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Como ser um pesquisador de sucesso? Cuidados que devemos tomar ao desenvolvermos produções acadêmicas – Aula seis

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O que faz com que uma pesquisa científica seja considerada pelos acadêmicos como boa?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje daremos prosseguimento a nossa série sobre os aspectos que fazem com que sejamos considerados como bons pesquisadores. Como temos reiterado ao longo da série, os primeiros elementos que listamos estão muito mais ligados às questões comportamentais. Eles são o ato de acreditar, a humildade e a resiliência. Na sequência, discutimos sobre aspectos de teor mais acadêmico, como a proposição de boas perguntas, sobre os aspectos que configuram o perfil ideal de um pesquisador e hoje iremos discutir sobre as características às quais boas produções acadêmicas devem se ater. A primeira coisa que você deve levar em consideração sobre a pesquisa científica é que há critérios científicos e metodológicos que, quando bem empregados, fazem com que o estudo chegue à qualidade almejada. Para isso, é preciso que respeitemos as suas técnicas de pesquisa.

As características da produção acadêmica: desvendando os seus mistérios

Hoje iremos discutir sobre um assunto que pode ou não ser polêmico. Tudo depende da postura da sua instituição de ensino, representada pelo seu orientador. A produção acadêmica toma diferentes formas em virtude dessas divergências entre pensamentos e posicionamentos frente às técnicas de pesquisa. Essa polêmica se dá em virtude do fato de que é necessário unir alguns pontos, como a criatividade, saber fazer boas perguntas, conseguir buscar boas bases para embasar a pesquisa em construção, dentre outros pontos. Acreditamos que esta pauta é um dos fatores que determinam o quão bom um pesquisador é, visto que a sua qualidade é refletida por meio do estudo que está desenvolvendo. Assim sendo, o desafio é aprendermos a ser pesquisadores produtivos. Com isso, adentramos em uma questão um tanto quanto delicada, porém, o seu debate é de suma importância a essa discussão proposta hoje.

A perda do foco na pesquisa científica

A perda do foco na pesquisa científicaAo longo da construção de um estudo, muitos pesquisadores acabam se perdendo durante essa produção. Acabam se perdendo nessas pesquisas e, com isso, a produção acaba ficando de lado. Isso é um grande problema, pois, no Brasil, não somos ensinados a produzir, o que coloca a sociedade em risco, já que é o conhecimento que fomenta as transformações nos mais diversos âmbitos da vida humana. Esse problema repercute, sobretudo, na disciplina de metodologia científica, que, a cada dia, é mais menosprezada. Como consequência, temos a ausência de uma cultura de produção que deveria iniciar logo no ensino básico. Além disso, muitas revistas acabam restringindo o seu rol de produção, pois, se você não tem uma titulação específica, pode acabar sendo barrado. Nós do Núcleo do Conhecimento defendemos que, independentemente do título, todos têm o direito de publicar e compartilhar o conhecimento.

A necessidade de uma cultura de produção

No Brasil, como reiteramos, não temos uma cultura de produção e alimentação do conhecimento, o que é muito comum em outros países, como é o caso dos Estados Unidos. Lá, a população é incentivada a produzir artigos científicos desde o Ensino Médio. Nesse país, até mesmo os alunos do Ensino Fundamental são incentivados a produzirem e a desenvolverem uma pesquisa científica. Apresentam, ainda, relatórios com os resultados descobertos com esses estudos. Produzem, portanto, materiais passíveis à publicação, mesmo que esses venham a integrar categorias diferentes (em razão das titulações). Com isso, percebemos que o volume de produção científica é muito maior em países que seguem essa lógica. Tudo é transformado em produção nesses países. No Brasil, temos uma realidade diferente. Os nossos pesquisadores demoram muito para produzir e apresentar os resultados finais de seus estudos.

A falta de produção de artigos científicos no Brasil

A falta de produção de artigos científicos no BrasilEm virtude da falta de incentivo à produção, o Brasil possui uma lacuna na quantidade de artigos publicados, que é muito inferior à de outros países, uma vez que não temos o hábito da publicação. Precisamos chamar a sua atenção para o fato de que a pesquisa científica apenas fará sentido caso seja convertida em resultados finais, que, em geral, são apresentados na forma de artigos científicos. Temos, também, as dissertações para os cursos de mestrado e as teses para os cursos de doutorado. Contudo, artigos científicos são publicados com mais frequência porque são os materiais mais aceitos pela sociedade, e, assim, quando publicamos, estamos cumprindo com o nosso compromisso perante a sociedade, que é difundir o conhecimento científico e torná-la um lugar melhor para se viver. A falta da cultura da publicação tem afetado as instituições de ensino de uma forma muito intensa.

Consequências da falta de uma cultura de produção científica

A falta da publicação de materiais científicos com uma intensidade significativa tem feito com que as nossas instituições de ensino sejam comparadas de diferentes formas. Por exemplo, diariamente, as instituições encontram-se imersas em uma competição, julgando-se os pesquisadores que produzem e aqueles que não produzem. Assim sendo, as notas dos programas e as aquisições de bolsas estão ligadas a essa produção. Programas que não possuem boas notas têm sido afetados com cortes massivos de bolsas e demais recursos essenciais à sua própria manutenção. A lógica é a seguinte: se a instituição não produz, recebe uma nota menor, e, com isso, tem menos bolsas para os seus alunos. Esse é um contexto muito complexo, em primeiro lugar em razão da política da não educação e, em segundo lugar, justamente em virtude da falta de uma cultura de produção efetiva.

A falta de voz no contexto acadêmico

Dentre as sequelas ocasionadas pela falta de uma cultura de produção científica, temos a falta de voz nessas universidades. Elas têm direito a uma série de recursos essenciais a sua manutenção e de seus colaboradores, pesquisadores e alunos, porém, com os cortes, esse acesso é restringido. Essas verbas destinadas à produção das pesquisas acabam sendo limitadas em razão, justamente, da falta de produção dessa instituição afetada. Tem-se, com isso, uma briga intensa entre agentes e órgãos distintos. Entretanto, acreditamos que agir de forma mais efetiva é a melhor estratégia. Ao invés de comprarmos brigas que não podemos vencer, é preciso que pensemos em soluções para construirmos a nossa cultura de produção. Não adianta brigarmos sem que disponhamos de armas para tal briga. Quanto mais ferramentas ao nosso redor, melhor, tal como em uma guerra, não se vai para ela sem instrumentos.

Prepare-se e enfrente com as suas armas

Como na guerra, se desejamos lutar por mais recursos e pela instauração de uma cultura científica em nosso país, é preciso nos reunirmos. A fim de que tenhamos voz nesses espaços, é preciso que nos preparemos e combatamos informações que não procedem. Por exemplo, muito se fala sobre as humanidades não produzirem conhecimento. Isso não é verdade. Assim como em qualquer área do conhecimento, quem produz tem mais chances de vencer essa guerra em nome do acesso ao conhecimento. Assim sendo, acreditamos que a estratégia mais eficaz é instaurarmos essa cultura em nosso país o quanto antes. Tudo aquilo que se encontra guardado em nossas gavetas é válido e deve ser publicado. Uma questão importante ligada a esse contexto é a construção de um pensamento sistemático para produzirmos e construirmos essa nova cultura que nos é tão cara e urgente.

O que causa a não produção?

O que causa a não produção?Apresentamos esse contexto para evidenciarmos que, dentre as causas que afetam a produção, temos a ausência de um pensamento sistemático, o que acaba impelindo a produção desses materiais científicos. O pensamento sistemático nada mais é do que uma estratégia para escrevermos os nossos textos científicos de forma ordenada. A lógica é a seguinte: nosso papel, enquanto pesquisadores, é o de produzir. Desse modo, quanto mais produzimos, mais teremos voz, e, para isso, é preciso que tornemos esse conhecimento produzido público, de modo que possa ser compartilhado. Em muitas vezes, os pesquisadores deixam de publicar porque acreditam que os seus materiais não são suficientes. Com isso, precisamos pensar em estratégias que nos tornem pesquisadores efetivos. São pesquisadores que não terão tantas dificuldades para acessarem as bolsas e aqueles que todos querem em seus programas.

Adaptando-se a lógica acadêmica

Adaptando-se a lógica acadêmicaEssas dicas que estamos dando aplicam-se àqueles que querem construir uma carreira acadêmica ou para aqueles que querem terminar os seus cursos e não têm pretensão de continuar após esse término nesse universo. Para que a pesquisa possa ser realizada, essas dicas podem lhe auxiliar. O pensamento sistemático é muito importante pois, quando partimos dele, passaremos a compreender cada trabalho como uma unidade. Para chegarmos a essa unidade, é preciso que o trabalho tenha um início, meio e fim. Quando partimos dessa lógica, automaticamente, pensamos em como as ideias e possibilidades para cada um desses momentos podem ser organizadas e apresentadas. Por exemplo, se você deseja fazer um cruzamento entre as percepções dos seus consumidores e a qualidade dos serviços oferecidos, é preciso projetar as informações nesse começo, meio e fim. Tem-se um problema e método.

Deixe claro o que você pretende com essa pesquisa

Tendo o problema com o qual irá trabalhar e o método, é preciso deixar claro o que você pretende com este estudo. No caso de nosso exemplo, quer-se saber as percepções dos consumidores em relação ao uso de um dado produto ou serviço. Esse é o seu resultado final. Dessa forma, você começa o seu estudo com a sistematização dos dados que irão integrar o começo, meio e fim da sua pesquisa. Contudo, nesse processo, é preciso que articulemos essa discussão com a metodologia que escolhemos para guiar o nosso estudo. A falta de um pensamento sistemático pode afetar o desenvolvimento da pesquisa. É preciso que evitemos frases muito genéricas sobre o fenômeno, pois devemos partir de dados concretos sobre a realidade que está sendo investigada. Não fique no plano da abstração. A abstração pode fazer com que ideias muito interessantes deixem de ser captadas em razão de dados vagos.

Cuidado com informações vagas

Algo que devemos tomar muito cuidado na pesquisa científica diz respeito à redução de algumas questões muito complexas a dados abstratos e genéricos. A fim de que recuperemos essa complexidade, é preciso que compreendamos todas as variáveis, nichos e grupos. Sem esse pensamento estruturado é impossível que consigamos demonstrar os fatos com a profundidade devida e de forma lógica. Toda a produção do seu material científico deve respeitar esse sistema. Lembre-se, sempre, que somos pesquisadores e precisamos produzir para construirmos uma cultura do conhecimento forte e efetiva. Para que esses materiais sejam aprovados, é preciso que ajamos de forma estratégica. A partir do momento que ficamos divagando ao apresentarmos as nossas discussões, o estudo perde a sua credibilidade. É preciso que tenhamos o pensamento sistemático para que consigamos produzir com qualidade.

Explore a sua capacidade de pensar estrategicamente

Explore a sua capacidade de pensar estrategicamenteA fim de que consigamos produzir um estudo com qualidade, é preciso que adotemos certas estratégias. Quanto mais você pensar, criar e argumentar, mais notáveis serão os seus estudos, porém, essas características, que são essenciais e faz com que você seja diferencial, devem ser mescladas com o pensamento sistemático. Contudo, toda essa criatividade deve ser direcionada a certos “blocos” de pensamento, em caixinhas. Por exemplo, se você deseja investigar o comportamento de uma dada geração, situada em um região específica de nosso país, é preciso que você faça com que a sua pesquisa cresça de forma micro, respeitando, portanto, algumas etapas essenciais, surgindo, daí, o pensamento sistemático. Cada micro aspecto que perpassa pelo seu assunto pode ser selecionado e transformado em um outro material. Pense como se você estivesse resolvendo os problemas da sua vida por partes.

Por exemplo, suponhamos que você tenha um problema relacionado à gestão de sua casa. Como você resolveria esse problema que está atrapalhando o bom desempenho de sua casa? Separar as contas e saber os dias exatos em que elas devem ser pagas poderia ser uma das primeiras estratégias. Se você vai fazer a gestão da sua alimentação, o mesmo processo pode ser empregado. Você analisará como irá se alimentar em cada dia da semana e o seu mercado deverá ater-se aos ingredientes necessários a essa alimentação por você escolhida. O mesmo vale para a gestão da sua educação, em que você irá definir quantas horas por dia irá estudar. Temos, com isso, micro gestões. Na pesquisa científica, o mesmo exercício pode ser depreendido. Você deverá visualizar como resolverá esses micro aspectos partindo de um começo, meio e fim.

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