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As contribuições pedagógicas não formais ao desenvolvimento humano

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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

OLIVEIRA, Rosane Machado de [1], WELTER, Cristiane Taís [2]

OLIVEIRA, Rosane Machado de. WELTER, Cristiane Taís. As contribuições pedagógicas não formais ao desenvolvimento humano. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 01, Vol. 04, pp. 05-47. Janeiro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/pedagogia/as-contribuicoes-pedagogicas

RESUMO

O presente trabalho tem como proposta discutir o papel dos contextos educacionais não formais para a formação dos indivíduos em sociedade. Os contextos não formais são compostos por grande diversidade de materiais e atividades, sendo espaços que podem ser visitados e aproveitados em prol do ensinar e aprender, de desenvolver habilidades e formar sujeitos mais racionais, sensitivos e críticos que percebem seu lugar no mundo. Diante disto, tem como questão norteadora: Como os espaços não formais podem contribuir para o desenvolvimento humano dos estudantes em fase de escolarização? O objetivo geral da pesquisa foi compreender a importância dos espaços pedagógicos não formais para o desenvolvimento da criança e do adolescente em fase de escolarização. Este artigo reúne os resultados de uma pesquisa bibliográfica e registros de experiências. A pesquisa de registros de experiências foi realizada através de questionários, onde pais e crianças participaram e comprometeram-se em responder as questões no que diz respeito às atividades ofertadas pela Cooperativa Viver Bem. O estudo bibliográfico foi realizado a partir de livros e artigos científicos que buscaram discutir o tema apresentado de forma ampla, com contribuições e referências de diversos autores. Em forma de conclusão, pode-se acrescentar que os resultados obtidos por meio da investigação científica foram meramente qualitativos e significativos para a compreensão dos contextos, para a aprendizagem nos espaços não formais na formação docente e humana.

Palavras-chave: Docência, Educação Formal, Educação não Formal.

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho objetiva analisar a relevância dos contextos pedagógicos não formais para a formação dos indivíduos e o espaço oferecido pela Cooperativa Habitacional Viver Bem[3] para o desenvolvimento integral da criança e do adolescente, que acontece em todos os aspectos, seja físico, intelectual, moral, social, humano, espiritual, são várias áreas que precisam ser trabalhadas para que a integração aconteça.

A Cooperativa Habitacional Viver Bem oferece em seu condomínio espaços pedagógicos não formais com diversas atividades, desde contação de histórias, trabalhos artísticos com o uso de tintas, brincadeiras de esconde-esconde, pega-pega, amarelinha, circuitos, pneus de carro, bicicletas, bambolês, futebol, vôlei, jogos de tabuleiro, confecção de novos jogos pedagógicos e fichas.

Nos espaços pedagógicos do condomínio da Cooperativa são desenvolvidas ainda atividades educativas no que diz respeito à diversidade humana, ao espaço coletivo, a empatia para com o próximo, o viver bem em sociedade e comunidade, assim como práticas de cuidado a natureza e ao meio ambiente, conscientizando crianças e adolescentes.

O artigo 6º da Constituição Federal assegura como “direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados” (BRASIL, 1988). O “Viver Bem” atende ao direito fundamental do cidadão – a moradia- através da habitação de interesse social que assegure a dignidade humana, construída com zelo e que tenha condição de salubridade, habitabilidade, estabilidade, segurança e convivência social. Dessa forma incide para diminuir a carência habitacional que, conforme o IBGE (2014), na Região Metropolitana de Porto Alegre, estava em torno de 93 mil moradias. E em Viamão, a estimativa é que faltem em torno de 5 mil moradias para a população com faixa de renda de até três salários-mínimos.

Percebe-se que os espaços não formais são fundamentais para crianças e adolescentes, sendo esses espaços oportunidades de novos aprendizados, trocas de saberes, experiências, trabalhos em grupos e contato a diversidade, gerando uma socialização construtiva com as diferenças. É importante reconhecer esses espaços e valorizá-los como aliados da aprendizagem, do bem-estar social de crianças e adolescentes, pois é nos espaços não formais que a interação pode ocorrer de diferentes formas, a fim de concretizar o conhecimento.

Os espaços não formais colaboram para além da questão do conhecimento que o indivíduo desenvolve, ou seja, habilidades, atitudes, formas de comunicação, interação e comportamento.

Os espaços não formais são considerados por alguns docentes como espaços de aprendizagens diferenciadas que permitem uma adequação maior do que a escola faz em relação ao tempo em que o sujeito vive. O indivíduo aprende em determinado tempo e espaço, onde se tem uma sociedade com valores que são alterados, com o uso de recursos tecnológicos que também são modificados. Portanto, a forma de aprender do ponto de vista do processo de aprendizagem, não é diferente do ponto de vista histórico, mas o contexto em que os sujeitos aprendem e a vida para qual se aprende, é alterada com o passar dos anos, porque a sociedade e o modo de vida das pessoas são transformados.

Os espaços não formais podem ser compreendidos como uma experiência diferenciada. É relevante que o professor ao visitar espaços não formais com seus alunos, saiba interagir no contexto em que se encontra, ou seja, diferente da sala de aula. Primeiro, porque se percebe que os espaços não formais se tornam diferente e especial porque o estudante poderá se sentir mais livre e não limitado a uma carteira. Segundo, porque o aluno consegue interagir com o outro na medida em que percorre o espaço com o colega, ou com um monitor, ou mesmo o professor, podendo fazer perguntas em relação às dúvidas que vir a surgir. Terceiro, porque o ambiente não formal tem um tipo de estimulação sensorial que a sala de aula frequentemente não oferece.

Então, dependendo do espaço, se for uma praça, por exemplo, o discente terá estímulos de vento, de frio, de calor, de cheiro, de vários elementos que se tem ao redor da praça, de movimentação de outras pessoas, sendo enriquecedor para a mobilização do sistema cerebral do sujeito aprendiz.

O contexto não formal é um espaço que desencadeia diversos tipos de emoções, tanto relacionada aos conteúdos específicos que o espaço oferece, quanto à descoberta de novas aprendizagens por meio de estudos e pesquisas.

Além disso, os espaços pedagógicos não formais contribuem para a formação integral de crianças, adolescentes e demais indivíduos em sociedade. É essencial que a educação formal busque valorizar a não formal, pois para formar cidadãos críticos e atuantes no mundo em que vivemos é preciso de ambas as experiências, formal e não formal.

Em relação à temática escolhida, elaborou-se a seguinte problematização: Como os espaços não formais podem contribuir para o desenvolvimento humano dos estudantes em fase de escolarização?

O presente estudo visa contribuir cientificamente com a comunidade acadêmica, com os mais diversos pesquisadores da área pedagógica que desejam compreender a relevância das atividades nos espaços não formais para a socialização e para o desenvolvimento de habilidades da criança e do adolescente.

2. EDUCAÇÃO NÃO FORMAL: CONTRIBUIÇÃO E RELEVÂNCIA Á EDUCAÇÃO

A educação não formal busca aproximar crianças, jovens e adultos do conhecimento de forma menos burocrática e sistematizada. Segundo Gadotti (2005)

A educação não formal é mais difusa, menos hierárquica e menos burocrática. Seus programas, quando formulados, podem ter duração variável, a categoria espaço é tão importante quanto à categoria tempo, pois o tempo da aprendizagem é flexível, respeitando-se diferenças biológicas, culturais e históricas. A educação não formal está muito associada à ideia de cultura (GADOTTI, 2005, s.p).

A aprendizagem em espaço não formal oportuniza as crianças socialização com a diversidade, desenvolvimento de habilidades através de pinturas e brincadeiras diversas. Já para os jovens contribui para sua inserção no mundo em que vive de modo a atuar como um cidadão crítico, conhecedor de seus direitos e deveres em sociedade. Para Gohn (2016) a educação no contexto não formal:

Engloba os saberes e os aprendizados gerados ao longo da vida, principalmente em experiências envolvendo a participação social, cultural, ou política em determinados processos de aprendizagens, tais como projetos sociais, movimentos sociais etc. Há sempre uma intencionalidade nestes processos. Assim a educação não formal contribui para a produção do saber na medida em que atua no campo no qual os indivíduos atuam como cidadãos. Ela aglutina ideias e saberes produzidos pelo compartilhamento de experiências, produz conhecimento para reflexão, faz cruzamento entre saberes herdados e saberes novos adquiridos (GOHN, 2016, p. 61)

A educação não formal consegue despertar o interesse do jovem pelo fato de ser diferente da realidade cotidiana do ambiente formal. As atividades desenvolvidas em espaços pedagógicos não formais oportunizam a construção de uma formação crítica, qualitativa e emancipatória, não se tratando apenas de recreação em tempo livre.

A educação não formal tem um espaço próprio, a questão da formação da cidadania, de uma cultura cidadã, da emancipação, da humanização. A questão da cidadania não se restringe ao ato de votar. A educação não formal ultrapassa os processos de escolarização, tem a ver com o comportamento dos indivíduos em diferentes espaços da vida. A educação não formal é uma ferramenta importante no processo de formação e construção da cidadania das pessoas, em qualquer nível social ou de escolaridade. Logo, destaca-se sua relevância no campo da juventude. Pelo fato de ser menos estruturada e mais flexível, a educação não formal consegue atingir a atenção e o imaginário dos jovens (GOHN, 2016, p. 71).

Os contextos não formais estão cada vez mais presentes no cotidiano dos indivíduos. Por este motivo, é fundamental que os espaços não formais sejam valorizados e reconhecidos como essenciais por fazer a diferença no meio cultural, social e educacional. É notável que os espaços não formais buscam acolher e atender as expectativas de crianças e adolescentes em processo de aprendizagem e desenvolvimento de habilidades, de forma a contribuir na formação destes.

Os espaços não formais são enriquecedores para o conhecimento humano. Diante disso, se faz necessário uma reorganização por parte do professor, e demais membros da escola que almejam visitar os espaços não formais se deslocando com os estudantes na busca de obter aprendizagens significativas, que poderá ser levada para a vida adulta dos discentes, contribuído assim, com a comunidade, sociedade em geral.

É essencial que cada visita realizada ao espaço não formal, seja capaz de gerar inúmeras experiências proveitosas e produtivas. É possível pensar que os passeios devem ser utilizados em prol do processo educativo, e não apenas para o lazer e entretenimento estudantil, portanto, é fundamental que cada atividade planejada para o contexto não formal esteja integrada ao Projeto Político Pedagógico da escola.

A preparação anterior dos professores, a sua interação com os espaços não formais é de suma importância para a qualidade do passeio a ser realizado e para a construção do conhecimento. Essa integração com o Projeto Político Pedagógico da escola e com as atividades a ser desenvolvidas no contexto não formal, é relevante, e exige um esforço maior por parte do professor ao conduzir uma turma de estudantes a um passeio educacional.

Por isso, há uma necessidade de reorganização das atividades por parte de alguns docentes, pois não se trata de um dia de diversão, mas sim, de um dia de saberes e experiências para a vida. Diante disso, cabe ao professor ter o cuidado para não reproduzir a aula como se estivesse no contexto formal, ou seja, não limitar os alunos de perguntas, respostas, curiosidades, ideias e reações ativas sobre o passeio, pois o espaço não formal não é um espaço composto por paredes de concreto chamado sala de aula, com cadeiras, mesas e quadros de escrever.

Nos espaços não formais o professor não é mais o que detém o conhecimento, mas é alguém que está descobrindo, compartilhando e visitando o espaço juntamente com seus alunos, sendo que nesse contexto, a relação não é mais a mesma que a do aluno e do professor em sala de aula. Segundo Gohn (2006, p. 29), “Na educação não formal, os espaços educativos localizam-se em territórios que acompanham as trajetórias de vida dos grupos e indivíduos, fora das escolas, em locais informais, [no entanto] locais onde há processos interativos intencionais”.

Os espaços não formais se tornam diferentes e especiais em relação à sala de aula, porque o indivíduo pode se sentir mais livre, ativo, redescobrindo o novo a cada instante, o então “desconhecido” no espaço visitado. Dessa forma, a educação não formal se torna diferenciada do espaço formal, por ir além da sala de aula, ou seja, da quadra de esportes, do espaço de alimentação, do pátio cercado por muros ou telas, da sala de informática e da biblioteca que na maioria das vezes é limitada de recursos e materiais impressos de qualidade, como dicionários, livros didáticos, revistas, jornais, entre outros.

Os contextos não formais estão ganhando espaço na sociedade brasileira contemporânea por meio de centros, cooperativas, esportes, galerias de arte, gráficas, editoras, hidrelétricas, fábricas, museus, oficinais diversas, ONGs, papelaria, parques, praças, redação de jornal ou de revistas, restaurantes, sedes de cinema, dança, escultura, fotografia, música, pintura, teatro, time de futebol, supermercado, zoológico e demais instituições sociais.

Os museus e os centros de ciência da natureza educativa ainda são alguns dos contextos não formais mais escolhidos pelos professores da atualidade por representarem um valor imensurável na sociedade e na própria educação de jovens e adultos.

Os novos museus e centros de ciência poderão se constituir como espaços não formais de educação, aproximando a sociedade do conhecimento científico e contribuindo para a promoção de debates sobre o que é ciência, quem são os cientistas, como a pesquisa científica é realizada, o que é o método científico, como a ciência é divulgada, quem financia a ciência no país, quais os principais interesses político-econômicos na pesquisa científica dentre outros assuntos de relevância para a formação cultural e científica do cidadão. Esses espaços de ciência e cultura serão aliados das escolas e da mídia na formação da cultura científica brasileira (JACOBUCCI, 2008, p. 64).

Mesmo que alguns espaços não formais possam ser escolhidos com mais frequência para visitas, é imprescindível refletir sobre o papel que cada espaço desempenha em sociedade, o que oferecem em relação ao conhecimento, a informação, a interação, a criatividade e a inclusão social dos indivíduos.

É de extrema relevância analisar a contribuição que o espaço não formal pode proporcionar aos estudantes em nível de aprendizagem no processo escolar.

2.1 MUSEUS COMO ESPAÇOS EDUCACIONAIS

Os museus são relevantes nas mais diversas sociedades, pois são compostos por uma diversidade de conhecimento, de grande valor histórico e cultural para a humanidade.

Segundo Falk e Dierking (1992), a pesquisa sobre a aprendizagem em contextos não formais, em especial em museus, ganhou força a partir da década de 1980. Desenvolveu-se, desde então, em diversas áreas, tais como: o planejamento e a comunicação expositiva (HOOPER-GREENHILL, 1994; MARANDINO, 2003).

O museu é um espaço onde a visita não se torna algo obrigatório, até porque é uma instituição que trabalha em prol do bem social, da preservação da memória histórica e da liberdade de expressão. Os museus passaram também a reconhecer que, além das funções de preservar, conservar, expor e pesquisar são instituições ao serviço da sociedade e procuram através das ações educativas tornarem-se elementos vivos dentro da dinâmica cultural das cidades (SANDELL 2002; SOUZA 2002).

Os museus não servem apenas para guardar e preservar objetos e materiais de épocas passadas, mas sim para mostrar a sociedade o quanto é essencial à preservação da memória de um povo, de uma cidade, culturas e raízes.

No que diz respeito à educação escolar, o museu contribui de forma significativa e prazerosa no ensino-aprendizagem de crianças, jovens e adultos em fase de escolarização. Geralmente as visitas ao museu são agendadas pela própria escola, a fim de se deslocar com os discentes até a instituição e aprender mais sobre o passado histórico.

Quando o contexto formal busca interagir com o contexto não formal de modo que inclua os estudantes nos mais diferentes contextos, a escola passa a ser notada com mais ênfase frente ao processo de ensinar e aprender.

O acesso aos contextos não formais como o museu oportuniza inúmeras aprendizagens e uma experiência qualitativa a qual o aluno não conseguiria obter presente apenas em sala de aula.

A diversidade de museus presentes no Brasil pode ser aproveitada pelos docentes das escolas públicas, como das escolas privadas, pois a diversidade faz parte da história da sociedade brasileira.

O museu pode ser compreendido como espaço educacional de relação entre os seres com outros seres, um espaço de relação entre os seres e os objetos, e principalmente um espaço de convivência. O museu é uma grande instituição cuidadora de objetos, onde os sujeitos podem aprender sobre o passado, o presente e o futuro.

O que dá identidade ao museu é a história que ele conta, ou seja, é a sua narrativa. O museu é uma representação bastante concreta da identidade de um povo, uma nação, um país. Essa história e a maneira como ela é contada é que dá características ao museu.

A ideia de museu que vem desde a antiguidade é a ideia de saber, de aprender algo antigo e algo novo, assim como compartilhar com demais pessoas em sociedade.

Quando se fala em museu é inevitável pensar em um lugar de memória e preservação do patrimônio cultural. Para preservar a memória é necessário que objetos, documentos e expressões culturais sejam pesquisados, colecionados e catalogados para então formar um acervo.

Diante do grande acervo de conhecimento e história que os museus oferecem, é imprescindível que os professores reconheçam a relevância dos mais diferentes museus para o ensino-aprendizagem dos estudantes, pois reconhecer que os museus fazem parte da nossa história é sem dúvidas, valorizar o passado histórico.

A escola tem o papel de oportunizar aos estudantes o conhecimento da diversidade presente na sociedade de modo construtivo, e para isso, pode fazer uso dos museus para trabalhar educacionalmente relações que dizem ao patrimônio cultural, valores humanos, sociais, entre outros.

Trabalhar educacionalmente com o patrimônio cultural não pode ser apenas uma tarefa de passagem de informações e discursos pré-fabricados, a atividade desenvolvida no museu deve levar o aluno ou o aprendiz, no processo de conhecimento, a identificar os “signos” e os significados atribuídos às coisas por uma determinada cultura, a mergulhar no universo de sentidos e correlações que elas oferecem à descoberta, a procurar entender a ‘linguagem cultural’ específica utilizada naquelas manifestações e finalmente, a envolver-se afetivamente com elas, através de vivências e experimentações, de modo a ser capaz de apropriar-se desses “signos” e “textos” culturais, incorporando-os ao sistema de sua “enciclopédia mental”. A Educação Patrimonial pode ser, como propõe Paulo Freire em seu método educacional, um instrumento-chave para a leitura do mundo e para a comunicação com o “Outro”. (HORTA, 2000)

Os museus dispõem hoje de uma grande tecnologia e uma linguagem própria. Os museus são laboratórios, ao mesmo tempo centros de pesquisas, composto por espaços privilegiados para o aperfeiçoamento pessoal, para o conhecimento acadêmico, escolar e científico.

Os museus são espaços educativos e formativos que podem ampliar a visão de mundo e sociedade daqueles sujeitos que os visitam. Segundo Menezes (2000, p. 93)

a educação vem sendo percebida pelos museus não só como campo estratégico e de extraordinário potencial, mas até como aquele capaz de justificar por si só sua própria existência e, quem sabe, redimi-la dos pecados do passado, como o elitismo, o estetismo redutor, o papel homologatório dos interesses dominantes, a alienação social, os compromissos ideológicos […].

O museu é capaz de oportunizar aprendizagens culturais que fazem parte da experiência e do cotidiano dos alunos que chegam até a escola, o que muitas vezes o ambiente formal não consegue oferecer de modo concreto, pois ainda há um distanciamento entre teoria e prática em sala de aula.

Analisa-se, por exemplo, que quando o estudante tem contato ao vivo com obras de artes no museu, a curiosidade e o interesse dele pode ser despertada de forma complexa, pois é no museu que o estudante vê exposições, esculturas, sente a mistura das cores, os tons mais suaves e os tons mais escuros, sendo esse contato muito mais relevante para o aluno que a obra de arte estudada no contexto formal por meio de livros didáticos, slides, fotografias, entre outros recursos.

O museu – como aqui é apresentado – não pretende assumir o lugar da escola. Isto não significa que na instituição museal – independente de sua classificação tipológica – não tenha espaço para a comunicação, a informação, o aprendizado e a relação dialética educando/educador; e sim que as possibilidades educativas do museu não se esgotam com as metodologias aplicadas e desenvolvidas nos bancos escolares. (CHAGAS, 1996, p. 84)

Professores e demais membros da comunidade escolar precisam estar ciente dos benefícios que os ambientes não formais podem trazer para a vida dos discentes, sendo os museus um desses espaços.

2.2 A RELEVÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO

Desde o início dos tempos a música acompanha o ser humano nas celebrações da vida. Na contemporaneidade, a música se encontra ainda mais presente no cotidiano das pessoas por meio de um movimento de conscientização e sob influência das novas tecnologias, fazendo parte da vida e das relações entre indivíduos.

O atual contexto social permitiu que a multiplicidade de possibilidades de espaços na educação musical tomasse dimensões nunca antes vistas. Hoje é possível ver o ensino musical presente em hospitais, ONGs, creches, hotéis, em grupos livres de estudo, programas de extensão de faculdades, orquestras infantis de ONGs, bandas de grupos militares entre outros. O movimento de conscientização da importância da aptidão na linguagem musical vem ganhando força entre a sociedade, […] (ARAÚJO, 2009, p. 59).

Mas por que a música é tão especial? Percebe-se não há como falar de música sem falar de corpo e movimento. A música é um recurso que oportuniza aprendizagem, conscientização, experiência em grupo, envolvimento, concentração, afetividade, troca de saberes e ideias sobre gostos musicais e instrumentos. Nesse sentido, Kater (2004) ressalta que a música atua nos ambientes como um diferencial de conscientização dos indivíduos, tanto no plano individual quanto no plano coletivo.

Temos no Brasil um exemplo em relação à utilização da música para a conscientização das pessoas que foi no período da Ditadura Militar. Nesse período, letras musicais foram escritas com a intenção de denunciar a tortura e a perseguição dos governos militares e de seus aliados. A música foi, e continua sendo, uma forma de expressão, manifestação do pensamento humano em prol de causas sociais, políticas, culturais, educacionais, entre outras. Segundo Araújo (2009)

A pluralidade de ocorrências musicais e suas manifestações se multiplicam por diversas partes do país, surgindo desde em grandes salas de concerto até em manifestações espontâneas da cultura brasileira, abarcando a variedade cultural existente em nosso país de dimensões continentais e composição étnica resultante numa miscigenação que o produto final é a ‘cultura brasileira’ (ARAÚJO, 2009, p. 52).

Na educação formal a música deve ser trabalhada com sabedoria, de modo que busque incluir e despertar novas sensações nos discentes através da arte musical, da diversidade cultural que a escola atende.

Desde os primeiros anos de escola é possível perceber os benefícios que a música traz para o processo de ensino-aprendizagem, pois quando a criança tem acesso a acordes e notas musicais, a música capacita o cérebro desde a infância para formas relevantes de raciocínio. Segundo Morais (2009), a música e as atividades propostas no ambiente escolar, mesmo que em ambientes extraclasse, desenvolvem a aprendizagem, concentração, escuta e a coordenação, complementando a formação dos alunos proporcionando socialização, prazer e satisfação em frequentar a escola. Diante disso, é fundamental que a escola juntamente com os pais e os professores desenvolvam atividades musicais de modo a conscientizar os estudantes e valorizar as aptidões, talento de cada um.

É imprescindível que o professor de música tenha empenho, comprometimento, criatividade, dedicação e principalmente diálogo com seus discentes, pois é o professor que irá fazer a diferença no espaço, sendo necessário o proveito de estímulos do meio para explorar o potencial de cada estudante.

Todo o investimento neste presente representa o empenho de exploração de potenciais sociais que progressivamente poderão se concretizar. E aí reside o maior privilégio do educador: participar, de maneira decisiva e por meio da formação musical, do desenvolvimento do ser humano, na construção da possibilidade dessa transformação, buscando no hoje tecer o futuro do aluno, cidadão de amanhã (KATER, 2004, p. 46).

Aprender por meio da música é encantador e ao mesmo tempo diferente, porque a música desperta a curiosidade humana, a sensibilidade, proporciona coordenação motora, expressividade, intelectualidade, formação, socialização e trabalhos em grupos.

A música tem um poder de educação e de sociabilização que poucos recursos oferecem. A música é capaz de unir família, escola e sociedade, transformando pessoas e espaços.

No que diz ao desenvolvimento integral da criança a música é um fator relevante, pois a criança precisa se movimentar, aprender, surgindo à necessidade da escuta musical.

É notável a contribuição da música na educação de crianças, jovens e adultos. Portanto, é essencial que a escola invista em recursos musicais de qualidade, para que toda a comunidade tenha acesso e faça bom proveito deste recurso.

2.3 O PAPEL TRANSFORMADOR DO CINEMA NO PROCESSO DE ENSINAR E APRENDER

Falar de cinema é falar de imagens, linguagens, produções de texto e audiovisual, ou seja, o cinema é um recorte, uma representação da realidade inserida em uma tela. Mesmo assim, o cinema não deixa de encantar e emocionar com suas narrativas sejam elas românticas, dramáticas, aterrorizantes entre outras. O cinema é capaz de abordar questões educacionais, culturais, políticas, sociais relacionadas à sociedade contemporânea ou as civilizações antigas.

O cinema traz à tona questionamentos e reflexões sobre a sociedade da qual fizemos parte, e sobre aquelas que não fizemos parte da história, mas que conhecemos por meio de leituras, estudos, pesquisas e acesso ao cinema.

O cinema na educação é relevante, mas precisa ser trabalhado de forma correta pelos professores de modo a transformar visões de mundo e sociedade. O professor seja ele de História, ou outra disciplina, precisa estudar e conhecer o cinema para trabalhar de forma correta. Estudar o cinema, como informa Napolitano (2010), pode ser muito elucidativo para a percepção do historiador. O cinema é uma forma de expressão. Talvez a mais global e uma das mais difundidas na atualidade.

Questão importantíssima, que Napolitano (2010) sempre nos recorda, é que a sociedade não é real. Ela é encenada, ou seja, o que se vê na tela é uma representação de uma possível realidade, jamais a realidade em si. A “verdade” passada pelo cinema é tão verdadeira ou tão falsa quanto aquela encenada no teatro, ou seja, é apenas uma simulação, uma farsa, uma visão distorcida do cotidiano que nos cerca (ou cercou).

O que importa é não analisar o filme como “espelho” da realidade, ou como “veículo” neutro das ideias do diretor, mas como o conjunto de elementos, convergentes ou não, que buscam encenar uma sociedade, seu presente ou seu passado, nem sempre com intenções políticas ou ideológicas explícitas. Essa encenação fílmica da sociedade pode ser realista ou alegórica, pode ser fidedigna ou fantasiosa, pode ser linear ou fragmentada, pode ser ficcional ou documental. Mas é sempre encenação, com escolhas predeterminadas e ligadas a tradições de expressão e linguagem cinematográfica que limitam a subjetividade do diretor, do roteirista, do ator. (NAPOLITANO, 2010, p. 276)

Cabe ao professor a ciência que o filme não é um espelho da realidade, ou seja, não é uma cópia fiel. Por este motivo, é fundamental que o docente ao trabalhar o cinema com os estudantes, busque questionar os fatos, procurar a História em livros, artigos e até mesmo em revistas, pois o filme precisa ser analisado e discutido com a turma, incluindo a narrativa, as vestes, as falas, os personagens e os cortes realizados durante as gravações cinematográficas.

O cinema é utilizado pelos docentes desde os anos de 1980, porém, ainda há uma carência por parte de alguns professores em torno da interpretação do cinema.  Diante disso, é imprescindível que os professores estejam se atualizando, buscando recursos e se preparando para trabalhar o cinema em sala de aula.

Embora o cinema já seja utilizado há algum tempo por muitos professores, pelo menos desde o final dos anos de 1980, só mais recentemente estão surgindo algumas propostas mais sistematizadas que orientam o professor. No campo das humanidades existe uma razoável bibliografia, e alguns autores tentam apontar para um trabalho que não apenas incorpore o conteúdo, a “história” do filme, mas também seus elementos de performance (a construção do personagem e os diálogos), linguagem (a montagem e os planos) e composição cênica (figurino, cenário, trilha sonora e fotografia). Este trabalho segue essa linha de análise. Acreditamos que é possível, mesmo o professor não se tornando um crítico cinematográfico altamente especializado, incorporar o cinema na sala de aula e em projetos escolares, de forma a ir muito além do “conteúdo” representado pelo filme. O significado de um texto/filme é o todo, amálgama desse conjunto de pequenas partes, em que cada uma não é suficiente para explicá-lo, porém todas são necessárias e cada uma só tem significação plena em relação a todas as outras. (ALMEIDA, 2001, p. 29)

O cinema não deve ser pensando para substituir a leitura, a escrita e a oralidade, mas sim, para ampliar a cultura do aluno e despertar novos interesses de pesquisas e leitura em sala de aula. O cinema como uma proposta educativa pode contribuir para a formação crítica, analítica e humana do estudante.

O cinema como proposta educativa, pode trazer vários benefícios para os educandos, quanto para o professor em seu desenvolvimento profissional. Podemos destacar alguns desses benefícios, tais como: aproximar os conteúdos escolares do aluno por ser um recurso lúdico dando-lhe uma visão mais ampla de mundo; desenvolver a imaginação; abrir espaços para debates e comparações com o que foi dito em aula; facilitar a compreensão de temáticas que por vezes podem ser bastante complicadas de se trabalhar em sala de aula. Sem dúvida, o cinema ajudará o educador no seu modo de organização do ensino, de mediar o conhecimento e a aprendizagem. A educação pela arte cinematográfica é um dos grandes desafios dos educadores porque mesmo sendo um meio de comunicação e expressão, propicia uma melhor visão de mundo, colaborando na formação de jovens conscientes, críticos e reflexivos, aproximando-o de sua comunidade. (PRADO, s.d, p. 1)

O cinema na escola é dinâmico, produtivo e informativo, o que acaba por estimular a participação dos alunos nas demais atividades e disciplinas curriculares. Segundo Napolitano (2008 p. 11-12):

trabalhar com o cinema em sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores sociais mais amplos são sintetizados numa mesma obra de arte.

Observa-se que na contemporaneidade, há escolas brasileiras que tem implantado o cinema através de projetos em sua grade curricular, beneficiando toda a comunidade escolar.

O cinema é um transformador de vidas, de novos pensamentos e novas reflexões no que diz a realidade e ao passado histórico. Portanto, o cinema como atividade e espaço não formal, deve ser reconhecido nos mais diversos contextos, e valorizado em todas as etapas de desenvolvimento, isso para que a obra e o roteiro do filme sejam aproveitados da melhor forma possível.

O cinema no espaço formal é importante para a educação, para a escola, seja ela pública ou privada. Os contextos e atividades não formais são experiências enriquecedoras, significativas, onde os sujeitos podem se desenvolver de forma concreta, fazendo ligações com a realidade cotidiana.

O cinema, assim como o teatro, desafia para o conhecimento, para criação de algo novo, sejam atividades escritas, numéricas, artísticas ou ambientais. O cinema se apresenta como uma alternativa em criar o novo ou reinventar.

Diante disso, o cinema como espaço e atividade não formal é imprescindível para o desenvolvimento das capacidades humanas, envolvendo os indivíduos na sociedade em que vive, de modo a transformar os espaços, o pensamento humano, as relações sociais, trazendo profundas reflexões que só obras como o cinema e o teatro podem manifestar em forma de representação da realidade.

Contudo, trabalhar o cinema é ensinar e aprender ao mesmo tempo com um recorte do cotidiano do mundo e das pessoas que nos cercam, separando ficção e representação. É notável que todo filme se baseia em um conjunto de resultado de seleções, com interesses comerciais e estéticos.

2.4 A RELEVÂNCIA DO USO DAS PRAÇAS PÚBLICAS COMO ESPAÇO NÃO FORMAL

As praças são espaços espetaculares capazes de oportunizar diferentes aprendizagens e despertar sensações. Parece comum falar sobre praças e encontrá-las em pequenas e grandes cidades, mas o que muitas pessoas deixam de perceber é o valor histórico, cultural e social que uma praça pode ter para uma cidade, uma comunidade, ou mesmo um país.

É notável que as praças melhoram a qualidade de vida de seus habitantes, e democratizam os espaços, gerando interação e socialização entre os indivíduos. As praças públicas como espaços educacionais não formais podem e devem ser aproveitadas em prol do lazer, do desenvolvimento de habilidades, de atividades teóricas e práticas, incluindo pesquisas e projetos de leitura ao ar livre. Oliveira (2004), nos informa que no século XX foram criadas as praças e os parques públicos como alternativas de lazer e locais de brincadeira.

As praças oferecem em sua maioria espaços amplos, compostos por áreas verdes, o que acaba aproximando as pessoas da natureza, além do patrimônio histórico. Segundo Almeida et al (2004), a população das grandes cidades tem demostrado uma:

[…] crescente necessidade de aproximação com a natureza, sendo frequente a visitação de áreas verdes. A utilização dos espaços verdes das cidades em conjunto com seu patrimônio histórico pode auxiliar seu despertar para a importância e complexidade da natureza, funcionando como uma extensão da escola (ALMEIDA et al., 2004, p. 122).

Diante da importância da praça para uma determinação população e sociedade, é fundamental que está seja zelada constantemente por todos os indivíduos, pois trata-se de um patrimônio público que merece  preservação e respeito.

No que diz ao sentido educacional, a praça tem uma influência positiva e qualitativa, possibilitando interação com a diversidade de conteúdos, disciplinas, socialização entre os sujeitos em processo de aprendizagem, experiência e saber.

São muitas as oportunidades de ensino que podem ser desenvolvidas nas praças públicas para trabalhar na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Na Educação Infantil, por exemplo, é possível fazer uso das praças para a interação, a socialização e o conhecimento da criança sobre o mundo que a cerca, sendo a praça uma pequena representação da cidade/comunidade a qual a criança pertence.

É imprescindível que toda criança em fase de aprendizagem tenha contato com contextos diversificados, ao ar livre, de modo que possa se desenvolver integralmente.

Em uma praça também pode ser trabalhado conteúdos de diferentes disciplinas, tanto no que diz aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, quanto aos Anos Finais do Ensino Médio, como por exemplo, em Ciência e Biologia é possível estudar as plantas ao redor da praça, as árvores, as folhas, as raízes, os frutos e as cores dos frutos se caso houver. Em Geografia é possível estudar e compreender o espaço geográfico da praça, o solo, a terra, o meio ambiente, latitude e longitude.

Já em Língua Portuguesa é possível trabalhar a história da praça na própria praça em forma de texto, de modo que a história se torne mais real possível, e em seguida, levantar questionamentos e análises por meio de questões e elaboração de texto descritivo e argumentativo, de como a praça era e como se encontra atualmente. Em Artes pode ser trabalhado a história da praça o antes e o depois em forma de desenho e pintura. Em Matemática pode ser calculado o espaço da praça através de gráficos ou outras medições, assim como a porcentagem de pessoas que a visitam, e o índice de melhoramento da praça para atrair mais visitantes.

Na disciplina de Sociologia pode ser trabalhado e discutido a questão ambiental, a questão populacional, ou seja, a população que frequenta a praça, assim como sua história, na busca de realizar debates e seminários na própria praça ao ar livre. Na disciplina de História e Filosofia é possível pesquisar e trabalhar a história da praça por meio de diferentes fontes históricas, analisando a relevância do patrimônio cultural que é a praça.  Na disciplina de Educação Física é possível trabalhar em grupos a história da praça e realizar atividades por meio de caminhada até a praça, assim como atividades de plantio, fazendo uso de novas mudas de árvores e flores com o auxílio docente e com a permissão do poder público municipal para o plantio.

É visível a influência positiva do contexto não formal na vida, no conhecimento e no desenvolvimento dos indivíduos nas mais diversas sociedades. Segundo Almeida e Terán (2012).

Os espaços não formais têm se tornado uma importante estratégia para a educação cientifica e construção do conhecimento, já que as escolas por si só não são capazes de educar cientificamente e transmitir todo o conhecimento científico ao aluno, sendo assim esses espaços se tornam de fundamental importância no ensino-aprendizagem dos mesmos. (ALMEIDA; TERÁN, 2012, p. 2).

A praça possibilita outras formas de aprender e socializar, que “além de proporcionar um ambiente alternativo de ensino-aprendizagem podem contribuir para o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa, pois podem servir como organizadores prévios nesse processo de ensino”. (ALMEIDA; TÉRAN, 2012, p. 2).

É na praça que além do docente ter total liberdade para se expressar e fazer uma aula diferenciada, terá também sabedoria para transformar o ambiente e garantir uma aprendizagem de qualidade no contexto não formal.

Segundo Guimarães e Vasconcellos (2006, p. 10), a educação não formal por ter uma organização espaço tempo mais flexível, possui um importante papel para a ampliação da cultura científica e humanística.

O contexto não formal possibilita aprendizagens até então não adquirida em sala de aula, pois trata-se de um momento único na vida da criança, do adolescente, do jovem e do adulto.

Quando comparado uma praça ao ar livre, composta por uma bela paisagem natural a uma sala de aula fechada, composta por mesas, cadeiras, ar-condicionado, quadro, apagador, notebook, TV, canetões entre outros recursos, é possível constatar a necessidade de transformar o ambiente escolar.

Portanto, transformar o ambiente escolar deriva de ações pedagógicas e ações docentes que visem à qualidade do ensino-aprendizagem, do pensamento crítico e ativo dos discentes, harmonizando os espaços e incluindo no currículo da escola visita aos espaços não formais, e elaboração de projetos e atividades nos contextos não formais que venham fazer a diferença na vida dos estudantes.

2.5 A INFLUÊNCIA DO TEATRO NA EDUCAÇÃO

O teatro pode ser considerado uma representação da realidade através de encenações, vestes e personagens fictícios, mas afinal, qual é a relevância do teatro na educação? O teatro é uma ferramenta pedagógica que pode ser utilizada em prol do processo de aprendizagem, do desenvolvimento intelectual e crítico dos estudantes.

A palavra teatro, em sua origem grega theatron, significa o lugar de onde se vê e, para Aristóteles, o teatro permitia conhecer, e conhecer além da superfície. Para o pensador grego, o teatro tinha a qualidade de ensinar às pessoas a enxergarem além do discurso, além das aparências, a ver o que estava encoberto, nas profundezas (GUENON, 2004).

Trabalhar o teatro nas escolas é importante não apenas para os alunos, mas para todos os envolvidos, incluindo os professores, pois o teatro trabalha a questão da linguagem, a concentração, a memória, o corpo, os movimentos e a expressão.

Nota-se o quão benéfico é o teatro por oportunizar trabalhos em grupos, leitura de textos, apresentações e improvisos quando necessário, assim como relações interpessoais, comunicação com a diversidade, ideias e conhecimentos.

A base do teatro é trabalhar a autoestima, a qual tem muito a ver com a afetividade consigo mesmo. O teatro é arte que oportuniza convivências construtivas com as diferenças de modo a incluir os indivíduos no espaço e no tempo em que se encontram.

O teatro na educação é a arte capaz de transformar timidez em segurança, medo em coragem, sonhos em realidades e representação por apresentação no placo. Vygotsky (2001) diz que “A arte é trabalho do pensamento, mas de um pensamento emocional inteiramente específico […]”

Diante disso, é possível perceber a influência significativa que o teatro pode exercer e trazer para a vida dos discentes quando é colocado em prática no contexto formal.

Nota-se, que a “magia” do teatro é o estudante ser o que ele não é naquele momento, por meio da interpretação de personagens e sentimentos de uma determinada história. O teatro desperta sentimentos, manifesta a empatia, o se colocar no lugar do outro, e compreender de forma sensata os indivíduos no mundo em que vivem.

O teatro dentro do processo educacional traz inúmeras vantagens. É possível fazer uso do teatro para trabalhar contos, diversidade brasileira, bullying nas escolas e nos demais espaços sociais, assim como o papel da mulher e da família na contemporaneidade, a luta dos movimentos sociais e as questões políticas e religiosas.

O teatro com suas dinâmicas, com suas técnicas ajuda o estudante a se perceber como ser humano. O teatro é um espetáculo que gera empatia também entre os próprios colegas, os intérpretes, os professores e demais membros da comunidade escolar.

Diante disso, é fundamental que as escolas busquem desenvolver o teatro de forma a incluir no seu currículo ainda nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, de modo que a criança tenha contato com a diversidade e com a interpretação desde a infância, processo esse que facilitará o desenvolvimento e o ensino-aprendizagem da criança.

É relevante que docentes e comunidade escolar reconheçam a influência do teatro na vida das pessoas e não apenas na vida dos alunos que a escola recebe, pois o teatro tem que ser do público e para o público, com o objetivo de fazer a diferença e transformar os espaços e as pessoas.

O teatro é a arte, a criatividade necessária no processo educacional, social, cultural. O teatro contribui para a formação cognitiva, pessoal e psicológica dos estudantes, os quais irão interpretar a realidade a qual fazem parte, agregando pontos significativos no desenvolvimento da formação humana, da própria comunicação, socialização e do conhecer a si mesmos.

O teatro é a ferramenta que pode ajudar o estudante a se expor no auditório, a dialogar de forma clara e objetiva com as diferenças, a se expressar, a ouvir e a interpretar.

Portanto, é possível constatar que o teatro facilita a compreensão de mundo e sociedade, ajudando a criança ou o jovem estudante a criar vínculos de afetividade, de amizade, de aprendizagens, convivências e experiências com os demais indivíduos, pois o teatro tem a capacidade de aumentar a comunicação.

2.6 ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS (ONGs)

A expressão “ONG”- Organizações não Governamentais foi utilizada pela primeira vez na década de 1940 pela Organização das Nações Unidas, ONU, para denominar entidades não oficiais que recebiam recursos financeiros para executar projetos de interesses de grupos ou comunidades (BERNARDES; NANNE, 1994, grifo nosso). Segundo Landim (2002)

Organização não governamental é expressão que traz a marca da polissemia, movendo-se num campo que se presta a várias apropriações ideológicas ou discursivas, possibilitando usos diversificados por diferentes atores – e, portanto, podendo constituir-se em objeto de polêmica e luta em torno desses usos (LADIM, 2002, p. 216).

As Organizações não Governamentais são entidades relevantes que buscam fazer a diferença na sociedade, contribuindo de forma significativa para a melhoria da qualidade de vida em todos os sentidos. As ONGs têm importância de ordem social em vários aspectos, Oliveira e Haddad (2001) ressalvam que:

Na América Latina, ONGs são consideradas uma classe especial de organizações dedicadas ao “desenvolvimento participativo e sustentável e à construção e defesa de direitos” e “não se confundem com entidades comunitárias e de autoajuda, com centros de pesquisa, fundações e entidades filantrópicas de corte tradicional” (OLIVEIRA; HADDAD, 2001, p. 63).

As ONGs surgiram para contribuir e suprir as necessidades da população as quais o governo não consegue suprir, fazendo ações de educação, saúde, segurança, cultura, ou seja, uma infinidade de atividades que normalmente deveria ser executada pelo poder público. Diante disso, as ONGs sem fins lucrativos ganham destaque por cuidar e proteger causas populares, direitos sociais básicos dos cidadãos, como por exemplo, indígenas, crianças, população em situação de rua, entre outros.

Surge então a oportunidade de enfocar a perspectiva de ação das ONGs (Organizações Não-Governamentais) num cenário em que o Estado participa cada vez menos no processo de mercado, diante da necessidade de intervir, sobretudo, em inúmeros entraves sociais que demandam algum tipo de ação com vistas na minimização de conflitos e na satisfação das necessidades coletivas (MEIRELLES; EL-AQUAR, 2002, p. 3-4).

No Brasil há vários grupos sociais que fazem suas formas distintas de organização na busca de proteger os direitos sociais básicos, querendo a promoção de uma causa social. As ONGs estão cada vez mais presentes na sociedade brasileira e na própria educação, desenvolvendo projetos e políticas públicas. As ONGs podem atuar de forma regional, nacional e até mesmo global.

As Organizações não Governamentais transformam a sociedade, os espaços formais e não formais, onde professores e estudantes podem estar conhecendo presencialmente as entidades, buscando refletir e questionar o papel que as ONGs desempenham e a importância de cada uma na sociedade em que vivemos, sendo imprescindível compreender o que é uma ONG, e as atividades desempenhadas em prol de populações carentes.

O envolvimento das ONGs com educação no Brasil já tem décadas. Nos anos 1960 e 1970, grupos de pessoas oriundas de igrejas, partidos políticos ou universidades criaram associações civis sem fins lucrativos, dedicada ao chamado trabalho social com os segmentos mais empobrecidos (FERNANDES, 1994, p. 23).

Estudantes que frequentam espaços não formais como ONGs acabam interagindo mais com os colegas, se sentindo mais livres e autônomos, podendo expor opiniões com mais clareza e confiança, obtendo melhores resultados no ensino formal.

Percebendo a relevância dos espaços não formais na educação, se faz necessário que o espaço escolar seja aproximado do não escolar, de modo que seja proveitoso para a aprendizagem e para o conhecimento de crianças, adolescentes, jovens e adultos.

As ONGs podem criar estratégias juntamente com escola para que objetivos se concretizem e alcance cada vez mais estudantes em fase de escolarização.

O trabalho desenvolvido pelas ONGs busca incluir também as famílias dos discentes, aproximando-os, pois se trata de um trabalho coletivo, onde os pais acabam se envolvendo e interagindo mais com seus filhos.

É essencial abraçar a causa das ONGs, formar o aluno integralmente, oferendo às discentes experiências diferenciadas, oportunidades de conhecer o novo, de se desenvolver, de se manifestar no espaço e no mundo em que habita.

Portanto, o papel das ONGs hoje é lutar para que políticas públicas sejam articuladas e aprovadas em prol dos indivíduos em sociedade. As ONGs filantrópicas não visam lucro, mas sim, satisfação pessoal. No entanto, pode haver quem confunda as Organizações não Governamentais com entidades privadas, de lucro.

2.7 O ESPORTE NA ESCOLA E SEU SENTIDO EDUCATIVO

Não é de hoje que se faz necessário debate e reflexão sobre o esporte como ferramenta social. É fundamental que o esporte não seja visto como uma atividade de diversão, sem sentido e sem objetivos a serem alcançados, ou seja, “atividades banais” e “perda de tempo”.

É inegável a relevância do esporte como atividade na escola e nos demais contextos sociais. Praticar esportes traz muitos benefícios diretos e indiretos para o desempenho escolar e aprendizagens de crianças, adolescentes e jovens.

O esporte é uma ferramenta social que facilita a inclusão social, por este motivo é imprescindível que esteja presente nas escolas brasileiras em forma de projetos, possibilitando a descoberta de novos talentos e fazendo surgir atletas profissionais.

Por meio da prática de esportes é possível desenvolver na criança, no adolescente e no jovem, habilidades cognitivas, coordenação motora, melhorando a autoestima, a capacidade de concentração e raciocínio lógico, além disso, aprender a lidar com o trabalho em equipe, com a tomada de decisão, isso tudo favorece o equilíbrio emocional e senso de disciplina.

A prática esportiva é planejada e orientada por um profissional especialista que monitora e controla o desempenho do praticante e leva a uma melhora do seu condicionamento físico. A abordagem do esporte na escola não pode estar limitada apenas ao ensino de técnicas e táticas, o que ocasionaria uma visão reduzida e fragmentada a respeito desse fenômeno. Belbenoit (1976), pedagogo francês, adverte que o esporte não é educativo por si só, pois o educador é quem vai fazer com que ele seja um objeto e um meio de educação. Ele ainda evidencia que a prática do esporte na escola não pode ter como objetivo principal formar atletas, sendo que esse poder ser, segundo o autor, um efeito secundário que não deve ser recusado. Porém o objetivo maior do esporte deve continuar sendo a expansão a todos de suas inúmeras possiblidades de atividades formativas.

Dessa forma, é importante que o esporte seja tratado pedagogicamente de forma mais abrangente nas suas outras dimensões, entre elas, a histórica, a antropológica, a cultural, a social, entre outras.

O pedagogo Belbenoit (1976) destaca algumas ideias que relacionam esporte, educação e escola:

O esporte é a forma mais rica e adaptada ao nosso tempo, um tipo de “experiência base”, carnalmente vivida, que permite construir, pela prática e pela reflexão, uma ética de saúde global, essa expressão prova como o homem dividido de hoje aspira recuperar sua unidade.

O esporte é atividade de cultura, na medida em que a noção formal de equilíbrio entre corpo e espírito é substituída pela de convergência de todas as tentativas educacionais (pois elas tendem para um objetivo único, e põem em movimento a totalidade dos poderes humanos), e em que a saúde psicossomática e o desenvolvimento mental forem considerados inseparáveis da motricidade; o esporte é cultura porque há cultura onde ele se encontra, ao mesmo tempo em que há possibilidade de desenvolvimento pessoal e participação numa prática social significativa.

O esporte é um instrumento de cultura e de libertação do homem moderno na medida em que desempenha a função biológica (filogenética) de preservação da saúde (no sentido lato do termo) e a função sociocultural de comunicação, participação e expressão.

O esporte é um fenômeno sociocultural mais importante de nossa época, e é tão urgente aprender a posicionar-se diante dele quanto em relação aos meios de comunicação de massa.

Introduzir o esporte na escola, assim como novas tecnologias pedagógicas, audiovisuais ou informáticas, é fazer viver a escola com seu tempo.

O esporte como acrescentado pelo pedagogo Belbenoit (1976), é essencial para o desenvolvimento humano, para a interação e a socialização, pois é uma atividade cultural que beneficia crianças, jovens, adolescentes e adultos.

O esporte é uma representação simbólica da vida, de natureza educacional, podendo promover no praticante, modificações tanto na compreensão de valores como de costumes e modo de comportamento, interferindo no desenvolvimento individual, aproximando pessoas que têm, neste fenômeno, um meio para estabelecer e manter um melhor relacionamento social (PAES, 1998, p. 109-114).

Considerando a natureza educacional do esporte, entendemos que ele deve adquirir a conotação do jogo nas aulas de Educação Física, com suas características lúdicas de prazer e de modificação de regras. Porém, outras características relacionadas a um mínimo rendimento também devem ser consideradas, pois quando são ensinados os gestos técnicos e as regras táticas, o esporte passa a ser vivenciado mais próximo desse rendimento possível.

No contexto escolar o professor deve considerar o esporte como fenômeno cultural e de educação, contemplando seu desenvolvimento de forma que o aluno possa compreender as inter-relações de suas diferentes manifestações: o esporte performance ou de rendimento, o esporte educacional ou de educação, e o esporte de participação ou de lazer. Portanto, utilizando as palavras de Soares; Taffarel e Escobar (1992) é possível compreender que:

Ensinar um esporte, enquanto conteúdo escolar, implica considerar desde os seus fundamentos básicos, os seus métodos de treinamento, o seu “jogar” propriamente dito, até o seu enraizamento social e histórico, passando é claro pela sua significação cultural enquanto fenômeno de massas em nossos dias. Desse modo, o futebol, o voleibol, o basquetebol ou outra modalidade esportiva, deixam de ter caráter apenas prático e passam a ter um caráter histórico e social. O aluno nas aulas de Educação Física saberá não apenas praticar uma determinada modalidade esportiva, mas, também, o que é praticar uma modalidade esportiva num mundo que transformou isso em profissão (SOARES; TAFFAREL; ESCOBAR, 1992, p. 217-218).

O esporte, nas aulas de Educação Física, deve ser tematizado de forma ampla e lúdica, sendo contextualizado numa perspectiva crítica e participativa, quanto mais diversificadas forem às modalidades esportivas desenvolvidas na escola, maiores serão as alternativas voltadas para praticantes e espectadores, de forma que, no processo educacional, todos possam num determinado momento, vivenciar essas experiências. Dessa forma o esporte terá um sentido realmente educativo.

A importância de se manter o caráter lúdico no esporte é também evidenciada por Cagigal (1979, p. 154), quando se refere à prática do esporte na escola, ao afirmar que “o esporte, em toda sua variada dimensão, desde o espetáculo mundial até o anônimo esforço individual, deve reverter-se para cima de toda sua condição lúdica”.

Assim, o aprendizado do esporte na escola deve ser permeado pela ludicidade e pelo prazer. Isso é possível quando utilizamos alguns recursos do jogo, como a adaptação das regras, do espaço e do número de jogadores.

Dessa forma, será possível a inclusão dos alunos na vivência dos diferentes movimentos esportivos, pois todos terão acesso aos conhecimentos sobre o esporte. Cada modalidade esportiva tem sua especificidade, que inclui técnicas e táticas, regras, origem e história, entre outros componentes fundamentais.

O valor educacional do esporte é destacado por Cagigal (1981) quando evidencia que algumas regras devem ser seguidas para que sua prática possa contribuir para a obtenção de atitudes no sentido de as pessoas viverem melhor com elas mesmas e com seus pares. Para tanto afirma:

Jogando: dando asas a necessidade humana de movimento, pondo em ação o corpo e espírito (podendo somar também o psíquico), estimulando o esforço orgânico, habituando a superação pessoal, restabelecendo o equilíbrio psicossomático, (geralmente perdido pelo hábito sedentário), aprendendo experimentalmente sem experimentos nem testes), a rica alternativa da tensão-distensão; expressando estados internos; praticando o ócio; atuando em equipe; vinculando os interesses particulares aos do grupo; aprendendo que os jogos da vida sempre têm adversários; aceitando a derrota; comunicando-se com a linguagem simples de movimentos e habilidades universais inteligíveis; liberando-se; libertando-se. (CAGIGAL, 1981, p. 189).

É essencial um olhar para todos os indivíduos, e o esporte oferece essa inclusão em todos os contextos, pois o preconceito e a dominação prevalecem em lugares e espaços onde não há oportunidades.

A escola tanto pública, quanto privada, deve oferecer espaço para o treinamento esportivo, pois a maioria das crianças e jovens não tem acesso a clubes sócio esportivos. Para Bracht (1992), o papel social do esporte no desenvolvimento do educando possui a seguinte conotação:

A socialização através do esporte escolar pode ser considerada uma forma de controle social, pela adaptação do praticante aos valores e normas dominantes como condição alegada para funcionalidade e desenvolvimento da sociedade. Um dos papéis que cumpre o esporte/escolar em nosso país, então, é o de reproduzir e reforçar a ideologia capitalista, que por sua vez visa fazer com que os valores e normas nela inseridas se apresentem como normais e desejáveis. Ou seja, a dominação e a exploração devem ser assumidas e consentidas por todos, explorados e exploradores, como natural. (BRACHT, 1992, p. 61).

Por mais que há docentes que lamentam à falta de recursos e a falta de apoio por parte de algumas escolas ao realizar atividades esportivas com os alunos, é imprescindível que o professor seja ativo nesse processo, que não meça esforços em ir atrás de recursos e auxiliar a escola na busca constante em prol de fazer a diferença em suas aulas.

Muitos são os profissionais do esporte que iniciaram suas atividades esportivas no ambiente escolar, sendo a escola um espaço de oportunidades, aprendizagens, socialização, troca de saberes e conhecimento entre os indivíduos.

Analisa-se que o esporte é capaz de transformar a sociedade, trazendo ainda que, de forma indireta justiça social de forma construtiva, oportunizando possibilidades para crianças e adolescentes, em crescer e se desenvolver em espaços harmônicos, incluindo-os em um mundo mais saudável e humano, e ao mesmo tempo, afastando-os do mundo da criminalidade, da maldade e da injustiça ainda presente e mascarada na sociedade brasileira.

3. METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho utilizou-se de pesquisa bibliográfica e registros de experiências. Na pesquisa bibliográfica foi feito uso de diversos materiais impressos, como livros, artigos científicos, dissertações de mestrado e doutorado. Para Lakatos e Marconi (2001, p. 183), a pesquisa bibliográfica:

[…] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos etc. […] e sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto […].

Com base nos objetivos propostos por este estudo, optou-se pela pesquisa de natureza qualitativa, que hoje não estuda apenas o social, mas sim uma gama de fenômenos. Segundo Chizzotti:

A abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito. O conhecimento não se reduz a um rol de dados isolados, conectados por uma teoria explicativa; o sujeito-observador é parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenômenos, atribuindo-lhes um significado (CHIZZOTTI, 1998, p. 79).

A pesquisa por meio de registros de experiências foi realizada na Cooperativa Habitacional Viver Bem, em 2019, a qual oportunizou um contato mais direto com o espaço não formal.  Segundo Gonçalves:

A pesquisa de campo é o tipo de pesquisa que pretende buscar a informação diretamente com a população pesquisada. Ela exige do pesquisador um encontro mais direto. Nesse caso, o pesquisador precisa ir ao espaço onde o fenômeno ocorre, ou ocorreu e reunir um conjunto de informações a serem documentadas (GONÇALVES, 2001, p. 67).

A pesquisa bibliográfica foi realizada com base em material meramente bibliográfico referente ao tema abordado e analisado em escritos sob a visão de autores que se dedicaram aos estudos dos espaços não formais. O contexto da pesquisa foi a Cooperativa Habitacional Viver Bem, e os sujeitos da pesquisa foram os pais e as crianças que frequentam a Cooperativa Habitacional Viver Bem.

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Com base na atividade desenvolvida por meio de registros de experiências, foi possível realizar um questionário e aplicar em fevereiro do ano de 2019, no qual crianças e adolescentes trouxeram ideias, das quais gostariam que fossem colocadas em prática na Cooperativa Viver Bem.

Dessa forma, constatou-se a importância do espaço pedagógico não formal na vida e na socialização da criança e do adolescente. Além do mais, os espaços educacionais não formais fazem com que a criança/ adolescente sinta-se mais livre, ou seja, à vontade para expressar seus próprios sentimentos, habilidades, o que muitas vezes não acontece no contexto formal.

Quadro 1. Atividades que podem ser desenvolvidas na Cooperativa Viver Bem segundo a análise das crianças que frequentam o espaço.

ANÁLISE DE SUJEITO IDADE ANO ATIVIDADE
CAIO 9 ANOS 3º ANO FUTEBOL
MARTA 7 ANOS 1º ANO INFORMÁTICA
LUIZA 8 ANOS 2º ANO DANÇA
GABI 10 ANOS 4º ANO DESENHO

Fonte: Cristiane Taís Welter; Rosane Machado de Oliveira. Fevereiro de 2019.

Os espaços pedagógicos não formais oferecidos pela Cooperativa Viver Bem, fazem toda a diferença na educação de crianças e adolescentes, sendo espaços de conhecimento e interação, onde os pais podem deixar seus filhos/as em um lugar seguro enquanto desenvolvem atividades de trabalho em outros contextos.

Analisa-se que o objetivo da Cooperativa Viver Bem em oferecer atividades, é proporcionar uma aprendizagem qualitativa, de modo que crianças, adolescentes e familiares se sintam motivados a fazer parte deste grupo. Conforme visto no quadro de número um, crianças e adolescentes descreveram algumas das atividades que gostariam que fossem desenvolvidas no espaço da Cooperativa, como dança, desenho, futebol e informática.

É inegável que os espaços pedagógicos não formais acabam atraindo a atenção das crianças e estimulando-as no desenvolvimento de diversas habilidades, através do contato com outros indivíduos e com o próprio espaço não formal. Para a criança, os espaços não formais se tornam mais agradável por haver menos regras burocráticas, diferente do espaço formal, e pelo motivo que esses espaços oferecem novas amizades constantemente, assim como diferentes aprendizagens, descartando métodos tradicionais de ensino, ainda utilizado por alguns docentes em algumas escolas brasileiras.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base no estudo apresentado foi possível compreender a relevância e a contribuição dos espaços pedagógicos não formais na educação de crianças e adolescentes.

Durante a pesquisa buscou-se identificar alguns contextos específicos da educação não formal, como museus, música, cinema, praças, teatro, Organizações não Governamentais (ONGs), e esportes. Esses contextos especificados além de necessários para a vida em sociedade, também mostram sua importância, seu papel enquanto instituições não formais que prezam pela aprendizagem em sua complexidade.

Os contextos não formais oportunizam inúmeras experiências e sensações, que a sala de aula não conseguiria oportunizar aos discentes, pois grande parte das escolas brasileiras encontra-se centrada em métodos tradicionais de ensino, grade de disciplinas do currículo escolar, com conteúdos e provas para medir o desempenho de cada aluno, o que por vezes acaba atingindo o desenvolvimento dos estudantes e afetando suas habilidades.

Diante disso, se faz necessário que a escola tenha uma relação complementar com os espaços não formais, buscando programar atividades em tais contextos em prol da qualidade do ensino escolar.

É imprescindível que os estudantes, assim como os próprios professores, possam ter a chance de explorar outros espaços de aprendizagem e socialização como os contextos não formais, pois a educação para a formação cidadã dos indivíduos não acontece em quatro “paredes”, em ambientes fechados, isolados, mal iluminados, mas sim, em espaços amplos, atraentes, socializadores.

É inegável, que as atividades ofertadas nos contextos pedagógicos não formais podem enriquecer a vida dos estudantes, tanto no ambiente escolar, como no ambiente social, e ao mesmo tempo, despertar o interesse pelo conhecimento, pois são muitos os benefícios ao trabalhar em espaços não formais, sendo espaços com poder de envolver, e motivar alunos e professores há estabelecer um contato diferente com o conhecimento. Os contextos não formais exploram experimentos, objetos, a forma como os indivíduos são recebidos nesses espaços para favorecer a aprendizagem.

Portanto, é fundamental que o professor ao conduzir os discentes ao espaço não formal tenha ciência do lugar, fazendo uma visita antes presencialmente, ou então, conhecendo virtualmente para saber quais materiais e atividades são ofertadas no espaço, para que possa elaborar um bom planejamento, com objetivos bem determinados, com o intuito de obter êxito no passeio ao contexto e na aprendizagem construtiva dos estudantes.

Pensar que ensinar e aprender só acontece em sala de aula é um equívoco, sendo que essa ideia precisa ser amadurecida, refletida, pois ensinar e aprender pode acontecer em outros contextos, como é o caso dos espaços não formais, que estão à disposição da escola, da comunidade escolar, dos professores, para que aulas diferenciadas possam ser realizadas na busca de engajar mais a turma.

Contudo, os espaços não formais podem e devem ser aproveitados de forma contextualizada. Por este motivo, o planejamento se faz necessário para que docentes não usem os contextos não formais apenas para uma visita prévia com os alunos, sem objetivos propostos, sem interação com o que o espaço busca oferecer.

No que se refere ao tema discutido no artigo, os resultados trouxeram reflexões significativas e despertaram interesse em relação à educação em espaços não formais. Através de pesquisa bibliográfica, análise de obras de diversos autores, registros de experiência realizados por crianças e adolescentes foi possível compreender o valor dos diferentes contextos não formais, não apenas no que diz a educação, mas para a sociedade no geral.

Em forma de conclusão do trabalho apresentado, pode-se destacar que as contribuições trazidas foram meramente qualitativas e significativas para a compreensão dos contextos não formais, do papel na vida dos estudantes e professores, assim como a importância desses espaços para a educação, a aprendizagem, a formação humana, crítica e integral dos discentes. No entanto, é indicado que novos estudos científicos sejam realizados sobre a temática discutida, para que demais professores e pesquisadores possam ter novas concepções em relação aos espaços não formais.

REFERÊNCIAS

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VYGOTSKY, L. S. Psicologia da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

APÊNDICES

QUESTIONÁRIO 1

Perguntas para as Crianças/Adolescentes

Nome completo: Luan de Almeida

Data de nascimento completo – Idade. 7 Anos – 05/02/2013

Nome dos pais. Adelar Nunes Almeida / Carolina Almeida

Escolaridade. 1° Ano do Ensino Fundamental

Qual o nome de sua escola?  EMEF – Elisardo Duarte Neto

O que o espaço pedagógico representa para você crianças/adolescentes? Com ele posso fazer novos amigos e aprender diversas coisas novas.

O que você gostaria de apreender no espaço pedagógico? Exemplifique. Gosto de jogar futebol.

Você gosta de qual tipo de atividade? Jogos, brincadeiras. Cite algumas. Futebol e Jogos de tabuleiros.

Qual projeto de criação que gostaria que trouxéssemos para você desenvolver em grupo? Gostaria de aprender informática.

Perguntas para os Pais / Familiares – através de um relato, com base nas questões abaixo, e complementando com mais ideias.

Nome – Carolina Almeida

Cite os pontos positivos que o espaço pedagógico traz para o condomínio e a família. Facilidade em termos um espaço para deixarmos nosso filho em segurança, para podermos trabalhar, tem facilitado nossas vidas.

O que gostaria que melhorasse? Cite algumas ideias. Meu filho gosta muito de tecnologia, um curso de informática seria interessante.

O que o espaço pedagógico representa para a família? Local de aproximação entre as famílias do Condomínio.

Com a tecnologia o que gostaria que trouxéssemos para seu filho (a) praticar e aprender – criança/ adolescente? Informática.

Qual esporte gostaria que trouxéssemos para seu filho (a) praticar – criança/ adolescente? Futebol

Gostaria de alguma oficina diferente a ser desenvolvida para criança/adolescente? Idiomas.

QUESTIONÁRIO 2

Perguntas para as Crianças/Adolescentes

Nome completo: João Vitor Perez da Silveira

Data de nascimento completo – Idade. 09 Anos – 01/10/2011

Nome dos pais. – Atalana Rodrigues Perez / Altair Soares da Silveira

Escolaridade. – 3° Ano do Ensino Fundamental

Qual o nome de sua escola? Pastor Dows.

O que o espaço pedagógico representa para você crianças/adolescentes? Muito legal, aprendo e divirto-me.

O que você gostaria de apreender no espaço pedagógico? Exemplifique. Não sei.

Você gosta de qual tipo de atividade? Jogos, brincadeiras. Cite algumas. – Gosto de Jogar futebol.

Qual projeto de criação que gostaria que trouxéssemos para você desenvolver em grupo? Escolinha de Futebol.

Perguntas para os Pais / Familiares – através de um relato, com base nas questões abaixo, e complementando com mais ideias.

Nome: Atalana Rodrigues Perez

Cite os pontos positivos que o espaço pedagógico traz para o condomínio e a família. – Crianças não ficam em casa ociosas e aprendem coisas diversas.

O que gostaria que melhorasse? Cite algumas ideias. – As crianças interagir mais com as outras.

O que o espaço pedagógico representa para a família? Bem estar

Com a tecnologia o que gostaria que trouxéssemos para seu filho (a) praticar e aprender – criança/ adolescente? Brincadeiras da nossa infância.

Qual esporte gostaria que trouxéssemos para seu filho (a) praticar – criança/ adolescente? Futebol.

Gostaria de alguma oficina diferente a ser desenvolvida para criança/adolescente? Pintura.

QUESTIONÁRIO 3

Perguntas para as Crianças/Adolescentes

Nome completo: Gabriela Chimankoski Prado

Data de nascimento completo – Idade. 8° Anos – 17/05/2012

Nome dos pais. Marciel Chimankoski / Almerinda Prado Chimankoski

Escolaridade. 2° Ano do Ensino Fundamental

Qual o nome de sua escola? Instituto Educacional Castelo Branco.

O que o espaço pedagógico representa para você crianças/adolescentes? É bem bom, gosto muito dos meus amigos onde posso brincar bastante.

O que você gostaria de apreender no espaço pedagógico? Exemplifique. Dança.

Você gosta de qual tipo de atividade? Jogos, brincadeiras. Cite algumas. Gosto de cantar e dançar.

Qual projeto de criação que gostaria que trouxéssemos para você desenvolver em grupo? Aulas de dança.

Perguntas para os Pais / Familiares – através de um relato, com base nas questões abaixo, e complementando com mais ideias.

Nome: Almerinda Prado Chimankoski.

Cite os pontos positivos que o espaço pedagógico traz para o condomínio e a família. Socialização entre vizinhos.

O que gostaria que melhorasse? Cite algumas ideias.  A implantação de mais uma sala de jogos.

O que o espaço pedagógico representa para a família? Lazer para nossas crianças, espaço de conhecimento e aprendizagem.

Com a tecnologia o que gostaria que trouxéssemos para seu filho (a) praticar e aprender – criança/ adolescente? Oficina de danças com equipamentos

Qual esporte gostaria que trouxéssemos para seu filho (a) praticar – criança/ adolescente? Vôlei.

Gostaria de alguma oficina diferente a ser desenvolvida para criança/adolescente? Idiomas.

QUESTIONÁRIO 4

Perguntas para as Crianças/Adolescentes

Nome completo: Marcela Vargas Lopes

Data de nascimento completo – Idade. 10 anos – 25/02/2010

Nome dos pais. Pedro Henrique Lopes / Daiane Vargas Lopes

Escolaridade. 4° Ano do Ensino Fundamental

Qual o nome de sua escola? EMEF – Coronel Aparício Borges

O que o espaço pedagógico representa para você crianças/adolescentes? É legal, porque posso brincar bastante com meus amigos.

O que você gostaria de apreender no espaço pedagógico? Exemplifique. Gosto de desenhar e pintar.

Você gosta de qual tipo de atividade? Jogos, brincadeiras. Cite algumas. Jogar vôlei.

Qual projeto de criação que gostaria que trouxéssemos para você desenvolver em grupo? Oficina de pintura

Perguntas para os Pais / Familiares – através de um relato, com base nas questões abaixo, e complementando com mais ideias.

Nome: Daiane Vargas Lopes

Cite os pontos positivos que o espaço pedagógico traz para o condomínio e a família. Comodidade e facilidade para deixarmos nosso filho com segurança durante o dia, assim podemos sair para trabalharmos tranquilamente.

O que gostaria que melhorasse? Cite algumas ideias. Mais oficinas diversas.

O que o espaço pedagógico representa para a família? Local de acolhimento.

Com a tecnologia o que gostaria que trouxéssemos para seu filho (a) praticar e aprender – criança/ adolescente? Informática

Qual esporte gostaria que trouxéssemos para seu filho (a) praticar – criança/ adolescente? Vôlei.

Gostaria de alguma oficina diferente a ser desenvolvida para criança/adolescente? Pinturas.

DESENHOS E ESCRITAS DAS CRIANÇAS/ ADOLESCENTES DA COOPERATIVA

ANEXOS

Desenhos e escritas das crianças/adolescente da cooperativa Bem Viver.

Desenhos e escritas das crianças e adolescente da cooperativa Bem Viver 1

Desenhos e escritas das crianças e adolescente da cooperativa Bem Viver 2

Desenhos e escritas das crianças e adolescente da cooperativa Bem Viver 3

Desenhos e escritas das crianças e adolescente da cooperativa Bem Viver 4

APÊNDICE – REFERÊNCIA NOTA DE RODAPÉ

3. Cooperativa Habitacional Viver Bem (nome fictício).

[1] Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Faculdade Internacional de Curitiba – PR, (FACINTER). Graduada em Licenciatura Plena em História pela Faculdade Internacional de Curitiba (FACINTER) Graduada em Licenciatura Plena em Sociologia pela Faculdade Internacional de Curitiba (FACINTER) Especialização em Educação Especial e Inclusiva (FACINTER) Especialização em Docência no Ensino Superior pela Faculdade de Educação São Luís de São Paulo – SP Especialização em Gestão Escolar: Orientação e Supervisão pela Faculdade de Educação São Luís – SP. Especialização em Ensino Lúdico pela Faculdade de Educação São Luís – SP.

[2] Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – RS, (PUCRS).

Enviado: Fevereiro, 2021.

Aprovado: Janeiro, 2022.

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Rosane Machado de Oliveira

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