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Como escolher uma linha de pesquisa para o seu estudo e para a sua própria carreira? As linhas de pesquisa em um programa de mestrado e doutorado – Dicas valiosas para essa escolha

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Por que a escolha de uma linha de pesquisa deve ser feita de maneira cautelosa? Quais são os cuidados que devem ser tomados?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre uma questão de suma importância. Como sabemos, quando ingressamos em uma linha de pesquisa, uma série de variáveis acabam definindo como iremos trabalhar e desempenhar os nossos estudos. Esse processo é amparado pelas exigências de uma linha de pesquisa. Como cada uma entende a ciência de uma forma e, dessa forma, os modos de execução são diversos, é natural que haja diversas maneiras de se abordar um tema multidisciplinar (que pode ser debatido em inúmeras áreas do conhecimento). Essas inúmeras formas estão ligadas às possibilidades de linhas de pesquisa com as quais um pesquisador pode contar. Contudo, essa escolha deve ser feita antes mesmo do ingresso em um programa desse tipo, uma vez que toda a sua atuação enquanto um acadêmico estará ligada às demandas, exigências e necessidades dessa linha escolhida.

Qual a melhor forma de escolher uma linha de pesquisa?Qual a melhor forma de escolher uma linha de pesquisa?

Embora muitos já tenham claro em mente quais são os seus interesses de pesquisa, são naturais as dúvidas quanto às possibilidades de escolha. Essas linhas de pesquisa, na verdade, estão ligadas aos programas de mestrado e doutorado oferecidos por uma dada instituição. Essa dúvida será respondida ao longo desse post a partir da seguinte questão norteadora: existe uma forma adequada para escolher uma linha de pesquisa que permita a minha entrada em um programa de mestrado? Em um programa de mestrado ou doutorado não apenas uma linha de pesquisa, mas sim uma série de eixos temáticos. Você pode escolher um deles e ele irá guiar todo o seu processo de pesquisa. Um programa pode abarcar de uma a três linhas de pesquisa, porém, há aqueles que possuem muito mais. As linhas de pesquisa nada mais são do que caminhos a partir dos quais um pesquisador pode se guiar.

O que configura uma linha de pesquisa?

As linhas de pesquisa são estabelecidas pelo programa de mestrado ou doutorado que você deseja ingressar. Por exemplo, suponhamos que você tenha o interesse em fazer parte de  um programa na área de nutrição. A sua primeira possibilidade é a nutrição voltada para os atletas. Uma segunda opção poderia ser a nutrição materno-infantil. Uma terceira linha poderia ser a nutrição voltada para idosos. Com isso, percebemos que o pesquisador, nesse caso, tem três caminhos de pesquisa. Suponhamos que você queira realizar um curso de mestrado ou doutorado na área de marketing. O marketing digital poderia ser uma primeira possibilidade. O marketing social poderia ser uma outra. Assim sendo, notamos que um mesmo programa abrange uma série de linhas de pesquisa. Dito isso, podemos pensar nas melhores formas de se escolher essa linha de pesquisa.

Uma estratégia de escolhaUma estratégia de escolha

Não tome essa dica como uma verdade absoluta, mas sim como um caminho que pode lhe ajudar a refletir sobre as suas possibilidades. Além disso, tenha a consciência de que certas situações aplicam-se a um perfil de pessoas que pode não ser o seu, visto que cada contexto de vida é muito particular e íntimo de cada pessoa. Via de regra, a melhor forma de se escolher uma linha de pesquisa é considerando aquilo que mais lhe agrada e tem a ver com seus interesses de pesquisa. É essa linha de pesquisa que irá lhe fornecer subsídios para que você alcance os seus objetivos. Contudo, não apenas no contexto acadêmico, mas na vida social como um todo, a afinidade é um elemento-chave que pode ser um poderoso aliado. Contudo, essa afinidade não deve ser apenas com o seu tema, mas com o seu o seu orientador, instituição, grupo de pesquisa e linha de pesquisa.

O alinhamento entre interesses e uma boa relação

Além do alinhamento entre interesses (de você, pesquisador, com a instituição, orientador, linha de pesquisa e grupo de pesquisa), é de suma importância que você preze pelo desenvolvimento de boas relações. Relações saudáveis e respeitosas são cruciais para que você possa trabalhar da melhor maneira. No mundo acadêmico, essa necessidade se mantém. Estar com alguém que você admira, respeita e tem afinidade é de vital importância. Estar perto de alguém com quem quer aprender e evoluir é decisivo no sucesso de uma pesquisa. A capacidade de um pesquisador em ser uma “esponja” e absorver todo o conhecimento que essa experiência do mestrado ou doutorado tem a oferecer implica o contato com pessoas que impulsionem esta absorção. Querer saber mais sobre esse assunto e sobre as dicas e técnicas que o orientador tem para compartilhar também é um elemento decisivo a ser considerado.

Estabeleça uma estratégia viável para o seu contexto

Recomendamos que você estabeleça uma estratégia que permita o alinhamento entre as coisas que você gosta e espera com essa pesquisa com os requisitos e expectativas de seu orientador. É fundamental que você concilie os seus gostos pessoais com as possibilidades oferecidas pelo seu orientador. Podem acontecer algumas situações relacionadas a falta de orientadores disponíveis, porém, em instituições tradicionais, isso não é tão comum. Todavia, não são raros os casos em que no meio do caminho um pesquisador tenha que trocar de orientador. Ter uma estratégia para que a pesquisa não seja comprometida é fundamental. Contudo, essas são situações atípicas. Na maior parte das vezes, um pesquisador inicia o seu curso com um orientador e permanece com ele até o fim. Para que você possa concluir todas as etapas e obter o título de mestre ou doutor, não basta o cumprimento dos créditos acadêmicos.

A importância do orientador

Geralmente, um curso de mestrado tem a duração de vinte e quatro a trinta meses (prorrogação). Nesse período, você terá um contato muito íntimo com o seu orientador e dependerá dele para concluir uma série de etapas até que possa defender o seu trabalho. Antes de escolher uma linha de pesquisa, avalie a contabilidade entre os seus interesses e os de seu orientador. Envie um e-mail e, se possível, marque uma reunião. Analise, também, o Lattes dos professores que fazem parte da linha de pesquisa de seu interesse (sobretudo os trabalhos orientados e os artigos publicados). Analise, ainda, as temáticas de seu interesse e a forma como as pesquisas são desenvolvidas. O Lattes também aponta os últimos trabalhos publicados, os últimos alunos orientados. Indicamos que você converse com esses alunos para saber um pouco sobre como esse professor trabalha.

Desmistificando um estigma

Há um estigma que permeia a comunidade acadêmica que pode inserir o pesquisador em uma situação negativa. Há a ideia que que devemos ser aceitos, contudo, é de vital importância que nos insiramos em espaços nos quais nos sentimos confortáveis. A fim de que consigamos desempenhar uma pesquisa com qualidade precisamos de inteligência emocional, o que implica questões como estar em um ambiente com o qual nos identificamos e ter relacionamentos saudáveis. Assim sendo, essa pesquisa inicial para avaliar a sua compatibilidade com a linha de pesquisa e o orientador pretendidos é essencial. Pergunte bastante e se questione se há um alinhamento entre interesses e objetivos de pesquisa. Isso é importante porque não são raros os casos de pesquisadores que afirmam que se soubessem que o mestrado funciona dessa forma, jamais teriam feito essa escolha.

A riqueza de um curso de mestrado

O problema não está no curso de mestrado em si, mas na falta de compatibilidade entre interesses e formas de se fazer uma pesquisa. Essa é uma das experiências intelectuais mais ricas que você terá em toda a vida, desde que esteja em um relacionamento saudável com seu orientador e se permita aprender a cada dia com ele. Caso não haja uma interação positiva deste pesquisador com a instituição, professores da linha de pesquisa, grupo de pesquisa e com o próprio orientador, de fato, o processo pode ser traumático. Quando esses não se adequam à sua realidade, não há como desenvolver uma relação harmônica. O problema não está no programa. Não há uma adequação deste pesquisador ao modus operandi do programa. Contudo, há centenas de outros programas que poderiam ser mais compatíveis com os seus interesses. Por esse motivo, essa pesquisa inicial é de vital importância.

A pesquisa pode ser realizada de forma tranquila?

Quando você está perto de pessoas que admira e que compactuam dos mesmos objetivos, a pesquisa flui de uma forma muito mais positiva. Quando a pessoa fala, você tem interesse em ouvir e aprender com ela. Escuta atentamente cada palavra. Entretanto, quando estamos perto de pessoas com as quais temos algum problema ou falta de afinidade, esse processo dinâmico não flui. Você dependerá desse professor em todas as etapas, sendo que em algumas delas ele precisará aprovar e assinar o seu trabalho para que possa defender. Com esses atritos, o processo de pesquisa torna-se conflituoso e exaustivo. Nesse caso, não é viável que os alunos enfrentem esses orientadores. É uma hierarquia da qual não podemos nos desvencilhar. É preciso que cedamos para que esse processo de pesquisa não seja comprometido. Assim, é preciso ter inteligência no momento de escolha do orientador e da linha de pesquisa.

Escolha linhas com as quais se identificaEscolha linhas com as quais se identifica 

Já vimos casos de pesquisadores que classificam os seus interesses a partir das linhas de pesquisa ofertadas por um programa. Por exemplo, ele pode gostar de todas, mas sempre haverá uma que desperta muito mais o seu interesse. Estabeleça qual delas é a sua prioridade nesse momento de sua carreira. Além disso, caso você perceba que trabalhar com um certo orientador não é algo que irá funcionar para você, mesmo que goste dessa linha de pesquisa, é recomendado que você escolha uma outra que tenha um orientador com o qual é possível construir um vínculo positivo. Essa pesquisa inicial sobre o orientador é uma estratégia bastante inteligente, pois você conhece um pouco como ele trabalha e avalia se é capaz de se comprometer com essa forma específica de se produzir ciência. Ao analisar o currículo desse professor, analise como as suas pesquisas são construídas (artigos e outros materiais).

O que analisar ao avaliar o alinhamento entre interesses?O que analisar ao avaliar o alinhamento entre interesses?

Além de avaliar como os professores orientam os trabalhos e os artigos que costuma publicar, recomendamos que nessa leitura você analise quais são os autores com os quais ele trabalha para que não haja conflito entre interesses. Pode ser que os autores com os quais você tem mais afinidade possam não ser aqueles de preferência desse professor, e, dessa forma, uma negociação poderá ser difícil. Além disso, uma outra situação que você deve levar em consideração é que você pode achar que se identifica com uma certa linha de pesquisa, mas, na prática, não consegue se adequar. O que pode ser feito nesse tipo de situação? O que fazer quando não gosto de um autor, mas o orientador só trabalha com esse autor? Essa é uma situação enfrentada por quem já está dentro desse programa e não consegue executar a pesquisa por falta de afinidade.

O que fazer para resolver conflitos?O que fazer para resolver conflitos?

A melhor forma de resolver um conflito é alinhando interesses, sobretudo na esfera acadêmica. É muito difícil que o professor abra mão de trabalhar com certos tipos de métodos e autores. É fundamental que você mantenha em mente que essa pessoa responsável por essa orientação trabalha há anos nessa linha de pesquisa e com esse autor. Toda a sua linha de construção de pensamento é amparada por esse autor. Não há como orientar um aluno que não se adapte a ela. É difícil trabalhar com uma construção de pensamento discordante. O alinhamento é primordial.

A comunicação, portanto, fica turbulenta, uma vez que torna-se difícil trabalhar com autores que não gostam/concordam com o ponto de vista. Entretanto, mesmo que você não concorde com esse autor, terá que se adequar a ele para que possa desenvolver o seu estudo, ou seja, terá que ceder. Você não irá conseguir confrontar o seu orientador, pois é especialista nesse autor. Por isso é essencial avaliar essas questões antes mesmo de ingressar em um programa. Analise, investigue e conheça esse programa. Entender como esses trabalhos são produzidos antes de tomar essa decisão também é essencial.

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