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As tecnologias de informação e comunicação auxiliando o ensino da matemática no atendimento educacional especializado

RC: 84931
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

ANGELO, Jamisson da Silva [1]

ANGELO, Jamisson da Silva. As tecnologias de informação e comunicação auxiliando o ensino da matemática no atendimento educacional especializado. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 05, Vol. 07, pp. 51-63. Maio de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/pedagogia/tecnologias-de-informacao

RESUMO

Este estudo versa sobre a aprendizagem matemática no atendimento educacional especializado (AEE) na rede regular de ensino, para atender as defasagens de aprendizagem apresentadas pelos estudantes dos anos iniciais. O uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no contexto da AEE para o ensino de matemática pode contribuir para o processo de ensino e aprendizagem, pois como ferramenta faz com que estes estudantes se motivem, havendo maior fixação dos conteúdos, além de desenvolver o raciocínio lógico de forma agradável. O problema de pesquisa foi investigar: quais as possibilidades e os desafios que tratam sobre a utilização de TICs para a inclusão de estudantes de sala de AEE no ensino de Matemática? O objetivo geral deste estudo foi avaliar as possibilidades e os desafios que tratam sobre a utilização de TICs para a inclusão de estudantes de sala de AEE no ensino de Matemática. Como metodologia foi realizada uma revisão de literatura, com base numa pesquisa qualitativa de cunho exploratório. Verificou-se que a Matemática é a disciplina mais temida e mal compreendida pela maioria dos estudantes, em especial os de AEE, problema que poderia ser atenuado com o uso das TICs. Mas diversos são os desafios no interior das escolas, que sofrem com a falta de estrutura tecnológica. Nessa perspectiva, é talvez a mais relevante e de difícil enfrentamento, analisar a subutilização das potencialidades democráticas das TICs no AEE. Para a inclusão digital nas escolas, há necessidade de cobrar políticas mais democráticas e efetivas.

Palavras-chave: Sala de Apoio, Matemática, Aprendizagem, TICs.

INTRODUÇÃO

A educação inclusiva no Brasil, que visa inserir estudantes com deficiência no ensino regular, baseia-se na Constituição Federal de 1988, que garante a todos o direito à igualdade (art. 5º). No seu artigo 205, trata do direito de todos à educação, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, definindo também no Artigo 208 “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1988).

Não se pode mais pensar em ensino desvinculado das tecnologias existentes. As escolas demoraram muito para conseguir recursos e disponibilizar o mínimo necessário de equipamentos para diferenciar as atividades em sala. Tem-se a impressão que a educação está sempre um passo atrás da evolução dos recursos que podem ser utilizados em sala de aula (PACIEVITCH, 2014).

A sistematização do AEE e a utilização das TICs, como o computador como recurso pedagógico, são importantes para somar à ação do professor no atendimento ofertado ao estudante na sala de recursos e classe comum e podem ampliar as possibilidades tanto do ensino quanto da aprendizagem por meio de jogos que contemplem os conteúdos ensinados em sala, uso do corretor ortográfico para produção de textos, de jogos de raciocínio, atividades que desenvolvam consciência fonoaudiológica e sequência lógica (MIRANDA, 2007).

Segundo Borba, Penteado (2001) e Calil (2011) o advento das Tecnologias da Informação e Comunicação, principalmente o uso de computadores nas aulas de matemática e outras ciências, aparece como possibilidade para concretização de uma ferramenta forte, amparando os professores da educação. Com o uso dessa ferramenta, é possível minimizar as situações adversas ao ensino da Matemática nas salas de recurso e salas comum, principalmente nos Anos Iniciais, já que propicia maior interesse aos estudantes.

Conforme Santos e Pequeno (2011) a era digital e tecnológica alcançou as escolas e seus e benefícios devem ser estendidos para a integração e inclusão dos alunos com deficiência. As TICs urgem como possibilidades para que estudantes com deficiência possam atuar de maneira relevante frente às novas tecnologias, sem que tenham qualquer prejuízo por possuírem limitações.

Segundo Santos e Pequeno (2011) com a inclusão dos estudantes com deficiência na rede regular de ensino, houve uma grande mudança no cenário escolar. Essas mudanças trouxeram um novo olhar para a educação pública, principalmente nas questões metodológicas. O uso das (TICs) no ensino e na aprendizagem da Matemática no contexto escolar e em especial para os estudantes de Atendimento Educacional Especializado (AEE) reflete um contexto mais funcional. Com o uso de TICs é possível maximizar o aprendizado dos estudantes.

Segundo Tatto e Scapin (2004) a história da Matemática tem apontado que aquilo que parece somente abstração, com o tempo se revela um verdadeiro campo de aplicações práticas para todos os estudantes e em especial para os de AEE. Aprender matemática não é tarefa fácil, por isso é importante criar maneiras de inovar o ensino, mostrando a real importância dessa área do conhecimento no dia-a-dia.

O problema de pesquisa foi investigar: quais as possibilidades e os desafios que tratam sobre a utilização de TICs para a inclusão de estudantes de sala de AEE no ensino de Matemática?

O objetivo geral deste estudo foi avaliar as possibilidades e os desafios que tratam sobre a utilização de TICs para a inclusão de estudantes de sala de AEE no ensino de Matemática.

Sendo assim, verifica-se as razões que levam os estudantes a apresentarem dificuldades nessa aprendizagem e possíveis explicações, além de buscas de alternativas para tornar o estudo desta disciplina mais natural e eficiente.

Como metodologia foi realizada uma revisão de literatura, com base numa pesquisa qualitativa de cunho exploratório.

DESENVOLVIMENTO

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A legislação brasileira tem determinado o direito ao acesso de estudantes com deficiência em vários segmentos da sociedade, em especial na escola, mas nem sempre se remete ao real sentido de incluí-lo, fato neste espaço. A escola é um dos segmentos mais importantes para inserção de estudantes, um espaço de inclusão, tanto no ensino regular, quanto nas salas especializadas, conhecidas como salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE) (SANTOS e PEQUENO, 2011).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN 9394/96 no Art. 2º diz que:

O AEE tem como função complementar ou suplementar na formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem. “As crianças e jovens com Necessidades Educativas Especiais devem ter acesso às escolas regulares que a elas se devem adequar, através de uma pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao encontro destas necessidades.

As escolas regulares, seguindo estas orientações inclusivas, estabelecem os meios mais capazes para arguir as atitudes discriminatórias, criando comunidades solidárias, e, assim, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos, conforme a (BRASIL, 1994; UNESCO, 2021).

Conforme as Diretrizes operacionais da Educação Especial para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, o “AEE tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas” (BRASIL, 2009, p. 1).

Segundo Santos e Pequeno (2011) a Constituição Brasileira de 1988, em seu art. 208, estabelece a necessidade da inclusão escolar, divulgando o atendimento a estudantes com deficiência na Rede Regular de Ensino. Após o ano de 2009, com a ratificação pelo Brasil da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, (CDPD) da ONU, a inclusão do estudante com deficiência no âmbito da escola regular, bem como o oferecimento do AEE no contraturno escolar, ganharam status de direito constitucional.

A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis do sistema educacional, realiza o AEE, disponibiliza os serviços e recursos próprios desse atendimento e orienta os estudantes e seus professores quanto a sua utilização nas turmas comuns do ensino regular (ONU, 2006).

De acordo com Mantoan (2003, p. 16):

O serviço de AEE identifica, organiza e elabora recursos pedagógicos podem eliminar as barreiras para a plena e ampla participação dos estudantes, considerando as suas dificuldades na aprendizagem. As atividades desenvolvidas no AEE diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum. Esse atendimento complementa a formação dos estudantes com vistas à sua autonomia e independência, tanto na escola quanto fora dela.

O AEE, conforme Macedo (2008); Camilo (2013) deve estar articulado com o projeto político pedagógico/proposta pedagógica curricular da escola, do ensino comum durante todo o processo de escolarização. Consideram-se recursos e serviços da educação especial todos aqueles que garantam condições de acesso ao currículo por meio da promoção da acessibilidade aos materiais didáticos, aos sistemas de comunicação e informação, aos espaços e equipamentos e ao conjunto das atividades escolares.

Segundo Ropoli; Mantoan e Santos (2010) as Salas de Recursos Multifuncionais são espaços situados nas escolas de educação básica, onde se realiza o AEE, com a organização de mobiliários, materiais didáticos e pedagógicos, além de recursos de acessibilidade e equipamentos específicos para o atendimento aos alunos público-alvo da educação especial, em turno contrário à escolarização. As TICS são contributivas essenciais para a aprendizagem.

Conforme Brasil (2008) são atendidos nas Salas de Recursos Multifuncionais, estudantes da educação especial, conforme estabelecido na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI) e no Decreto nº 6.571/2008. São considerados:

  • Estudantes com deficiência: todos os que têm impedimentos de longo prazo de natureza mental, intelectual, física, ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (ONU, 2006).
  • Estudantes com transtornos globais do desenvolvimento: todos os que possuem alterações qualitativas das interações sociais e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se estudantes com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil (ONU, 2006).
  • Estudantes com altas habilidades/superdotação: todos os que evidenciam potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de atividades em áreas de seu interesse (BRASIL, 2008).

ENSINO DE MATEMÁTICA E AS TICS NO TRABALHO PEDAGÓGICO NAS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS – AEE NOS ANOS INICIAIS

A Educação Matemática como área de investigação, compõe-se em um importante campo a ser explorado, que se caracteriza por ser um processo educativo como os demais, cuja finalidade se dispõe na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, Nº 9.394 de 1996, em seu Artigo 2º, “[…] o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1996).

Assim, um aspecto importante a considerar é o ensino da Matemática presente em contextos de Atendimento Educacional Especializado (AEE). As possibilidades do uso das TICs podem contribuir para a mudança de metodologias, de maneira que venha a possibilitar condições para a melhor aprendizagem dos estudantes do AEE. Com as mudanças tecnológicas no cenário educacional, há uma preocupação dos professores em tornar-se mais capacitado sobre o uso das TICs (PACIEVITCH, 2014).

De acordo com Fonseca (20166) as possibilidades do uso das TICs podem contribuir para a mudança de método, possibilitando condições para a melhor aprendizagem dos estudantes do AEE. Com as mudanças no cenário educacional há uma preocupação dos profissionais da educação em discutir o assunto, bem como, tornar-se mais capacitado sobre o uso das TICs.

De acordo com Pacievitch (2014, p. 11) as TICs são:

Um conjunto de recursos tecnológicos, utilizados de forma integrada, com um objetivo comum. As TICs são utilizadas das mais diferentes maneiras, seja na indústria, no comércio, no setor de investimentos e na educação. O termo Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) refere-se à conjugação da tecnologia computacional ou informática com a tecnologia das telecomunicações e tem na Internet e mais particularmente na World Wide Web (WWW) a sua mais forte expressão.

Conforme Miranda (2007) quando as tecnologias são usadas na educação, particularmente para apoiar e melhorar a aprendizagem dos estudantes e desenvolver ambientes de aprendizagem. As tecnologias não substituem a sala de aula e o professor, porém, são ferramentas de trabalho, que traz mais responsabilidades para o professor. Isso porque é necessário que este invista na capacitação na área das tecnologias.

Para Freitas (1991) e Bessa (2007) as TICs permitem ajudam a deslocar o centro do processo ensino/aprendizagem para o estudante, favorecendo a sua autonomia e enriquecendo o ambiente onde a aprendizagem matemática se desenvolve. Permitem a exploração de situações matemáticas, que de outra forma seria muito difícil ou mesmo impossível de realizar. As Tics são recursos poderosos, bem como a produção de materiais de qualidade superior aos convencionais.

De acordo com Almeida (2011, p. 126):

A interação que se estabelece nos ambientes virtuais propicia o desenvolvimento construído dos estudantes por meio de mediações com o meio social e o próprio ambiente, cuja influência na evolução e na aprendizagem não diz respeito apenas à forma como ele foi estruturado e às respectivas informações, mas enfatiza as articulações na experiência social.

Existem, sim, muitos problemas de ordem técnica e estruturais no uso das TICs nas escolas, mas isso não pode inviabilizar o seu uso, pois trazem uma grande contribuição, facilitando o que é complicado como a matemática, tornando a aprendizagem mais acessível e prática, onde o estudante passa a desenvolver melhor seu aprendizado (FONSECA, 2016).

As Tics são importantes como apoio à educação de qualidade, podendo ser feita com ou sem tecnologia, contudo, seria, no mínimo, estranho no mundo atual que está conectado com o mundo globalizado, não ousar conectar o estudante com o mundo, onde ele aprende em qualquer tempo e lugar no espaço (MANTOAN e SANTOS, 2010).

Porém, é preciso reconhecer que toda a atividade que se dê ao estudante precisa ter uma intenção clara, com planejamento e objetivos. Para que ocorra a aprendizagem é necessário retomar-se o conteúdo em momentos diferentes, pois, o domínio de um conteúdo dá-se ao longo do tempo. “Trabalhar muitas vezes o mesmo conteúdo, de formas diferentes, promove a ampliação progressiva dos conceitos”, conforme estabelecido por (REAL e CORBELLINI, 2017).

O professor carece de formação continuada, além de sua formação acadêmica. Como afirma Alvarado (1997, p. 22) “educar-se permanentemente é necessário, pois o processo educativo é contínuo”. Cada conhecimento que os estudantes constroem, implica em novas relações com outros conhecimentos, além de novas construções. Diante disso, (pag. 23) “a formação de docentes em serviço, pode ser entendida como uma formação contínua, uma qualificação no cotidiano e do cotidiano profissional”.

A escola necessita incorporar a cada dia mais a utilização das TICs para que os estudantes possam aprender a ler, escrever e se expressar, de modo especial também nos conteúdos matemáticos. Assim, no AEE, é interessante trabalhar com recursos e estratégias disponíveis para auxiliar o professor em sua prática pedagógica, facilitando o entendimento do estudante com dificuldades de aprendizagem, pois torna essa mais significativa e atraente (NUNES e GELLER, 2016).

Segundo Nunes e Geller (2016, p. 44):

Recursos didáticos como jogos, livros, vídeos, calculadoras, computadores, internet, celulares e atividades relacionadas à utilização de games educativos, têm um papel importante no processo de ensino e aprendizagem. Contudo, eles precisam estar integrados a situações que levem a análise e a reflexão como base da atividade Matemática.

Real e Corbellini (2017) enfatizam a importância de se trabalhar com atividades que envolvam as TICs com os quebra-cabeças digitais, figuras geométricas, atividades envolvendo o reconhecimento das horas e também dos números e quantidades, bem como os distintos games educativos, a fim de que os estudantes sejam capazes de superar as dificuldades matemáticas. Além disso, o uso das TIC pode diminuir a resistência dos estudantes em relação à aprendizagem de conceitos matemáticos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluído este estudo, foi possível apresentar os resultados, que teve por objetivo geral avaliar as possibilidades e os desafios que tratam sobre a utilização de TICs para a inclusão de estudantes de sala de AEE, no ensino de Matemática, anos iniciais. Para investigar tal questão, esta pesquisa levantou o seguinte questionamento: quais as possibilidades e os desafios que tratam sobre a utilização de TICs para a inclusão de estudantes de sala de AEE no ensino de Matemática?

As inquietações da maioria de professores na área da Matemática e que permeiam a prática docente estão ligadas ao convívio com os problemas de aprendizagem do estudante, sejam estes de classe comum ou não, como os de AEE. A Matemática é a disciplina mais temida e mal compreendida pela maioria dos estudantes, em especial os de AEE, problema que poderia ser atenuado com o uso das TICs.

Sua utilização pode auxiliar no processo de aprendizagem de conceitos matemáticos, bem como da leitura, sendo uma estratégia para a realização de intervenções pedagógicas no AEE. Assim, entende-se que a utilização das TIC podem ser ferramentas benéficas para auxiliar no processo de aprendizagem, especialmente da Matemática, pois, de uma forma lúdica e até divertida, os estudantes aprendem brincando.

Mas diversos são os desafios no interior das escolas, que sofrem com a falta de estrutura tecnológica. Nessa perspectiva, e talvez a mais relevante e de difícil enfrentamento, é analisar a subutilização das potencialidades democráticas das TICs no AEE. Para a inclusão digital nas escolas, há necessidade de cobrar políticas mais democráticas e efetivas.

Algumas razões para o insucesso na aprendizagem matemática por meio das TICs está o papel do professor e seus conhecimentos com o uso das TICS e desenvolvimento na prática nas escolas.  Há muitas dificuldades pelos professores com o uso das TICS. Por isso os professores que ensinam Matemática nos anos iniciais precisam se conectar com as novas mudanças e mudarem sua visão de mundo no que se refere ao ensino da Matemática para estudantes que necessitam de AEE e o uso das TICs.

Observou-se que os problemas enfrentados por professores em relação ao uso das TICs no ensino de matemática estão além de suas capacitações. O motivo está nas próprias escolas que não fornecem equipamentos tecnológicos e alguns professores se negam a adequarem as novas tecnologias e sua importância no ensino aprendizagem da Matemática na sala de AEE.

Os motivos que levam a aprendizagem matemática apresentar muitas deficiências e dificuldades na aprendizagem dos estudantes de AEE, mesmo diante de tantas inovações tecnológicas como computador, internet, uso do celular, software de jogos, que favorecem aulas dinâmicas e atrativas, continua um impasse de ser ainda uma dificuldade dos professores.

Estes alegam não terem acesso a estes materiais e nem suporte técnico e pedagógico para ministrar suas aulas com o uso das TICs. Assim, é necessário refletir sobre o papel da tecnologia na escola e na aprendizagem, já que seu uso torna o ensino mais atrativo para os estudantes de AEE. Espera-se que novas pesquisas sejam realizadas nesta área e que tenham bons resultados, inovando e contribuindo para um melhor ensino da Matemática.

REFERÊNCIAS

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BESSA, K. P. Dificuldades de aprendizagem em matemática na percepção de professores e alunos do ensino fundamental. Universidade Católica de Brasília, 2007.

BORBA, M. C.; PENTEADO, M. G. Informática e educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. 98p.

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CALIL, A. M. O Ensino de Matemática e as TICs: Uma Análise de Caso para o Estudo da Função Exponencial, X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade, SBEM. 2011

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YIN, R. K. Estudo de Caso. Planejamento e Métodos. Trad. Daniel Grassi. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

[1] Pós Graduado em proeja pelo IFMT. Pedagogo – formado pela UFMT, também graduado em História – pela Universidade UNIDERP.

Enviado: Março, 2021.

Aprovado: Maio, 2021.

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Jamisson Da Silva Ângelo

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