O que fazer quando estou decepcionado com o meu curso de mestrado?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir um pouco mais sobre o universo do mestrado. Visto que é um problema que aflige as mais diversas pessoas, hoje iremos conversar sobre os motivos que fazem com que um aluno fique decepcionado ao longo deste curso. Esta é uma realidade mais comum do que você imagina, e, assim, julgamos que este debate é muito importante para que lidemos com os problemas que possam vir a aparecer da melhor forma possível. Para isso, iremos fazer uma breve, porém, muito importante, reflexão sobre precisar ou não fazer um mestrado. Mesmo que este tema possa aparentar ser controverso, ele nasceu dos relatos sobre frustrações daqueles que nos acompanham. Um momento que deveria ser bom, pois a pessoa criou uma certa expectativa, passa a ser caótico. Ao começar, percebe que não é o que queria ou o que imaginou e idealizou para si.

Por que devo compreender o universo do mestrado?

Em nosso canal procuramos trazer diversas pautas sobre o mestrado justamente para que você consiga chegar a uma decisão da qual não irá se arrepender. Para isso, não basta conhecer o curso, linha de pesquisa e instituição. É necessário que compreendamos toda a lógica que alicerça esse grande universo que é a pós-graduação. Se você está pensando em ingressar em um curso de mestrado ou aprofundar o seu conhecimento sobre este contexto para conseguir aproveitar melhor o momento, este post é para você. Para isso, é preciso saber se você precisa ou não fazer um mestrado. A fim de que cheguemos a esta resposta, separamos alguns tópicos que podem lhe ajudar a tomar esta decisão. Se você tem claro em mente que deseja fazer um mestrado, saiba que a reflexão será um exercício constante em sua prática. A gênese fundadora do mestrado é a reflexão, mesmo que haja vários tipos de mestrado.

A capacidade de pensar e refletir de forma crítica

Mesmo que haja vários formatos e modalidades de mestrado disponíveis hoje, a profundidade das reflexões é algo que certamente será cobrada. Leva-se em consideração que a graduação tem impulsionado esses alunos a continuarem as suas pesquisas (ou começarem a pesquisar). Temos, ainda, um amplo mercado que oferece cursos de pós-graduação, seja na perspectiva do lato sensu ou do stricto sensu. Além disso, muitos acreditam que o mestrado é a solução para que cheguem a um nível de profissionalização superior. Contudo, cria-se alguns estigmas relacionados ao mestrado como a única forma de profissionalização. O título de mestrado, historicamente, volta-se a todos aqueles que querem se formar e se identificar como mestres. Um título de mestre fornece alguns benefícios sociais. Um mestre sempre é associado a alguém que tem muito conhecimento e que compromete-se com o repasse do saber.

A relevância social do título de mestre

Um mestre é sempre associado à figura do professor. Remete-se, também, àqueles que se comprometeram com o desenvolvimento interno de nossa ciência. Logo, forma-se professor e pesquisador (no stricto sensu). O título de mestre é o primeiro que obtemos para que sejamos reconhecidos como pesquisadores. Assim sendo, além de ser um título associado ao professor, entende-se que o nível de pesquisa desse docente é muito superior, logo, está em outro patamar enquanto fornecedor de conhecimento. Em razão disso, os mestres costumam ministrar aulas na graduação. Dessa forma, quando pensamos em alguém que possui um título de mestre, a primeira coisa que precisamos levar em consideração é que esta pessoa é uma pesquisadora. Na vida, nós nunca devemos parar de aprender, pois o conhecimento nunca se esgota. Diariamente, compilamos novos conhecimentos a partir de nossas experiências e vivências.

Por que devemos buscar aprender e conhecer?

A partir do momento que buscamos aprender e conhecer os mais diversos assuntos, mudamos, diariamente, os nossos pontos de vista sobre várias coisas. Embora o mestrado seja uma das formas que nos desperta a continuar buscando pelo conhecimento, não é a única estratégia. Não é apenas o mestrado que faz com que aprendamos sobre coisas diversas. Os atos de aprender e conhecer podem ser colocados em prática em qualquer contexto e momento. Tudo aquilo que lemos e ouvimos em nosso dia a dia nos ajuda a compreender um pouco mais sobre o mundo que nos cerca. O mestrado é interessante para quem deseja atuar como pesquisador. Se você deseja investir na carreira acadêmica, precisará respeitar os níveis. O mestrado é o primeiro degrau. Para saber se é o momento ideal, tenha muito claro os objetivos que irão amparar a sua escolha pelo mestrado.

A importância do foco e dos objetivos de vida em uma escolha

Para que tomemos uma decisão de modo mais assertivo é crucial que tenhamos claro em mente os nossos objetivos com esse mestrado e o nosso foco de vida atual. São fatores determinantes. Antes de tomar essa decisão, planeje esses objetivos e como eles podem ser executados. Quando você for analisar esses objetivos, análise se ser pesquisador e desempenhar as atividades acadêmicas essenciais está nesse rol. Não siga apenas a “onda do momento”. Você precisa realmente querer atuar nesta área acadêmica. Não faça um mestrado apenas porque um colega ou conhecido fez. Você poderá se frustrar ao ver que os seus objetivos de vida não se conectam com a lógica acadêmica. Se você está com a ideia de fazer o mestrado apenas porque é legal, tome cuidado, pois as consequências podem ser danosas. A preparação para a carreira docente e de pesquisa demanda muito engajamento com a ciência.

O engajamento com o desenvolvimento científico

A pós-graduação exige que certas atividades essenciais sejam cumpridas. Existem aspectos específicos da metodologia e da capacidade de argumentar que são bastante cobrados. Esses elementos podem nada ter a ver com o que você quer fazer no momento. Como o mestrado é o início da vida como pesquisador, irá exigir de você muito investimento de tempo e a capacidade de se afastar. Essa capacidade é fundamental para que você saiba se relacionar com o seu objeto de pesquisa e com o outro, porque esse objeto sempre reflete a sociedade ou parte dela, sobretudo os seus problemas, fenômenos e demandas. Também é preciso entender o que o orientador quer exatamente e atender a todas as sugestões e críticas. Leve em consideração que está entrando em outro mundo. Além disso, há métodos e teorias a serem seguidas, o que pode gerar frustrações.

O mestrado está ligado aos seus planos?

Para saber se este é o momento para fazer o mestrado, é preciso conhecer a sua lógica. Outro ponto que você deve levar em consideração é a conexão dos seus planos pessoais com aquilo que o mestrado oferece. É preciso que ao planejar os seus planos pessoais você projete quanto ganharia com esse mestrado. Não é apenas um ganho financeiro. É preciso ponderar quais são, para você, os benefícios e desvantagens fornecidos por esse título de mestre. Saber se o seu salário irá aumentar, se ele é positivo no contexto no qual você trabalha e pertence e se você terá espaço para atuar como mestre são questões importantes. Por exemplo, um professor mestre que leciona na escola pública conseguirá uma pontuação superior que lhe permitirá ter mais possibilidades de escolha. O mesmo vale para outros funcionários públicos. Por meio do mestrado é possível obter uma promoção na carreira.

Os mestres são bem-vindos em uma empresa?

Tudo depende. Se você é um profissional prático/técnico de uma empresa, pode ser que um mestrado stricto sensu não seja tão interessante para a promoção de carreira. Esse título de mestrado pode, inclusive, atrapalhar os seus planos, a depender da empresa da qual faz parte. Algumas empresas veem os mestrados como algo que atrapalha e, dessa forma, mestres podem ser boicotados pela própria empresa. Eles foram se especializar, o que é interessante, mas, como sabemos, o mestrado stricto sensu serve para quem quer ser pesquisador e lecionar no ensino superior. Em outros contextos essa especialização pode não ser nada vantajosa. O mestrado impulsiona a carreira de pesquisador, e, desse modo, serve para que você atue como um acadêmico nas universidades. É preciso mergulhar no mundo da pesquisa e da docência, que é mais teórico. O contexto corporativo pode rejeitar essa profissionalização.

A rejeição por parte das empresas dos mestres

Como tem sido cada vez mais divulgado que os cursos de mestrado servem para quem tem essa veia mais acadêmica e que gosta dessas atividades mais teóricas, que colocam pouco a mão na massa, as empresas podem rejeitar esses profissionais porque preferem pessoas que possuam mais experiência do que conhecimento teórico. Entende-se que essa pessoa que é mestre quer ser pesquisador e professor, logo, pouco sabe sobre a prática. Este é um estigma, porém, muitas empresas apoiam-se nesta ideia e boicotam os mestres. Essas empresas costumam demandar profissionalização técnica, logo, cursos na modalidade lato sensu e que, na maior parte das vezes, são oferecidos pela própria empresa, são muito mais bem vistos. Entende-se, ainda, que, para esses mestres, trabalhar na empresa é um plano B, já que o que desejam é a atuação enquanto pesquisadores nas universidades.

A confusão que gera frustração

Em razão deste estigma, gera-se uma confusão quanto ao que se faz nas universidades, e, com isso, temos alunos frustrados. Às vezes, esse aluno fica mais preocupado com a obtenção do título por, socialmente, ser algo positivo, e esquece de pensar que, em certos contextos, este título pouco significará, visto que o reconhecimento se dá de outras formas. Há, também, o caso de pessoas que ingressam nesses cursos e desde o princípio não sabem o porquê de terem optado por este curso neste momento. O argumento mais recorrente é que esse mestrado não é aquilo que pensaram. No caso das pessoas que ingressam em instituições particulares, o valor investido não é nada barato e no caso dos que ingressam nas universidades públicas, embora não haja preocupação com as mensalidades, a cobrança é mais intensa ainda, sobretudo se o aluno possui bolsa de estudos custeada pelo governo. Há projetos e demandas cobradas a eles.

Cuidado para não se afastar dos seus objetivos pessoais

É muito importante saber se o mestrado é ideal neste momento, pois pode ser que você tenha que se afastar muito dos seus planos pessoais para cumprir as exigências acadêmicas. Sem este cumprimento, não conseguimos obter o título pretendido. No caso das pessoas que trabalham em empresas, porém, no departamento de pesquisas, um mestrado não é algo negativo, pois, de certo modo, no dia a dia de trabalho essa pessoa já se encontra envolvida com a pesquisa, mesmo que siga outra lógica, que é a do mercado. O mestrado torna-se bem visto no cenário corporativo quando a sua área de trabalho costuma se dar bem com este outro universo. Sem essa conexão, este título trará poucas vantagens. Para que o mestrado possa ser produtivo, o título deve impulsionar a promoção da sua carreira de alguma forma. Por fim, há um outro ponto essencial: a dedicação e o treinamento mental para transitar.

A dedicação à pesquisa

Após decidir fazer esse curso de mestrado (todos os tópicos sobre os quais conversamos lhe levaram a decidir por esse curso de mestrado) é fundamental que você tenha claro em mente qual a modalidade que deseja seguir. Temos, hoje, em nosso país, cursos reconhecidos pela CAPES que fazem parte tanto da modalidade acadêmica quanto da modalidade profissional. O primeiro passo que precisamos executar é conhecer as diferenças entre as duas modalidades, as instituições que oferecem esses cursos, a dinâmica dos núcleos que fazem parte das linhas de pesquisa da instituição e os grupos de pesquisa dos quais você pode fazer parte.

Além disso, é fundamental que você conheça as exigências desse programa que deseja ingressar, quem são os orientadores, como os trabalhos finais são desenvolvidos, como os créditos são cumpridos, dentre outras questões. Contudo, ao analisar os cursos de mestrado profissionais e acadêmicos verifique se eles estão de acordo com os seus objetivos e planos pessoais. Essa autoanálise é essencial para que o seu mestrado seja o mais tranquilo possível. Também é preciso que você se dedique inteiramente ao estudo que desenvolverá. Para isso, é de vital importância que você treine a sua mente para que aprenda a lidar com este universo.