A metodologia em um material científico: quais são as possibilidades que o pesquisador tem em mãos e o que deve considerar ao escolher por suas técnicas de pesquisa?
Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre o emprego da metodologia em materiais científicos diversos. Acreditamos que é fundamental entendermos a construção de um material científico. As dicas que iremos apresentar foram compiladas ao longo de nossos anos de atuação enquanto acadêmicos. Essas dicas foram compiladas considerando as principais dificuldades daqueles que submetem os seus materiais a nossa revista. O primeiro ponto a ser destacado é que é fundamental que você faça um material redondo. Por vezes, menos é mais. Hoje iremos nos concentrar especificamente nos aspectos relacionados à metodologia, isto é, às suas técnicas, instrumentos, natureza e abordagens. Se você tem dúvidas quanto ao problema de pesquisa e aos objetivos, recomendamos que você consulte os nossos posts anteriores. Os problemas relacionados à metodologia mais comuns serão elencados aqui.
Tome atenção ao problema de pesquisa
Esta é uma questão que tem sido cobrada pela própria sociedade. Além disso, esta é uma demanda que tem acompanhado uma tendência mundial. Estamos nos referindo ao problema de pesquisa e à questão norteadora. Todos os materiais científicos, para que sejam aprovados, precisam partir de um problema de pesquisa relevante a sociedade atual na qual vivemos. A fim de que esse problema fique claro ao seu leitor, é necessário que você o contextualize ao seu leitor para que ele saiba o que você pretende resolver com esse estudo em específico. Como sabemos, todo problema de pesquisa deve partir de uma questão norteadora. Esta questão norteadora deve ser criada com muita cautela, pois é ela que apontará todos os ditames aos quais a sua pesquisa irá se ater. É ela que faz com que a pesquisa tome forma. O objetivo geral e os específicos nascem dessa questão norteadora.
A conexão dos objetivos com a questão norteadora
Tome atenção para que esses objetivos não sejam criados de forma aleatória. Leve sempre em consideração que o seu objetivo geral deve refletir a sua questão-problema. Os objetivos específicos, por sua vez, são os caminhos que o estudo irá percorrer para que essa questão em pauta possa ser resolvida. Cumpridas essas etapas, adentramos, por fim, na metodologia. Sabemos que durante a confecção de um material científico o autor pode ficar nervoso, porém, é fundamental que esse material tenha rigor. Sabemos que esse material será submetido a uma banca e que pessoas diferentes irão julgar esse material, o que pode gerar ansiedade e medo. Contudo, se o seu material está redondo, isto é, se ele parte de um problema real e urgente, conta com uma boa questão norteadora, com objetivos bem delimitados e com uma metodologia adequada, o processo será tranquilo.
A condução de uma pesquisa
Se os seus objetivos permitem que você chegue a uma resposta, a pesquisa alcançará o seu êxito, contudo, os métodos adequados é que permitem que esses objetivos possam ser percorridos. Se você utiliza uma metodologia adequada a sua proposta, não tem erro, e, assim, é muito provável que o seu material seja aprovado. Mesmo que as pessoas que estão avaliando o seu material tenham pontos de vista diferentes, se a metodologia é adequada, o material não pode ser reprovado. Se os argumentos apresentados estão bem desenvolvidos e coerentes, a sua banca não terá subsídios que justifiquem a reprovação do material. Se o seu material está bem embasado, isto é, parte de uma literatura suficiente, o máximo que poderá acontecer é essa banca apresentar algumas considerações que podem aumentar ainda mais o potencial do seu texto de contribuir para com a sociedade.
O que caracteriza um material como suficiente?
Como temos destacado, o material redondo tem mais potencial de ser aprovado. O êxito de um material depende de uma série de fatores, mas a metodologia adequada é um dos elementos mais essenciais. Ela deve ser plausível ao que você pretende demonstrar ao longo do estudo. Antes de pensarmos nos nomes dessas técnicas, devemos nos ater às possibilidades de pesquisa. Os aspectos com os quais temos que nos preocupar nesse primeiro momento são de teor mais básico. São técnicas simples, mas que exercem um poder fundamental no seu estudo. É preciso que nesse momento inicial nos preocupemos com um método que nos capacite a responder à questão norteadora que delimitamos para o nosso estudo. O primeiro passo com o qual devemos nos preocupar é com as técnicas relacionadas ao processo de coleta de dados. Quando começamos um material científico, recaímos no plano das muitas ideias.
O processo de coleta de dados
Quando iniciamos uma pesquisa, começamos a visualizar todos os aspectos que perpassam por uma dada temática. Contudo, a fim de que consigamos compreender esse tema, é preciso que obtenhamos um panorama sobre o tema, e, para isso, indicamos a realização de uma pesquisa de estado da arte. É uma pesquisa que aponta a você o que está acontecendo nessa linha temática em um dado momento histórico. Essa pesquisa nos apresenta alguns subsídios, lacunas relacionadas às variáveis que ainda não foram trabalhadas por outros autores ou não o foram de uma forma suficiente. Já temos aqui um tipo de coleta de dados. Essa tática é muito interessante, pois é um mecanismo que nos introduz nesse universo da pesquisa científica. É por meio do conhecimento que conseguimos produzir. Você pode buscar por esses materiais de formas diversas.
Formas de pesquisa de materiais
Uma pesquisa pode ser realizada de forma sistematizada, isto é, a partir de critérios bem definidos, partindo-se de bases de dados. Há aqueles que preferem buscar em livros os conceitos de autores específicos com os quais irão trabalhar. São formas diferentes de pesquisa. há, também, quem trabalha com certos tipos de mídias, como documentários, vídeos, séries e afins. Precisa-se de um método para a coleta. O mesmo vale para quem trabalha com documentos, leis e afins. A coleta de dados envolve todos esses mecanismos. Não se prenda aos nomes técnicos, mas sim a função desse processo. O que importa é você ter claro em mente como esses dados serão coletados. No caso de uma revisão bibliográfica, teórica, sugere-se que a pesquisa se deu via consulta a uma literatura especializada (livros, artigos e afins). A revisão teórica é tão somente um levantamento teórico sobre o assunto investigado.
A proposta de uma revisão bibliográfica
Se o seu trabalho é composto apenas por uma revisão teórica, acreditamos que é válido que você ressalte que o seu material terá como base esse tipo de metodologia (exploratório, portanto). Contudo, se o seu trabalho tem um outro intuito e, assim, propõe a realização de uma pesquisa qualitativa junto a sujeitos a serem entrevistados, as técnicas necessárias são outras. Estudos de campo demandam certos instrumentos e métodos. O mesmo vale para os estudos quantitativos. A fim de que esses dados sejam analisados, é preciso que você disponha de mecanismos para esta coleta e tratamento dos dados. Nesse caso, torna-se desnecessário mencionar que se trata de uma pesquisa exploratória e bibliográfica, porque esta é a base de todo e qualquer estudo. Quando falamos em métodos de pesquisa, já fica entendido que a pesquisa está ligada a esses dois métodos. Você irá levantar e explorar dados.
O embasamento teórico nas pesquisas científicas
Em todo e qualquer estudo, torna-se obrigatória a realização de um levantamento bibliográfico. O embasamento em alguns casos toma uma maior proporção, pois toda a discussão é feita a partir de um viés mais teórico e menos aplicado, porém, mesmo nas pesquisas aplicadas, o pesquisador não pode deixar de apresentar este tipo de discussão mais conceitual, mesmo que de forma mais breve. A área da saúde é um exemplo. Grande parte dos artigos publicados nessa área são aplicados, logo, preocupam-se muito mais com a apresentação de resultados do que com os aspectos conceituais, porém, esses não deixam de ser elencados. A parte teórica, em diversos casos, é desempenhada no momento da introdução. No caso de um pesquisador que estuda um dado vírus, todo o seu eixo conceitual deverá ser relacionado a esse vírus em específico.
Os aspectos da conceituação
O fato de você conceituar uma dada questão a ser analisada já configura um levantamento teórico. Temos, portanto, uma revisão de literatura, isto é, uma revisão bibliográfica. Seja por meio de artigos, livros, dissertações ou teses, o pesquisador está preocupado com a conceituação do fenômeno que se propôs a analisar. Essa técnica por si só configura um método de pesquisa comumente empregado. Se esse é o objetivo do seu material, ou seja, a realização de um levantamento teórico, basta mencionar que trata-se de uma revisão de literatura. Nesse sentido, o primeiro ponto com o qual você deve se preocupar ao escolher por uma metodologia é com a coleta de dados. Tenha técnicas para esta coleta muito claras em mente para que o estudo possa ser executado da melhor forma possível. Não se esqueça: todo estudo, com maior ou menor proporção, realiza uma pesquisa bibliográfica.
O que fazer depois de ter os dados em mãos?
Feita a coleta de dados, você terá em mãos uma série de dados, e, dessa forma, é preciso saber o que pode ser feito com eles. Temos, aqui, a etapa do tratamento dos dados. É necessário que você busque por ferramentas e instrumentos que permitem o tratamento desses dados. Se o seu material for apenas teórico, você partirá de uma lógica diferente daquela seguida pelos materiais que seguem um viés mais aplicado. É preciso que você tenha claro em mente como esses dados serão interpretados e analisados. Esses processos mais básicos de pesquisa envolvem a coleta, tratamento e análise dos dados. Apenas depois desses aspectos restarem compreendidos é que torna-se relevante o entendimento dos nomes técnicos dos processos de pesquisa. Se essa pesquisa é aplicada, os cuidados são específicos. É o caso da aplicação de questionários e realização de entrevistas.
As ferramentas para análise de dados
Se o seu interesse é o de realizar uma revisão sistemática ou bibliométrica a partir do estado da arte, as técnicas de pesquisa envolvidas são diferentes. É preciso que você tenha claro em mente como esses dados teóricos serão coletados de forma mais sistematizada (via estado da arte, por exemplo) e também deverá ter claro em mente como esses dados serão tabulados. Separar os artigos a partir de critérios de inclusão e exclusão a serem por você definidos é o primeiro passo, anterior, portanto, à tabulação. A tabela pode ser feita quando os artigos forem escolhidos a partir desses critérios. Depois de criada a tabela, é preciso que os resultados sejam discutidos. A tabela não pode ser criada sem uma finalidade. Chegamos na terceira etapa desses processos mais básicos. Trata-se da etapa da análise dos resultados. Você precisa saber como os dados serão coletados, apresentados e discutidos.
A disposição dos dados coletados
Antes mesmo de você começar a procurar pelos seus dados, é primordial que você tenha claro em mente quais são as ferramentas que você utilizará para tratar esses dados na sequência, bem como é primordial que você saiba o que fazer com esses dados. Não se esqueça que eles devem ser capazes de responder a sua questão de pesquisa. Quando pensamos na análise desses dados, estamos nos referindo às formas a partir das quais você irá discutir e interpretar esses dados coletados e tratados. É preciso que você tenha claro em mente quais são os pressupostos e como eles serão compilados e apresentados ao seu leitor. Antes de nos atermos aos nomes técnicos, essas questões devem ser entendidas.
Os aspectos técnicos da metodologia específica serão explorados em nossos próximos posts. Eles estão ligados à natureza e abordagem da pesquisa, bem como aos instrumentos e ferramentas metodológicas com os quais podemos contar para que os objetivos sejam atendidos. A nossa primeira intenção quando discutimos sobre a metodologia é que você compreenda quais são esses aspectos mais básicos que o pesquisador de qualquer área deve ter muito claro em mente. São básicos, mas garantem que a pesquisa flua da melhor forma possível, isto é, eles tornam o estudo exequível. Não se esqueça de verificar se a sua metodologia o permite responder o problema de pesquisa proposto.
