirmar que a maior parte das instituições de ensino públicas têm acesso a essas verbas em virtude do comprometimento geral dos membros do grupo com as atividades que são alicerces da academia. Temos, sim, nas instituições privadas, grupos de pesquisa, porém, há certas particularidades típicas desse contexto.

Os grupos de pesquisa nas instituições privadas

É possível que, eventualmente, as instituições de ensino privado tentem angariar recursos para os seus pesquisadores via editais. Contudo, temos, aqui, um processo mais complexo, pois diversos desses grupos não atendem às características necessárias e, assim, não conseguem acesso a esses subsídios. Entretanto, há algo interessante a ser pontuado aqui. A oficialização de um grupo de pesquisa não almeja apenas angariar recursos para essas pesquisas, embora seja um objetivo recorrente. O objetivo central é a produção e, mais do que isso, a disseminação do conhecimento, uma vez que uma das grandes demandas é fazer com que esse saber chegue até as pessoas, não apenas aquelas acadêmicas. Porém, é importante pontuar que certos grupos de pesquisa buscam subsídios que possam auxiliar a produção de pesquisas, como a obtenção de computadores para que os pesquisadores possam trabalhar de forma eficaz.

A importância dos subsídios

Além dos computadores, pode-se conseguir fazer com que uma quantidade maior de pessoas do grupo possam participar de congressos científicos, bem como para que possam publicar em revistas científicas interessantes para a área de pesquisa/linha de pesquisa com a qual trabalham. Assim sendo, podemos afirmar que esses recursos obtidos visam contribuir muito mais para com o funcionamento do grupo de estudos do que para com os pesquisadores em si. Por esse motivo, no contexto privado, esse investimento deixa de ser tão interessante, visto que há outros objetivos em jogo. As instituições privadas têm dificuldades para se adaptarem a essa realidade, em virtude, por exemplo, da falta de um planejamento estratégico voltado à implementação desses grupos. Não é que não haja grupos de pesquisa nessa instituição, porém, eles aparecem em uma menor quantidade.

O funcionamento dos grupos de pesquisa nos dois contextos

Os grupos de pesquisa que atuam no contexto privado, em certos contextos, contam com os recursos apenas dos próprios integrantes. Entretanto, mesmo nesse âmbito, há grupos que buscam por verbas públicas. Contudo, quando comparadas com as instituições públicas, as privadas têm mais dificuldade para fazerem com que os seus grupos possam funcionar, uma vez que esse ambiente possui as suas próprias especificidades e demandas. Ainda no âmbito do contexto privado, podemos frisar que as próprias empresas têm grupos de pesquisa. Todavia, é pertinente frisar que essas empresas não têm interesse em informar à CAPES a existência desses grupos, e, dessa forma, não há qualquer tipo de registro ou incentivo por parte do governo. Esse interesse pode possuir um viés mais social e prático, bem como podem estar preocupadas com estudos laboratoriais. Todas essas empresas têm os seus próprios departamentos de pesquisa.

Os grupos de pesquisa nas empresas

É muito raro encontrar empresas que permitam a participação nesses grupos de pesquisa de pessoas que não façam parte da empresa. São os próprios pesquisadores que integram esse departamento específico da empresa que se comprometem com o desenvolvimento de patentes, produtos, manuais, dentre outros materiais que possam contribuir para com o desenvolvimento científico e social. Entretanto, como percebemos, a pesquisa, nesse contexto, tem como objetivo contribuir para com essa empresa em específico. É interessante pontuar também que cada um desses grupos de pesquisa possuem características muito específicas, visto que a linha de pesquisa/de atuação irá influenciar em como os membros irão se engajar com as atividades necessárias à concretização de tais objetivos. Estamos apresentando esse panorama para que você saiba como procurar por eles.

Qual é o momento ideal para procurar um grupo de pesquisa?Qual é o momento ideal para procurar um grupo de pesquisa?

Como apontamos ao longo dessa discussão, a nossa sociedade necessita de conhecimento de qualidade, e, dessa forma, toda pessoa comprometida com a nossa ciência é muito bem-vinda e tem muito com o que contribuir, seja para a academia, seja para a sociedade. Assim sendo, fazer parte de um grupo de estudos desde cedo é vantajoso. Se o seu interesse é o de seguir a carreira da pesquisa, estar em contato com grupos de pesquisa é de vital importância, inclusive para estabelecer uma rede de contatos que pode fortalecer o seu engajamento com a ciência. Se o seu interesse é ingressar e pertencer a uma instituição pública, é essencial que você explore as suas capacidades enquanto pesquisador.

Desenvolver e aprimorar essas capacidades o quanto antes possível é algo que pode agregar muito a sua formação. Também precisamos discutir sobre um preconceito relacionado a uma pessoa que migra de uma instituição de ensino privada para uma pública. Esses preconceitos, de fato, existem. Há aqueles professores que não costumam aceitar tão facilmente esses alunos e a forma como a pesquisa e as atividades acadêmicas são desenvolvidas nas instituições públicas são aspectos a serem levados em consideração. Contudo, do mesmo modo que há esses professores com uma mentalidade mais fechada, há aqueles que irão te aceitar e que muito podem contribuir para com a sua formação e identidade de pesquisador.

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