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O que pode impedir de alguma forma a sua entrada em um programa de mestrado? Compreendendo como funciona o histórico escolar na graduação e as suas principais dificuldades

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O universo da pós-graduação: como uma pessoa que está em um curso de graduação e tem interesse nesse meio pode começar a se preparar?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos dar prosseguimento às nossas discussões sobre o universo da pós-graduação brasileira. As dicas que iremos apresentar hoje estão ligadas ao processo de ingresso em um programa de mestrado, e, dessa forma, temos, como intuito, ajudar você a se preparar para passar por essas etapas de uma forma mais tranquila. Embora seja muito comum que as pessoas invistam primeiramente no mercado de trabalho para depois retornarem a esse universo acadêmico, agora no contexto da pós-graduação, há aquelas pessoas que já nos momentos finais de seus cursos de graduação percebem que têm interesse nesse universo da pesquisa e da docência, e, dessa forma, almejam ingressar nesse espaço. Como temos frisado em nossos posts, esse universo tem uma série de demandas com as quais precisamos nos acostumar. Assim sendo, iremos ajudar você a compreender esse cenário.

O que caracteriza o programa de mestrado na modalidade do stricto sensu?

Como temos destacado ao longo de nossos posts, após terminarmos um curso de graduação, temos em mãos dois caminhos “acadêmicos”. O primeiro deles possui um viés mais prático, que é a pós-graduação lato sensu, sendo que esta forma especialistas em certos domínios de atuação, uma vez que o conhecimento que recebemos na graduação é muito básico e pode ser que você precise complementar a depender do campo no qual atua. O outro cenário é o stricto sensu, que forma mestres e doutores. Os cursos do stricto sensu têm um público-alvo específico. Se você deseja atuar como um professor universitário e como pesquisador, precisará procurar por um curso que integra a modalidade do stricto sensu. A fim de que você possa cursar esse tipo de programa, precisará passar por um processo seletivo. Hoje partiremos de três dúvidas relacionadas a essa temática que estão muito interconectadas.

Dúvidas frequentes relacionadas ao ingresso em um curso de mestradoDúvidas frequentes relacionadas ao ingresso em um curso de mestrado

É normal que ao nos depararmos com a possibilidade de realizarmos um curso de mestrado ou doutorado estejamos em contato com uma série de demandas e exigências. A fim de que consigamos lidar com elas da melhor maneira possível, é necessário aprendermos como funciona esse universo para que o nosso processo de adaptação seja o mais tranquilo possível. Embora estejamos apresentando dicas para as pessoas que irão passar por um processo seletivo, alunos de graduação que se interessam por esse meio podem ser igualmente beneficiados. A primeira dessas dúvidas sobre as quais chamamos a atenção está relacionada à avaliação em um processo seletivo, especialmente do histórico escolar, e, consequentemente, do coeficiente de rendimento. Muitos se questionam se esse aspecto possui um peso significativo no ingresso em um mestrado ou se as outras etapas são decisivas para a aprovação nesse processo.

O histórico escolar exerce algum tipo de peso no processo seletivo do mestrado?

Até o presente momento, não vimos nenhum edital para ingresso em um curso de mestrado que tenha atribuído algum tipo de peso maior para os históricos de alunos que possuem um maior coeficiente de rendimento. Acreditamos que esse ponto deve ficar evidenciado porque, no Brasil, a nossa ciência se dá de uma forma muito diferente. A fim de que você possa ingressar em um programa desse tipo por uma instituição regularizada pela CAPES é preciso que você atenha-se ao que o edital pede. Toda instituição validada e reconhecida por esse órgão lança um edital com as “regras” a serem seguidas pelos candidatos e não há nada ali sobre o coeficiente de rendimento obtido em seu curso de graduação. Pede-se, nesse edital, a apresentação de um projeto de pesquisa, a equivalência do título de graduado, dentre outras questões. Até esse momento, o histórico serve apenas como comprovação desse título.

O que tem peso em um edital?

Como reiteramos, um histórico escolar em um processo seletivo deste tipo não tem peso algum, visto que serve apenas como um documento que comprova, caso seja solicitado, que você concluiu esse curso de graduação. O que tem um peso fundamental nesse processo é o seu projeto de pesquisa. A sua missão é apresentar um material que possa ser interessante para o seu orientador, para a linha de pesquisa e para o programa, e, além disso, ele deve ter relevância social e contribuir tanto com a academia quanto com a sociedade atual na qual vivemos. Há algumas estratégias preliminares que podem lhe ajudar nesse processo, como conhecer esse programa e os seus professores. Para isso, acessar o Lattes desses orientadores para descobrir qual pode mais contribuir com a sua pesquisa é essencial. Conversar é muito importante para que você saiba como os alunos são admitidos e se esse professor tem vaga.

A exceção a regra de que o coeficiente de rendimento não tem peso

Como sempre retratamos em nossos posts, para toda regra, há uma exceção. Embora o mais usual seja que o coeficiente de rendimento obtido ao longo desse curso de graduação não tenha nenhum peso, há uma exceção que deve ser apresentada, mas tome atenção para que ela não seja levada como regra. As instituições militares fogem um pouco dessa regra a qual estamos nos atendo. A fim de que você possa ingressar e permanecer em uma instituição desse tipo, diversos aspectos são avaliados e decisivos a esta permanência, como é o caso do coeficiente de rendimento. Nas instituições consideradas como “laicas”, sejam elas públicas ou privadas, o mais comum é que outros aspectos sejam levados em consideração nesse momento do processo seletivo, como, por exemplo, a construção do seu projeto de pesquisa e o seu engajamento com as atividades científicas.

Quem consegue fazer um curso de mestrado no Brasil de hoje?

Essa segunda variável, que também é uma pauta frequente nos mais diversos debates, é de suma importância a esta reflexão. Afinal, quem são os alunos que conseguem formar-se como mestres hoje? De antemão, gostaríamos de frisar que, de fato, não se trata de um processo simples, porém, também reconhecemos que precisamos ser otimistas. O cenário no qual vivemos hoje é muito diferente. Prova disso é que temos mais de sete mil e seiscentos programas de pós-graduação stricto sensu ativos em todo o Brasil. Para ingressar em qualquer um desses programas, precisamos passar por um processo seletivo, sobretudo nas universidades públicas. Não é um processo difícil, mas sim trabalhoso, especialmente se você está migrando de uma instituição para outra, o que implica tomar certos cuidados e traçar certas estratégias para que você se adapte a esse novo contexto de uma forma tranquila.

Estratégias preliminares relacionadas ao processo seletivoEstratégias preliminares relacionadas ao processo seletivo

É muito importante conhecer o ambiente no qual estamos tentando nos inserir. Se você não é aluno da casa, precisará tornar-se uma opção para o seu orientador. Nesse sentido, recomendamos que você entre em contato com ele e se mostre à disposição. Participar de grupos de pesquisa dos quais ele faz parte e cursar disciplinas enquanto aluno especial são estratégias que costumam render bons frutos. É um momento em que você estará adquirindo experiência e expertise acadêmica, o que leva tempo. No contexto das universidades particulares, tenho uma realidade com as suas próprias especificidades. A depender da disponibilidade da universidade na qual encontra-se vinculado, a CAPES pode financiar o seu curso de mestrado, pois você pode conseguir um auxílio para custear as suas mensalidades. Entretanto, nesse momento, devido aos cortes de bolsas, as humanidades encontram barreiras.

O cenário da pós-graduação brasileiraO cenário da pós-graduação brasileira

Como tem sido noticiado, as bolsas têm sido cortadas, e, dessa forma, as humanidades têm sido afetadas de forma expressiva, uma vez que a verba restante tem sido atribuída às pesquisas da área da saúde e das ciências exatas. Contudo, mesmo que estejamos vivenciando um momento delicado, vale a pena fazer esse acompanhamento a partir do site da CAPES, pois lá divulga-se as bolsas fornecidas aos programas, sendo que algumas delas permitem que os alunos realizem o seu curso no exterior (ou parte dele). É um contexto complexo e que tem sim as suas restrições, porém, é o melhor caminho para aquelas pessoas que se identificam com a pesquisa e a docência, e, portanto, querem mergulhar nesse universo. Além disso, precisamos chamar a atenção para que não devemos fazer um curso de mestrado ou doutorado apenas para recebermos esse título. É a nossa missão contribuir com a sociedade fornecendo saber.

Desafios postos pela carreira acadêmica

A partir do momento em que optamos por seguir esse caminho da pesquisa, da docência, da ciência, adquirimos uma missão da qual não podemos nos desvencilhar jamais. Essa é uma carreira que faz com que tenhamos um compromisso eterno com a sociedade: fazer com que o nosso país se expanda nos mais diversos sentidos e que a vida em sociedade seja a melhor possível. É a ciência que faz isso e nós somos os condutores dessa ciência. Temos o dever de auxiliar as pessoas, de propor soluções para os seus problemas, de refletirmos sobre fenômenos e problemas sociais que afligem a coletividade, dentre outras responsabilidades. Temos, portanto, o compromisso coletivo de produzir conhecimento de qualidade e, mais do que isso, fazer com que ele chegue às pessoas. Não é um processo fácil, mas é essencial. Se você quer realmente ser um pesquisador, mesmo com as adversidades, não desista. Você é crucial.

Encontre caminhos para vencer as adversidadesEncontre caminhos para vencer as adversidades

Não apenas os pesquisadores brasileiros, mas todos, em geral, lidam com uma série de adversidades postas pelo contexto social, político, econômico e cultural no qual se inserem. A fim de que seja possível lidar com essas adversidades, traçar estratégias e caminhos que nos permitam progredir enquanto cientistas e continuar a contribuir para com a sociedade é o mais urgente. São diversas as possibilidades que temos em mãos para que possamos dar vida a essa contribuição. Por motivos diversos, muitas pessoas não podem buscar por esse ensino presencial, surgindo, daí, a importância dos cursos oferecidos à distância, conhecidos como EAD. Assim, muitas pessoas nos questionam acerca de quais são as instituições reconhecidas que oferecem cursos na modalidade à distância, de forma totalmente online. A primeira coisa que você precisará saber é conhecer as instituições que são reconhecidas pela CAPES.

A importância de buscar por uma instituição reconhecidaA importância de buscar por uma instituição reconhecida

Em outros posts, ensinamos como você pode saber se uma instituição é ou não reconhecida pelo próprio site da CAPES. Trata-se de um site bastante intuitivo, e, assim, terá acesso às informações de forma rápida e fluida. Uma das formas de otimizar essa busca, e é uma estratégia indispensável, já que temos mais de sete mil e seiscentos programas, é afunilar essa busca por região, e, depois, por estado. São cursos de mestrado e doutorado no nível do stricto sensu e que são seguros e de qualidade. Além disso, é importante pontuar que esses cursos perpassam tanto pela modalidade acadêmica quanto pela profissional (aqueles cursos com um viés mais prático, mas que não deixam de pertencer ao eixo do stricto sensu). Em virtude desse contexto pandêmico no qual estamos vivendo, diversos programas adaptarem-se frente ao EAD, e, assim, acreditamos que as aulas virtuais vieram para ficar.

As exigências da academia e o seu modus operandi

Hoje, grande parte dos créditos pode ser eliminada das formas mais diversas. Há o caso de pesquisadores que organizam-se para que terminem de cursar os créditos presenciais em um certo período para que possam dedicar-se integralmente à pesquisa sem que tenham que ficar se deslocando a todo o momento para a universidade. Em um contexto normal, é comum que os alunos dediquem-se ao longo do primeiro ano desse curso a cumprirem todas as atividades presenciais nessa instituição. O outro ano, para quem está no mestrado, fica reservado para o desenvolvimento da dissertação.

Não são raros os casos de alunos que conseguem cumprir toda a carga obrigatória posta pelo seu curso de mestrado nos primeiros seis meses, de modo que, por um ano e meio, ficam livres para dedicarem-se exclusivamente à escrita desse material final, que é a dissertação, no caso do mestrado. O EAD hoje é muito bem aceito. Se você está distante de uma instituição que tenha o curso que você deseja realizar ou se a sua rotina não permite que você realize esse curso de forma presencial, um curso à distância pode ser a melhor solução. Os programas estão fortemente inclinados a promoverem o ensino híbrido e totalmente à distância.

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