As opções de cursos de graduação que podemos realizar: características principais, finalidades e benefícios. A graduação como pontapé inicial para a consolidação da carreira acadêmica
Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos retomar as nossas discussões sobre os pilares que compreendem a cátedra acadêmica. Como temos frisado ao longo de nossos posts sobre formação acadêmica, seja no contexto da graduação ou no da pós-graduação, a depender dos seus objetivos em um certo momento da vida, sobretudo profissional, um tipo de curso pode ser mais interessante do que outro, porém, é preciso que você saiba quais são essas possibilidades e os cuidados que você deve tomar ao optar por uma delas. Hoje iremos nos concentrar no cenário da graduação, porém, como os cursos de graduação são o pontapé inicial para aqueles que desejam permanecer no contexto acadêmico, é preciso que conheçamos quais são os problemas que podem impedir ou postergar o ingresso de um aluno em um programa de mestrado. Diante desse cenário, precisamos, primeiramente, conhecer os tipos de curso.
As limitações postas por um curso de graduação
Diante do cenário aqui apresentado, hoje iremos nos concentrar nas limitações ou nas possíveis limitações que podem impedir o seu ingresso em um programa de mestrado. A discussão de hoje surgiu de uma pauta deixada por vocês que nos acompanham: existe algum tipo de limitação posta pela escolha do tipo de curso de graduação que impede o ingresso em um curso de mestrado? Um curso de licenciatura ou bacharelado possuem as mesmas vantagens e desvantagens? Antes que nos atentemos a essas possíveis limitações, partimos do pressuposto que é importante conhecermos quais são essas possibilidades de cursos de graduação e as suas reais finalidades. Cada tipo de curso, em virtude dos seus objetivos, adotam um formato diferente. A partir disso é que entenderemos se há limitações e de que forma elas influenciam no ingresso em um programa de mestrado.
A transição do ensino básico para o superior
É importante que você compreenda quais são essas opções porque ainda há muitas pessoas preconceituosas que podem entender um tipo de curso como “menor” (em termos de importância). Esse conhecimento é essencial para que você faça escolhas seguras e de qualidade. A depender do seu perfil, um curso no formato de bacharelado pode ser mais interessante que uma licenciatura. O mesmo vale para os cursos tecnólogos. Antes de nos atentarmos aos formatos de curso de graduação, é importante que você saiba que a nossa trajetória acadêmica inicia-se com o ensino básico. Primeiramente, migramos do Ensino Fundamental para o Médio. Imagine a sua trajetória como uma grande escada, em que a cada momento da sua vida acadêmica, subirá um degrau. É o que acontece nessa transição do ensino básico para o superior. Precisamos compreender como funciona essa “escada acadêmica”.
A cátedra acadêmica
Até que cheguemos ao último nível da educação superior (doutorado, para aqueles que não fazem um pós-doutorado ou livre docência), é preciso que subamos um degrau de cada vez. Por exemplo, para que cheguemos ao Ensino Fundamental, o Ensino Infantil é obrigatório. O mesmo vale para o Ensino Médio, que necessita do Fundamental (dividido entre I e II). No Ensino Médio, caso queira, pode agregar um curso técnico. O ensino técnico prepara esses alunos a fim de que atuem no mercado. Terminado o Ensino Médio, esse aluno chega no ensino superior, que é bastante amplo. O ensino superior abarca múltiplos cursos e formatos. O curioso é que muitos cursos que não existiam há tempos atrás hoje são procurados de forma frequente, uma vez que as demandas de mercado e de sociedade mudam, e, dessa forma, a comunidade acadêmica precisa se adaptar a essas novas realidades.
A comunidade acadêmica e as novas demandas
Um exemplo de curso (ou de linha de pesquisa) está voltada à formação com ênfase na melhora da qualidade de vida humana. No âmbito das ciências da saúde, há aqueles cursos que se atêm às práticas de medicina alternativas, como é o caso, por exemplo, da medicina chinesa. Nesse sentido, cursos de ensino superior reconhecidos pelo MEC têm investido cada vez mais em cursos que, nesse momento histórico, político, cultural e econômico que estamos vivendo, são essenciais. Apresentado esse panorama, podemos, a partir desse momento, concentrar-nos nos tipos de curso propriamente ditos, sendo todos eles no nível da graduação. Eles são a licenciatura, o bacharelado e o tecnólogo. O primeiro tipo é a graduação técnica, também conhecida como curso tecnólogo ou ensino técnico. O curso técnico é considerado como um curso de nível superior, porém, possui algumas diferenças em relação aos demais tipos.
A graduação técnica
Trata-se de um curso de ensino superior. O ensino técnico agregado ao médio possui um outro formato, visto que não é, ainda, ensino superior, então os conteúdos são mais básicos, introdutórios. Terminado esse Ensino Médio, agregado ou não ao ensino técnico, o aluno pode optar por um curso de graduação técnico ao invés de uma graduação mais “tradicional”. Por exemplo, suponhamos que no ensino técnico o aluno tenha gostado das disciplinas voltadas ao Big Data. Ele pode procurar por um curso de graduação técnico com essa ênfase. É preciso que nos atentemos ao objetivo desse tipo de curso, que é o de preparar os alunos para o exercício profissional de forma mais rápida. Na verdade, todos os três tipos de graduação têm o objetivo de preparar os alunos para atuação no mercado de trabalho, porém, cada uma delas realiza esse preparo de uma forma diferente.
O objetivo da graduação técnica
Dentre as especificidades da graduação técnica, podemos destacar que o seu principal objetivo é o de desenvolver e aprimorar habilidades demandadas por uma certa área da forma mais rápida possível. Por exemplo, hoje, há cursos técnicos na área jurídica que vão treinar habilidades e competências específicas da área jurídica, como é o caso daquelas típicas à mediação de conflitos. Se o seu objetivo é tão somente o de trabalhar com a mediação de conflitos, não é preciso realizar um curso de bacharel em Direito. O curso técnico permite que você trabalhe como técnico nessa área específica. O mesmo vale para aqueles que desejam trabalhar com contratos. Há cursos técnicos que permitem essa atuação técnica. Todas as áreas possuem graduações técnicas. É o caso, por exemplo, dos Recursos Humanos, que é uma subárea que integra a Administração.
As múltiplas possibilidades de atuação
Além dos Recursos Humanos, os tecnólogos em Design de Interiores e de Gerenciamento de Projetos têm se tornado cada vez mais frequentes. No caso do Design de Interiores, trata-se de um dos eixos fundamentais que integra os cursos de Arquitetura, porém, você pode realizar um curso técnico voltado a esse eixo apenas. Contudo, este não deixa de ser um curso de graduação, porém, a sua finalidade e formato são diferentes em virtude dos objetivos aos quais se propõem. Devido a essa finalidade/formato, o tempo de duração do curso é menor, uma vez que o escopo principal é o de promover uma formação rápida e específica. A média prevê que esses cursos durem dezoito a trinta meses. Em termos de anos, equivale de dois a três anos de formação. Contudo, caso você almeje um outro tipo de formação, mais longa e geral, há duas opções com as quais você pode contar e optar.
A licenciatura e as suas particularidades
Caso você não tenha se identificado com o curso tecnólogo, não se preocupe, há outros dois tipos de formatos. O primeiro deles é a licenciatura. É preciso que compreendamos o objetivo fundamental de um curso desse tipo. A missão essencial é a de preparar o aluno para que atue como professor. A formação permitirá que ele lecione as suas aulas no ensino básico, isto é, no Ensino Fundamental II e no Médio. Dentre as licenciaturas mais comuns, temos aquelas relacionadas às disciplinas que compõem a grade curricular básica (Matemática, Letras, Ciências Biológicas, História, dentre outras). Nesse sentido, quem procura por um curso de licenciatura deve ter claro em mente que ele será preparado para atuar como um professor da disciplina específica associada ao curso que está fazendo (Letras com habilitação em Inglês e Literatura abre o rol de possibilidades desse professor em formação, por exemplo).
Os cursos de bacharelado e as suas características
Dentre as principais diferenças entre os dois tipos de cursos de graduação, temos o fato de que um prepara o aluno para atuar em um setor específico do mercado e o outro para que este atue como docente. O que deve ficar claro é que temos aqui formatos diferentes de ensino que, a depender das suas necessidades, podem ser mais ou menos interessantes. Por fim, há um último formato de curso de graduação com o qual você pode contar. Estamos nos referindo aos bacharelados. São cursos que costumam durar de quatro a seis anos. Esses cursos também têm o objetivo de preparar esses alunos para que atuem no mercado, porém, diferentemente dos tecnólogos, o aluno terá contato com os aspectos gerais de todos os campos que integram a área escolhida. Como o ensino superior é muito generalista, a grade curricular não consegue aprofundar os conteúdos, apenas fornece um panorama geral.
Exemplo de um curso de bacharelado
Suponhamos que você queira realizar um curso de bacharelado em Administração. Diferentemente do tecnólogo com ênfase na área de Recursos Humanos, aqui o aluno não terá contato com apenas essa área, e, além disso, os conteúdos concernentes a essa área serão abordados de forma mais geral. Nesse sentido, o aluno, de fato, terá contato com todas as áreas da Administração, porém, caso tenha interesse em algum campo em específico, terá que aprofundar por si só, ou, caso queira, realizar um curso de pós-graduação nessa área específica, seja a pós lato ou stricto sensu. Além disso, esses cursos, por serem mais genéricos, são mais teóricos, com exceção das áreas mais aplicadas, como as ciências da saúde. Não enfoca-se tanto em um campo específico dessa grade. Os profissionais saem desse curso com uma visão genérica sobre os conteúdos aprendidos, o que abre portas para uma possível especialização.
A lógica das grades generalistas
Essa é uma realidade que perpassa por todas as áreas do conhecimento, de modo que é inevitável que o conhecimento adquirido seja mais objetivo e geral, o que pode não ser suficiente para a atuação em um dado campo. Cada um desses campos admite uma série de linhas de pesquisa, e, dessa forma, você terá que optar por trabalhar com aquela com a qual mais se identifica, porém, não deixe de considerar uma especialização ou aprofundamento desses conteúdos tão caros a uma atuação mais direcionada. Essa é uma característica típica aos cursos de bacharelado, e, dessa forma, todos os cursos são alvos dessa grade mais genérica. Assim sendo, ao realizar um curso de Direito, mesmo que você queira atuar na área da mediação de conflitos, terá que perpassar por todas as áreas que integram a ciência do Direito. Não há como escolher as disciplinas.
O impacto dos cursos de graduação no ingresso em um mestrado
Todos os formatos aqui apresentados estão ligados ao ensino superior e são aprovados pelo MEC, porém, precisamos compreender como cada um deles impacta em um processo seletivo para ingresso em um curso de mestrado. Tudo irá depender do edital apresentado pela instituição responsável por esse programa de mestrado. Por exemplo, se você deseja ingressar em um programa voltado à área da educação, é mais interessante que você tenha realizado um curso de licenciatura ou bacharelado. Ambos apresentam aspectos gerais sobre os múltiplos campos e você pode se aperfeiçoar em um a partir da pós-graduação. Contudo, a maior parte dos editais apenas requerem o curso superior, sem especificar qual.
Entretanto, certos tipos de editais podem inserir algumas especificações. No caso da área da educação, o edital pode requerer que o candidato tenha feito uma graduação no formato de licenciatura, mas, como vimos, não há uma regra. Todos os editais apresentam certas qualificações. Cabe a nós a verificação dessas e se elas são fatores impeditivos ao nosso ingresso nesse programa específico. Analise quais são as exigências e especificidades postas pelo edital apresentado pela instituição da qual deseja fazer parte. Assim sendo, não é correto dizer que um curso é mais relevante que o outro. Cada um deles está ligado a uma finalidade. É o seu objetivo profissional que determinará a melhor escolha.