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A dislexia no processo da aprendizagem na educação básica: possíveis identificações e intervenções

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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SEBASTIÃO, Laiane Monteiro [1]

SEBASTIÃO, Laiane Monteiro. A dislexia no processo da aprendizagem na educação básica: possíveis identificações e intervenções. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 09, Vol. 07, pp. 05-16. Setembro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/a-dislexia

RESUMO 

A dislexia é uma das maiores dificuldades encontradas na vida de um indivíduo. Muitas das vezes, vem desde seu nascimento e o acompanha por toda a vida. Neste contexto, o presente artigo irá discutir sobre esse distúrbio de aprendizagem, partindo da descrição de que este é caracterizado pela dificuldade de leitura, na decodificação e soletração. Ante ao exposto, a pergunta norteadora é: quais dificuldades, possíveis identificações e intervenções que a dislexia pode ocasionar na vida escolar do estudante da educação básica na série inicial? O principal objetivo é responder essa problemática por meio de autores especializados na área que contribuem para a compreensão das causas e possibilidades de tratamento, bem como auxiliam o indivíduo ter um aprendizado de qualidade, com inovações e estratégias na metodologia do ensino-aprendizado, apresentando, também, as dificuldades que a dislexia ocasiona no processo da aprendizagem escolar. O presente trabalho é de cunho bibliográfico. Como resultado, propõe-se que as intervenções sejam realizadas por profissionais especializados e de forma adequada para a família e escola, contribuindo, dessa forma, para a compressão das possibilidades de uma aprendizagem significativa, com didáticas instigadoras e motivadoras. Portanto, para um melhor entendimento sobre as dificuldades que a dislexia causa aos portadores, é valioso saber que este distúrbio não impede o aprendizado escolar.

Palavras-chave: Dislexia, Distúrbio, Escolarização.

1. INTRODUÇÃO

O presente artigo busca trazer a compreensão das dificuldades encontradas na vida escolar do aluno disléxico, com uma visão ampla dos tipos de dislexia, definições, características e intervenções que a escola e a família podem realizar para um maior desenvolvimento educacional do aluno. Aponta-se, também, a contribuição do educador em sua didática com as inovações e estratégias, sendo um facilitador para o ensino e aprendizado.

Iniciaremos a discussão com a problemática: quais dificuldades, possíveis identificações e intervenções que a dislexia pode ocasionar na vida escolar do estudante da educação básica na série inicial? Para respondê-la, adotou-se uma metodologia bibliográfica, investigando sobre o que auxilia no desenvolvimento do ensino e aprendizado da criança disléxica.

No decorrer desta pesquisa, discute-se quais as possibilidades e soluções apropriadas para a resolução eficaz dessas dificuldades, bem como busca-se conscientizar o docente em exercícios nas séries iniciais sobre a necessidade de uma didática inovadora para melhor compreensão e conhecimento sobre o problema em questão. Apresenta-se, também, as possíveis alternativas e intervenções que auxiliam o aluno a se desenvolver, evitando a incapacidade, a desmotivação, a infrequência escolar, o baixo desempenho na aprendizagem e ultrapassando as possíveis limitações de aprender, devido às suas dificuldades de aprendizagem.

De acordo com Condemarin e Blomquist (1986, p. 21):

O termo dislexia é aplicável a uma situação na qual a criança é incapaz de ler com a mesma facilidade com a qual leem seus iguais, apesar de possuir uma inteligência normal, saúde e órgãos sensoriais intactos, liberdade emocional, motivação e incentivos normais, bem como instrução adequada.

Portanto, cabe à escola e à família saber como intervir nessas mediações que contribuem para um maior desenvolvimento na vida pessoal e acadêmica do aluno. A escola, como uma observadora das dificuldades, tendo cautela com o diagnóstico e intervenções, sendo realizado por profissionais e especialistas como: psicopedagogos, fonoaudiólogo, psicólogos, neurologista, entre outros, que contribuem para uma equipe multidisciplinar. Sendo assim, é possível o aluno enfrentar os desafios com estratégias e inovações por meio das metodologias do professor.

Por meio desse artigo, pretende-se favorecer uma base de conhecimento para os educadores, que estão iniciando no ambiente educacional com alunos disléxicos, aplicando em sua prática um ensino significativo e de qualidade. Devem ser visadas as dificuldades que a dislexia pode ocasionar na vida escolar do estudante, proporcionado as possibilidades de intervenções no âmbito escolar e familiar, onde contribuem para o ensino-aprendizado do aluno.

2. DESENVOLVIMENTO 

3. O QUE É DISLEXIA? 

“A palavra dislexia é formada pela contração das palavras gregas “dis”, que significa distúrbio e “lexis”, palavra. Ela caracteriza-se por uma dificuldade nas áreas da leitura, escrita e soletração” (ALMEIDA, 2009).

O termo dislexia é aplicável em situação na qual a criança é incapaz de ler com facilidade, apesar de possuir uma inteligência normal, saúde e órgãos sensoriais intactos, liberdade emocional, motivação e incentivos normais, bem como instrução adequada. (CONDEMARIN; BLOMQUIST, 1986, p. 21)

Aprender a ler requer habilidades que vão sendo obtidas de forma sucessiva: capacidade de compreensão e interpretação do que se lê, aquisição de uma habilidade da leitura, para que seja integrada na comunicação.

A incapacidade para atingir alguns desses meios cria dificuldades durante o período escolar, que frequentemente levam ao fracasso, o distanciamento da leitura e de outros aspectos, como escrita e linguagem. Nos casos de dislexia, os fatores emocionais devem ser considerados de forma significativa, uma vez que já se sabe que estes fatores podem prejudicar diversas esferas da vida das pessoas. Para Condemarin e Blomquist (1986, p. 18), “aprender significa desenvolver-se e crescer, e as crianças com problemas emocionais severos tendem comumente a refugiar-se num estado regressivo infantil”.

No ambiente escolar, o professor deve ficar atento quando a criança apresenta dificuldades, não saber elaborar palavras, frases ou textos. Quando essa habilidade é esperada para a sua faixa etária não consegue identificar símbolos.

Segundo a AID (Dyslexic International Association, 2004):

A dislexia é de origem neurológica. É caracterizada pela dificuldade com a fluência correta na leitura e por dificuldade na habilidade de decodificação e soletração. É um transtorno que acomete mais meninos que meninas, têm influência genética, isto significa que pode ser herdado geneticamente.

Em alguns casos, pais e professores acabam acreditando que essa dificuldade é apenas uma fase que o indivíduo passa. Denominam fracasso escolar, desinteresse ou, ainda, preguiça. Estes comportamentos fazem com que a criança se sinta reprimida, traumatizada e se sentindo desmotivada para aprender. Esse distúrbio específico da aprendizagem, denominado dislexia, ocorre principalmente com crianças que têm QI normal e, principalmente, com os meninos. Tem origem neurológica, congênita e hereditária. Nesses casos, “a dificuldade para captar o significado dos símbolos gráficos frequentemente é confundida com a incapacidade para aprender.” (CONDEMARIN; BLOMQUIST, 1986, p. 16).

Considerando que não se trata de uma doença, não é possível a cura da dislexia. As dificuldades são persistentes e acompanham a pessoa ao longo de sua vida. Por este motivo é que o tratamento se faz necessário, na medida em que ajuda o indivíduo a conviver com os sintomas, bem como a contornar as dificuldades impostas. É necessário considerar que: “O processo de leitura varia de indivíduo para indivíduo, dependendo de fatores como idade, maturação, sexo, hereditariedade, tipo de língua, instrução, prática e motivação”. (ROTTA, 2006, p. 153)

Nota-se que os alunos disléxicos apresentam, concomitantemente, problemas emocionais. Em sua grande maioria, estes aparecem como consequência de sua dislexia. Consciente de suas possibilidades intelectuais, o disléxico sofre em função de seu mau rendimento escolar. Diante de seus repetidos fracassos, “retira-se” da competição, tornando-se uma criança deprimida. (CONDEMARIN; BLOMQUIST, 1986, p. 18)

Assim, a aquisição da leitura para disléxicos, realizada nas escolas de forma convencional, provoca intensas frustrações, não correspondendo às expectativas do aluno e da família. Essa frustração faz com que haja sentimentos de angústia, ansiedade e insegurança, o que irá prejudicar o tratamento e o emocional, pois deve ter um bom relacionamento entre família, professor e aluno, facilitando o processo de aprendizagem.

Para certificar-se de uma dislexia, é preciso baldar algumas circunstâncias que não necessitam ser equivocadas. Segundo a ABD (Associação Brasileira de Dislexia, 2017): “A criança não deve ter bloqueios emocionais que a impeçam de aprender; não deve ser nova demais para a alfabetização, isto é, exclui-se a imaturidade; deve ter tido pelo menos dois anos de escolaridade, com uma didática adequada”. Isto significa que apenas aos 8-9 anos podemos afirmar que a criança é disléxica.

3.1 TIPOS DE DISLEXIA

Dossi (2017) apresenta os tipos de dislexia, sendo eles:

Dislexia acústica: insuficiência para diferenciar os sons, ocorrendo falhas, alterações, inversões e substituições dos fonemas; falhas na estruturação da linguagem (ditado, mudanças de letras, inversões – casa-saca – lentidão, omissões de letras, agregados, escreve repetido, má pronúncia, dificuldade em fazer rimas).

Dislexia motriz ou psicomotora: manifesta no campo visual, provocando retrocessos e intervalos mudos ao ler (preensão do lápis, postural de giro no formato, por exemplo: /b/ por /d/ ou /apartar/ por /apertar// – d, g, o, a; posições escritas em espelho de ligação entram as letras e organização espacial no papel).

Dislexia auditiva ou disfonética: é a mais frequente, as crianças com dislexia auditiva apresentam dificuldades na diferenciação e na observação. A escrita tende a ser inconstante, com letras de tamanhos diferentes, omissões, rotações, inversões, sendo as emendas e as rasuras frequentes.

Dislexia mista ou visuoauditiva: a dislexia mista é a junção de duas ou mais tipos de dislexia. “São dificuldades de ver e analisar uma imagem, sendo na percepção de letras e palavras completas, a compreensão e interpretação da leitura é uma forma complexa de aprendizagem simbólica, na qual mudanças relativamente triviais em uma palavra podem alterar completamente sua pronúncia e significado”. (ROTTA, 2006, p. 152) 

3.2 DIFICULDADES IDENTIFICADAS EM CRIANÇAS DISLÉXICAS

Na série inicial, alguns sinais podem ser apresentados, como: dificuldades na socialização, brincadeiras com outras crianças, não tem interesse em livros, comprometimento na concentração, interpretação de frases, textos, leitura, escrita, não consegue compreender rimas e canções, atividades relacionadas ao raciocínio lógico, tem dificuldades em acompanhar as histórias complexas na pronúncia e soletração monossilábicas.

De acordo com a ABD/Associação Brasileira de Dislexia (2017), “a grande dificuldade em identificar o reconhecimento claro das frases e letras não apresenta habilidades para decifrá-las, como”:

 Neografismos: é a junção duas ou mais letras, como /d/ cortado; neologismos (na fala e inventa palavras, ex: enfestado = arrumado para uma festa).

Dislexia Fonológica: há troca de letras e vogais, apresenta leituras lentas, incerteza de responder uma pergunta, não consegue acompanhar uma sequência de história, dificuldades na compreensão e produção da leitura e textos. Com defasagem em compreender sequência lógica temporal, coerência, em resumir ideias e textos. Confusão com antônimos (abrir/fechar e dentro/fora), falta de predomínio da dominância cerebral (ambidestríssimo?), confusão de direita com esquerda. Não soletra (não analisa, não sintetiza, decompondo-a em letras). Não memoriza matérias decorativas e tabuadas. Dificuldade com línguas estrangeiras, demora muito para responder ou responde equivocadamente, não gosta de ler, estudar e escrever. Apresenta baixa autoestima afetiva e intelectual e é inseguro, apresenta desatenção e dispersão.

De acordo ABD/Associação Brasileira de Dislexia (2017), a dislexia está, muitas vezes, associada a outros termos, como é o caso da disgrafia, discalculia e hiperatividade:

Disgrafia: apresenta letras mal grafadas, frases incompletas, muitos erros ortográficos, trocas, inversões de letras e números.

Discalculia: é a dificuldade de calcular, porque encontram dificuldades de compreender o enunciado das questões.

Hiperatividade: é considerada uma criança com comportamento impulsivo, não mantendo o foco, em que não consegue concentrar-se em um único estímulo, ignorando os outros.

3.3 ALFABETIZAÇÃO

A alfabetização faz parte da vida do cidadão. Sem o conhecimento da leitura e escrita, gera dificuldade para se comunicar no meio da sociedade. Diante dessa defasagem que ainda encontramos no cotidiano, aprender a ler e escrever facilita o modo de vida do indivíduo. Para isso, o professor, em sua metodologia, precisa das inovações das TICs e das metodologias ativas, onde instiga os alunos a serem ativos, motivados, estar dentro do ambiente escolar e aprendendo para não comprometer o futuro. Os desafios que os educadores encontram no dia a dia escolar, como na inclusão e no ensino aprendizagem. De acordo com Marsili (2010, p. 35):

[…] as crianças precisam ser ensinadas a soletrar as palavras para estarem conscientes dos sons que ouvem. Treiná-las para repetir palavras para si mesmas, enquanto ouve a ordem dos sons. […] O ensino precisa ser multissensorial e o aluno deve estar ativamente envolvido na tarefa.

Principalmente no ensino da alfabetização, é importante a participação familiar, sendo parceiros nessa jornada, onde possibilita ao aluno melhor desenvolvimento na aprendizagem.

De acordo com essa perspectiva, a aprendizagem da leitura e da escrita, os professores precisam desenvolver novas metodologias que auxiliam no aprendizado, como metodologias ativas, jogos lúdicos e atividades por meio das TICs, proporcionando os alunos serem protagonistas do conhecimento e autônomos em seu desenvolvimento.

É importante ressaltar que é primordial o método de ensinar um par de fonemas e grafemas.

3.4 A DISLEXIA NO CONTEXTO ESCOLAR

A dislexia é vista como um desafio no ambiente escolar. A reflexão sobre o aluno requer auxílio e intervenções especializadas que proporcionam igualdade de oportunidade, condições de permanência na escola e direitos postulados pela Constituição Federal Brasileira. O reconhecimento desse direito, é necessário que ele seja adquirido. Assim, todos os educadores precisam propiciar condições favoráveis para a saúde mental, estabelecendo estímulos de ordem afetivo-social, adequado ao desenvolvimento da criança e capazes de proporcionar o crescimento intelectual em ótimas condições de integridade psicossocial do indivíduo em formação contínua.

Selikowitz (2001, p. 50 apud MOURA, 2013, p. 15) “citam que são muitos os sinais que identificam a dislexia”. Esses alunos apresentam uma leitura lenta, com várias interrupções, por não conseguirem identificar os fonemas, mas não conseguem fazer a soletração e memorização de frases. Apresentam dificuldades nas habilidades da disciplina de matemática (cálculos, operações de adição, multiplicação e subtração).

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia (2017), “estima-se que 5% a 17% da população tenha dislexia. Apresenta-se como um dos transtornos de aprendizagem mais prevalentes, geralmente manifestado na idade escolar”. Os indivíduos portadores desse transtorno apresentam lentidão no processo de aprendizagem em decorrência das dificuldades de leitura e de escrita, “apresentando um ritmo próprio que difere do ambiente inserido que pode influenciar no desenvolvimento cognitivo, desempenho acadêmico e profissional.” (PESTUN; CIASCA e GONÇALVES, 2002).

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia: “Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem caracterizado pela dificuldade de decodificação das palavras simples, mostrando uma insuficiência no processamento fonológico” (ALMEIDA, 2009, p. 09).

Portanto, a escola, como um ambiente de aprendizagem, é responsável não apenas pela transmissão de pensamento e alfabetização, mas da formação integral do indivíduo, adaptando metodologias, práticas, conteúdos e avaliações para atender a diversidade do mundo escolar. Ter um ambiente capaz de acolher os alunos com dislexia é readaptar esse ambiente no que diz respeito à relação ensino-aprendizagem, materiais didáticos, estruturas e capacitação de profissionais com diversos saberes para passar aos alunos.

3.5 ALGUMAS INTERVENÇÕES QUE PODEM SER REALIZADAS NO MEIO FAMILIAR E ESCOLAR

Segundo Giroto (2001, p. 50 apud MOURA, 2013, p. 41), “com a devida orientação, o aluno conseguirá ser bem-sucedido em classe do ensino regular. O professor pode auxiliar com algumas estratégias para auxiliá-los. Seguindo abaixo algumas ações que podem ser feitas para melhorar a alfabetização”:

  • A criança disléxica deve sentar-se perto do professor, de modo que a mesma possa encorajá-lo a solicitar ajuda;
  • Cada ponto deve ser revisto várias vezes;
  • Nunca comparar seu trabalho escrito com os dos colegas;
  • Seus conhecimentos devem ser julgados mais pelas respostas orais do que pela escrita, o que significa que deverá ser avaliado diariamente;
  • Sempre que possível, peça a criança para ela repetir várias vezes, com suas próprias palavras, o que a professora pediu para ela fazer, pois isso ajuda na memorização;
  • Ensinar a criança a “sentir” as letras através de diferentes texturas de materiais;
  • Nunca forçar o aluno a aceitar a lição do dia;
  • Evitar submeter o aluno a pressão do tempo ou competição com outras crianças;
  • Estimular a escrever em linhas alternadas, pois ajudará ao professor a ler uma caligrafia imprecisa e frequentemente amontoada;
  • Imitar e reproduzir sons e palavras;
  • Não exigir extensas redações;
  • Nunca o force a escrever no quadro-negro/quadro branco;
  • Nunca peça que ele responda perguntas sem ter se oferecido para tal;
  • Realizar aulas de revisão que permitam o tempo adequado para perguntas e respostas;
  • Permita o uso de máquina de calcular durante as lições de matemática;
  • Dê a ele sempre uma segunda oportunidade de responder às questões dos testes oralmente e de refazer o teste quando necessário, atribuindo nota extra para compensar as notas baixas;
  • A Avaliação deve ser pelo conhecimento dos alunos com dislexia, usando métodos alternativos, inclusive avaliações orais, trabalhos feitos em casa e apresentações individuais;
  • Falar olhando diretamente para o aluno, utilizando linguagem direta, clara, objetiva e orientando para se sentar perto do quadro e da mesa do professor para auxiliá-lo nas atividades;
  • Estimule-o, incentive-o, faça-o acreditar em si, a sentir forte, capaz e seguro, sugerindo “dicas”, “atalhos”, “jeito de fazer” e “associações” que o ajudem a lembrar de como executar atividades. Ou resolver problemas, estimulando a usar o gravador, tabuada, máquina de calcular, recursos da informática, bem como o uso de outras linguagens;
  • A assimilação dos conteúdos melhora quando são trabalhadas no concreto. Atividades que envolvem todos os sentidos são apreendidas mais facilmente e atividades “da parte” para o “todo”;
  • Método fônico pode ajudar, por ter dificuldade na relação fonema-grafema, verificando sempre e discretamente se ele demonstra estar entendendo a sua exposição;
  • Evite solicitar a realização de atividades feitas por ele frente dos colegas, principalmente em voz alta. Utilizar ao máximo todos os sentidos, como ler e ouvir enquanto escreve;
  • Descobrir suas habilidades para que possa acreditar em si mesmo ao se destacar em outras áreas;
  • Trabalhar a autonomia do aluno para que ele não comece a achar que é dependente em tudo, estimular a memória imediata, a percepção visual e auditiva e observar o processo utilizado pelo aluno, que tipo de pensamento ele usa para resolver um problema;
  • Certificar de que as instruções para determinadas tarefas foram compreendidas, ler a pergunta em voz alta e certificar-se de que a proposta foi atendida, mas não interferir no raciocínio dele dizendo o que é para fazer;

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A dislexia é um distúrbio de aprendizagem de alta complexidade na vida escolar e acadêmica. Quando não é descoberto nas séries iniciais, não diagnosticado e não realizado um tratamento adequado, pode interferir na vida pessoal e futuramente profissional. Diante disso, é preciso ficar atento às dificuldades para auxiliar com possíveis intervenções, visando melhorias do desempenho escolar.

Diante da problemática apresentada no decorrer do artigo, as dificuldades que a dislexia acarreta a vida do aluno na série inicial da educação básica, a escola, como uma mediadora, precisa realizar as devidas observações e intervenção multiprofissional. Para promover a psicoeducação da criança disléxica, com a participação ativa dos pais, desenvolvendo habilidades necessárias para superar as dificuldades desse distúrbio, possibilitando uma aprendizagem imprescindível para o sucesso escolar e profissional no futuro.

A escola tem papel fundamental neste processo, sendo um ambiente que precisa desenvolver ações, com práticas inovadoras para um ensino significativo para o melhor aprendizado do estudante, onde proporciona intervenções no âmbito escolar e familiar.

Realizar os trabalhos terapêuticos, escolares e participação familiar, são ações fundamentais para o desenvolvimento da aprendizagem social e favoráveis para a criança em seu desenvolvimento.

Portanto, realizar as intervenções com alunos disléxicos é analisar uma reestruturação ambiental e profissional, possibilitando um vínculo para o desenvolvimento de habilidades por meio de materiais e metodologias para a realidade de cada aluno.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISLEXIA – ABD. Estatísticas 2013-2011. ABD/ Associação Brasileira de Dislexia, 2017. Disponível em:  https://www.dislexia.org.br/estatisticas-2013-2021/ Acesso em: 24 jul. 2022.

ALMEIDA, G. S. S. Dislexia: O Grande Desafio em Sala de Aula. Revista Eletrônica de Divulgação Científica da Faculdade Don Domênico, 2ª ed. 2009. Disponível em: https://atividadeparaeducacaoespecial.com/wp-content/uploads/2014/07/DISLEXIA-O-GRANDE-DESAFIO-EM-SALA-DE-AULA.pdf. Acesso em: 15 set. 2022.

CONDEMARIN, M.; BLOMQUIST, M. Dislexia: manual de leitura corretiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.

DOSSI, P. Dislexia: o que é, sintomas e tratamento. Minhavida, 2022. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/dislexia.  Acesso em: 15 jul. 2022.

MARSILI, M. A. Dislexia no contexto da aprendizagem. Monografia (Especialização em Controladoria e Finanças) – Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro, RJ, 2010.

MOURA, S. P. P. T. de. A dislexia e os desafios pedagógicos. Monografia (Especialização em Orientação Educacional e Pedagógica) – Universidade Cândido Mendes, Niterói, RJ, 2013.

PESTUN, M. S. V.; CIASCA, S.; GONÇALVES, V. M. G. A importância da equipe interdisciplinar no diagnóstico de dislexia do desenvolvimento. Arquivos de Neuropsiquiatria, v. 60, n. 2, p. 328-332, 2002. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0004-282X2002000200029. Acesso em: 15 set. 2022.

ROTTA, N. T. et al. Transtornos da aprendizagem: Abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006. 

[1] Mestrado em Educação. Formação de Professores. Fundação Universitária Iberoamericana Funiber. Pós Graduada em Psicopedagogia Clinica e Institucional, Universidade Rhema.  Pós Graduada em Educação Especial e Múltiplas Deficiência, Universidade Dom Bosco Dimensão. Pós Graduada em Educação Infantil com Ênfase em Psicopedagogia, Universidade Dom Bosco Dimensão. Graduada em Licenciatura em Pedagogia, Universidade Unicesumar. ORCID: 000-0002-24273455.

Enviado: Abril, 2022.

Aprovado: Setembro, 2022.

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Laiane Monteiro Sebastião

2 respostas

  1. Importantíssimos apontamentos, intervenções são necessárias para objetivar os estímulo para a plena aprendizagem, principalmente ao público da Educação Especial.

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