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Tecnologias da informação e comunicação no ensino: filme Cidadão Kane

RC: 134319
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/comunicacao-no-ensino

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

NEVES, Mônica Medina Santos Almeida [1]

NEVES, Mônica Medina Santos Almeida. Tecnologias da informação e comunicação no ensino: filme Cidadão Kane. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 12, Vol. 02, pp. 70-84. Dezembro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/comunicacao-no-ensino, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/comunicacao-no-ensino

RESUMO

Este texto é resultado do curso Imaginação e Símbolo no Filme Cidadão Kane, uma parceria entre os grupos GEICCE – Grupo de Estudos em Imaginação, Criatividade, Cinema e Educação e o PROCIEMA – Programa de Ensino em Ciências e Matemática, ambos da UESB, de Vitória da Conquista – BA. Conforme questão norteadora, discutimos: como as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), mediante a experiência com o cinema, podem colaborar com práticas de ensino? O presente artigo tem por objetivo geral analisar as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), como práticas de ensino, no contexto da experiência cinematográfica, em sala de aula. Para tal propósito argumentativo, apresentamos o filme Cidadão Kane, de Orson Wells, lançado em 1941 e sua possível relação com alguns temas debatidos na contemporaneidade, em destaque, as fake news. Por considerar relevante a união do sujeito (aluno) com o objeto (filme), a fim de esclarecer o significado que ele atribui ao fenômeno, para elucidar o dado presente na sua consciência, a metodologia empregada é de abordagem fenomenológica. Desse modo, mediante entrevista semiestruturada, problematizamos a questão norteadora. Isto posto, a conclusão deste debate assinala que o cinema, na qualidade de ser um dos instrumentos das TICs, pode colaborar com práticas de ensino e desenvolver o processo de ensino-aprendizagem, mas desde que essa arte tecnológica seja uma experiência, no sentido de La Rosa. A análise ocorreu também à luz de Paul Ricoeur, extraído da escritora e pesquisadora portuguesa Maria Gabriela Azevedo e Castro, em seu livro Imaginação em Paul Ricoeur, cinema com Rosália Duarte e recorrendo a Pedro Demo como principal deferência de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).

Palavras-chave: Tecnologia da Informação e Comunicação, Experiência do cinema, Filme Cidadão Kane Práticas de ensino.

1. INTRODUÇÃO

O presente artigo é parte de um curso realizado pelo Grupo de Estudos em Imaginação, Criatividade, Cinema e Educação (GEICCE), em colaboração com o Programa de Ensino em Ciências e Matemática (PROCIEMA), ambos são desenvolvidos por docentes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, de Vitória da Conquista – BA.

O grupo de pesquisa GEICCE ofereceu o conteúdo para o PROCIEMA (programa contínuo de extensão), que disponibilizou toda a estrutura e logística, permitindo a efetivação deste curso de 20 horas, intitulado Imaginação e Símbolo no Filme Cidadão Kane, sendo que, 20% foi realizado na UESB e 80% na Plataforma do Google Meet. Fizeram parte do evento e foram os atores que, juntamente com a pesquisadora/autora, fomentaram toda a discussão: discentes da UESB, inscritos no Curso de Ciências, Cinema e Audiovisual e um tecnólogo, graduado em Tecnologia em Produção Multimídia pela UNISUL.

O curso trouxe para o debate a importância das TICs, mediante projeções de filmes como práticas pedagógicas vigorosas, que assessoram o trabalho docente, no sentido de ampliar os conhecimentos dos processos de ensino-aprendizagem. Discorremos ainda, sobre as viabilidades metodológicas das TICs, notadamente, do cinema como um dos recursos inovadores da aprendizagem dos sujeitos envolvidos. Neste contexto, apresentamos a seguinte questão norteadora: como as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), mediante a experiência com o cinema, podem colaborar com práticas de ensino? Essa única pergunta gerou toda a discussão, que foi apresentada após os participantes assistirem o filme Cidadão Kane.

No tocante ao cinema, analisamos à luz da referida obra, trasladando alguns de seus conteúdos com questões presentes no debate público contemporâneo, especialmente, de cunho político-cultural, como as fake news. Ao recortar o ponto fulcral da obra e temas adjacentes, fizemos no esforço para entender quais nexos mantem com a narrativa vigente, divulgada pelas mídias e suas possibilidades discursivas em sala de aula. Ante o exposto, tivemos por objetivo geral analisar as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), como práticas de ensino, no contexto da experiência cinematográfica em sala de aula. Compreendemos, portanto, que o mencionado problema, apresenta grandes áreas do conhecimento humano, que envolvem: educação, arte e tecnologia.

2. TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS): A EXPERIÊNCIA DO CINEMA COMO PRÁTICA DE ENSINO

A escola, há tempos, faz uso das tecnologias como uma possibilidade de ensino-aprendizagem, que visa expandir o conhecimento, abrindo janelas e trazendo para a sala de aula os mais diversificados saberes. Antigas civilizações, culturas quase perdidas no tempo, porém manifestas através dos vestígios materiais descobertos pela arqueologia, história e arte, estão no interior da escola com as TICs. Igualmente, conteúdos da sociedade moderna e sua pujante diversidade cultural, introduz-se no espaço educativo mediante estes procedimentos metodológicos.

O mundo entra no ambiente escolar também por meio de referidas tecnologias midiáticas, como o cinema, arte primordialmente visual. Logo, é preciso que o docente tenha algum conhecimento do uso destas ferramentas metodológicas, pois viabilizam o acesso ao conteúdo e podem ampliar a capacidade discente, quanto ao desenvolvimento intelectual e, afetivo.

O mundo atual caracteriza-se por uma utilização da visualidade em quantidades inigualáveis na história, criando um universo de exposição múltipla para os seres humanos, o que gera a necessidade de uma educação para saber perceber e distinguir sentimentos, sensações, idéias e qualidades. Por isso o estudo das visualidades pode ser integrado nos projetos educacionais. Tal aprendizagem pode favorecer compreensões mais amplas para que o aluno desenvolva sua sensibilidade, afetividade e seus conceitos e se posicione criticamente (BRASIL, 1997, p. 45).

Diferentes recursos tecnológicos como o uso de computador, internet, YouTube, etc., por certo, tem ampla capacidade pedagógica, visto que essas mídias também fazem uso da imagem estática (fotografia) ou em movimento (vídeo, filme), como fontes de conteúdos. Assim sendo, é indispensável que a instituição de ensino saiba utilizar estes meios para expandir e aprofundar o conhecimento, enriquecendo a instrução. De acordo com Demo (2008), as TICs podem auxiliar o ensino, na perspectiva em que revelam o desafio de aperfeiçoar metodologias para o desenvolvimento de aprendizagem. Entende o uso das tecnologias como um movimento social, não apenas mecânico, mas orgânico e impreciso, justamente por adaptar-se a diversificados propósitos, ao mesmo tempo paradoxais e danosos.

O autor fala das TICs nos processos formativos e explica a sua compreensão desse conceito, que se refere a espaços institucionais competentes, livres. Ele associa suas aptidões para a transmissão de conhecimento, inclusive com a política que se ocupa dos direitos e deveres dos atores sociais, libertários e agentes de transformação. Quanto aos processos educacionais, infere que são lugares autopoiéticos que se reconstroem e explicam a aquisição de conhecimento.

A mente humana, em sua dinâmica auto-referente e autopoiética, não reproduz, transmite, copia conhecimento, mas o desconstrói e reconstrói, interminavelmente. Não se pode, a rigor, instruir um ser vivo, porque o que nele entra, entra por dentro, de modo maiêutico, reconstruído. Não temos da realidade externa um xérox na mente, mas uma imagem construída, muito embora a realidade externa não dependa de ser pensada para existir. Todo processo de aprendizagem requer a condição de sujeito participativo, envolvido, motivado, na posição ativa de desconstrução e reconstrução de conhecimento e informação, jamais passiva, consumista, submissa. (DEMO, 2008, p. 2).

Nessa perspectiva, pode-se constatar que a apropriação de instrumentos tecnológicos no ensino, é importante, pois renova a prática pedagógica, bem como, faculta ao aluno uma posição mais ativa na aquisição de conhecimento. Em dito contexto, Medeiros (2015), descreve a fala de uma docente:

Como docente, ao longo da minha trajetória costumo utilizar diferentes recursos tecnológicos para o enriquecimento das minhas aulas de História e Sociologia e consequentemente para melhorar o aprendizado dos meus alunos. Dentre os recursos, faço com frequência o uso de blogs, canais do YouTube, grupos no Facebook etc. (MEDEIROS, 2015, p. 124).

A professora usa estas ferramentas como meio de informação dos conteúdos das suas disciplinas. Compreende-se que tais recursos didáticos, demandam por um delineamento aprofundado e claro das metas e objetivos a serem alcançados, dado que, agem vigorosamente no processo de ensino e aprendizagem. Descreve ainda, respectivo aos vários instrumentos das TICs, empregados nas classes do ensino médio, que:

[…] Para o desenvolvimento dessa prática utilizo a leitura de alguns textos com os alunos, sempre relacionando os impactos positivos e negativos das inovações tecnológicas na nossa vida cotidiana. Os alunos são convidados a pensar, buscar e propor inovações tecnológicas que atendam e/ou facilitem as demandas do seu dia a dia. (MEDEIROS, 2015, p. 124).

Destaca-se o posicionamento crítico-analítico da docente, ao propor uma discussão que avalia as TICs. Ela se coloca de forma não passiva, visto que, motiva os alunos e estes questionam. Tais inferências, que destacam os pontos negativos e positivos, das sucessivas novidades tecnológicas e suas inserções na sociedade, estimulando os discentes a refletir e apontar possibilidades afirmativas que os transformem, é oportuno e salutar.

O cinema também é hábil em semelhante dinâmica pedagógica, ou seja, de apontar temas coesos com o discurso vigente e debatê-los. Assim, esse artigo faz um recorte pelo cinema, um dos mecanismos das TICs, apto para a produção de conhecimento em sala de aula, entendendo que compete ao professor decidir quais tecnologias serão adotadas como práticas de ensino.

A sétima arte pode ser uma excelente ferramenta para o aprendizado, promovendo o debate de temas que articulem a reflexão, fruição e produção de conhecimento. No Brasil, a Lei 13.006/14 tornou obrigatória a exibição de filmes nacionais para a educação básica, contudo, a presente análise, reflete sobre o filme norte-americano Cidadão Kane.

A Lei 9.394/96, sancionou o ensino da arte como obrigatório na educação básica, entendendo-o hábil para desenvolver culturalmente os educandos. Para o ensino fundamental, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), o cinema e outros produtos audiovisuais que fazem uso de dispositivos tecnológicos, foram anexados, juntamente às artes visuais como pintura, escultura, desenho, etc.

Cada uma dessas visualidades é utilizada de modo particular e em várias possibilidades de combinações entre imagens, por intermédio das quais os alunos podem expressar-se e comunicar-se entre si de diferentes maneiras. (BRASIL, 1997, p. 45).

O cinema na educação básica, é um agente transformador, que pode favorecer os discentes, não só para a aquisição dos conteúdos trabalhados em sala, mas qualifica-os quanto as práticas socioculturais e as relações pedagógicas, mediante a rica pluralidade fílmica.

Do mesmo modo que temos buscado criar, nos diferentes níveis de ensino, estratégias para desenvolver o interesse pela literatura, precisamos encontrar maneiras adequadas para estimular o gosto pelo cinema. Nesse caso, gostar significa saber apreciar os filmes no contexto em que eles foram produzidos. Significa dispor de instrumentos para avaliar, criticar e identificar aquilo que pode ser tomado como elemento de reflexão sobre o cinema, sobre a própria vida e a sociedade em que se vive. Para isso, é preciso ter acesso a diferentes tipos de filmes, de diferentes cinematografias, em um ambiente em que essa prática seja compartilhada e valorizada (DUARTE, 2002, p. 89).

Nesse processo, amplia a responsabilidade do professor, que deve trabalhar ainda a percepção dos alunos, no esforço para desenvolver lhes o apreço e afeição por essa arte. De acordo com Carvalhal (2008), o cinema, como meio de expressão, age na forma em que o indivíduo se percebe, bem como o mundo ao seu redor. Diante do filme, ele pode rever a história da humanidade e a sua própria, experimentando conhecimentos novos, pois essa arte tecnológica é potente na captação da realidade através das imagens em movimento. Assim, é provável que o espectador tenha uma real experiência, com isso, a obra pode atravessá-lo, deixar-lhe marcas indeléveis e profundas.

Larosa (2002), discute educação com base nos termos experiência e sentido. Concernente a experiência, diz que é preciso afastá-la da sobrecarga de notícias, ou da busca incessante por conhecimentos. O aprender é adquirido não somente através dos saberes acumulados e transmitidos, para manifestar uma opinião, algo tão cultuado pelo homem moderno, o que, de certa forma, pode invalidar a experiência. Visto que, para ela se revelar é necessário afastar-se da incessante procura por informações. Nesse seguimento, de modo semelhante, o ensino, tem impossibilitado que a experiência aconteça, porque a demanda constante em proveito do novo retira-lhe o tempo necessário à reflexão.

Segundo Larosa (2011), a experiência dá-se no indivíduo acessível e aberto às casualidades, neste instante, por certo, ele vivencia a sua formação e renovação. É presumível que o educando/espectador, em mencionada circunstância, ao ser afetado, possa experimentar novos saberes. O autor compreende que o ente da experiência é passional, não tem pressa, visto que, seu corpo é lugar de passagem e, ao ser profundamente tocado, as impressões dessa vivência deixa-lhe mais exposto ao inesperado.

Relativo à experiência cinematográfica, Duarte (2002), analisa que o espectador se aproxima da trama/script, ao se reconhecer com o desenrolar da narrativa e isso favorece que a obra tenha êxito. Aludida identificação manifesta-se subjetivamente, uma vez que ele é impactado, nesta perspectiva, aponta Larrosa (2011), durante a experiência, a pessoa é afetada na plenitude de seu corpo, sensações e pensamentos.

Assim sendo, o discente é capaz de viver práticas cinematográficas que promovem a sua formação e o ressignifique. Uma vez que, ao vivenciar a experiência, pode afastar-se da indiferença. Nesse processo, ele não é apenas um simples observador a contemplar o seu objeto, que é o cinema. Isto posto, envolvido com o filme que o atravessa, por ser uma experiência, o mesmo esquece a pressa em adquirir somente mais informação. Ademais, práticas fílmicas solicitam que o espectador esteja aberto em desfrutá-las, considerando essa experiência um “território de passagem”, conforme Larrosa (2002, p. 24), ou seja, espaço de movimento e em movimento. Com isso, ele é crivado pela abundância de imagens, sons, dramaturgia e deixa de ser o agente da ação, para se transformar no sujeito da paixão. O que vê, traspassa-lhe de afetos.

Para tanto, é imprescindível transformar a vivência fílmica em experiências estéticas meditativas, compartilhadas no contexto da escola, todavia que ultrapassem o simples entretenimento e resultem em saberes para além do produto observado (filme), bem como, o docente não o encerre nos respectivos conteúdos da sua disciplina.

Imersos numa cultura que vê a produção audiovisual como espetáculo de diversão, a maioria de nós, professores, faz uso dos filmes apenas como recurso didático de segunda ordem, ou seja, para “ilustrar”, de forma lúdica e atraente, o saber que acreditamos estar contido em fontes mais confiáveis. Certamente não há nenhum problema em utilizarmos filmes em nossas aulas. O problema consiste em ignorarmos o valor e a importância deles para o patrimônio artístico e cultural da humanidade (DUARTE, 2002, p. 87).

De fundamental importância, articular a história que se passa na tela, com os fatos do tempo presente, decerto, a narrativa fala dos dramas humanos, seus desejos, sonhos e frustrações. Isto posto, torna-se necessário pensar a escola enquanto espaço possível à linguagem cinematográfica, porém como dispositivo para o desenvolvimento do discente. Pois, ao favorecer a contação de histórias, mediante experimentações visuais, que incentivam o gosto estético-literário, é provável que, similarmente, amplie a educação do olhar. Precisa-se, em dito processo, considerar a atividade docente como importante mediadora, para isso, deve possuir algum saber teórico-metodológico a fim de debater as dimensões estéticas e culturais dessa mídia.

3. MEDIAÇÕES POLÍTICAS E CULTURAIS ENTRE CIDADÃO KANE E TEMAS CONTEMPORÂNEOS

Lançado em 1941, o filme Cidadão Kane, foi dirigido e roteirizado por Orson Wells que, além disso, interpretou o personagem homônimo, à época com apenas 25 anos. Reputada pela crítica mundial como uma das mais importantes produções cinematográficas, no entanto, após ser lançada, sofreu perseguições e foi desconsiderada, sobretudo, pelos magnatas e donos das grandes produtoras. Essa obra revolucionária na escrita, ou seja, na construção do roteiro, bem como, nas inovações técnicas, trouxe valiosa contribuição para o cinema moderno. O seu potencial, não deve apenas a técnica, porém como ela foi empregada, isto é, de forma criativa e original, uma vez que, imagem e narrativa são potencialmente transformadoras, no contexto da sua contação.

Para descrever uma atmosfera barroca, que exalta valores emotivos e teatrais, Cidadão Kane fez uso dramático e sombrio da luz, empregou a profundidade de campo, planos em contra plongèe (câmera baixa), revelando o teto dos cenários, algo até então incomum. No entanto, esses recursos técnicos, serviam para engrandecer ou mesmo diminuir os personagens, conforme os acontecimentos da cena. Tudo isso, objetivando a experiência fílmica do espectador e sua provável empatia. Este cenário é familiar ao barroco naturalista das pinturas de Caravaggio.

O “naturalismo” de Caravaggio, ou seja, a sua intenção de copiar fielmente a natureza, quer o consideremos feio ou belo, talvez fosse mais devoto do que a ênfase de Carracci sobre a beleza. […] Até a sua maneira de tratar a luz e a sombra reforçava essa finalidade. A luz não faz o corpo parecer gracioso e macio; é áspera e quase ofuscante em seu contraste com as sombras profundas. Mas faz toda a estranha cena destacar-se com uma honestidade intransigente (GOMBRICH, 1985, p. 306).

A película conta a história do magnata das comunicações, Cidadão Kane, mediante as memórias de pessoas, imersivas na luz e sombra, que conviveram com ele e revelam fragmentos da sua personalidade. O filme começa pelo fim do personagem que, na hora da sua morte, pronúncia Rosebud. Então, um jornalista é convencido em elucidar essa palavra e porque alguém tão importante, falou algo que significa “botão de rosa”, justamente ao morrer.

O longa-metragem é um mergulho no universo de Kane, por meio de pessoas que se relacionaram com ele. Seus discursos fragmentados elucidam sobre o caráter do magnata, no entanto, o mistério persiste e ninguém confessa o real sentido da palavra simbólica, ou seja, Rosebud. Segundo Castro (2002), a linguagem em que o indivíduo utiliza para expor o instante mais significativo e intenso da consciência de seus princípios éticos, tem uma grandeza misteriosa que se encontra próximo ao símbolo.  Neste cenário simbólico, o sinal está presente no objeto que a palavra representa, quer dizer, no trenó da infância de Charles Foster Kane e na própria linguagem.

O vocábulo Rosebud, é o símbolo que revela elementos da personalidade de Kane. Aproximando-se do desfecho da película, alguém diz que, palavra alguma é capaz de elucidar o destino de um ser humano. Na última cena, o termo é esclarecido para o espectador, através do trenó, onde está escrito Rosebud e abaixo dele, vê-se a pintura de um botão de rosa, mas para os envolvidos na história, o enigma permanece. A misteriosa afirmação estava ligada a infância de Kane e ao fato que mudou a sua vida, delineando o seu caráter. À luz de Ricoeur, Castro (2002, p. 113), aponta que há uma diversidade entre símbolo e sinal, desde a análise semântica, pautada na sua dessemelhança enquanto atividade significativa. Esta função é a que relata certa significação compatível de ser manifesta pelo sinal.

O símbolo, inerência fecunda dessa linguagem, possui um sentido que lhe pertence, que é dele, que está nele, mas que é dito, falado, explicitado pela palavra. Por isso, o símbolo requer uma interpretação, porque ele diz mais do que diz; ele nunca acabará de dizer e, por isso, fomentará sempre o pensar.  (CASTRO, 2002, p. 112).

Para os personagens, o termo Rosebud continuou no espectro simbólico, não foi elucidado, pois não ouve a leitura do real sentido referente ao objeto e a palavra, estes permaneceram ocultos no universo do sagrado. Ricoeur, conforme Castro (2002), afirma que o indivíduo confessa o que é sacro, mas, é preciso que entenda o seu significado, para que seja descoberto no presente. Desse modo, cabe a plateia, testemunha ocular de todo o drama, estar presente na completa experiência, que também é simbólica. Assim sendo, Castro (2002), referendando Ricoeur, mostra que os símbolos possuem uma importância religiosa e a percepção de algo sacro pode despertar no homem a consciência daquilo que ele é, bem como do que pode lhe ser privado.

Em certo aspecto, o presente estudo analisa a disponibilidade para o espectador vivenciar a experiência fílmica em Cidadão Kane, mas desde que, a obra possa traspassar-lhe e conduzi-lo ao personagem central, a fim de conhecê-lo. Nesse processo discursivo e questionador, contemplamos os valores morais de Kane, como: o caráter de seus relacionamentos fracassados, seu temperamento manipulador, calculista e ególatra. Destarte, estas características são representadas na luxuosa residência, abundante por obras de arte que perpassam a história da humanidade.

Kane usava o seu potencial comunicativo, sobretudo como magnata da imprensa, para adulterar, quando necessário, o sentido dos acontecimentos. Nesse contexto, a obra traz para o debate atual, fatos dispostos na mídia televisiva e nas plataformas da internet, com seus discursos, por vezes, carregados de simbolismos, alguns herméticos, outros evidentes e as chamadas fake news.

Entende-se que o docente, no uso das TCIs, consegue ser favorecido por filmes atemporais, devido a qualidade técnica, principalmente, artística. Ainda que não domine plenamente esse conhecimento, ele precisa saber qual metodologia empregar, para extrair da película a essência do seu objeto.

O que é decisivo, estou cada vez mais convencido, não é nem mesmo o “saber” do professor sobre o cinema, é a maneira como ele se apropria de seu objeto: pode-se falar muito simplesmente, e sem temores, do cinema, desde que se adote a boa postura, a boa relação com o objeto-cinema (BERGALA, 2008, p. 27).

A exemplo, Cidadão Kane, que pode ser levado para a sala de aula, mas cabe ao educador, se quiser, articular os conteúdos da obra no debate contemporâneo. Uma vez que, o filme expõe o poder da simbologia contida numa palavra e no objeto onde a mesma está inclusa. Também argumenta a respeito do controle da informação ou desinformação, evidentes nas mídias atuais, tudo isso, sob a obscuridade de frágeis relações afetivas.

Ante tumultuado cenário, diz-se que conhecimento é poder. Nessa linha de pensamento, de acordo com Carvalho e Mateus (2018), em determinadas situações o poder é capaz de ser contraproducente, sobretudo, quando as tecnologias chegam no corpo social, de forma célere e na busca desenfreada por mais informações, às vezes, pautadas na inscícia e desconhecimento.

O cinema, enquanto meio tecnológico, expõe diversidade de informações, contudo ele possui uma natureza mais contemplativa, pois se apresenta como um contador de histórias. Por conseguinte, pondera Duarte (2002), um bom drama vislumbra instruções morais, como educar e os bons valores tornam bem-sucedidos quem os praticam. Em vista disso, a honestidade didática de certas narrativas, é possível de ser alcançada com alguma tranquilidade. Entretanto, não é possível qualificar, com exata segurança, qual êxito pode ter no desenvolvimento dos envolvidos. Duarte (2002), analisa que o cinema produz uma sensação de mundo real, mais até que as outras expressões artísticas, porque a imagem fílmica concebe uma determinada reprodução de vida. Por esse ângulo, Cidadão Kane lançado em 1941, início da 2ª guerra mundial, revela muito da realidade atual, seu discurso não está preso no tempo, pois que permanece vivo no debate vigente.

4. ARTICULAÇÕES ENTRE A EXPERIÊNCIA FÍLMICA NO ENSINO E A QUESTÃO NORTEADORA

A partir da questão norteadora, apresentada como entrevista semiestruturada, iniciamos o debate que, espontaneamente, foi conduzido à experiência com o cinema enquanto meio que promove ações criativas no espaço educativo. Analisamos, desse modo, as TICs, mediante o cinema, como instrumento de produção de conhecimento para a formação e renovação do indivíduo.

Triviños (1987), entende a entrevista semiestruturada como um dos elementos básicos para a coleta de dados, a partir de indagações pautadas na hipótese, elabora-se amplos questionamentos que brotam na fala do entrevistado. Nesse segmento, optamos pela abordagem fenomenológica, motivada pela questão norteadora. Ademais, porque aspira do sujeito observado, que este tenha experiência consciente, na perspectiva de uma vivência particular, desse modo, é possível que ele se afaste de conjecturas ou suposições elucidativas.

Dita experiência é compreendida na subjetividade do indivíduo, de tal modo, interpreta-se o fenômeno exposto, se afastando de mera explanação ou justificativa. De acordo com Bicudo (1994), fenômeno é aquilo que se revela para uma consciência, a mesma, na fenomenologia, tem um propósito, uma intenção.

A realidade, porém, o que é, emerge da intencionalidade da consciência, voltada para o fenômeno. A fenomenologia, assim, aceita um fenomenal que não questiona, uma vez que nunca é vislumbrado; mas interroga o fenômeno, o que é experienciado pelo sujeito voltado atentivamente para o que se mostra. A realidade é o compreendido, o interpretado e o comunicado. É, portanto, perspectival, não havendo uma única realidade, mas tantas quantas forem sus interpretações e comunicações (BICUDO, 1994, p. 18).

Nessa perspectiva, a argumentação destacou as informações basilares extraídas do filme Cidadão Kane, para situá-las, enquanto fenômenos, nos discursos dos sujeitos (participantes do curso), que se revelaram ao articular sobre a própria experiência, visto que, assistiram a referida película. De tal modo, o debate buscou esclarecer a questão levantada, indo para o fenômeno. Assim, estes sujeitos/educandos, ocuparam-se da experiência particular, mas de forma consciente e pleitearam entender o papel das TICs através do cinema. Deduziram que a sétima arte é robusta para a produção de conhecimento, devido a sua profunda afinidade com o real e as paixões humanas. Esse vigor encontra-se inclusive na atemporalidade da narrativa, por conseguinte, Cidadão Kane mantém nexo com a contemporaneidade, uma vez que, apresenta temas corriqueiros ao discurso atual.

Os participantes analisaram que o professor pode instigar a percepção do aluno, no tocante ao sentido da obra, revelada ainda na subjetividade do indivíduo, pois que, a experiência ocorre, sobretudo, devido a potência das imagens associadas à narrativa. Se, verdadeiramente, o conflito atinge o espectador, seu corpo pode ser o lugar de passagem. Em tal ambiente, imerso numa atmosfera do imaginário, potencializada pela arte, alguma transformação deve ocorrer, uma vez que ouve identificação com o filme.

Quanto a Cidadão Kane, a conversa foi direcionada até a fragmentação do roteiro. Concluíram que essa descontinuidade, em momento algum, ofusca a unidade dramática e visual, porém enriquece a vivência fílmica. No contexto desta conversa, entenderam que a escola precisa atentar para que o discente desfrute de uma experiência enriquecedora. Neste sentido, observaram que a educação, pouco tem valorizado referida prática.

Em educação dispomos de inúmeros saberes mais ou menos experientes, mais ou menos especializados, mais ou menos úteis. Mas talvez nos falte um saber para a experiência. Um saber que esteja atravessado também de paixão, de incerteza, de singularidade. Um saber que dê um lugar a sensibilidade, que esteja de alguma maneira incorporado a ela, que tenha corpo. Um saber, além do mais, atravessado de alteridade, alterado e alterável. Um saber que capte a vida, que estremeça a vida. O que é o saber da experiência? O que é que se aprende na experiência? O que significa ser uma pessoa ―experiente” no campo educativo? O que significa que uma pessoa experiente está, ao mesmo tempo, aberta a experiência? Como se transmite o saber da experiência? (LARROSA, 2011, p. 26). A

Constataram que o cinema, como ferramenta das TICs, deve ser empregado, no entanto, cabe ao educador pesquisar métodos para conduzi-lo à realidade dos seus educandos e extrair significados que ultrapassem o conteúdo da aula. Para isso, compete a ele, ter ciência de que o saber construído na experiência pode auxiliar suas práticas de ensino, não obstante, é fundamental afastar-se da pressa, dado que “O sujeito moderno se relaciona com o acontecimento do ponto de vista da ação, tudo é pretexto para sua atividade.” (LARROSA, 2002, p. 24).

Este é o saber da experiência: o que se adquire no modo como alguém vai respondendo ao que vai lhe acontecendo ao longo da vida e no modo como vamos dando sentido ao acontecer do que nos acontece. No saber da experiência não se trata da verdade do que são as coisas, mas do sentido ou do sem-sentido do que nos acontece. E esse saber da experiência tem algumas características essenciais que o opõem, ponto por ponto, ao que entendemos como conhecimento (LARROSA, 2002, p. 27).

Analisa o mencionado estudioso, que na experiência o não saber tem lugar de fala. A nossa discussão, conjecturou esse ‘não saber’, como o ambiente propício ao novo, onde é possível surgir o conhecimento, obtido mediante a abertura à experiência. Assim, compete ao docente estar acessível as eventualidades do cinema, com suas narrativas e imagens, que são hábeis em revelar o mundo e o próprio homem. Caso ele se disponibilize ao cinema enquanto experiência, é presumível ocorrer transformações, como a expansão do conhecimento dos envolvidos no processo ensino-aprendizagem.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse artigo apresenta os resultados de debate ocorrido em um curso, que trouxe para análise o uso das TICs como prática de ensino e fez um breve recorte pelo cinema no espaço educativo. Discutiu-se, portanto, como as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), mediante a experiência com o cinema, podem colaborar com práticas de ensino, a partir desta questão, os integrantes teceram seus pontos de vista. Em mencionada conjuntura, trabalhamos com o filme Cidadão Kane, de 1941, dirigido e protagonizado pelo cineasta Orson Welles. Considerado pela crítica especializada como o melhor filme da história do cinema mundial, além da expressividade estética, da narrativa fragmentada e moderna, tem como mote discursivo a exposição do capitalismo americano e o papel da mídia neste cenário.

Levantamos hipóteses, segundo observações discorridas no Curso Imaginação e Símbolo no filme Cidadão Kane e mediante o debate com os partícipes, alunos do Curso de Cinema e Audiovisual, de Biologia (UESB) e um tecnólogo em Produção Multimídia. Propomos reflexões alusivas ao cinema no ensino básico, como uma das ferramentas das TICs e sua afinidade com o discurso contemporâneo. Com base em ponderações sobre o objeto em questão, aventamos que a prática de ensino do cinema, decerto oferece ao campo pedagógico, análises aprofundadas que mediam o debate contemporâneo, visto que é uma arte profundamente atrelada à realidade.

Mas, que a experiência com o cinema no ensino básico, precisa considerar a qualidade estética e cultural dos filmes, não apenas seu vínculo com a disciplina. Em dito contexto, é possível conferir novos significados à educação, entendendo que a escola é o ambiente capaz de oferecer aos envolvidos, a apropriação e expansão do conhecimento, dos sujeitos abertos às contingências do mundo, sem perder o nexo com o sensível.

Constatamos que o cinema, relevante produto cultural, pode ser trabalhado pedagogicamente, desde que o docente saiba extrair da narrativa fílmica saberes não apenas ligados ao conteúdo curricular. Compete-lhe ainda, refletir a linguagem acrônica de muitas películas, sua habilidade para desenvolver os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, ao enriquecer suas experiências com práticas de ensino que ampliem o conhecimento acerca de si mesmo e do mundo em que vivem.

Isto posto, averiguamos que as TICs, subsidiadas pelo cinema, tem potencial metodológico para colaborar com práticas pedagógicas, mas desde que mencionada arte constitua, de fato, uma experiência pessoal. Neste segmento, professor e aluno, traspassados pelo filme, podem desfrutar até mesmo a experiência da alteridade, um alcançando o outro, se relacionando. Então, é provável que sejam intimamente afetados e sofram alguma transformação que consolide, sem pressa alguma, os saberes adquiridos.

REFERÊNCIAS

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[1] Professora assistente do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da Univerdidade Estadual do Sudoeste da Bahia -UESB; Mestra em Ensino pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-Uesb; pós-graduada em Psicopedagogia-FAE; licenciada em Desenho e Plástica pela Universidade Federal da Bahia-Ufba. ORCID: 0000-0003-3187-9997. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/0339260022765823.

Enviado: Setembro, 2022.

Aprovado: Novembro, 2022.

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Mônica Medina Santos Almeida Neves

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