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Câncer: impacto do diagnóstico na vida dos pacientes

RC: 133616
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SOUSA, Wanderson Clayton dos Santos [1], GONÇALVES, Silmar Custódio [2], NOGUEIRA, Carlos Alberto de Sousa [3], TEIXEIRA, Cecilma Miranda de Sousa [4]

SOUSA, Wanderson Clayton dos Santos. Et al. Câncer: impacto do diagnóstico na vida dos pacientes. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 11, Vol. 14, pp. 45-62. Novembro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/vida-dos-pacientes

RESUMO 

O câncer corresponde a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. O diagnóstico do câncer exacerba uma série de reações comportamentais, emocionais e psicológicas indesejáveis, tanto nos pacientes como em   seus familiares.  Nesse contexto, o presente artigo tem como questão norteadora: qual o impacto do câncer na vida do paciente a partir do diagnóstico de uma patologia que estigmatiza e desperta uma diversidade de sentimentos negativos? Dessa forma, a presente pesquisa possui como objetivo principal investigar o impacto do diagnóstico de câncer em pacientes adolescentes, adultos e idosos e sua repercussão no tratamento. Metodologia: estudo descritivo exploratório de abordagem qualitativa com pacientes adolescentes, adultos e idosos com diagnóstico de câncer que estavam em atendimento na Clínica Oncoradium. Parecer do Comitê de ética número 3.643.866. Os dados sociais, socioeconômicos e clínicos foram analisados pelo Microsoft Excel 2010 e os dados qualitativos pelo software DSCsoft. Resultados e discussão: neste estudo, o câncer de colo do útero e de próstata foram os mais prevalentes, assim como a associação de radioterapia e quimioterapia como escolha de tratamento. A expressão mais referida no momento do diagnóstico de câncer foi o “medo”. Quanto ao impacto do câncer, evidenciou-se que no adolescente foram mais afetadas a rotina de estudos, as interações sociais e a ânsia por novas descobertas. Para os adultos, a questão financeira foi o pior impacto. Referente aos idosos, a limitação direcionou-se mais às tarefas domésticas. Considerações finais: o impacto do diagnóstico de câncer tem particularidades para cada fase da vida. Agrupou-se a abordagem dessas repercussões evidenciadas por idade para uma visão mais global do problema. Percebeu-se a influência de múltiplos contextos na decisão sobre a aceitação e continuidade do tratamento. Contudo, recomenda-se novos estudos que possam endossar esses achados. E almeja-se estimular condutas mais eficazes na rotina de clínicas e hospitais com vistas à abordagem multidisciplinar e individualizada, levando em consideração as particularidades de cada faixa etária.

Palavras-chave: Câncer, Impactos do Diagnóstico, Pacientes.

1. INTRODUÇÃO

Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores malignos que podem espalhar- se para outras regiões do corpo. Estima-se que no Brasil, para os anos de 2020 a 2022, ocorram 625 mil novos casos de câncer a cada ano. Porém, com o cálculo global corrigido para os sub-registros pode chegar a 685 mil novos casos. Sendo que o perfil predominante no país são os cânceres de próstata, pulmão, mama feminina, cólon e reto, entretanto ainda apresenta altas taxas para os cânceres de colo do útero, estômago e esôfago (INCA, 2019).

É uma doença caracterizada por altas taxas de prevalência entre pessoas de ambos os sexos, incluindo todas as faixas etárias e, por essa razão, tem representado uma das principais causas de mortalidade em todo o mundo. Aliado a isso, o fato de ser uma doença crônica com prognóstico muito desfavorável na maioria das vezes, o conhecimento a respeito do diagnóstico de câncer exacerba uma série de reações comportamentais, emocionais e psicológicas negativas, tanto nos pacientes como em seus familiares, principalmente quando vem à tona a ideia de finitude mediante a possibilidade da morte e da invalidez (FONSECA; CASTRO, 2016).

Essa visão do câncer muito negativa e cheia de preconceitos associados é culturalmente alimentada pela sociedade. Dessa forma, no imaginário coletivo criou-se uma simbologia de tratar tal doença com diversas significações, tais como: a manifestação súbita de uma desordem, catástrofe, castigo ou fatalidade. Contudo, o perigo de tal simbologia está em desencadear, não apenas nos pacientes oncológicos como também na família, sentimentos que vislumbram tempos de muito sofrimento e incertezas a respeito da cura (CONDE et al., 2016).

Os pacientes diagnosticados com câncer enfrentam vários lutos, por exemplo: a perda da plenitude de sua saúde física, a sensação de vulnerabilidade e até mesmo a perda do domínio sobre a própria vida. Os estágios emocionais propostos por Kübler-Ross (1996) perante a doença terminal podem referenciar também as diversas fases dessa enfermidade e são  importantes para compreender-se os dilemas aos quais estarão submetidos os pacientes oncológicos a partir do momento de enfrentamento da situação em questão.

Muitas pessoas apresentam a fase de negação na qual não aceitam o diagnóstico, crendo que este possa estar errado e assim não aderem ao tratamento, agindo como se não tivessem a doença ou procuram outros médicos com a esperança de que outra avaliação possa confirmar o contrário. Esse sentimento decorre do fato dessa enfermidade ser culturalmente estigmatizada por sentimentos negativos e crença em uma morte iminente (TAVERNA; SOUZA, 2014).

O segundo estágio é o de raiva, caracterizado por revolta, ressentimento, inconformismo e inveja. Acontece quando se passa da fase de negação onde se assume a consciência de que o problema é real e não se pode mudar o quadro. Nesse momento, a pessoa é permeada por indagações sobre o porquê desse grave problema estar acontecendo com ela. Na maioria das vezes se torna incompreendido por aqueles ao seu redor, desencadeando tratamentos hostis, sobretudo por parte da equipe de saúde (GARCIA; DAIUTO, 2016).

Os autores ainda abordam o terceiro estágio no qual o paciente inicia o enfrentamento da doença apoiando-se na espiritualidade (uma forma de encontrar um significado ao processo de cura-doença), na busca por qualidade de vida e, acima de tudo, na luta por sobrevivência; para tanto, agarra-se à fé para aliviar o sofrimento e ter mais expectativas de cura durante o tratamento. É uma etapa importante para a superação dos desafios impostos pelo câncer.

Já a fase de depressão é uma das mais complicadas e deve ser percebida tão logo ocorra. Inicia-se normalmente por um período de silêncio externo e interno com sinais de retraimento, desesperança, retardo psicomotor, perturbações do sono e da alimentação. Isso é devido não só a iminente possibilidade da morte, mas também às consequências causadas por essa moléstia, pois normalmente o indivíduo perde o emprego, a condição financeira, a dignidade e experimentam o afastamento das pessoas (TAVERNA; SOUZA, 2014).

E por último, o estágio da aceitação que é alcançado por aqueles que tiveram tempo necessário para superar as outras fases e como referido por Taverna e Souza (2014), nesse ponto, a pessoa é capaz de falar serenamente sobre sentimentos relacionados às dores e à morte. Todas essas fases ou estágios não ocorrem, necessariamente, em uma sequência lógica.

As diferentes percepções ao encarar uma notícia tão dura e difícil  de assimilar, visto que será alterado o curso natural da vida, produzem comportamentos e emoções diversos dependentes da fase de vivência em que se encontra o indivíduo, pois o conhecimento, as conquistas já alcançadas e a experiência de mundo associados às mudanças e limitações de cada fase da vida refletirão na maneira como cada um receberá uma má notícia, a qual poderá exacerbar a finitude de sua existência.

Nesse contexto, o adolescente ao receber o diagnóstico de câncer é compelido a enfrentar a vivência de uma doença crônica, a qual acontece no momento em que ele apresenta grandes transformações no corpo, na mentalidade, na sexualidade e no ganho de responsabilidades; isso altera os projetos que esse adolescente tinha acerca de si mesmo e de seu mundo. Somado a isso, terá que enfrentar todas as demandas do tratamento como: alterações na rotina diária; riscos de sequelas em longo prazo; ameaças de recaídas; incertezas sobre o prognóstico e o medo da morte. Por isso, tal problema é visto pelo adolescente como de difícil recuperação, podendo comprometer seus projetos futuros, distorcer sua autoimagem e prejudicar a formação de sua identidade pessoal, o que pode culminar em uma diminuição ainda maior da sua qualidade de vida (WECHSLER et al, 2017).

Quando se analisa essa doença no indivíduo adulto, primeiro vale ressaltar que este normalmente apresenta laços sociais, profissionais, culturais e psíquicos mais alicerçados do que na adolescência, mas ainda em um processo de busca de conquistas e firmação no meio social.  Segundo, a interrupção desse processo é um grande problema, visto que os impactos mais sentidos de ordem material e imaterial dizem respeito às condições de subsistência, às características pessoais, à moradia, ao trabalho, ao meio ambiente e a sua capacidade produtiva; por outro lado, há também os impactos de ordem simbólica, isto é, nos significados, sentidos, crenças e representações que são atribuídos à pessoa na sociedade como o status social. Portanto, na perspectiva do adoecido corresponde a um acontecimento indesejável que representa uma ruptura e desordem do fluxo da vida (BARSAGLINI; SOARES, 2018).

Tratando-se do idoso, as percepções e os significados sobre o câncer são singulares e estão associados à experiência deste com as muitas situações vividas. Valores socioculturais, crenças, fatores subjetivos, condições familiares e outros acabam interferindo na forma como o idoso percebe e enfrenta o câncer. Aliado a isso, as especificidades psicológicas, sociais e biológicas, assim como as comorbidades próprias dessa faixa etária contribuem para impactos que causam sofrimentos físicos diferenciados como: a acentuação da fraqueza muscular e dos distúrbios cognitivos, maior inabilidade para realizar as atividades diárias e também sofrimentos psicoemocionais decorrentes da doença e da idade, sendo que a questão da finitude da vida está bem mais aflorada no idoso (LUVISARO et al., 2017).

Dessa forma, a presente pesquisa possui como objetivo principal investigar o impacto do diagnóstico de câncer em pacientes adolescentes, adultos e idosos e sua repercussão no tratamento.

2. METODOLOGIA

Estudo descritivo de natureza exploratória e abordagem qualitativa realizado com pacientes adolescentes, adultos e idosos diagnosticados com câncer em tratamento numa unidade de oncologia (Clínica Oncoradium), na cidade de Imperatriz, Maranhão.

Foram envolvidos 10 pacientes, sendo dois adolescentes, cinco adultos e três idosos no período de janeiro a fevereiro de 2020. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de questionário clínico, social e socioeconômico e de entrevista semiestruturada.

Em relação ao aspecto ético, obteve-se o parecer do comitê de ética de nº 3.643.866, além da concordância dos pacientes através do termo de consentimento livre e esclarecido (adultos e idosos) e do termo de assentimento livre e esclarecido (adolescentes). Utilizou-se algarismos arábicos de 1 a 10 para expressá-los como forma de preservar suas identidades.

Foram excluídos os pacientes que não se encontravam em condições físicas, emocionais e/ou psicológicas de responder o questionário e a entrevista propostos, mesmo que tivessem o diagnóstico de câncer, estivessem em tratamento e/ou pertencessem à faixa etária determinada para o estudo.

Para a análise dos dados sociais, socioeconômicos e clínicos foi utilizado o Microsoft Excel 2010 e utilizou-se o software DSCsoft empregado no desenvolvimento das pesquisas qualitativas através da utilização do método do discurso do sujeito coletivo, pois contempla a abordagem coletiva das informações obtidas.

O Discurso do Sujeito Coletivo é um método de tabulação e de análise de dados qualitativos que tem como fundamento a teoria da Representação Social. Ele permite a compreensão dos pensamentos, representações, crenças e valores de uma coletividade sobre um determinado tema por meio de métodos científicos, ou seja, busca conhecer a autoexpressão do pensamento coletivo.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Receber o diagnóstico de câncer está sempre associado ao temor da morte, ao sofrimento físico e emocional que acompanham esses pacientes ao longo do tratamento. Diante disso, tornou-se oportuno conhecer alguns condicionantes que podem intensificar o impacto desta doença.

Os resultados apresentados pelos 10 pacientes que participaram do estudo, segundo o quadro 1, demonstraram a prevalência de indivíduos do gênero feminino 6 (60%). Compreenderam 5 (50%) adultos com idades que variaram de 31 a 59 anos, 3 pacientes com idades de 61 a 72 anos e 2 adolescentes com 12 e 13 anos.

Quanto ao aspecto religioso, houve predomínio de católicos com 6 (60%) e relacionado ao estado civil, 6 entrevistados (60%) eram casados, sendo que todos os adultos e idosos relataram ter filhos.

Em relação à raça ou etnia, observou-se que 8 (80%) eram de cor parda e igualmente branco e preto com 1 (10%). No que se refere à escolaridade, foi constatado que 5 (50%) dos pacientes tinham ensino fundamental incompleto.

Quadro 1 – Aspectos sociais dos pacientes entrevistados na Clínica Oncoradium de janeiro a fevereiro de 2020, Imperatriz/MA

Nome Idade Sexo Estado civil Religião Cor Grau de instrução
Pcte1 1 13 Masculino Solt.2 s/ filhos Evangélico Parda E. F. incompleto
Pcte 2 39 Feminino Solt. c/ filhos Evangélico Parda E. F. incompleto
Pcte 3 61 Masculino Cas.3 c/filhos Católico Parda E. F.5 completo
Pcte 4 31 Feminino Cas. c/filhos Católico Preta E. M.6 completo
Pcte 5 34 Feminino Cas. c/filhos Evangélico Parda E. M. completo
Pcte 6 72 Masculino Sep.4 c/filhos Católico Branca Especialização
Pcte 7 43 Feminino Cas. c/filhos Católico Parda E. F. incompleto
Pcte 8 59 Masculino Cas. c/filhos Não tem Parda E. F. completo
Pcte 9 12 Feminino Solt. s/ filhos Católico Parda E. F. incompleto
Pcte 10 68 Feminino Cas. c/filhos Católico Parda E. F. incompleto

(1)Paciente; (2)Solteiro; (3)Casado; (4)Separado; (5)Ensino Fundamental; (6)Ensino Médio.

Fonte: Elaborado pelo autor (2020).

De acordo com o quadro 2, em referência à ocupação profissional, prevaleceu a atividade do lar descrita por 3 (30%) e quanto à situação de emprego no momento da pesquisa, 5 (50%) dos pesquisados informaram estarem desempregados. Posto isso, ressalta-se que a diminuição das atividades no trabalho para esses pacientes é uma constante, haja vista a condição física imposta pelo tratamento.

Na análise da composição de renda familiar, a maioria 6 (60%) informaram rendimentos entre 1 e 3 salários mínimos. No que diz respeito à moradia, 8 (80%) afirmaram que tinham casa própria.

Quadro 2 – Dados socioeconômicos dos pacientes entrevistados na Clínica Oncoradium de janeiro a fevereiro de 2020, Imperatriz/MA

Nome Ocupação Moradia Renda familiar Membros da família Emprego
Pcte11 Estudante Própria > 3 SM3 Pais Não trabalha
Pcte 2 Lar Financiada < SM Esposo/Filhos Sem emprego
Pcte 3 Lavrador Própria SM Esposa/Filhos Aposentado
Pcte 4 Lar Própria 1< SM <= 3 Esposo/Filhos Sem emprego
Pcte 5 Aux. de prod.2 Própria 1< SM <= 3 Esposo/Filhos Sem emprego
Pcte 6 Médico Própria > 3 SM Sozinho Aposentado
Pcte 7 Lar Própria 1< SM <= 3 Esposo/Filhos Sem emprego
Pcte 8 Vendedor Própria 1< SM <= 3 Esposa/Filhos Parcial
Pcte 9 Estudante Cedida 1< SM <= 3 Pais Não trabalha
Pcte 10 Lavrador Própria 1< SM <= 3 Esposo/Filhos Sem emprego

(1)Paciente; (2)Auxiliar de produção; (3)Salário mínimo.

Fonte: Elaborado pelo autor (2020).

Esses dados divergiram de Tavares, Sousa e Carvalho (2020) que em seu estudo constataram um aumento da frequência de câncer no gênero masculino e atribuiu isto ao fato dos homens procrastinarem a busca por atendimento médico e orgulharem-se de sua suposta invulnerabilidade, propiciando o agravamento dos casos. Entretanto, corroborou o estado civil onde predominou o número de casados. Também foi destacado que a ocupação do lar (prevalente no gênero feminino) pode ter relação com o fato de a mulher investir mais em consultas com vistas ao diagnóstico e tratamento.

Os aspectos clínicos, conforme apresentado no quadro 3, evidenciaram que 5 (50%) apresentaram câncer de colo do útero, seguido de 2 (20%) com câncer de próstata do total de entrevistados. Dentre os pacientes do sexo feminino, 5 apresentaram câncer de colo do útero e uma outra relatou ter linfoma; já dentre o gênero masculino, 2 tinham câncer de próstata, 1 paciente apresentava câncer de reto e um outro paciente relatou ter neoplasia malígna do encéfalo.

Convém destacar que 4 (40%) pacientes apresentavam outras comorbidades, tais como: hipertensão arterial e glaucoma; reumatismo; hérnia de disco e diabetes mellitus e hipertensão arterial isolada. Portanto, comorbidades associadas ou isoladas, sendo que estas estavam presentes em apenas 1 paciente por categoria descrita.

Estes resultados foram parecidos com o perfil predominante no país, ou seja, com os sítios do tumor mais recorrentes em homens: próstata, seguidos de cólon e reto, traqueia, brônquios e pulmão. E em mulheres, os mais incidentes são o câncer de mama, de cólon e reto e câncer de colo do útero (INCA, 2019).

Como demonstrado no quadro 3, a média de tempo do diagnóstico da doença na data da pesquisa foi de 7 meses, sendo o menor tempo de 2 meses e o maior tempo de 14 meses; isto é, 8 pacientes tinham descoberto essa enfermidade a menos de um ano. E no que se referiu aos procedimentos oncológicos já realizados ou em curso, prevaleceu a associação de quimioterapia e radioterapia com 6 (60%), seguido de 2 (20%) que faziam o tratamento somente com radioterapia e já haviam feito procedimento cirúrgico.

Quadro 3 – Aspectos clínicos dos pacientes entrevistados na Clínica Oncoradium de janeiro a fevereiro de 2020, Imperatriz/MA

Nome Doenças Tipo de câncer Tempo do diagnóstico Tipo de tratamento Decisão de tratar Satisfeito
Pcte11 Não NME5 7 meses Qui6/Rad7/Cir8 Sim Sim
Pcte 2 Não Colo do útero 4 meses Qui/Rad Sim Sim
Pcte 3 Não Próstata 14 meses Rad/Cir Sim Sim
Pcte 4 Não Colo do útero 3 meses Rad/Cir Sim Sim
Pcte 5 Não Colo do útero 5 meses Qui/Rad Sim Sim
Pcte 6 PAS2/

Glaucoma

Próstata 3 meses Qui/Rad Sim Sim
Pcte 7 Reumatismo Colo do útero 8 meses Qui/Rad Não Sim
Pcte 8 Hérnia3/DM4 Reto 2 meses Qui/Rad Sim Sim
Pcte 9 Não Linfoma 13 meses Qui/Rad Não Sim
Pcte 10 PAS Colo do útero 9 meses Rad Sim Sim

(1)Paciente; (2)Pressão arterial sistêmica; (3)Hérnia de disco; (4)Diabetes mellitus; (5)Neoplasia malíguina do encéfalo; (6)Quimioterapia; (7)Radioterapia; (8)Cirurgia.

Fonte: Elaborado pelo autor (2020).

Quanto à decisão de iniciar o tratamento, 8 (80%) dos entrevistados responderam que a tomaram por iniciativa própria e apesar de 2 (20%) terem referido precisar da intervenção de terceiros para isto, todos afirmaram estarem satisfeitos com a condução da terapia oncológica até então, ainda que a maioria tenha referido efeitos colaterais como enjoo, vômitos e astenia decorrentes da medicação em uso durante as sessões quimioterápicas e/ou radioterápicas.

As informações subjetivas (caracterização da abordagem qualitativa) mostraram que 9 (90%), sejam os pacientes referenciados de 1 a 9, tiveram suas falas para o seguinte discurso: “Sabiam pouco ou nada sobre o conceito de câncer e seu tratamento, em geral, entendiam apenas que se tratava de uma  doença grave”.

Contudo, apesar da baixa informação a respeito do câncer, foi interessante o fato dos pacientes 3 e 6 terem feito o seguinte relato: “Não tinham mais sintomas do câncer de próstata […] e fizeram o exame de PSA como medida preventiva”.

Entretanto, destes pacientes cabe frisar que um era médico aposentado e tinha histórico familiar de câncer de próstata, razão pela qual fazia o rastreio periódico para esse tipo de câncer muito antes de ter recebido o diagnóstico.

No que tange à indagação sobre o sentimento mais forte diante do diagnóstico de câncer, metade dos entrevistados informaram a palavra “medo” ou expressões que mantiveram na semântica o medo.

Dessa maneira, os pacientes 1, 2, 4, 9 e 10 sintetizaram o principal sentimento da seguinte forma: “Medo de morrer […]”, “medo de não resistir ao tratamento”.

Surpreendentemente, o paciente 3 relatou: “Não senti nada”, isto no momento em que recebeu o resultado dos exames.

A reação do paciente 3 divergiu do que se parece mais comum e nesse sentido conjecturou-se que talvez não tivesse a consciência real da gravidade da doença, ou continha forte crença religiosa, ou ainda não quisesse demonstrar seus sentimentos, diferentemente do que foi apresentado pelos outros pacientes como se segue.

Por conseguinte, os pacientes 5, 6, 7 e 8 expressaram palavras como: “Choque”, “nervosismo”, “desespero”, “abatimento” e “espanto”.

Além disso, os pacientes 2, 4, 7 e 10 apresentaram a reação involuntária de choro diante do recebimento do diagnóstico de câncer.

Em contrapartida, quanto às estratégias que contribuíram para o enfrentamento da doença, os pacientes 1, 2, 7, 9 e 10 descreveram: “O apoio de familiares, parentes e amigos como os mais relevantes” e os pacientes 2, 4 e 10 enfatizaram também: “A ajuda da oração e fé em Deus neste momento difícil”.

Porém, quando indagados diretamente sobre a contribuição da espiritualidade/fé, 9 (90%) dos pesquisados afirmaram veementemente que: “Buscavam suporte na oração e/ou tinham fé que Deus os curaria”.

A exceção foi apenas o paciente 6 que considerou a fé em um ser supremo como “uma ajuda moderada” para a superação da doença.

Nesse sentido, houve similaridades dos achados deste estudo com Dib et al. (2020) quando afirmaram que a espiritualidade é vista como uma grande aliada por aqueles que possuem câncer, pois contribui para que haja maior adesão ao tratamento, uma vez que a motivação para viver e ir em busca da cura é atribuída à força que Deus proporciona.

Em outra vertente, Nunes et al. (2017) consideraram que o apoio familiar, a escola, a comunidade e os serviços de saúde são outros suportes muito importantes para os adolescentes, já que ainda dependem dos pais e precisam ser reintegrados ao meio social após o período inicial de tratamento com vistas a dar continuidade ao seu processo de socialização e aprendizagem, o que está de acordo com o referido pelos pacientes desta pesquisa.

A partir do diagnóstico de câncer, houve significativas alterações na rotina da vida desses pacientes. Os dois pacientes adolescentes, sejam o 1 e 9, relataram que foram privados de muitas situações, tais como: “Andar de bicicleta; praticar esporte; frequentar alguns lugares; consumir certos alimentos e de participar das atividades escolares por seis meses”.

Além disso, especificamente o paciente 9 relatou que: “Me distanciei dos meus amigos”.

Portanto, essas falas foram corroboradas por Guimarães et al. (2020) quando destacaram que a doença oncológica pode ser um momento muito difícil para os adolescentes; pois, além de tais privações, todas as conturbações próprias desta idade serão acrescentadas aos sentimentos de medo e incertezas próprios deste momento.

Conforme Silva e Oliveira (2019), os adolescentes, ao passarem por procedimentos e efeitos decorrentes das medicações, experimentam sentimentos de estranheza, insegurança, revolta, impotência e sobretudo parece não se reconhecerem mais, pois esta é uma idade de construção da personalidade e de muito aprendizado. Todos estes sentimentos podem trazer-lhes ainda mais ansiedade e aflição.

Dentre os pacientes adultos, considerando o aspecto daquilo que foi deixado de fazer ou ter, os pacientes 2, 4, 5, 7 e 8 responderam que: “Perderam o emprego ou reduziram as atividades de casa para ficarem em repouso; tiveram restrições alimentares e limitação de certas atividades do dia a dia”.

O paciente 2, em virtude de residir em outra cidade, enfatizou ainda o seguinte sobre a realização das sessões da terapia oncológica: “É muito cansativo e o trajeto é longo da minha casa até à clínica”.

Diante disso, foi possível inferir que essa enfermidade causa repercussões desagradáveis em quem a descobre, tanto financeiras quanto emocionais, como também atinge a família, pois tendem a enfrentar esse delicado momento juntos. A preocupação e a angústia são ainda maiores para quem tem cônjuge e/ou filhos dependentes financeiramente. Além disso, o câncer possui um diagnóstico difícil de ser encarado, dado às repercussões intensamente negativas assimiladas pela sociedade, conforme Dib et al. (2020). Condição esta ocorrida na maioria dos casos dos adultos deste estudo.

Como explicitado por Barsaglini e Soares (2018), dentre os impactos mais sentidos nesse grupo (adultos), inclui-se também a perda de suas relações sociais no âmbito das relações de trabalho e do seu papel ou posição na sociedade, ruptura essa que o faz repensar sobre o significado de sua existência  e utilidade no meio social.

Sobre as indagações dirigidas aos pacientes idosos a respeito de quais tarefas e práticas habituais foram prejudicadas, o paciente 3 afirmou: “Ter deixado o cultivo de sua roça e certos hábitos diários, como pilotar moto por meio do qual realizava compras na cidade”.

O paciente 6 afirmou que: “Prejudicou a administração da casa”, “[…] viagem cansativa de dez horas para chegar na clínica”.

Enquanto que, por sua vez, o paciente 10 fez a seguinte colocação: “Atrapalhou muito, pois deixei de cuidar de minhas galinhas e  porcos”.

Considerando a diversidade das expressões do câncer na terceira idade, Luvisaro et al. (2017) destacaram que as especificidades psicológicas, sociais e biológicas contribuem para impactos ainda maiores naqueles acometidos por essa doença, o que pode intensificar a inabilidade em realizar as atividades diárias e também repercutir em maior predisposição aos sofrimentos psicoemocionais. Portanto, insere-se aqui as comorbidades que são mais prevalentes em idosos, por exemplo, a hipertensão arterial evidenciada nesta pesquisa.

Tratando-se das repercussões físicas, emocionais e psicológicas da doença a partir do diagnóstico, foram descritas por 3 pacientes apenas os efeitos transitórios da radioterapia e/ou quimioterapia como fraqueza e enjoo. A única  paciente idosa informou que, além de dores abdominais, teve sangramento vaginal, poliúria e os seguintes sintomas de comprometimento emocional e psicológico: abalo, agressividade e incertezas quanto a sua recuperação.

Os demais pesquisados não relataram sintomas e sinais específicos de comprometimento psicológico, referiram apenas sintomas físicos relacionados aos procedimentos terapêuticos e/ou à própria doença, entres eles: dormência em membros inferiores, dores abdominais, ganho de peso e, paradoxalmente, emagrecimento, otalgia, sangramento vaginal e retal, vômitos, enjoo e palidez.

Portanto, 7 dos pacientes pesquisados conviviam com variados distúrbios desde o diagnóstico do câncer, sem contar os efeitos colaterais advindos do tratamento que representaram importantes fatores de agravo para esses indivíduos já impactados pelas células cancerígenas. Ao discorrer sobre a terapia oncológica, Dib et al. (2020) dizem que se trata de um tratamento que exige grande dedicação, tempo e comprometimento. Somado a isso, devido ao estigma social que traz consigo, seu tratamento é carregado de muitas expectativas e significados nefastos, podendo resultar em momentos de desencorajamento e de incertezas, além dos efeitos colaterais adjacentes.

De modo geral, Faria et al. (2018) referiram que devido ao maior acometimento de doenças crônicas, os pacientes idosos fazem mais uso de múltiplos medicamentos. As consequências da polifarmácia, em especial na população oncogeriátrica, são os eventos adversos, por exemplo: má adesão ao tratamento, interações medicamentosas, fragilidade e aumento do risco de morbimortalidade.

Ainda que não tenha sido evidenciado em nosso estudo, cabe ressaltar que, segundo Santos (2017), os pacientes com câncer apresentam maior incidência de suicídio do que o observado na população geral. Além da depressão, o sentimento de desesperança desempenha um papel importante na determinação do comportamento suicida em pacientes oncológicos; limitações funcionais e falta de apoio social também contribuem para o aumento da taxa de suicídio entre pacientes idosos com câncer. Isto serve então de alerta para que sejam feitos o monitoramento e a detecção mais eficazes de pacientes sob este risco.

As respostas subjetivas descritas pelos envolvidos nesta pesquisa — baseadas na postura frente ao tratamento, no apoio familiar e no apego à fé em Deus — demonstraram que quase todos se encontravam em uma fase de enfrentamento e/ou aceitação dessa grave enfermidade, dentre aquelas fases propostas por Kübler-Ross (1996) a qual estabeleceu os seguintes estágios emocionais pelos quais passam os pacientes com doenças como o câncer: negação, raiva (inconformismo), enfrentamento, depressão e aceitação.

Concernente à conduta e ao apoio da equipe de saúde, a maioria dos pacientes enfatizaram o bom atendimento, descrevendo qualidades como: “Atenção, apoio, agilidade, palavras de conforto e esclarecimentos a respeito da doença, orientações sobre o tratamento e cuidados pessoais”.

O paciente 6 foi exceção sobre a percepção do atendimento recebido durante o manejo do câncer, pois revelou: “Não tive grande ajuda, eu não precisava de ajuda”.

Acredita-se, contudo, que a satisfação significativa com a recepção e o acompanhamento dos profissionais de saúde deveu-se, provavelmente, ao fato de ter ocorrido em uma clínica particular onde se tem observado uma atenção melhor quando comparado ao serviço público, entretanto não se pode afirmar tal fato como sendo regra geral.

Com isto, vale ressaltar que para contemplar o atendimento humanizado em âmbito público, o Ministério da Saúde criou em 2001 o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) que busca a requalificação dos hospitais públicos a fim de se tornarem organizações mais modernas, dinâmicas e solidárias, em condições de atender às expectativas de seus gestores e da comunidade (BRASIL, 2001).

No tocante ao apoio multidisciplinar, os pacientes 7 e 8 citaram que: “Estavam em acompanhamento psicológico”. Os adolescentes da pesquisa (1 e 9) falaram que: “Tinha consultas periódicas com nutricionista e psicólogo” (9), “além do nutricionista e psicólogo, […] realizo consultas com   a  oncopediatra”, ressaltou o paciente 1.

Enfatiza-se que o acompanhamento multidisciplinar integrado é relevante para o paciente oncológico com destaque para o papel do psicólogo por conta de todo desgaste emocional carreado pela própria doença.

Quanto às indagações acerca das perspectivas futuras, os pacientes foram unânimes e ressaltaram: “Acreditam que ficarão curados do câncer”. E a maioria destacou: “[…] que poderão retomar a sua vida normal de antes dos impactos gerados pela doença”.

Apesar dessa postura otimista em relação ao futuro, muitos vivenciam ou irão vivenciar impactos com agravos provenientes do câncer e de seu tratamento, devendo ter suporte mais amplo no que diz respeito aos aspectos físicos, psicológicos, emocionais e sociais.

Nessa visão, como destacado por Braga et al. (2019), fundamental seria um acompanhamento multidisciplinar para todos os pacientes (não só para alguns) com incremento de todos os profissionais da saúde que se fizer necessário, dependendo das comorbidades e necessidades individuais.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A caracterização dos pacientes neste estudo — quanto aos aspectos sociais e socioeconômicos — mostrou a prevalência da baixa escolaridade evidenciada pelo ensino fundamental incompleto. O estado civil predominante foi o de casado e a maioria possuíam filhos. Sobressaiu-se a renda familiar de um a três salários mínimos, além de constar a perda de emprego.

O aspecto clínico foi caracterizado pela presença de comorbidades para doenças crônicas, além do que, o câncer de colo do útero e de próstata foram os mais prevalentes, assim como a associação de radioterapia e quimioterapia ter sido a forma de  tratamento mais referida.

O medo, em suas diversas vertentes, foi a expressão do sentimento mais presente no momento do recebimento do diagnóstico da doença, principalmente o medo de morrer.

Nesse contexto, o presente artigo visou responder: qual o impacto do câncer na vida do paciente a partir do diagnóstico de uma patologia que estigmatiza e desperta uma diversidade de sentimentos negativos? Sendo possível constatar que, de modo geral, foi notório profundos impactos indesejáveis na constituição física e mental desses pacientes e  de suas famílias, pois a partir do diagnóstico de câncer tiveram que conviver com os percalços impostos pela doença, tais como: os efeitos colaterais do tratamento; prejuízos financeiros e no convívio social; bem como sobrecargas emocionais e psicológicas no enfrentamento de uma patologia que estigmatiza e desperta tantos sentimentos ruins.

O impacto do diagnóstico de câncer, particularmente no adolescente, foi a preocupação com a rotina dos estudos escolares, perturbação nas interações sociais e a ânsia por novas descobertas afetadas por essa traumatizante enfermidade.

Para os adultos, a questão financeira foi o mais impactante, como exemplo: ter perdido sua fonte de subsistência e passar a depender economicamente de terceiros. Aliado a isso, a interrupção do vínculo empregatício foi além do prejuízo financeiro e/ou dificuldade de subsistência da família. Esse afastamento simbolizou também a ruptura de planos, de laços sociais, do status social e o surgimento do sentimento de inutilidade.

Para os idosos, o principal impacto do diagnóstico de câncer foi a limitação de tarefas domésticas associado à potencialização dos problemas físicos, emocionais e psicológicos, além de maior suscetibilidade a doenças crônicas.

Todavia, foram evidenciados fatores que atenuaram esses impactos, exemplificados pelo apoio da família e dos amigos, pela espiritualidade, pela fé e pela satisfação com o atendimento do tratamento vigente. Isso contribuiu para a perspectiva da completa recuperação da saúde e da restauração parcial ou total de sua vida anterior.

Desse modo, nota-se a influência de múltiplos contextos na decisão sobre iniciar ou postergar, perseverar ou desistir do tratamento após o impacto inicial do diagnóstico de câncer. Além da percepção individual da realidade e desafios concernentes a certos estágios da vida explanados neste estudo, percebeu-se que o apoio familiar e social desde o início da descoberta do tumor, um atendimento humanizado, um suporte espiritual, entre outros fatores foram primordiais para a aceitação e continuidade do tratamento.

Espera-se com este estudo estimular condutas mais eficazes na rotina de clínicas e hospitais, em especial do poder público, com vistas à capacitação mais humanizada dos profissionais da saúde, tanto no cuidado e tratamento individualizado quanto no momento de transmitir o diagnóstico de câncer, além de enfatizar o reconhecimento de uma abordagem multidisciplinar a esses pacientes, levando em consideração as particularidades de cada faixa etária.

Ademais, recomenda-se novos estudos envolvendo mais pacientes para que possam endossar esses achados.

REFERÊNCIAS

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[1] Graduação em Licenciatura em Matemática. ORCID: 0000-0002-3079-4601.

[2] Especialização em Bioquímica; Graduação em Medicina; Graduação em Farmácia. ORCID: 0000-0002-8287-9084.

[3] Mestrado em Ciências Florestais; Graduação em Engenharia Florestal. ORCID: 0000-0002-7487-6991.

[4] Orientador. ORCID: 0000-0002-7053-8602.

Enviado: Março, 2022.

Aprovado: Novembro, 2022.

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Wanderson Clayton dos Santos Sousa

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