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A necessidade de múltiplos conhecimentos na pesquisa científica – Como posso ser um pesquisador de sucesso – Aula sete

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Por que é tão importante ter um conhecimento amplo ao desenvolver uma pesquisa científica?

Por que é tão importante ter um conhecimento amplo ao desenvolver uma pesquisa científica?Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje continuaremos a discutir sobre um ponto muito importante que também perpassa pelas estratégias capazes de influenciar a nossa jornada em busca do sucesso. Estamos nos referindo a necessidade de termos uma visão ampla na pesquisa científica. Esta visão ampla é ter uma mentalidade aberta ao novo fará com que você enxergue possibilidades que não seriam possíveis caso você não estivesse aberto àquilo que é novo. É natural que haja uma certa resistência com aquilo que é novo e desconhecido. É um desafio complexo e essa mentalidade precisa ser construída de forma gradativa. Assim sendo, é preciso que adotemos as práticas de leitura e de escrita, pois é apenas por meio delas que conseguimos chegar a essa nova perspectiva de vida. Lendo e escrevendo chegaremos àqueles resignados como maturidade acadêmica (ou intelectual). Ela é essencial em sua jornada.

Por que precisamos ter conhecimentos múltiplos?

Não apenas no contexto acadêmico, mas na vida, como um todo, ter conhecimentos múltiplos é algo bastante vantajoso. O primeiro passo é reconhecer esses conhecimentos e admitir eles em sua prática de pesquisa. Embora já tenhamos levantado essa pauta em alguns momentos, acreditamos que essa questão está relacionada com um problema: acreditarmos que somos donos de uma verdade absoluta. Isso restringe a nossa jornada ao buscarmos por nossos conhecimentos. Na pesquisa científica, essa visão é um problema grave, pois, a partir do momento que você acredita que apenas existe essa possibilidade, você anula a necessidade de realizar uma pesquisa. Nós pesquisamos justamente aquilo que não sabemos. O grande objetivo é o de procurar respostas para esses problemas que afligem a sociedade. Quando reconhecemos que existem outras capacidades, áreas e pontos de vista, corre-se menos riscos.

Evitando a fragilidade na pesquisa científica

Evitando a fragilidade na pesquisa científicaQuanto mais você admitir os novos conhecimentos, a multiplicidade, menos frágil ficará a sua pesquisa. Essa questão vai ao encontro da pauta que levantamos em nosso último post, que é a necessidade de termos uma base teórica sólida que irá alicerçar a nossa argumentação. Para afirmar qualquer informação, é preciso que você tenha uma base profunda. Contudo, quando discutimos sobre a inteligência múltipla, estamos nos referindo à importância de trabalharmos de forma interdisciplinar. Essa é uma necessidade contemporânea que perpassa por todas as áreas do conhecimento e pelas suas diversas linhas de pesquisa. Essa é uma necessidade própria à lógica da pesquisa científica, de modo que não há como isentar-se dela. Em razão de tal relevância, é preciso que aprendamos como esse trabalho interdisciplinar pode ser colocado em prática, independentemente da sua área, linha de pesquisa e tema.

A lógica do trabalho interdisciplinar

A lógica do trabalho interdisciplinarNa pesquisa científica você perceberá que certos assuntos são interdisciplinares por excelência. O conhecimento por si só é, porém, alguns assuntos atravessam linhas de pesquisa múltiplas. Esse conhecimento acaba atuando como ferramenta que propicia que o assunto seja investigado em diversas áreas, como é o caso, por exemplo, da metodologia científica. Diante desse cenário você perceberá que caso dedique-se apenas ao estudo da metodologia científica, os materiais desenvolvidos ao longo de sua trajetória acadêmica irão ser, predominantemente, voltados à metodologia científica, porém, ela é interdisciplinar por excelência. Entretanto, pode ser que você se especialize na metodologia científica para desenvolver o tópico específico sobre metodologia em seu trabalho. Assim sendo, você irá perceber que a metodologia científica deverá ser adaptada à área e à linha de pesquisa ao qual você está vinculado.

Assuntos interdisciplinares na pesquisa científica

A fim de que a lógica da interdisciplinaridade fique mais clara, iremos apresentar alguns exemplos. Podemos citar a própria semiótica, que é um assunto que atravessa áreas e linhas de pesquisa diversas. A partir do momento que adotamos a semiótica, iremos nos deparar com uma série de perspectivas que podem guiar o estudo. Devemos escolher uma delas. Assim sendo, durante a execução do seu estudo, você irá utilizar a semiótica como uma ferramenta que irá guiar todos os aspectos da sua discussão, sejam eles teóricos, metodológicos ou analíticos. O assunto e o contexto ligado a ele que você irá analisar deverão estar ligados a essa perspectiva semiótica escolhida. Todavia, você precisará de certas técnicas de pesquisa capazes de permitir a execução da sua análise. Elas advêm da metodologia científica. Diante desse cenário, gostaríamos de pontuar algumas especificidades da metodologia científica.

A atuação na área da metodologia científica

Caso você não atue na área de metodologia científica, mas precisa desse conhecimento para desenvolver o tópico em seu estudo, o seu objetivo será um. Contudo, a metodologia científica pode ser uma forma de trabalho. Por exemplo, na área da administração, a metodologia científica costuma ser aplicada para aferir um determinado tipo de percepção. Assim sendo, você pegará essa ferramenta de percepção em um público específico que tenha a ver com o perfil da empresa investigada. A metodologia científica pode estar atrelada a diversas óticas, como é o caso da própria administração, da gestão de pessoas, da economia (em alguns casos), do direito, da psicologia, dentre muitos outros. Com isso, percebemos que há várias áreas, e, dessa forma, uma infinidade de possibilidades a partir das quais a pesquisa científica pode ser realizada de uma forma mais direcionada, com um foco específico.

Colocando a perspectiva escolhida em prática

Escolhendo uma perspectiva, é preciso colocá-la em prática respeitando as suas exigências, limites e demandas. Por exemplo, suponhamos que você tenha como objetivo realizar uma análise semiótica de uma imagem, será preciso entender a lógica dessa perspectiva de análise: a própria semiótica e conceitos da área da comunicação. Para tanto, precisará buscar por subsídios teóricos capazes de tornar a sua pesquisa exequível. Como estamos falando de imagens, diversas áreas podem proporcionar essa perspectiva, como a arquitetura, a linguística, a psicologia e as artes, em geral. Assim sendo, precisamos buscar compreender como as áreas podem interagir para que o seu trabalho seja, de fato, interdisciplinar. Além disso, precisamos chamar a atenção para o fato de que a separação do conhecimento em “caixinhas” não é algo tão antigo, pois, por muito tempo, essa separação foi refutada e contestada pelos acadêmicos.

A separação do conhecimento em caixinhas

A separação do conhecimento em caixinhasTem havido uma verdadeira briga entre correntes que defendem e que não defendem essa separação do conhecimento em caixinhas. Além disso, tem-se contestado a divisão do conhecimento em áreas e subáreas. Tem-se, ainda, defendido o conhecimento totalizador. Há que se reiterar, também, que, durante muito tempo, o conhecimento sempre foi explorado de forma muito ampla. Havia os conhecimentos básicos, porém, eles transitavam entre os mais diversos âmbitos. Contudo, alguns fenômenos históricos, como, por exemplo, a Revolução Industrial, impulsionaram essa conversão do conhecimento em “caixinhas”. Assim sendo, houve uma ruptura com essa linha que pregava que o conhecimento deveria ser explorado de forma ampla. Todavia, a fim de que a pesquisa possa ser desenvolvida, é preciso que tomemos alguns cuidados, e, dentre eles, há a necessidade de reconhecermos as limitações de pesquisa.

Transitando entre as áreas do conhecimento

Hoje, por um lado, há uma necessidade posta ao pesquisador: transitar entre as mais diversas áreas do conhecimento no processo de produção do estudo. Com isso, tem-se, como objetivo, compreender os conhecimentos veiculados entre essas áreas e, sobretudo, os pontos de vida envolvidos. Algo interessante nessa interdisciplinaridade é que aprendemos a reconhecer as limitações postas pela própria pesquisa, sendo que elas não devem ser vistas como algo maléfico, mas sim como algo inevitável e que propicia que o conhecimento continue sendo desenvolvido e nunca se esgote. É um fenômeno que atravessa todas as áreas do conhecimento. Por esse motivo, é de suma importância que, na execução da pesquisa, você retrate o conceito de forma profunda e clara. Deixe claro, também, de que ponto de vista você está partindo. Tem-se, com isso, um respeito consigo mesmo, com a pesquisa e com os leitores.

Características do conhecimento múltiplo

A primeira coisa que precisamos destacar quando discutimos sobre o conhecimento múltiplo é que é preciso que reconheça a ação deles em áreas e subáreas diversas. Saiba que a sua área interliga-se com muitas outras, de modo que uma pode absorver conhecimentos da outra por meio do trabalho interdisciplinar. Para que esse trabalho possa ser executado é preciso que você conheça conhecimentos de áreas que estão conectadas com o assunto que está investigando. Os aspectos tratados pelo seu estudo devem resgatar a profundidade devida. Tem-se, com isso, o reconhecimento de outras áreas em sua própria área. O conhecimento dessas outras áreas é a estratégia que viabiliza o intercâmbio entre esses conhecimentos múltiplos. Assim sendo, um autor da área das ciências sociais, como é o caso de Bourdieu, pode ser introduzido em outras áreas, como é o caso da administração e economia.

Como explicar a interdisciplinaridade na pesquisa?

Em seu trabalho, precisará ficar claro ao leitor como se dá essa interdisciplinaridade. Por exemplo, como se trata de um autor que integra o campo das ciências sociais, é preciso explicitar essa condição e que as reflexões foram adaptadas ao campo da administração/economia. Todo esse contexto deve ser apresentado ao leitor, e, com isso, há o reconhecimento de uma área em um outro contexto, o que demonstra, mais uma vez, a interdisciplinaridade do conhecimento e a sua capacidade de adaptação. Você parte, portanto, de outras áreas, o que enriquece ainda mais a sua discussão e demonstra o seu comprometimento com o conhecimento múltiplo. Todavia, para que esse processo seja efetivo, é preciso que você trabalhe de forma interdisciplinar do início ao fim do estudo. Assim, você deverá fazer com que a sua área conecte-se com as demais relacionadas com as quais se propôs a trabalhar.

Cuidado com os achismos

Cuidado com os achismosAlgo com o qual devemos nos preocupar ao trabalharmos de forma interdisciplinar é com os achismos, pois, caso o faça, ao invés dessa interdisciplinaridade enriquecer o seu trabalho, a sua qualidade será comprometida. Iremos dar um exemplo prático: suponhamos que a pessoa tenha escolhido uma das perspectivas da semiótica para refletir sobre o seu objeto e analisá-lo. O objeto em questão é religioso, porém, esse pesquisador não dispunha de conhecimentos científicos religiosos. Abordar os aspectos teóricos com o devido distanciamento, logo, de forma científica, foi uma etapa atingida pelo pesquisador, mas, no momento da análise, a discussão deixou a desejar, visto que havia uma série de achismos que comprometeram a credibilidade do estudo. Para evitar esse tipo de situação, é de suma importância que o conhecimento sobre o tema seja profundo e científico nessa área específica.

Cuidados básicos que devemos tomar na análise interdisciplinar

Em razão das exigências típicas ao trabalho interdisciplinar, é preciso que tomemos alguns cuidados básicos para que a pesquisa mantenha a sua qualidade em todos os seus capítulos. Antes de escolher um objeto e perspectiva com a qual irá trabalhar, seja honesto consigo mesmo e reconheça se você tem o conhecimento necessário para tal abordagem. Assim sendo, recomendamos um processo de autoanálise. Reconheça se o conhecimento que você possui irá permitir que chegue à profundidade que demanda esse tipo de trabalho. Se após essa autoanálise você perceber que o conhecimento que possui sobre as outras áreas que deseja integrar na sua própria não é suficiente, talvez o mais adequado seja permanecer apenas na sua área de atuação para que a qualidade seja mantida e o trabalho não seja refutado. Essa questão está ligada ao reconhecimento do conhecimento real que possuímos das áreas envolvidas.

Algo muito importante nesse exercício é reconhecer até que ponto vai o seu conhecimento sobre as áreas que deseja integrar no estudo. Reconheça até onde essas novas áreas irão contribuir para com a análise do seu objeto. Caso você visualize que não é capaz de fazer essa interação de uma forma profunda, não há problema, você pode e deve apoiar-se na sua área para realizar essa análise com a devida profundidade. O trabalho será muito mais efetivo caso você trabalhe com uma área que conhece e sabe o que funciona e o que não funciona. Os resultados serão muito mais produtivos e a sua pesquisa terá mais credibilidade. Os resultados serão muito mais benéficos e contributivos para a sociedade. Tome cuidado, também, com as pessoas que chamará para a sua banca. Não as chame apenas por serem famosas em suas áreas. Chame aqueles que podem realmente contribuir.

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