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Dúvidas sobre plágio inocente – análise de uma obra (cenário específico) – parte 2

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Por que o plágio preocupa tanto os pesquisadores?

Por que o plágio preocupa tanto os pesquisadores?

Olá, tudo bem? Em nossa conversa de hoje iremos discutir novamente sobre o plágio e, de novo, iremos nos atentar as ferramentas capazes de identificar se um texto possui ou não plágio.

Julgamos que é pertinente ter conhecimento acerca dessas ferramentas, pois quanto mais você saber para o que elas servem e de que forma o plágio é analisado, mais fácil será fazer uso correto dos materiais e, consequentemente, das citações, sejam elas diretas ou indiretas.

Atenção: você perceberá que quanto mais conhecimento possuir acerca do plágio, mais fácil será adotar uma outra postura, pois, como sabemos, existe o plágio inocente, contudo, não podemos fazer dele um argumento para que caiamos nessa prática.

Nesse sentido, essa conversa serve para tirar algumas dúvidas acerca do plágio inocente, sendo que o nosso objetivo é fazer com que você consiga se proteger e garantir que o seu texto seja publicado.

Quais técnicas devemos adotar para que o texto não seja acusado de plágio?

Quais técnicas devemos adotar para que o texto não seja acusado de plágio?

Como já conversamos, existem algumas técnicas que podem fazer com que os anti-plágios, ferramentas utilizadas para detectar a presença de trechos idênticos aos de materiais que já se encontram disponibilizados na web, não acusem o seu material de plágio.

Apontamos em nosso outro post sobre plágio inocente que existem áreas do conhecimento, sobretudo aquelas que, por essência, são mais teóricas, que acabam demandando dos alunos-pesquisadores pesquisas mais concentradas em um único autor/teoria.

Nesses casos, é muito comum que os autores escolham uma única obra para construir a sua base teórica, ou, ainda, um artigo ou uma quantidade pequena de materiais para construir a argumentação.

A fim de que essa situação fique um pouco mais clara, vamos definir um autor que é usado em diversas áreas do conhecimento.

Exemplo prático de uma pesquisa baseada em um autor/teoria

Existem certos autores que acabam se destacando bastante em uma ou mais áreas do conhecimento e, dessa forma, os estudos passam a ter como objetivo apresentar toda a base teórica desse autor.

É o caso, por exemplo, de Foucault.

Em razão da finalidade desse tipo de estudo, é muito comum que você acabe se baseando em uma ou mais obras desse único de autor e, dessa forma, é muito importante que faça o uso adequado das formas de citar, pois qualquer descuido poderá fazer com que o anti-plágio acuse essa produção de plágio, quando, na verdade, o que ocorre não são recorrências de trechos idênticos, mas sim o uso de uma única obra por muito tempo.

Como não há variedades de autores, o trecho é acusado como plágio, uma vez que uma das formas de se garantir o rigor científico em nossas produções é o uso e aprofundamento das contribuições de diversos autores expressivos em nossa área.

O que fazer quando quero usar as ideias idênticas do autor?

O que fazer quando quero usar as ideias idênticas do autor?

Ao fazermos uso de um certo autor e, consequentemente, da sua teoria/conceito, sobretudo dos autores mais antigos, podemos lidar com um problema muito comum: a dificuldade em escrever com as nossas próprias palavras o nosso entendimento desse trecho em questão.

Assim sendo, é de suma importância que façamos uso das citações diretas, isto é, daquelas em que copiamos os trechos idênticos.

Caso o trecho possua até três linhas, basta inserir as aspas antes desse trecho, copiá-lo, fechar as aspas e inserir os dados bibliográficos, como o último sobrenome do autor, o ano da publicação e o local exato em que o trecho se encontra na obra.

No caso das citações com mais de três linhas, os mesmos dados bibliográficos permanecem, contudo, abrimos mão das aspas e fazemos, no lugar, um recuo de quatro centímetros, o espaçamento é alterado para simples e o tamanho da letra deverá ser diminuído.

A análise do excerto citado

A análise do excerto citado

Tão importante quanto citar um trecho de uma determinada obra é a sua consequente análise.

Essa análise, por sua vez, não pode ser a própria interpretação do autor sobre o trecho que acabou de referenciar.

É necessário, portanto, que você insira o seu posicionamento, de forma científica.

A primeira dica que gostaríamos de dar acerca desse trecho a ser interpretado é que ela não precisa se restringir a esse trecho que acabou de referenciar.

Você pode se basear em outras obras, desse autor ou de outros, para refletir e fazer com que essa análise faça sentido com o trecho que acabou de sentir.

Fazendo uso desses vários autores, o anti-plágio não acusará o seu texto de plágio pela falta de base teórica.

O mais interessante na construção de um capítulo é que você apresente ao seu leitor diversos pontos de vista sobre o conceito que está apresentando, pois assim ele terá um panorama maior acerca do que está defendendo.

Como citar dados diversos sem recair na prática do plágio?

Para construir a base teórica de nossas produções, podemos recorrer a mecanismos diversos, como é o caso, por exemplo, dos recursos visuais, sendo eles gráficos, tabelas, quadros e ilustrações.

Contudo, esses dados pertencem a um outro autor e caso sejam de sua própria autoria você precisa indicar que esses dados foram coletados por você.

Ainda sobre os dados, sobretudo estatísticos, é de suma importância que você diga de onde está retirando essas informações, como é o caso de indicadores diversos que pertencem aos mais diversos órgãos, como é o caso, por exemplo, do IBGE.

A primeira coisa que precisamos fazer para se chegar aos resultados que nos ajudarão a construir a nossa base teórica é fazendo uma busca sistematizada e, a partir disso, quando formos escrever esse artigo, será preciso reunir todos os materiais que, de alguma forma, aproximam-se por destacarem um mesmo conceito.

Como conseguir dados seguros para o meu estudo?

Caso deseje apresentar números para comprovar uma determinada situação por você abordada, é preciso que tome alguns cuidados.

É de suma importância que, sempre que possível, você recorra a números e até mesmo a recursos visuais, sobretudo gráficos e tabelas, e artigos científicos e, ainda, dos órgãos oficiais, podendo ser brasileiros ou internacionais.

É muito importante fazer uso de recursos visuais que sejam pertencentes a essas fontes mais oficiais, contudo, esses elementos são analisados pelo anti-plágio e, em razão disso, a citação é, novamente, indispensável.

As normas para referenciação desses elementos podem variar de acordo com cada instituição/revista, porém, o mais recorrente é que esses dados apareçam logo após o elementos visual a ser inserido, bastando colocar o nome “fonte” e a origem dessa fonte, como, por exemplo, o nome do órgão e o ano de publicação.

Materiais com temas muito inéditos precisam de fontes?

Embora essa resposta possa, em um primeiro momento, parecer óbvia, queremos chamar a sua atenção para o fato de que todo e qualquer material científico, independentemente do quão novo e inédito o tema é, precisa ser baseado em fontes e, mais do que isso, não podemos usar qualquer tipo de fonte.

Mesmo no caso da Covid-19, que é um tema muito novo, existem diversos artigos científicos que são publicados a cada dia, o que dispensa a procura de materiais em veículos midiáticos tendenciosos, uma vez que os artigos desses sites e blogs não passam por avaliações rigorosas acerca do seu conteúdo e, com isso, nem toda informação ali divulgada é, de fato, verdadeira.

Assim sendo, a melhor forma de se proteger é apoiando-se em materiais científicos, que, em sua maioria, encontram-se publicados em revistas indexadas nas mais diversas bases de dados, sejam elas abertas ou fechadas.

Como explorar os dados quantitativos em um texto científico?

Outro elemento para o qual gostaríamos de chamar a sua atenção é para o fato de que muitos pesquisadores apresentam dados quantitativos em seus estudos, sobretudo estatísticas e probabilidades, seja de autoria própria ou de fontes governamentais.

Entretanto, embora esse uso seja adequado, gostaríamos de chamar a sua atenção para o fato de que não basta apresentar esses dados, uma vez que é de suma importância que uma análise minuciosa acerca desses dados seja feita, pois ela comprova, inclusive, o quão pertinente são esses dados para solucionar o problema de pesquisa adotado pelo estudo em questão.

Com isso, gostaríamos de enfatizar o fato de que não importa o quão atual e inédito é o tema proposto, citar qualquer tipo de dado e, na sequência, realizar uma análise profunda e detalhada sobre o dado apresentado é crucial.

Tome todos os cuidados para que o seu estudo seja apontado como científico.

O que faz com que o anti-plágio acuse um texto de plágio?

Agora que você já sabe quais são os cuidados básicos que precisamos tomar para que não sejamos acusados de plágio, gostaríamos de chamar a sua atenção para o que um programa de anti-plágio detecta em sua análise.

A primeira dessas observações é o bom uso das citações diretas e indiretas.

A depender das configurações do seu programa (ou da revista/instituição), uma certa quantidade de palavras é permitida sem que o texto seja acusado de plágio.

Contudo, essas palavras admitidas são poucas, sendo que, em alguns desses programas, admite-se apenas duas ou três palavras iguais.

Atenção: existem pesquisadores que se propõem a analisar citações e, dessa forma, precisa-se tomar muito cuidado, pois, caso haja muita semelhança entre o trecho original e o trecho em análise, certamente o programa em questão detectar.

É preciso tomar cuidado, ainda, com coisas que propomos no estudo e não fazemos, de fato.

Cuidados ao prometer realizar determinados procedimentos em um estudo

Uma outra coisa que precisamos nos ater para que o programa de anti-plágio não detecte plágio diz respeito às “falsas promessas” que fazemos aos nossos leitores.

Existem pesquisas que se propõem a discutir sobre certos conceitos, a analisar certa situações e a usar certas ferramentas/técnicas, contudo, ao lermos esse material, não conseguimos detectar esses procedimentos propostos pela pesquisa em questão que estamos lendo.

É muito comum que esse tipo de proposta costume ser rejeitada pela falta de embasamento e, consequentemente, de rigor científico.

Lembre-se: nós precisamos facilitar a vida do leitor, pois ele não irá atrás de cada material que utilizamos, então deixar de explorar esses dados ou apresentá-los de forma muito superficial pode comprometer a qualidade da pesquisa.

É muito comum que nos deparamos com posicionamentos contraditórios nesse tipo de proposta.

Por que é tão importante dizer de onde estou tirando os dados?

Vivemos em um mundo que tem lidado com um problema em crescimento: a disseminação massiva de notícias falsas e, com isso, a pressão para dizer de onde estamos retirando os nossos dados têm se intensificado ao longo dos anos.

Muitos leitores, ao depararem com textos “pouco científicos”, podem se munir de argumentos como “mas quem é essa pessoa para afirmar isso?” e, assim, podem descredibilizar o seu estudo.

Ter um texto em que a base teórica é bastante sólida evita esse tipo de questionamento acerca da qualidade das informações disponibilizadas ao leitor.

Com isso, a forma mais correta de se evitar a prática do plágio e o descrédito da sua produção é fazendo o uso adequado das citações e, no caso das citações indiretas, tome cuidado e evite usar as mesmas palavras que o autor do texto no qual está se baseando.

Por que pensar no plágio é uma questão importante?

Por que pensar no plágio é uma questão importante?

O plágio, na verdade, nada mais é do que uma estratégia da própria academia de garantir tanto à ela quanto à sociedade em geral que as informações disponibilizadas ao público são seguras.

É uma forma, também, de se combater o problema das notícias falsas, que, a cada dia, intensifica-se mais.

Muita gente tem deixado de publicar por receio de serem acusados de plágio.

Contudo, o mais importante é que você mantenha em mente que será preciso referenciar todo e qualquer dado retirado da internet, seja essa informação uma imagem ou gráfico ou o texto verbal propriamente dito.

Como ele não é de nossa autoria, é de suma importância que atribuamos os devidos créditos aos donos das ideias nas quais estamos nos apoiando.

Nos próximos posts, como essa é uma questão que muito tem preocupado os nossos pesquisadores, iremos apresentar uma série de dicas para que você, aos poucos, aprenda como citar os mais diferentes tipos de dados.

O plágio é uma questão que vale à pena ser pensada com muita cautela, pois ele pode destruir todo um legado construído pelo pesquisador.

Porém, seguindo as dicas, você, aos poucos, irá se habituar a referenciar todas essas informações apropriadamente.

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