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Isso reprova muito! Confira os cuidados básicos que você deve tomar ao…

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Cuidados básicos em pesquisa científica: o que pode fazer com que um material científico seja reprovado por uma revista científica? O distanciamento na pesquisa e os seus benefícios

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje voltaremos a discutir sobre os cuidados básicos que devemos tomar ao elaborarmos um material científico. A dica que iremos apresentar hoje pode ser aplicada a qualquer área do conhecimento, uma vez que em todas elas há um princípio básico de pesquisa que rege todo e qualquer cientista. Estamos nos referindo ao distanciamento na pesquisa científica. Contudo, antes que discutamos sobre este mecanismo, é de suma importância que você compreenda quais são as características básicas relacionadas ao distanciamento em pesquisa. Elas são representadas, sobretudo, pela neutralidade e pela imparcialidade. O distanciamento é um mecanismo exigido porque é uma forma de evitar que o pesquisador contamine o texto com as suas próprias ideologias. Quando o texto não segue esses princípios, é muito difícil que o pesquisador consiga captar a atenção de seu leitor.

Dúvidas ao desenvolver um estudo científicoDúvidas ao desenvolver um estudo científico

Muitas pessoas ao iniciarem a produção de seus materiais ficam com dúvidas quanto aos tipos de informações que podem ser inseridas neste material. Por mais que a pessoa seja experiente em uma área e domine um assunto, o distanciamento ao escrever esse texto continua sendo uma exigência, pois, ao contrário, o texto perde a sua credibilidade perante o leitor. Diante desse cenário, muitas pessoas experientes em um certo campo, quando assumem uma pesquisa, podem ter que lidar com algumas questões relacionadas à “poluição” do texto. Nesse sentido, é preciso que saibamos o que fazer quando nossos orientadores apontam que falta distanciamento em nossos textos. Para que você saiba quais são os cuidados imbricados, iremos retomar algumas regras básicas que podem nos ajudar nessa missão. O primeiro ponto que gostaríamos de frisar é que a pesquisa científica parte de alguns pressupostos

Os pressupostos na pesquisa científica: a sistematizaçãoOs pressupostos na pesquisa científica: a sistematização

Um dos pressupostos em pesquisa mais exigidos de um pesquisador é a realização do seu material científico de forma sistematizada. Em outras palavras, exige-se do pesquisador que ele escolha uma metodologia que torne viável a execução deste material de forma sistematizada. Assim, todo material científico, para que seja aprovado, precisa seguir uma norma específica. Dentre essas normas, temos a adesão a uma linguagem específica, o embasamento teórico (os argumentos a serem apresentados precisam partir dessa base teórica), precisará partir de um problema de pesquisa bem definido, as informações não poderão ser retiradas de qualquer lugar, o estado da arte não pode ser feito de modo aleatório, uma vez que apresenta o panorama que norteia o seu assunto, dentre outros cuidados essenciais à boa condução da pesquisa.

Qual é a função do distanciamento do pesquisador?Qual é a função do distanciamento do pesquisador?

O distanciamento do pesquisador ao elaborar um material é um dos pressupostos básicos em pesquisa. Dentre as suas principais contribuições, temos o fato de que evitar que contaminemos o nosso material com ideologias e valores pessoais que retiram a credibilidade das informações. Ter muita experiência em uma área pode ser um problema quando o pesquisador emprega essa experiência como verdade absoluta, o que pode dificultar o processo de pesquisa. Por exemplo, suponhamos que você seja um consultor em uma certa área, falará de um local de fala específico. As suas observações e vivências são típicas dessa experiência profissional. Se você não discute sobre esses fenômenos de forma imparcial, não conseguirá atingir os seus objetivos, pois você estará muito envolvido. Quanto mais envolvido estivermos com o tema que estamos investigando, mais difícil fica a prática do distanciamento.

O exercício em sala de aula: dificuldades em distanciamento

A fim de que o distanciamento em pesquisa possa ser compreendido de uma forma mais dinâmica, apresentaremos o exemplo da sala de aula. Como sabemos, um professor é fortemente envolvido com os seus alunos e com os assuntos que perpassam pelo contexto educacional e pela dimensão do ensino-aprendizagem. As experiências e percepções enquanto docente são válidas, mas é necessário buscar um equilíbrio para que o texto não seja contaminado. Problemas que afetam o dia a dia docente ou mesmo um perfil de aluno podem ser discutidos, porém, certos cuidados devem ser tomados para que a pesquisa mantenha o seu rigor científico e metodológico. Por exemplo, se o seu interesse é o de realizar uma pesquisa aplicada, você está a procura de respostas para um dado problema. Sem o distanciamento você poderá manipular essas respostas fornecidas pelos colaboradores para atingir fins pessoais.

Diferencie a experiência da pesquisa

Um pesquisador aplica o distanciamento de forma correta quando consegue diferenciar a sua experiência dos achados da pesquisa. Ambos são relevantes à construção da argumentação, porém, é necessário que haja um cuidado ao trazer essas experiências para a pesquisa em elaboração. É fato que a experiência profissional deste pesquisador é muito importante, porém, elas não devem contaminar o texto e manipular o leitor para que enxergue o fenômeno a partir de um ponto de vista determinado pelo pesquisador que está elaborando o texto. No caso das pesquisas aplicadas, é muito importante que as respostas coletadas sejam apresentadas da forma mais neutra possível, sem qualquer tipo de manipulação para que elas respondam ao objetivo da pesquisa. O processo deve ser natural e não imposto ao leitor. O autor, portanto, não pode se colocar no texto.

Não se coloque no texto

Um dos principais desafios atrelados ao distanciamento em pesquisa é não se colocar no texto, pois a neutralidade da linguagem garante que você está sendo imparcial e que não está manipulando as informações, contaminando o olhar do leitor. Contudo, há ainda aqueles materiais em que o pesquisador se coloca, trazendo frases como “com base em minha experiência”. O emprego de termos como “eu percebi” e “minha experiência” reitera ainda mais que o texto parte de pressupostos pessoais e não científicos, o que compromete a qualidade do texto. Não é possível agir como pesquisador partindo dessa perspectiva, uma vez que o pesquisador neutro usa um tipo de linguagem diferente. Olha para o fenômeno que está sendo analisado de fora, como uma pessoa estranha, alheia ao que está acontecendo. Por esse motivo, não é incomum que as instituições, a partir dos orientadores, requerem o uso da terceira pessoa.

A linguagem neutra

Usar a linguagem em terceira pessoa é essencial para que seja possível chegar à neutralidade exigida pela pesquisa. Nesse sentido, é preciso que não adotemos uma postura determinista. O pesquisador não participa desse estudo como sujeito ativo porque ele é um cientista. Ele não pode ser objeto de seu próprio estudo, e, assim, utilizar-se de verbos e expressões em terceira pessoa é a melhor forma de evitar a contaminação do texto. Não podemos enviesar a leitura daqueles que estão em contato com o nosso material. A pesquisa-ação é uma das poucas exceções, uma vez que o objetivo do pesquisador é o de implementar um certo projeto do qual ele mesmo faz parte. Assim sendo, ele acompanha todo o projeto, participa e coleta os resultados. Contudo, mesmo nesse caso, a neutralidade é necessária para que a pesquisa não perca a sua credibilidade.

O distanciamento na pesquisa-ação

Embora a pesquisa-ação permita  a participação ativa do pesquisador, os cuidados típicos ao distanciamento são necessários. A fim de que as respostas não sejam contaminadas, elas devem ser tratadas da forma mais neutra e imparcial possível. Se você está aplicando um certo projeto, processo ou qualquer outro recurso do tipo, é preciso que você tenha a capacidade de olhar para esses resultados de forma imparcial, pois é apenas ela que torna possível não manipular os dados coletados. Para afirmar que um certo resultado foi bom ou não é preciso apresentar todos os motivos que justifiquem essa afirmação. Embora essa seja uma postura exigida na confecção no texto, perpassa, também, pela adesão a um certo padrão de comportamento. Em outras palavras, podemos afirmar que o distanciamento permite que você analise esses casos de forma mais fria, objetiva e precisa, sem recorrer aos valores pessoais.

O distanciamento na vida pessoal

Para que você compreenda como o distanciamento pode ser exercitado, pensemos no seguinte exemplo: é muito mais fácil discutir e opinar sobre um dado assunto a partir do momento em que não estamos envolvidos de forma direta ou indireta na situação em questão. Se o problema nos afeta, é mais difícil sermos neutros e imparciais, pois estamos contaminados com as nossas “verdades”, e, assim, acionamos os nossos pressupostos pessoais, isto é, os nossos pontos de vista pessoais para nos posicionarmos sobre a situação. Quando não nos afeta, o inverso acontece. Um exemplo são os problemas relacionados ao casamento de vizinhos. É mais fácil opinar sobre o casamento alheio. Olhar para o próprio casamento de forma neutra é difícil porque envolve emoções e sentimentos que estão à flor da pele. Um mesmo fator que acontece com você e com o outro não será analisado da mesma forma.

A clareza e precisão na argumentação

Quando olhamos para um assunto de forma distante, a nossa argumentação fica muito mais sólida, pois a clareza e a precisão garantem que o texto é neutro e imparcial quanto àquilo que se propõe a discutir. Assim como é mais fácil opinarmos sobre os problemas alheios que afetam nossos vizinhos, amigos, parentes e afins, o mesmo deve ocorrer na pesquisa científica. As variáveis positivas e negativas encontradas devem ser tratadas de forma precisa e objetiva. As possibilidades e limitações encontradas pelo estudo também devem ser apresentadas de forma clara e imparcial. O mesmo se aplica às respostas identificadas. Não pode haver qualquer tipo de indução. Reconheça as limitações trazidas por elas, bem como as possibilidades por elas fomentadas. Há ganhos e perdas quando coletamos e tratamos dados. É normal em um estudo. O que não pode acontecer é a manipulação de dados.

Cuidado com as determinaçõesCuidado com as determinações

Já chamamos a sua atenção quanto ao olhar determinista, mas convém ressaltar que não podemos iniciar o processo de tratamento de dados afirmando que já sabemos qual será o resultado, pois pode enviesar o olhar do leitor. Há muitas pessoas que afirmam que a pesquisa será feita de uma forma específica “porque o professor quer”, mas o resultado é x. Qualquer pesquisa iniciada com um resultado pronto e definido perde a sua razão de existência. O próprio nome da pesquisa e o seu respectivo interesse é o de promover uma descoberta. Quando determinamos um resultado, esse viés é seriamente comprometido. O objetivo da pesquisa é o de entender como um determinado cenário é constituído em um dado momento histórico e se esses achados são os mesmos encontrados pela literatura que embasa este estudo em construção. Nem sempre os resultados encontrados são positivos e tudo bem.

Os caminhos de pesquisaOs caminhos de pesquisa

Ao longo da condução do seu estudo, poderá perceber que os seus achados são diferentes daqueles encontrados pela literatura. É normal, porém, é preciso que você demonstre os caminhos percorridos que fizeram com que você chegasse nesses resultados específicos. Pode ser que você não chegue a lugar com esse estudo. Desde que você demonstre as limitações encontradas, a pesquisa preservará a sua credibilidade e contribuirá para com a realização de estudos futuros, pois outros pesquisadores saberão o que não deu certo e percorrerão um outro caminho. Pesquisas que propõem a realização de marcadores podem se esbarrar nesse tipo de situação. Não fique triste. Evitar que um pesquisador faça a mesma coisa é uma forma de garantir a eficiência da ciência.

Quando iniciamos uma pesquisa é muito comum que acreditemos que um certo mecanismo é relevante, porém, quando testamos, as expectativas podem ser frustradas. Contribuir para que novos estudos não recaiam nos mesmos erros também é uma forma de promover uma ciência de qualidade. Nesse sentido, é preciso que tenhamos claro em mente que a pesquisa científica é muito aberta, e, dessa forma, as hipóteses e pressupostos iniciais podem ou não ser confirmados. O distanciamento do pesquisador é essencial nesse contexto porque garante que o investigador promoverá uma discussão neutra, imparcial, precisa e objetiva. O seu estudo pode fomentar uma série de outras possibilidades para pesquisas futuras. Evite os determinismos e contaminações para que o seu texto seja sério e de qualidade.

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