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Fonoaudiologia e educação no âmbito do programa saúde na escola (PSE)

RC: 140060
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/saude-na-escola

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SOUZA, Elaine Aguiar de [1], SOUZA, Luiz Augusto de Paula [2]

SOUZA, Elaine Aguiar de. SOUZA, Luiz Augusto de Paula. Fonoaudiologia e educação no âmbito do programa saúde na escola (PSE). Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 08, Ed. 02, Vol. 02, pp. 16-38. Fevereiro de 2023. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/saude-na-escola, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/saude-na-escola

RESUMO

No escopo do Programa Saúde na Escola – PSE (Política Nacional de Integração entre as áreas de Educação e Saúde), o município de Embu-Guaçu/SP, implementou o Programa Municipal de Orientação Fonoaudiológica aos seus professores. O objetivo da pesquisa aqui discutida foi o de analisar o referido Programa municipal indicando – a partir da percepção de professores da rede municipal de ensino – potencialidades, limites e desafios da iniciativa para colaborar com processos de enfrentamento de determinadas dificuldades de ensino-aprendizagem em nível do Ensino Fundamental I. Tratou-se de pesquisa descritiva, com design de estudo de caso, cujos resultados permitiram observar que o Programa de Orientação Fonoaudiológica em análise produziu resultados parciais em termos de apoio e sustentação do trabalho de professores e alunos em aspectos e dimensões relacionados à possíveis contribuições de saberes e práticas da Fonoaudiologia. Verificou-se, também, um nível relativamente baixo de interação e integração entre o Setor de Fonoaudiologia e as Escolas que efetuam o Ensino Fundamental I no município, apontando necessidade de trabalho intersetorial mais sistemático, tal como sugere o PSE. Concluiu-se que o Programa de Orientação analisado ampliou possibilidades de interação entre professores e fonoaudiólogos do município, mas que ele é ainda inicial e precisaria avançar e desdobrar-se em outras iniciativas e ações para, de fato, constituir um trabalho interdisciplinar de suporte regular e efetivo aos professores e alunos do Ensino Fundamental I.

Palavras-chave: Promoção da saúde escolar, Promoção da saúde dos estudantes, Saúde coletiva.

INTRODUÇÃO

Existem questões no mundo escolar com as quais os professores defrontam-se com relativa frequência, entre outras: limitações de suas próprias formações em face das realidades escolares com as quais se defrontam no ensino; condições de trabalho, de carreira e de remuneração inadequadas ou insuficientes; dificuldades de aprendizagem de parcela dos alunos, causadas por razões e fatores diversos, entre os quais estão as questões relacionadas à saúde.

Este trabalho dedica-se às questões específicas relacionadas à saúde do escolar, nomeadamente, questões envolvidas no processo de ensino-aprendizagem do Ensino Fundamental I, quando vinculadas à potenciais e supostas alterações fonoaudiológicas dos alunos no âmbito da linguagem (oral e/ou escrita), da motricidade orofacial, da audição e/ou de voz (GOLKE et al., 2020) – conforme se verá com mais detalhes adiante.

A saúde do escolar é objeto de uma política pública nacional, designada Programa Saúde na Escola – PSE – instituído pelo Decreto presidencial nº 6.286 de 05 de dezembro de 2007, do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação (BRASIL, 2007).

O PSE é destinado à integração e articulação intersetorial permanente entre Educação e Saúde, com a finalidade de contribuir para a formação integral dos estudantes, por meio de ações de prevenção de agravos, de promoção e atenção à saúde no âmbito das escolas e das Unidades Básicas de Saúde (UBS), realizadas pelas equipes da Estratégia Saúde da Família (UBS/ESF) com vistas ao enfrentamento de vulnerabilidades que comprometam o pleno desenvolvimento de crianças e jovens da rede pública de ensino (BRASIL, s.d.). Entre as diretrizes do PSE, estão: a interdisciplinaridade e a intersetorialidade, que buscam a progressiva ampliação da troca de saberes entre diferentes profissões e a articulação das ações executadas pelos sistemas de Saúde e de Educação (BRASIL, 2015).

Em 2018, no âmbito e sob os princípios do PSE, o município de Embu-Guaçu criou um Programa Municipal de Orientação Fonoaudiológica aos professores do Ensino Fundamental. A iniciativa foi motivada por um fato observado pelos fonoaudiólogos do município: os encaminhamentos de alunos pelas escolas ao Setor de Fonoaudiologia eram realizados de modo pouco ou não fundamentado e, com alguma frequência, mostravam-se inadequados quanto aos eventuais sintomas e quadros apresentados pelos alunos. Em outras palavras, as queixas alegadas pelos professores para justificar os encaminhamentos, em várias ocasiões, não eram confirmadas pela avaliação fonoaudiológica dos casos ou indicavam questões distintas daquelas supostas pelos profissionais para realizar os encaminhamentos.

O Setor de Fonoaudiologia sugere, então, uma aproximação às Escolas do município para tentar mitigar o problema, o que é acolhido pelas Secretarias de Saúde e de Educação de Embu-Guaçu. A partir daí é estruturado o referido Programa de Orientação Fonoaudiológica, do qual participam, a cada ano, conjuntos de escolas e seus professores, designados pela Secretaria Municipal de Educação para compor as turmas do Programa, que é ofertado em dias determinados, uma vez por semana e durante seis semanas consecutivas.

O Programa teve suas primeiras edições em 2018 e 2019, sendo suspenso em 2020 e 2021 em razão da pandemia da Covid-19. As primeiras edições do Programa suscitaram questões, entre as quais uma se destacou: as primeiras edições do Programa consistiam, principalmente, na transmissão aos professores de informações e orientações para melhor identificar, manejar e, eventualmente, encaminhar os casos ao Setor de Fonoaudiologia; embora necessário, isso seria suficiente para estabelecer uma relação interdisciplinar e integrada entre Fonoaudiologia e Educação no município como previsto pelo PSE? Essa questão foi trazida à universidade e deu origem a presente pesquisa, cujo recorte consistiu em uma análise do Programa durante sua realização em 2022, com a descrição de suas características, potencialidades, limites e desafios da iniciativa.

A pesquisa assumiu pressupostos teóricos alinhados às perspectivas do PSE. Ainda que sinteticamente, vale mencioná-los. O fonoaudiólogo pode ter várias atuações no PSE: avaliar a saúde dos educandos e professores, quando necessário encaminhar aos serviços de saúde; desenvolver ações de promoção da saúde com os alunos e seus pais; e realizar formações sobre questões fonoaudiológicas para professores e gestores. Certamente, iniciativas desse tipo podem ajudar a fomentar a interação entre a Fonoaudiologia, a Educação, os professores e a dinâmica escolar, gerando possibilidades de identificar e efetuar espaços de trabalho conjunto e úteis ao desenvolvimento pleno dos alunos (SILVA et al., 2019). Aliás, o trabalho da Fonoaudiologia no escopo do PSE desenvolve-se em vários municípios do Brasil (LIMA, 2015; GOLKE et al., 2020).

A relação sistemática entre Saúde e Educação, nas dimensões que lhes são próprias, reduz a fragmentação e o isolamento ainda presentes em atuações profissionais dessas áreas. Diminuir a fragmentação e eventuais hierarquias profissionais abre espaço ao intercâmbio de saberes e práticas, qualificando o trabalho dos profissionais, no caso, dos educadores e fonoaudiólogos. Trata-se de reafirmar a interdisciplinaridade como caminho para pensar, refletir, planejar e agir coletivamente (PINTO e MOTTA-ROCHA, 2016).

Siqueira e Monteiro (2006), afirmam que a interdisciplinaridade produz ganhos recíprocos. As questões de educação e de saúde, no caso, não cabem nem ao professor nem ao fonoaudiólogo isoladamente, elas implicam e são transversais a vários saberes. Ao fonoaudiólogo será útil um maior conhecimento sobre as dinâmicas escolares, a realidade concreta do trabalho do professor e, portanto, um refinamento da compreensão sobre as demandas escolares para aprimorar as práticas fonoaudiológicas voltadas a essa demanda (SILVA et al., 2021). Pelo lado dos professores, um maior contato com, por exemplo, conhecimentos da área da Fonoaudiologia relacionados à dimensões cognitivas, sócio e psicolinguísticas, que incidem nos processos de ensino-aprendizagem (MELO; TEIXEIRA e QUEIROGA, 2021), também, serão de interesse, ampliando a escuta dos professores aos alunos, bem como a capacidade e a qualidade de suas ações, tanto para apoiar os alunos e avançar nas relações de ensino-aprendizagem, quanto para solicitar a ajuda e a participação de outros profissionais quando for o caso (MOURA e MALDONADE, 2018).

A partir desses pressupostos, das motivações e do objetivo do estudo assinalados antes, delineou-se a pesquisa, que será agora apresentada. Como mencionado, ela consiste em estudo destinado a analisar o Programa de Orientação Fonoaudiológica aos professores do Ensino Fundamental I do município de Embu-Guaçu, a partir da percepção de professores participantes, sobre os resultados até aqui alcançados e desafios que o Programa sugere às interações entre Educação e Fonoaudiologia.

MÉTODO

O estudo foi realizado em quatro escolas do município de Embu-Guaçu, que possuem o Ensino Fundamental I, e contou com a participação de 52 professores. As escolas foram escolhidas por serem aquelas onde o Programa de Orientação Fonoaudiológica estaria começando a acontecer no ano de 2022.

A pesquisa foi aprovada pela Comissão de Ética na Pesquisa (CEP) da instituição de origem em 17/03/2022 e a coleta começou a seguir, sendo concluída em meados de maio do mesmo ano. Não houve seleção dos participantes do estudo. Todos os professores que participaram do Programa nas 04 escolas referidas foram convidados e aceitaram participar, embora com flutuação no número de participantes em cada um dos procedimentos de coleta de dados – conforme explicado no item “Resultados e discussão”.

A pesquisa, de caráter descritivo e com design de estudo de caso, utilizou-se de estratégia metodológica que conjugou três procedimentos de coleta de dados: aplicação de questionários com questões de múltipla escolha pelo Google Forms aos professores, antes e depois de passarem pelo Programa; entrevista estruturada individual com os professores (também antes e depois de passarem pelo Programa) sobre temas relacionados às questões do questionário, funcionando para complementar e aprofundar os dados dos questionários aplicados aos participantes; Grupo de Discussão (GD) com parcela dos professores que responderam aos questionários e às entrevistas, e que tiveram disponibilidade nos dias e horários definidos pela pesquisa.

O único critério de exclusão do estudo foi de que se algum professor já tivesse participado do Programa em anos anteriores (em razão de transferência de escola, por exemplo), não deveria integrar a pesquisa, para que a eventual experiência prévia não interferisse em suas percepções e/ou posições em relação à reflexão sobre a edição de 2022 do Programa de Orientação, que foi a acompanhada e analisada pelo presente estudo.

A análise foi realizada por meio de estatística descritiva dos dados dos questionários e das entrevistas estruturadas, e de análise de conteúdo dos dados discursivos do GD, mais especificamente, de análise categorial de conteúdo, que consiste em levantar os núcleos de sentido de uma dada comunicação, uma vez que estes exprimem direções à busca para atingir o objetivo do estudo. A análise categorial de conteúdo configura, assim, um recorte de sentido dos enunciados capaz de apreender certos padrões de comunicação (no caso, padrões do conteúdo discursivo do GD) que facilitem a compreensão e a discussão da questão em estudo (BARDIN, 2011).

Além disso, a reaplicação dos questionários e entrevistas ao final da experiência permitiu uma comparação termo a termo do antes e depois da passagem pelo Programa de Orientação Fonoaudiológica, e as respostas “antes e depois” foram discutidas coletivamente no GD. Após a análise, os dados foram cotejados entre si, orientando a interpretação dos resultados, em cada uma de suas etapas.

A pesquisa foi registrada na Plataforma Brasil e realizada após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (em 17/03/2022, sob o n. 5.295.544), da aprovação da Equipe Técnica da Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de Embu-Guaçu e da Diretoria de Ensino da Região de Itapecerica da Serra, com carta de anuência das escolas envolvidas e assinatura de Termos de Consentimento Livre e Esclarecido pelos professores participantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como mencionado, 52 professores participaram da pesquisa antes, durante e depois da realização da edição do Programa de Orientação Fonoaudiológica em 2022. 35 deles responderam ao questionário antes de passarem pelo Programa. Após a realização do Programa, 26 desses 35 responderam à reaplicação do questionário. Quanto às entrevistas estruturadas, os 52 professores a concederam antes do Programa e 48 professores após a experiência. No GD participaram apenas 04 professores, em razão de jornadas de trabalho consecutivas em outras escolas, o que impediu a disponibilidade nos dias e horários previstos. Embora com variações no número de participantes em cada procedimento de coleta, todos os dados foram considerados para fins de análise.

As respostas aos questionários, em síntese, trouxeram os seguintes resultados: todos os professores consideraram que o trabalho fonoaudiológico tem relação com a prática pedagógica em sala de aula. No questionário respondido antes da participação no Programa, 01 professor não soube dizer o motivo da relação; 01 não respondeu à questão sobre como se dá a relação; 02 responderam que o trabalho fonoaudiológico relaciona-se com o trabalho do professor por causa dos cuidados com sua voz; 07 disseram que a relação está vinculada à preocupação com a fala do aluno; e, finalmente, 24 relacionaram os trabalhos dos dois profissionais com a aprendizagem do aluno.

No questionário respondido após a participação no Programa, 02 professores não responderam sobre as razões da relação do trabalho fonoaudiológico com a prática pedagógica; 02 relataram que mudaram de opinião após os encontros; 01 professor apontou que a relação dos dois trabalhos dava-se pela discussão de estratégias educacionais para favorecer o processo de ensino e aprendizagem; e, por fim, 21 professores disseram que, por meio da Fonoaudiologia, existe a possibilidade de identificar e de compreender as razões que levam o aluno a apresentar certas dificuldades de aprendizagem.

Na sequência do questionário, tanto antes quanto depois da realização do Programa, os professores responderam sobre critérios de encaminhamento ao fonoaudiólogo. Os dados estão sintetizados na tabela abaixo.

Tabela 1. Questionário antes e depois da realização do programa

  ANTES DEPOIS
AUDIÇÃO Fala muito “alto”:

Sim – 42,9%

Não – 57,1%

Fala muito “baixo”:

Sim – 29,4%

Não – 70,6%

Distraído:

Sim – 50%

Não – 50%

“Barulho” desconcentra:

Sim – 42,9%

Não – 57,1%

Pede para repetir:

Sim – 75,8%

Não – 24,2%

Zumbido:

Sim – 56,3%

Não – 43,8%

Dificuldade de realizar tarefas em sequência:

Sim – 23,5%

Não -73,5%

Fala muito “alto”:

Sim – 88,5%

Não – 11,5%

Fala muito “baixo”:

Sim – 80,8%

Não – 19,2%

Distraído:

Sim – 56%

Não – 44%

“Barulho” desconcentra:

Sim – 60%

Não – 40%

Pede para repetir:

Sim – 91,7%

Não – 8,3%

Zumbido:

Sim – 96%

Não – 4%

Dificuldade em realizar tarefas em sequência:

Sim – 44%

Não – 56%

FALA Projeta a língua (em repouso e durante a fonação):

Sim – 81,3%

Não – 18,7%

6/7 anos “troca as letras”:

Sim – 78,1%

Não – 21,9%

Projeta a língua (em repouso e durante a fonação):

Sim – 88%

Não – 12%

6/7 anos “troca as letras”:

Sim – 84%

Não – 16%

VOZ Muito “fina” ou muito “grossa”:

Sim – 31,3%

Não – 68,2%

“Rouca” ou afônica:

Sim – 62,5%

Não – 37,5%

Tosse seca/pigarro:

Sim – 37,5%

Não – 62,5%

Muito “fina” ou muito “grossa”:

Sim – 72%

Não – 28%

“Rouca” ou afônica:

Sim – 96%

Não – 04%

Tosse seca/pigarro:

Sim – 84%

Não – 16%

GAGUEIRA 6/7 anos fala com repetições, bloqueios:

Sim – 78,1%

Não – 21,9%

Movimentos associados à fala:

Sim – 40,6%

Não – 59,4%

6/7 anos fala com repetições, bloqueios:

Sim – 96%

Não – 4%

Movimentos associados à fala:

Sim – 92%

Não – 8%

APRENDIZAGEM 3º ano não se alfabetizou:

Sim – 50%

Não – 50%

Dificuldade de interpretação de texto:

Sim – 21,9%

Não – 78,1%

“Troca letras” na escrita:

Sim – 57,6%

Não – 42,4%

3º ano não se alfabetizou:

Sim – 84%

Não – 16%

Dificuldade de interpretação de texto:

Sim – 54,2%

Não – 45,8%

“Troca letras” na escrita:

Sim – 68%

Não – 32%

MOTRICIDADE OROFACIAL Dificuldade para mastigar/engasga:

Sim – 56,3%

Não – 43,7%

Respira pela boca:

Sim – 35,5%

Não – 64,5%

Range os dentes em vigília (Bruxismo):

Sim – 40,6%

Não – 59,4%

Dificuldade para mastigar/engasga:

Sim – 80%

Não – 20%

Respira pela boca:

Sim – 88%

Não – 12%

Range os dentes em vigília (Bruxismo):

Sim – 72%

Não – 28%

CONVERSAM COM OS PAIS SOBRE PROBLEMAS FONOAUDIOLÓGICOS  

 

Sim – 78,1%

Não – 21,9%

 

 

Sim – 82,6%

Não – 17,4%

QUAL É A ABORDAGEM? Explica os sintomas que apresenta – 55%

Pede para a coordenação falar com os pais – 15%

Os pais não aceitam – 5%

Pergunta se já faz acompanhamento – 5%

Não sabia que tinha fonoaudiólogo no município – 5%

Encaminha para o pediatra – 5%

Não passou pela situação – 5

Explica os sintomas que apresenta – 79,94%

Pede para a coordenação falar com os pais – 8%

Os pais não aceitam – 5,27%

Pergunta se os pais percebem – 15,79%

 

DIFICULDADE EM RESPONDER OS QUESTIONÁRIO Sim: 31,5%

Não: 56,25%

Um pouco: 6,25%

Muitas questões confundem: 6,25%

 

Sim: 20%

Não: 68%

Um pouco: 6%

Muitas questões confundem: 6%

Fonte: Autores.

Em relação aos critérios de encaminhamento dos professores ao Setor de Fonoaudiologia, uma leitura do conjunto dos dados permitiu notar que a passagem pelo Programa fez diferença nos encaminhamentos à avaliação fonoaudiológica, com maior número relativo de respostas mais adequadas e, por isso, em tese, mais consistentes.

Naturalmente, a qualidade dos encaminhamentos não passa apenas pela quantidade de informações que os professores acessaram durante o Programa, mas também pela forma como esse conhecimento de fatores e indicadores o ajudaram na percepção da presença efetiva de alterações fonoaudiológicas a serem encaminhadas.

A qualidade dos encaminhamentos depende, ainda, da reflexão dos professores, durante o Programa, sobre o que é pertinente ao seu próprio trabalho pedagógico e das articulações entre ele e o trabalho de outros profissionais, no caso, o do fonoaudiólogo.

Nessa medida, os dados da entrevista e, principalmente, do GD agregam certas nuances à discussão dos resultados. Nas entrevistas estruturadas, com roteiro fixo e objetivo de perguntas, foi possível quantificar os dados, que estão sintetizados nos gráficos a seguir:

Gráfico 1. Você já fez encaminhamentos de alunos à fonoaudiologia?

Você já fez encaminhamentos de alunos à fonoaudiologia
Fonte: Autores.

Gráfico 2. Como você faz ou faria os encaminhamentos para a fonoaudiologia? Quais os critérios você usa(ria)?

Como você faz ou faria os encaminhamentos para a fonoaudiologia Quais os critérios você usa(ria)
Fonte: Autores.

Gráfico 3. É muito grande o número de alunos com algum problema que você considera da alçada da fonoaudiologia?

É muito grande o número de alunos com algum problema que você considera da alçada da fonoaudiologia
Fonte: Autores.

Gráfico 4. Como você lida com esses alunos em sala de aula?

Como você lida com esses alunos em sala de aula
Fonte: Autores.

Gráfico 5. E os pais desses alunos, são conscientes das dificuldades deles?

E os pais desses alunos, são conscientes das dificuldades deles
Fonte: Autores.

Gráfico 6. Você orienta regularmente os alunos com alguma dificuldade fonoaudiológica e/ou os pais?

Você orienta regularmente os alunos com alguma dificuldade fonoaudiológica eou os pais
Fonte: Autores.

Gráfico 7. Se orienta alunos e/ou pais, em linhas gerais, no que consiste essas orientações?

Se orienta alunos e ou pais, em linhas gerais, no que consiste essas orientações
Fonte: Autores.

Como os dados das entrevistas mostram, quando indagados sobre o contexto e as razões dos encaminhamentos que fazem (ou não fazem); e sobre como lidam (em sala de aula, diretamente com os alunos e com as famílias) com problemas de ensino/aprendizagem, houve variação relativamente pequena entre antes e depois da passagem dos professores pelo Programa. Mas, nota-se maior sensibilidade à necessidade de observação e escuta aos casos, bem como de diálogo e apoio aos alunos e famílias. De ponto de vista dos autores do presente estudo, isso é marca a ser destacada, uma vez que a disposição e a sensibilidade em abrir-se para pensar e rever práticas relacionadas a essa ordem de questões (dificuldades de ensino e aprendizagem) é uma das condições de possibilidade para superar eventual “patologização” ou tendência em considerar dificuldades escolares, prioritariamente, como problemas de saúde dos alunos, a despeito de questões pedagógicos e/ou sociais implicadas na aprendizagem dos alunos. Além disso, a abertura para pensar e, eventualmente, rever práticas permite que os professores se apropriem do caráter multidimensional (educacional, social e de saúde) dos processos de ensino-aprendizagem, a partir do qual o trabalho intersetorial e interdisciplinar pode ganhar fôlego e centralidade no universo escolar.

Nessa mesma direção, é digno de nota que as respostas antes e depois mudaram de maneira um pouco mais significativa em termos de encaminhamento imediato à Fonoaudiologia (54% para 44%). Parece que a experiência no Programa chamou atenção de parte dos professores para o fato de que as dificuldades de ensino/aprendizagem são questões pedagógicas e, por isso, são, em primeira instância, responsabilidade dos professores, mesmo quando tal responsabilidade tenha que ser compartilhada com o fonoaudiólogo ou outros profissionais de saúde.

As entrevistas, por fim, sugerem que o Programa, na percepção dos professores, produziu resultados positivos, mas limitados. Embora a variação de respostas nas entrevistas antes e depois da experiência no Programa possam indicar um maior nível de informação por parte dos professores diante de dificuldades de ensino/aprendizagem dos alunos, as conversas no GD apontam, entre outras coisas, uma visão ainda renitente de compartimentalização das tarefas dos professores em relação aos profissionais de saúde.

No GD, as categorias analíticas apreendidas, ou seja, os núcleos de significação mais relevantes e recorrentes, sobre os quais a discussão concentrou-se e que configuraram o discurso grupal foram os seguintes: relevância do Programa; regularidade da relação entre educador e fonoaudiólogo; conhecimento sobre os trabalhos fonoaudiológico, educacional e a realidade do professor.

SOBRE A RELEVÂNCIA DO PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

Os 04 professores consideraram que o Programa de Orientação Fonoaudiológica foi relevante. Uma das professoras considera-o “relevante para todos os níveis escolares e não apenas para o Fundamental I, embora apenas poucos encontros sejam insuficientes. Para mim foi importante, eu ainda não revi o material, mas estou sempre acompanhando os alunos” (P1).

Um outro professor arremata: “acho que essas formações, como a (P1) comentou, vão clareando para a gente, eu já trabalhei em escola particular também e nunca tive um profissional de Fonoaudiologia explicando esses assuntos” (P3).

Foram muito importantes esses encontros, aprendi muita coisa, precisamos de vocês para dizer como vamos trabalhar com o aluno com alguma necessidade específica, como vamos ajudá-lo (P2).

Concordo com os meus colegas, muito importante para mudar o olhar em relação ao aluno e também para o cuidado com a nossa saúde (P4).

As falas dos professores reforçam a atuação conjunta com o fonoaudiólogo na educação, bem como a necessidade de priorizar práticas e ações coletivas, de rever condições de ensino/aprendizagem com objetivo de promover mudanças no processo de escolarização. No entanto, a percepção dos professores sobre o Programa é, principalmente, a de somatória dos trabalhos profissionais, não de integração e interdisciplinaridade.

Sem dúvida, as eventuais questões de saúde dos alunos do Ensino Fundamental I agregam complexidade ao trabalho do professor, mas há vários outros fatores e dimensões implicados aos processos escolares: um problema fonoaudiológico não quer dizer, necessariamente, razão da dificuldade escolar, ela pode estar implicada também aos contextos sociais e familiares das crianças, aos modos de ensinar da escola (método e didática, por exemplo), a questões psíquicas dos alunos etc. A escola pode ser um continente para acolher essa multiplicidade de fatores envolvidos com as relações de ensino/aprendizagem, desde que, entre outras coisas, estabeleça abertura e parcerias interdisciplinares para construir espaços produtivos aos alunos e suas famílias.

REGULARIDADE DA RELAÇÃO ENTRE EDUCADOR E FONOAUDIÓLOGO

Os professores foram unânimes em afirmar que deveria haver mais encontros no Programa, que eles deveriam ser sistemáticos porque

Esses assuntos precisam ser sempre revistos, eu gostaria que tivesse mais formações, uma continuação, uma regularidade, uma vez por mês, ou a cada 02 meses (P1).

Também acho que deveria ter mais formações e encontros sistemáticos, até para, por exemplo, rever exercícios (…) (P4).

Aprendi e acrescentou muito, mas acredito que não foi nem um “centésimo” do que poderíamos entender para trabalhar com o aluno [a professora faz aqui uma espécie de trocadilho]: dois (fono + professor) para ajudar um terceiro (aluno) (P2).

 O ideal seria estender o acompanhamento de “fono” na escola, mesmo depois do Programa (P3).

Com a realização do Programa, foi notória a necessidade que os professores sentiram em manter o vínculo do fonoaudiólogo com o professor. O professor depara-se com situações peculiares para o direcionamento das ações pedagógicas e o fonoaudiólogo, se possuísse uma interação mais sistemática com a escola, poderia entender e aprender com o contexto escolar, produzindo um dos apoios que os professores precisam no trabalho docente e, ao mesmo tempo, qualificando seu próprio trabalho para acolher e lidar com a demanda escolar.

Os professores parecem reivindicar, na discussão do GD, uma formação que seja adquirida a partir do trabalho conjunto entre profissionais, embora percebam o fonoaudiólogo como um provedor de conhecimentos e orientações de que necessitam.

A percepção sobre a provisão de conhecimentos e procedimentos, bem como de formação oferecida aos professores, no caso desta pesquisa, pode ter sido intensificada pelo caráter do Programa, configurado como uma oferta de orientação da Fonoaudiologia aos professores. Uma continuidade mais sistemática dessa relação precisaria superar essa dissimetria em favor de uma verdadeira parceria profissional, com a percepção clara das diferenças de competências, habilidades e papéis institucionais, mas sem hierarquias ou eventuais suposições de superioridade de um saber profissional sobre o outro.

Naturalmente, isso que se acabou de afirmar vale tanto para o professor quanto para o fonoaudiólogo, até porque a oferta de formação às escolas foi feita nesses moldes pelo Setor de Fonoaudiologia, sugerindo que as inadequações nos encaminhamentos realizados à Fonoaudiologia eram entendidas como insuficiência apenas dos professores, quando, em verdade, havia insuficiência também do Setor de Fonoaudiologia, que não procurava regularmente as escolas, não necessariamente compreendia os fatores causais e os contextos escolares dos alunos encaminhados, nem discutia os encaminhamentos e os casos com os professores. A corresponsabilidade necessária dar-se-ia, entre outros fatores, pela busca de horizontalidade nas relações profissionais e interprofissionais, o que veio à tona como relevante no GD, mas que ainda está distante de ser uma realidade efetiva e cotidiana nas políticas públicas – no caso – de Saúde e de Educação.

CONHECIMENTO SOBRE O TRABALHO FONOAUDIOLÓGICO, EDUCACIONAL E A REALIDADE DO PROFESSOR

O discurso grupal foi de que o Programa fez diferença na prática e na percepção sobre os alunos:

Na resposta inicial ao questionário, na maior parte das perguntas eu fiquei em dúvida, e eu coloquei que não encaminharia para a “fono”. Depois dos encontros do Programa, na segunda etapa de respostas ao questionário, eu coloquei que sim, eu observei os meus alunos, tem vários casos que precisavam de atenção (P1).

Esses encontros deram mais repertório para poder identificar algumas coisas nos alunos e falar com mais propriedade com os pais, pois fomos respaldados por um profissional (P3).

O Programa ajudou a entender que aquela criança que não consegue aprender não tem preguiça, pode ter dificuldade de alguma ordem (P4).

Observar que houve mudanças na visão que os professores tinham das dificuldades de seus alunos mostra efetividade do Programa, por exemplo, na superação de certos “mitos” ou caricaturas (o aluno não consegue aprender porque é preguiçoso); na percepção da necessidade de escuta e observação para compreender as necessidades dos alunos e para trabalhar com a família. Além disso, considerar-se respaldado por outro profissional indica o acolhimento ao fonoaudiólogo, como um apoio útil ao trabalho pedagógico do professor.

Os professores relacionaram a Fonoaudiologia com a Educação, porém não sabiam exatamente como era a atuação do fonoaudiólogo. (P2) afirma:

…os encontros abriram para mim um campo gigantesco, despertaram observações, antes pensava que “fono” era apenas para problema na fala, mas agora eu sei que também trabalha com a escrita, além da parte da respiração e da audição, que achava que era só do “otorrino”.

Quando questionados sobre o que os fonoaudiólogos poderiam aprender com os educadores, os professores do GD, de maneira unânime, disseram que seria interessante o fonoaudiólogo ir à escola com alguma regularidade para compreender a realidade do professor. Aqui destacam-se os comentários de dois professores:

Nem sempre o que é sugerido nos relatórios que recebemos é possível fazer em uma sala de aula com 30 alunos, e pode ter vários alunos com necessidades (P2).

Algumas vezes não temos um retorno do aluno que foi encaminhado para o fonoaudiólogo, isso deveria ser uma prática regular do profissional fonoaudiólogo (…) (P3).

Esses relatos constatam uma prática marcada pela exterioridade e pela distância dos fonoaudiólogos em relação às condições concretas dos alunos e do trabalho dos professores. A perspectiva prescritiva percebida nos relatórios parece reafirmar as insuficiências do trabalho fonoaudiológico com a demanda escolar do município. Conhecer a realidade do professor, as dinâmicas da escola e dos alunos, e aproximar-se dos contextos escolares impõe-se como passos iniciais para saber como intervir e para qualificar as intervenções fonoaudiológicas.

CONCLUSÃO

Os dados apresentados e discutidos apontam para uma relação profissional necessária, mas ainda inicial no município, e cujo possível desenvolvimento agregaria ganhos aos trabalhos dos professores e dos fonoaudiólogos, abrindo espaços à ampliação da consistência e da leitura crítica das posições e práticas de ambos, com consequências nas atuações profissionais, a partir de saberes, competências e habilidades nascidos do encontro, da produção interdisciplinar no equacionamento e no manejo mais adequado das demandas escolares relacionadas à certas dificuldades de aprendizagem, o que requereria a ampliação do escopo e da regularidade do hoje chamado Programa de Orientação Fonoaudiológica levando, inclusive, à abertura da relação Educação/Fonoaudiologia à interlocução com outras profissões e áreas de conhecimento.

REFERÊNCIAS

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[1] Mestranda. ORCID: 0000-0003-4345-841X. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/8117911388698084.

[2] Orientador. Doutor em Psicologia Clínica. ORCID: 0000-0003-4968-9753. CURRÍCULO LATTES: https://lattes.cnpq.br/9795645966787486.

Enviado: Janeiro, 2023.

Aprovado: Fevereiro, 2023.

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Elaine Aguiar de Souza

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